As Cinco
Afirmações de Certeza, Conhecimento e Confiança
E sabemos…
I João 5:13, 15, 18, 19 e 20
Introdução
A
Bíblia diz que o nosso Deus é um Deus de certezas, não de dúvidas. Um grande
exemplo desta verdade está no cap. 5 de I de João. A partir do 13.º versículo
temos o Epílogo, ou seja, a Conclusão, as afirmações e exortações finais desta
epístola, que assevera o propósito central porque foi escrita: A certeza, a
confiança que temos em Jesus Cristo, na Sua verdadeira Pessoa e obra.
Propósito: Como filhos de Deus, não deixemos
de confiar no Senhor, com a certeza da Sua Palavra que nos encoraja e nos anima
em todas as áreas da nossa fé e vida.
A
Conclusão desta carta envolve cinco retumbantes declarações de Certeza,
Conhecimento e Confiança que possuem os crentes autênticos e que caracteriza a
epístola inteira. João também já o tinha enunciado no seu Evangelho: Estes,
porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais vida em seu nome. (20:31)
I. A Certeza da Vida Eterna –
v.13
Estas coisas vos escrevi…para que saibais que tendes a vida
eterna... Que
grande declaração de certeza! Esta carta apresenta-nos, e leva-nos a reconhecer,
a Pessoa de Jesus como o Filho de Deus, o Verbo que se fez carne, Deus feito
homem que veio ao mundo fazer expiação pelos nossos pecados pelo Seu sacrifício
na cruz: Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo… (v.6).
Conhecendo a verdadeira Pessoa, a verdadeira
natureza e a verdadeira missão remidora de Jesus Cristo, o pecador que for a
Ele arrependido do seu pecado, crendo na Sua Pessoa, confiando no
nome do Filho de Deus, tem a certeza da vida eterna. Não pode ser
ignorado o divino convite a toda e qualquer pessoa deste mundo: Estas
coisas vos escrevi…para que creiais no nome do Filho de Deus.
E a esse que
aceitar este convite e crer, confiar a sua alma aos cuidados remidores de Jesus
Cristo, torna-se um filho de Deus, nasce de novo e tem a certeza de vida
eterna: Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus. (v.1);
Mas
a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus,
aos que crêem no seu nome. (João 1:12)
Mas não é uma crença qualquer em
Jesus. Há milhões de pessoas que acreditam em Jesus Cristo. Não, é crer que Jesus
é o Cristo, ou seja, o Messias prometido desde a antiguidade, o Verbo
que se fez carne, Deus feito homem que veio ao mundo fazer expiação
pelos nossos pecados pelo Seu sacrifício na cruz: Este é aquele que veio por água e
sangue, isto é, Jesus Cristo… (v.6). É crer que Ele veio para me salvar
da culpa e da penalidade do meu pecado. Esta fé dá a certeza da vida eterna que
o crente nunca perderá.
II. A Certeza de que Deus nos
ouve e nos atende – v.15
E se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que
alcançamos as petições que lhe fizermos. Aqui
está em foco a confiança (v.14) e a certeza de que Deus está atento, Ele nos
ouve
em tudo, ouve as nossas petições. Esta certeza está aqui bem firme e
alicerçada. O nosso
Pai ouve
e pode dar-nos tudo. Mas isto não significa que
podemos pedir-Lhe qualquer coisa que quisermos e ela ser-nos-á dada. Há uma
condição: …se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. (v.14).
Deus
é propício às nossas orações. Não duvidemos. Esperemos e confiemos que o Senhor
cumpra aquilo que Lhe pedimos. O que está envolvido nesta promessa é que temos
que ser sábios e pedir o que nos é proveitoso, mas que contribua para a glória
de Deus. Peçamos o que tem a ver com o progresso do evangelho, com a salvação
das almas, com a plenitude do Espírito Santo nas nossas vidas.
Deus
incentiva-nos activamente a orar. Pensamos que Deus é tão grande e nós tão
pequeninos que não nos atrevemos a orar. Mas quando estamos conscientes das
nossas necessidades e da Pessoa do nosso Pai celestial, podemos orar com
confiança e com esta certeza: sabemos que nos ouve...sabemos que
alcançamos as petições.
III. A Certeza de que o crente
verdadeiro vive uma vida de santidade – v.18
Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca... É apresentado aqui o filho de
Deus que, pela sua fé em Jesus, é um crente que verdadeiramente nasceu de novo:
Assim
que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram;
eis que tudo se fez novo. (II Cor.5:17). O crente não é uma pessoa
perfeita. O v.14 fala de podermos ver pecado num nosso irmão.
O
crente tem o poder do Espírito Santo que vive nele e que lhe confere vitória
sobre o pecado, foi-lhe conferida a natureza santa de Deus: Como
filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia
em vossa ignorância; mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também
santos em toda a vossa maneira de viver. Porquanto está escrito: Sede santos,
porque eu sou santo. (I Pedro
1:14-16).
O
crente é conhecido pela sua vida. Pelos seus frutos os conhecereis, disse
Jesus. (Mt.7:16).
I
João 3:9-10 é muito claro. Não há dúvidas. Sabemos quem é o crente,
ele não vive pecando.
IV. A Certeza de que pertencemos
a Deus – v.19
Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno. Esta é outra grande afirmação. Somos
filhos de Deus, carinhosamente intitulados em I João 4:4 de filhinhos:
Filhinhos, sois de Deus… Sentimos segurança e certeza na nossa salvação
porque um filho de Deus será sempre Seu filho: …somos de Deus.
Aos
Gálatas 4:6-7, lemos: E, porque sois filhos, Deus enviou aos
vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai…e se és filho, és
também herdeiro de Deus por Cristo.
Jesus
Cristo veio, encarnou, e fez a propiciação dos nossos pecados na cruz. Por
isso, o pecador arrependido do seu pecado confia em Jesus e torna-se filho de
Deus, pertença d’Ele, saiu do mundo, separou-se deste mundo perdido e condenado
ao inferno se não aceitar o amoroso convite do Salvador.
Pelo
contrário, o mundo não arrependido aos pés de Cristo, está perdido, pertence
a Satanás, ao maligno.
Mas, o Deus de amor dá esta certeza
ao crente: Sabemos que somos de Deus.
V. A Certeza de que o Filho de
Deus encarnou – v.20
E sabemos que já o Filho de Deus é vindo… Ao encerrar a sua epístola, o
apóstolo João também dá um golpe nas falsas doutrinas que assaltavam a igreja
naquele tempo. Os gnósticos perturbavam a igreja com a seguinte falsidade sobre
Jesus: 1. Acerca da Pessoa de Jesus, Ele era um “aeon”, um “espírito”, uma
emanação angelical de Deus disfarçado de homem. A sua natureza humana não era
real; 2. O homem Jesus de Nazaré era real. Mas um espírito apossou-se dele
quando foi baptizado (o Espírito Santo desceu sobre Jesus) e abandonou-o quando
foi crucificado. Ou seja, negavam a encarnação do Filho de Deus, negavam o
valor da Sua morte e da expiação divina.
Por isso,
nesta carta, o apóstolo João chama de mentirosos e anticristos a estes
falsos profetas que negam a Pessoa de Jesus, Sua encarnação e Sua obra: I João 2:22; 4:1-6
Mas Deus
dá-nos esta garantia e certeza de que, de facto, Jesus é o Filho de Deus, e veio a
este mundo. Isto é verdade. E mais do que isso, é que esse Jesus, não apenas
encarnou, como é o verdadeiro Deus e a vida eterna. Portanto, Deus, o verdadeiro
Deus, fez-se homem, viveu entre nós.
Conclusão
No
final da sua primeira carta, o apóstolo João recebe de Deus verdades que
concedem ao crente verdadeiro estas certezas inabaláveis:I. A Certeza da Vida Eterna que o crente nunca perderá – v.13
…para que saibais que tendes a vida eterna...
II. A Certeza
de que Deus ouve as nossas orações e atende-nos – v.15
E se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos
que alcançamos as petições que lhe fizermos.
III. A
Certeza de que o crente verdadeiro é santo em toda a sua maneira de viver –
v.18
Sabemos que todo aquele
que é nascido de Deus não peca...
IV. A Certeza
de que pertencemos a Deus, somos filhos do pai celestial – v.19
Sabemos que somos de
Deus…
V. A Certeza
de que o Filho de Deus encarnou e viveu entre nós – v.20
E sabemos que já o Filho de Deus é vindo…Rui Simão
Pastor na igreja Evangélica Baptista em Moreira da Maia