A Alegria do louvor
a Deus
Regozijai-vos no SENHOR, vós, justos,
pois aos rectos convém o louvor.
Salmo 33 (v.1)
Introdução
Este Cântico de Louvor não
apresenta título nem indicação de autoria. Olhamos para a Escritura como
totalmente inspirada por Deus e não a avaliamos pelos seus autores. É um hino a
Deus como Criador e Senhor de toda a história do mundo. É também uma convocação
à adoração.
Propósito: Como filhos de Deus somos exortados a louvar e a
alegrar-nos no louvor ao nosso Deus e Senhor.
I. Uma exortação para que se
louve a Deus – vs.1-3
v.1 – Regozijai-vos no SENHOR – O louvor ao Senhor
é o assunto deste salmo. O louvor é pedido por Deus, é conveniente. Também há
uma chamada para a alegria. Regozijar é “cantar com alegria. A
alegria é uma das qualidades do fruto do Espírito Santo. Devemos alegrar-nos em
Quem? …no SENHOR…
Quem
deve louvar? Não os ímpios, mas os justos. Os que são beneficiados
pelo Benfeitor sempre terão razões para cantar e louvar. Viver sem louvor não condiz
com o crente.
v.2 – …com a harpa… com o saltério de dez cordas – Louvamos com as
nossas vozes, mas também com instrumentos musicais. São legítimos, agradam ao
Senhor e melhoram o louvor da congregação. Pertencia aos levitas este
ministério musical. Não podiam tocar um instrumento não aceite no templo.
v.3 – Cantai-lhe… tocai bem… com júbilo – O dever de
mantermos o frescor no louvor, entusiasmo, de louvarmos ao Senhor bem, com
arte, não do género “qualquer coisa
serve.. já está bom”.
II. Os argumentos para que se
louve ao Senhor – vs.4-19
vs.4-5
– Porque a palavra do SENHOR é recta… – Temos pelo menos
quatro fortes motivos para o nosso louvor que têm a ver com a natureza do
próprio Deus: A Sua palavra é recta, Ele é fiel, Ele ama a justiça e a rectidão,
a Sua bondade não tem limites.
Louvamo-Lo por causa da excelência
do Seu carácter e isto inspira os homens a entoar cânticos de louvor.
Estes
atributos são visíveis pelas acções divinas no Seu mundo.
vs.6-7
– Pela palavra do SENHOR foram feitos os
céus… – A criação divina é um dos grandes motivos de louvor ao Criador. O poder da
Sua Palavra no acto criativo e o controlo que exerce sobre tudo.
v.8 – Ao vermos a poderosa
criação divina, compreendemos melhor o que, na verdade, somos, a nossa pequenez
e devemos temer a Deus. Não apenas os crentes o devem fazer: …toda
a terra… todos os moradores do mundo. Em lugar de desafiarem a Deus, devem
respeitá-Lo.
Neste temor começa a sabedoria
do homem. Temos aqui a reverência, a admiração, a nossa obrigação em relação ao
Senhor. É a alma do culto.
v.9 – O poder da Sua palavra e o controlo que exerce
sobre tudo. Deus não abandonou a Sua criação. Continua a preservá-la, a
dirigi-la, a sustentá-la. Como? Pelo poder da palavra que sai da Sua boca: …falou
e foi feito… É a palavra irresistível de Deus. A mesma palavra que
chama o Seu povo para o consolar e livrar nas necessidades. A mesma Palavra que
chama à salvação e cria uma nova pessoa, regenerada, nascida de novo.
Por isso, louvamo-Lo pela majestade da criação.
O Conselho do SENHOR Deus – vs.10-12
vs.10-11
– A atenção do salmista volta-se agora para a
terra, depois de falar sobre a glória divina.
Agora,
ensina-nos que Deus é o Senhor, não apenas da criação, mas também da História humana, desde que criou tudo,
no princípio, e até ao fim da história da humanidade.
Devemos
alinhar-nos por ele. Ele não abandonou a Sua criação. Pelo contrário, o Senhor
está atento, Ele intervém nas actividades humanas, recompensa, pune, guia,
faz-Se presente: …desfaz … quebranta…
As decisões de Deus, os Seus
planos, são uma realidade e são eficazes. Nada acontece por acaso. E Deus
continuará a fazê-lo …para sempre… de geração em geração. (v.11).
v.12 –
Há um povo bendito, escolhido por Deus, em
contraste com os ímpios e pagãos que não O reconhecem: Bem-aventurada é a nação cujo
Deus é o SENHOR…
Este povo é aquele
que Ele escolheu para sua herança. É o povo de Israel, mas também todos
os crentes em Jesus Cristo (I Pedro
2:9)
Este é
outro motivo porque Deus deve ser
louvado. Ele é o Deus de palavras e de obras poderosas e que intervém
na História. Não é o homem que faz a história, mas Deus.
O Olho do SENHOR Deus – vs.13-19 – A vigilância
de Deus
vs.13-14
– O Poderoso lá dos céus mostra-Se alerta para
com tudo quanto os homens fazem e é activo nas Suas recompensas e castigos. Ele
conhece os nossos pensamentos e planos. É omnisciente e omnipresente. Nenhum
truque nosso pode distorcer, ocultar-nos ou opor-se aos propósitos do Senhor.
Da Sua
habitação celestial, o Rei Todo-Poderoso, sentado no trono, observa, vigia tudo
e depois age. Com Ele temos que tratar todos os dias. Ele tem as Suas leis e
mandamentos para os homens.
vs.15-17
– O Criador do Universo também e o Criador dos
indivíduos. Governa os destinos das nações e também dos homens. Conhece-nos e
quer ajudar-nos a fazermos o que Lhe agrada.
O
poder que as autoridades têm não está nelas, mas vem de cima, vem de Deus.
Golias era bem mais forte que David, mas foi o mais fraco que ganhou a batalha,
porque recebeu a força de Deus.
Também
aqui temos um outro grande motivo para louvar a Deus, o nosso Deus.
III. A confiança do povo de
Deus no Seu nome, sua felicidade e petição – vs.20-22
O salmo termina com
uma fervente expressão de confiança e uma oração sincera. A vida inteira do
crente pauta-se por isto: a nossa alma espera no SENHOR.
Porquê? Porque ele é
nosso auxílio e o nosso escudo.
Confiamos, não nas
autoridades, não nas multidões, não nos exércitos, não nos guerreiros, não nas
circunstâncias, não em nós mesmos, mas em Deus.
A par
desta confiança, que continua dia a dia a esperar em Deus, está em que o
fazemos, não gemendo, não queixando-nos, mas com alegria no nosso coração. Há
alegria em quem serve a Jesus. Por isso, a alegria é uma das qualidades do
fruto do Espírito santo.
Conclusão
No final do Salmo
são reafirmadas verdades fulcrais para o crente: É reafirmada a fé, a esperança,
a confiança e a alegria no SENHOR. O povo de Deus demonstra estas verdades: pois
temos confiado no seu santo nome.
Deste
Deus esperamos misericórdia neste mundo tão difícil, tal como o estamos a ver
dia a dia, com crimes, atentados terroristas, etc. Não nos cansemos de orar
pedindo-lhe esta dádiva tão preciosa: Seja a tua misericórdia, SENHOR, sobre nós,
como em ti esperamos.
Rui Simão