segunda-feira, 2 de novembro de 2015


 

A Alegria do louvor a Deus
 
 
 

Regozijai-vos no SENHOR, vós, justos, pois aos rectos convém o louvor.

Salmo 33 (v.1)


Introdução      

Este Cântico de Louvor não apresenta título nem indicação de autoria. Olhamos para a Escritura como totalmente inspirada por Deus e não a avaliamos pelos seus autores. É um hino a Deus como Criador e Senhor de toda a história do mundo. É também uma convocação à adoração.
 

Propósito: Como filhos de Deus somos exortados a louvar e a alegrar-nos no louvor ao nosso Deus e Senhor.

 I. Uma exortação para que se louve a Deus – vs.1-3

v.1 – Regozijai-vos no SENHOR – O louvor ao Senhor é o assunto deste salmo. O louvor é pedido por Deus, é conveniente. Também há uma chamada para a alegria. Regozijar é “cantar com alegria. A alegria é uma das qualidades do fruto do Espírito Santo. Devemos alegrar-nos em Quem? …no SENHOR…

              Quem deve louvar? Não os ímpios, mas os justos. Os que são beneficiados pelo Benfeitor sempre terão razões para cantar e louvar. Viver sem louvor não condiz com o crente.

v.2 – …com a harpa… com o saltério de dez cordas – Louvamos com as nossas vozes, mas também com instrumentos musicais. São legítimos, agradam ao Senhor e melhoram o louvor da congregação. Pertencia aos levitas este ministério musical. Não podiam tocar um instrumento não aceite no templo.

v.3 – Cantai-lhe… tocai bem… com júbilo – O dever de mantermos o frescor no louvor, entusiasmo, de louvarmos ao Senhor bem, com arte, não do género “qualquer coisa serve.. já está bom”.

II. Os argumentos para que se louve ao Senhor – vs.4-19

vs.4-5 – Porque a palavra do SENHOR é recta… – Temos pelo menos quatro fortes motivos para o nosso louvor que têm a ver com a natureza do próprio Deus: A Sua palavra é recta, Ele é fiel, Ele ama a justiça e a rectidão, a Sua bondade não tem limites.

              Louvamo-Lo por causa da excelência do Seu carácter e isto inspira os homens a entoar cânticos de louvor.

              Estes atributos são visíveis pelas acções divinas no Seu mundo.

vs.6-7 – Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus… – A criação divina é um dos grandes motivos de louvor ao Criador. O poder da Sua Palavra no acto criativo e o controlo que exerce sobre tudo.

v.8 – Ao vermos a poderosa criação divina, compreendemos melhor o que, na verdade, somos, a nossa pequenez e devemos temer a Deus. Não apenas os crentes o devem fazer: …toda a terra… todos os moradores do mundo. Em lugar de desafiarem a Deus, devem respeitá-Lo.

              Neste temor começa a sabedoria do homem. Temos aqui a reverência, a admiração, a nossa obrigação em relação ao Senhor. É a alma do culto.

v.9 –  O poder da Sua palavra e o controlo que exerce sobre tudo. Deus não abandonou a Sua criação. Continua a preservá-la, a dirigi-la, a sustentá-la. Como? Pelo poder da palavra que sai da Sua boca: …falou e foi feito… É a palavra irresistível de Deus. A mesma palavra que chama o Seu povo para o consolar e livrar nas necessidades. A mesma Palavra que chama à salvação e cria uma nova pessoa, regenerada, nascida de novo.

              Por isso, louvamo-Lo pela majestade da criação.
 

O Conselho do SENHOR Deus – vs.10-12

vs.10-11 –  A atenção do salmista volta-se agora para a terra, depois de falar sobre a glória divina.

              Agora, ensina-nos que Deus é o Senhor, não apenas da criação, mas também da História humana, desde que criou tudo, no princípio, e até ao fim da história da humanidade.

     Devemos alinhar-nos por ele. Ele não abandonou a Sua criação. Pelo contrário, o Senhor está atento, Ele intervém nas actividades humanas, recompensa, pune, guia, faz-Se presente: …desfaz … quebranta…

              As decisões de Deus, os Seus planos, são uma realidade e são eficazes. Nada acontece por acaso. E Deus continuará a fazê-lo …para sempre… de geração em geração. (v.11).

               O Seu conselho é eterno. O Seu conselho durará para sempre, frustrando os planos e pensamentos das nações pagãs.

v.12 –  Há um povo bendito, escolhido por Deus, em contraste com os ímpios e pagãos que não O reconhecem: Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o SENHOR…

              Este povo é aquele que Ele escolheu para sua herança. É o povo de Israel, mas também todos os crentes em Jesus Cristo (I Pedro 2:9)

              Este é outro motivo porque Deus deve ser louvado. Ele é o Deus de palavras e de obras poderosas e que intervém na História. Não é o homem que faz a história, mas Deus.

O Olho do SENHOR Deus – vs.13-19 – A vigilância de Deus
vs.13-14 –  O Poderoso lá dos céus mostra-Se alerta para com tudo quanto os homens fazem e é activo nas Suas recompensas e castigos. Ele conhece os nossos pensamentos e planos. É omnisciente e omnipresente. Nenhum truque nosso pode distorcer, ocultar-nos ou opor-se aos propósitos do Senhor.

              Da Sua habitação celestial, o Rei Todo-Poderoso, sentado no trono, observa, vigia tudo e depois age. Com Ele temos que tratar todos os dias. Ele tem as Suas leis e mandamentos para os homens.

vs.15-17 –  O Criador do Universo também e o Criador dos indivíduos. Governa os destinos das nações e também dos homens. Conhece-nos e quer ajudar-nos a fazermos o que Lhe agrada.

              O poder que as autoridades têm não está nelas, mas vem de cima, vem de Deus. Golias era bem mais forte que David, mas foi o mais fraco que ganhou a batalha, porque recebeu a força de Deus.

 vs.18-19 –  Os olhos do SENHOR sabem muito bem quais são os homens que O amam e temem. Para estes tem reservadas grandes bênçãos. Temos boas razões para esperar e depender da Sua misericórdia.

              Também aqui temos um outro grande motivo para louvar a Deus, o nosso Deus.

III. A confiança do povo de Deus no Seu nome, sua felicidade e petição – vs.20-22

              O salmo termina com uma fervente expressão de confiança e uma oração sincera. A vida inteira do crente pauta-se por isto: a nossa alma espera no SENHOR.

              Porquê? Porque ele é nosso auxílio e o nosso escudo.

              Confiamos, não nas autoridades, não nas multidões, não nos exércitos, não nos guerreiros, não nas circunstâncias, não em nós mesmos, mas em Deus.

               E como confiamos em Deus?

              A par desta confiança, que continua dia a dia a esperar em Deus, está em que o fazemos, não gemendo, não queixando-nos, mas com alegria no nosso coração. Há alegria em quem serve a Jesus. Por isso, a alegria é uma das qualidades do fruto do Espírito santo.

Conclusão
              No final do Salmo são reafirmadas verdades fulcrais para o crente: É reafirmada a fé, a esperança, a confiança e a alegria no SENHOR. O povo de Deus demonstra estas verdades: pois temos confiado no seu santo nome.

               E o Deus em quem confiamos tem um nome santo, pois Ele é Santo. Por isso, pede-nos: Sede santos, porque eu sou santo.

              Deste Deus esperamos misericórdia neste mundo tão difícil, tal como o estamos a ver dia a dia, com crimes, atentados terroristas, etc. Não nos cansemos de orar pedindo-lhe esta dádiva tão preciosa: Seja a tua misericórdia, SENHOR, sobre nós, como em ti esperamos.

 Rui Simão