domingo, 1 de dezembro de 2013



(Veja no final as apresentações em PP)

O Verbo se fez Carne
João 1:1-14


            Esta é a época do ano quando, querendo ou não, as nossas mentes e corações voltam-se para no nascimento de Jesus Cristo. Não há nenhuma probabilidade de que o nosso Salvador Jesus Cristo tenha nascido nesse dia 25 de Dezembro, e a observância dele é puramente de origem papal e uma tradição. Não temos sequer no NT um exemplo de que alguma igreja tenha celebrado o nascimento de Cristo, nem nenhum mandamento para o fazer. 

           No entanto, ainda que não sigamos os passos de outros, não vemos dano algum em pensarmos na encarnação e no nascimento do Senhor Jesus Cristo.
Estamos a meditar nas Escrituras, e só nelas, sobre A Encarnação do Filho de Deus, a Sua Primeira Vinda ao mundo, pois, agora, aguardamos a Sua Segunda Vinda. Vamos olhar e meditar nas palavras do apóstolo João no seu Evangelho.

Propósito: Fortaleçamos a nossa fé com a revelação da verdade das Escrituras sobre a Encarnação do Filho de Deus, Jesus Cristo.

 

            Os primeiros versículos deste Evangelho contêm declarações e verdades importantíssimas e fundamentais sobre a Pessoa e a Natureza de Jesus Cristo.

I. A Pessoa do Verbo, Jesus Cristo – No princípio era o Verbo… - v.1-2
 Não é por acaso que o Evangelho começa com as mesmas palavras que Génesis 1:1: No princípio… Em Génesis inicia a história da primeira criação; aqui, inicia a história da nova criação. Nas duas obras da criação, o agente é a Palavra de Deus, o Verbo.
Temos que entender o que significa esta expressão o Verbo. 
Continuando a ler o texto bíblico, claramente entendemos que o Verbo é uma Pessoa, não é uma coisa. 
O v.3 diz que o Verbo criou todas as coisas e o v.14 revela que este Verbo encarnou e veio habitar entre nós. 

Portanto, não temos dúvidas, o Verbo é uma pessoa.
E que pessoa? Isto é muito importante. O Verbo tem existência real e relaciona-Se com outra pessoa. Por isso, é uma pessoa divina, é Deus: …o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
O Verbo é uma das Pessoas da Trindade Divina, mas distinto das outras duas Pessoas e tem uma relação pessoal muito íntima com elas; mais ainda, Ele participa da própria natureza de Deus, porque o Verbo era Deus.

No princípio de tudo, o Verbo já estava ali. Ele não começou a existir quando as coisas foram criadas. Em João 17:5, Jesus revela: E, agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo, antes que o mundo existisse. Colossenses 1:17 revela: E ele é antes de todas as coisas…

Portanto, desde a eternidade, antes que a terra e os céus fossem criados, o Verbo, que é uma Pessoa, a Pessoa de Jesus Cristo, já existia, eternamente. Ele não foi criado, porque é o próprio Criador, foi e é e sempre será Deus, nunca deixou de ser Deus Filho.

Temos, só neste versículo 1, quatro lições importantíssimas:
1.   O Verbo é uma Pessoa, Jesus Cristo;
2.   Jesus Cristo é eterno, já era, estava antes de tudo, antes do princípio;
3.   Jesus Cristo é uma pessoa distinta de Deus Pai e de Deus Espírito Santo, mas é um com Deus: ..o Verbo estava com Deus…Ele estava no princípio com Deus (v.2);
4.    Jesus Cristo é verdadeiro Deus: …e o Verbo era Deus.

II. O Verbo, Jesus Cristo, é o Criador e a fonte de toda a Vida – vs.3-4
Depois de termos visto a Pessoa de Jesus e a Sua relação com Deus, o Pai, vemos agora a Sua relação com o mundo.

v.3 – Jesus Cristo é o Criador de todas as coisas. Sem Jesus, não houve nada.
v.4 – Jesus é a fonte, a origem  de toda a vida, da vida espiritual e luz. Jesus é a origem de toda a espécie de matéria, a vida criada, a criação original, mas também de uma forma de vida especial, uma forma de vida mais elevada, a vida espiritual, a vida eterna.

A vida verdadeira, que dura para sempre, eterna, é uma vida diferente da vida física criada por Jesus. Esta vida vem da luz que Jesus nos dá. Por isso, Ele disse que era a Luz do mundo (João 8:12). Esta luz resplandece nas trevas (v.5), dissipa a escuridão do pecado.
  
III. A Realidade da Encarnação de Jesus – v.14
Os versos iniciais concorriam para a majestade deste v.14.: E o Verbo se fez carne… Há 2000 anos atrás, Deus, na Pessoa de Deus Filho - …o Verbo era Deus… - assumiu a natureza humana.

Sem deixar de ser Deus, Jesus foi gerado no ventre de Maria, virgem, e nasceu como pessoa humana, mas sem pecado e nunca pecou. Deus eterno, fez-se carne, humilhou-Se e deixou a glória eterna do céu.

Esta é a grande verdade do Cristianismo, verdade única, a encarnação de Deus, a vinda ao mundo de um Salvador que é ao mesmo tempo Deus e homem, sem pecado. Ele tornou-Se um homem igual a todos nós, mas sem pecado e sem deixar de ser Deus. Grande mistério, mas grande verdade. Só assim podia ser Salvador do mundo.

A outra afirmação também é muito importante: …e habitou entre nós… 
Este verbo tem o significado de fazer tenda. Vai buscar a referência ao tabernáculo do deserto, o lugar da presença de Deus entre o Seu povo de Israel. Deus habitava entre o Seu povo no tabernáculo. E o povo via a manifestação da Sua glória na nuvem e na coluna de fogo.

Mas agora, Deus veio habitar entre nós, fez a Sua morada connosco na Pessoa de Jesus.
E também vimos a sua glória, diz João. A glória de Jesus, Deus Filho, foi vista nos Seus milagres, na transfiguração, na Sua ressurreição dos mortos, na Sua ascensão ao céu.

Portanto, qual é a verdadeira celebração do Natal?
Será que o mundo, nesta ocasião de Dezembro, com todas as luzes e festas, celebra esta verdade revelada nas Sagradas Escrituras? Será que o mundo se curva perante esta verdade bíblica, espiritual, e a respeita e teme? Infelizmente, NÃO! O mundo celebra um Natal comercial ou da família que se reúne e se diverte.

Mas, o verdadeiro Natal é a celebração da encarnação de Deus, que Deus tornou-Se homem e habitou entre nós com uma missão única. Jesus encarnou para quê? Deus deixou a glória celestial para vir passear e conhecer este mundo pecador? Não! Ele não precisava de descer na terra para a conhecer como o homem desceu na Lua. Jesus é Deus e conhece todas as coisas

Lendo Filipenses 2:5-8 e Hebreus 5:8-9 compreenderemos mais profundamente o motivo da encarnação do Filho Unigénito de Deus. Jesus encarnou para dar a Sua vida na cruz para salvar, para resgatar o homem pecador da sua condenação eterna ao inferno, separado de Deus para sempre.


 A verdadeira celebração do nascimento de Jesus é esta, é esta verdade.

O que fazer, então, com Jesus Cristo? O mesmo Evangelho de João, cap.1, vs.11 e 12, dá-nos a resposta.
O v.11 apresenta-nos uma das respostas do mundo: "Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam." Muitos não aceitam a Pessoa de Jesus Cristo como Ele é, ou seja, Deus que encarnou, o Messias prometido nas Escrituras, o Salvador do mundo. Não O recebem, não acreditam, não confiam n'Ele e na Sua verdade.

Mas, o v. 12 mostra-nos a resposta certa: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome." Celebrar o verdadeiro significado do Natal é crer, RECEBER Jesus Cristo na sua própria vida como Senhor e Salvador, como o Filho de Deus que veio ao mundo para salvar o condenado pecador. 
"Arrependei-vos e crede no Evangelho", disse Jesus em Marcos 1:15. Porque, acrescentou Ele, "...se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis." (Lucas 13:5).
Natal, a vinda ao mundo do Senhor Jesus Cristo, o FIlho de Deus, o Salvador do Mundo. Que os nossos corações se curvem em amor profundo, gratidão sem limites, temor reverente e aceitação incondicional perante este maravilhoso Senhor e Deus, Jesus Cristo.

Rui Simão
pastor
(Igreja Evangélica Baptista de Moreira da Maia)