segunda-feira, 24 de dezembro de 2018



Nascimento de Jesus

E vimos, e testificamos, que o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo.

I João 4:14


Introdução

Neste trecho de I João 4:7-14 o tema central é o amor de Deus. O v. 9 é um dos mais conhecidos versículos da Bíblia: Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Mas o que vemos é que ao falar que Deus é amor, João dá aqui a maior prova do amor de Deus que é o Pai ter enviado o Seu Filho ao mundo. Assim, temos aqui a verdadeira história do nascimento de Jesus, a história do Natal: …o Pai enviou o seu Filho para Salvador do mundo. (v.14).


I. O tema do Natal
   NATAL - palavra que significa "nascimento". O que celebramos, neste caso, é o nascimento neste mundo de Alguém único - JESUS CRISTO.

Se quisermos contar a uma criança o que é o Natal numa única declaração, se quisermos dar a alguém o tema do Natal, ou explicar a alguém por que é que celebramos o natal, está aqui.


          Natal não tem nada a ver com pai natal, com presentes, com reunião da família. A razão do Natal é esta: …o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo.


          Vamos ver algumas declarações importantes sobre a razão da vinda ao mundo de Jesus, algumas lições acerca do motivo da encarnação de Jesus, os motivos reais da declaração de I João, o Pai enviou o Seu Filho para Salvador do mundo.


1. – Vejamos Mateus 1:18-21, o relato clássico do nascimento de Jesus, em especial os vs.18 e 21: Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim… e darás à luz um filho, e chamarás o seu nome JESUS – PORQUÊ? - ; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.



Então vejam que Mateus segue a mesma verdade de João. Jesus nasceu para nos salvar da culpa e da condenação dos nossos pecados.



2. – Vamos agora para Lucas 2:10-11. O tema é o mesmo. Anjos vão anunciar aos pastores o nascimento de Jesus e dizem: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria – trago boas notícias, trago o Evangelho -, que será para todo o povo: pois, na cidade de David, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
Reparem no mesmo tema: o Salvador.


O tema do natal não é que nasceu um menino, embora tenha nascido um menino; o tema do natal não é que nasceu um Rei, embora tenha nascido um Rei. O tema do natal é que veio o Salvador do mundo.

3. – Vejamos em Lucas 2:25-30, o v.30. Jesus foi levado aos oitos dias de vida pelos seus pais para ser circuncidado no templo, como era a lei judaica. Estava lá um homem justo e temente a Deus, Simeão, que aguardava a promessa da vinda do Messias. Quando este idoso Simeão vê o bebé Jesus ao colo dos pais, ele diz: Pois já os meus olhos viram a tua salvação. Estão a ver?


Este idoso olha para Jesus e diz que está a ver, não apenas o Salvador, que é, mas que está a ver a salvação de Deus. Jesus é a salvação. Jesus disse: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.


A história do natal é que a salvação de Deus foi enviada ao mundo. A salvação não é apenas um plano, que é, mas é uma Pessoa, Jesus Cristo: …o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo.


É isto que celebramos no natal. Está é a verdadeira história.

Se nós nos pudéssemos salvar a nós mesmos, então não precisaríamos de um Salvador.

Se houvesse algo em nós ou algo que nós pudéssemos fazer, se alguma boa obra nossa nos salvasse, se nós pudéssemos ser bons o suficiente para entrar no céu, então por que é que Deus mandaria o Seu Filho para Salvador do mundo?



Mas a história divina do Natal encerra em si mais lições profundas e únicas que precisamos de conhecer. Por isso, voltemos a I João 4.



II. O Amor de Deus - I João 4:9-11

João aqui baseia o seu argumento da dádiva histórica de Jesus no quê? No amor de Deus. Depois de dizer claramente no v.8 que Deus é amor, João diz que Deus provou, que Deus MANIFESTOU, Deus expressou o Seu amor enviando o Seu Filho à terra.



Vejam o v.9, onde está o facto concreto de que Deus TANTO nos amou que enviou o seu Filho unigénito ao mundo. Houve muitas manifestações do amor de Deus, mas nenhuma a este nível. Esta é a verdadeira razão do natal.



Vejam o v.16: E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor… 



      A vinda, a encarnação de Cristo é, pois, uma revelação concreta e histórica do amor de Deus. Nunca houve, nem nunca haverá maior dádiva do que a dádiva que Deus fez do Seu Filho. Esta é a verdadeira razão de celebrarmos o natal. O amor de Deus comprovado em Jesus em carne.



III. Deus enviou o Seu Filho para ter um relacionamento connosco

A Bíblia ensina-nos que foi Deus o Autor deste relacionamento. Foi Deus quem deu o primeiro passo, não nós. Vejam o v.19: Nós o amamos a ele… - PORQUÊ? - , porque ele nos amou primeiro. É um amor que quer um relacionamento pessoal.



O v.10 diz que o amor primário não é nosso, mas o de Deus, amor incondicional, e todo o amor que houve, ou que há em nós é apenas uma resposta ao amor original, o amor de Deus. Foi Deus quem nos amou primeiro: Nisto está o amor, não em que NÓS tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho…



Foi Deus Quem iniciou o processo, o plano da salvação. Foi o Seu amor. Nós estávamos perdidos, mas Ele veio, Ele procurou-nos, Deus iniciou a redenção, o Pai iniciou a reconciliação, foi Deus Quem deu o primeiro passo para o relacionamento com o homem. Isto é natal.



        Mas agora queria que prestássemos atenção às três afirmações em cada uma delas diz que Deus enviou o Seu Filho (vs.9,10,14). Filho, indica singularidade. Jesus é o Filho no sentido absoluto, é o unigénito, único. O escritor, João, usa esta expressão para nos dizer que não se pode conceber nenhuma dádiva maior de Deus porque não era possível nenhuma dádiva maior. Foi este o Seu dom inefável, do Filho unigénito, pois não tinha outro (II Co.9:15).



1.º- Deus enviou o seu Filho… para que por ele vivamos (v.9)Jesus veio para vivermos por meio d’Ele, para que pudéssemos ter vida eterna. Isto é o natal.



2.º- …Deus enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados (v.10) – O que significa “propiciação”? É apaziguar a ira de alguém e relacionar-se com ela por meio de uma oferta.



A maravilhosa verdade do evangelho é que somos salvos da ira de Deus e reconciliados com Ele porque Deus tomou a iniciativa e enviou o Seu Filho ao mundo.

Este Filho deu a Sua vida em sacrifício na cruz para pagar a culpa dos nossos pecados.



Estávamos mortos em ofensas e pecados, debaixo da ira e do juízo de Deus.

Nós, pecadores, não podíamos resolver o problema dos nossos pecados.

Mas Jesus foi à cruz satisfazendo a justiça do Deus Santo, apaziguando a Sua ira. Isso é propiciação.



Nós não conseguíamos resolver o problema do nosso pecado, não temos essa capacidade.



Vejam I João 3:4-5. Qualquer que pratica o pecado – E ISSO SOMOS TODOS NÓS – também transgride a lei; porque o pecado é a transgressão da lei. Ou seja, basta uma pequena desobediência a Deus e já somos transgressores.

Mas observem o v.5: E bem sabeis que ele se manifestou – ou seja, JESUS VEIO AO MUNDO – para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado.  

Por isso é que Jesus é nosso Salvador e propiciação, porque é perfeito.



3.º- …o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo (v.14) – Somos pecadores, precisamos de um Salvador e Jesus veio para salvar não apenas a mim, ou a ti, mas ao mundo todo.



Conclusão

Eu nunca poderia resolver a culpa do meu pecado, mas apenas Jesus. Por isso o Pai O enviou ao mundo. Então, natal é o envio do Filho para essa reconciliação do pecador com Deus. Deus tinha que Se fazer carne, Deus tinha que Se manifestar em carne, Deus tinha que habitar entre nós.



Natal traz a revelação da salvação de Deus, a prova do Supremo amor de Deus em Jesus, enviado do céu à terra.

Jesus aqui nasceu e viveu como homem perfeito para salvar o homem perdido: Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós… (I João 3:16).



Porque Deus amou o mundo, de tal maneira, que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3:16)


Se queres celebrar verdadeiramente o natal, crê neste Jesus, crê na Sua obra salvífica na cruz. Crê em Jesus neste natal, se ainda o não fizeste, para poderes receber gratuitamente a salvação eterna de Deus.



                        Moreira, 23 de Dezembro de 2018 (17h)  

Rui Simão
Pastor na igreja evangélica baptista em Moreira da Maia
(adaptado de Pr R. J.)

terça-feira, 13 de novembro de 2018




Os Sacrifícios Levíticos – A Oferta pelo Pecado

O Tabernáculo e a Adoração

Quando uma alma pecar, por ignorância, contra algum dos mandamentos do SENHOR…   (Levítico 4:1-35)
  
Introdução
     Em primeiro lugar, não compreenderemos profundamente a obra de Jesus Cristo, a adoração a Deus, a forma do pecador se aproximar do Deus Santo e Justo se não tivermos a base do AT, em especial aqui em levítico.

               Tudo apontava para Jesus e tudo se cumpriu no Senhor Jesus Cristo.

         Neste segundo artigo temos a conclusão do tema com os últimos dois estudos: A Oferta pelo Pecado e a Oferta pela Expiação da Culpa.

Levítico é o grande livro dedicado à adoração a Deus. Deus determinou 5 ofertas em Levítico para louvor, gratidão, adoração e para perdão de pecado e de culpa. Cinco ofertas aceitáveis para se aproximar do Senhor e restaurar o relacionamento com Ele:
Três Ofertas Voluntárias: Holocausto, Oferta de Manjares, Oferta de paz ou Pacífica;
Duas Ofertas Obrigatórias: Oferta pelo pecado e a Expiação pela culpa.

 Uma grande diferença entre estas Ofertas Obrigatórias é que as Ofertas pelo pecado e pela culpa não eram queimadas no altar do Pátio, mas sim fora do arraial de Israel, num fogo consumidor. A vítima, um animal, era investida da culpa do pecado do ofertante, o pecado era transferido para o animal pela imposição das mãos, e a sua vida era tomada em lugar do pecador ofertante.

   Juntas, estas duas ofertas apontam para Jesus que levou sobre Si na cruz a maldição do pecado de todo o mundo. A Sua morte cumpriu todas as exigências divinas para o pecador culpado. Ele foi feito pecado por nós (II Cor.5:21), …o justo pelos injustos para levar-nos a Deus (I Pd.3:18).

I. A Oferta pelo Pecado – 4:1-35
        Chegamos agora à primeira das duas Ofertas Obrigatórias: A Oferta pelo Pecado.
        Lições bíblicas, espirituais, muito ricas e importantes o Senhor nos dá aqui.
v.2 - Quando uma alma pecar, por ignorância, contra algum dos mandamentos do SENHOR…    
       Já cometeu algum erro que só veio  perceber mais tarde? Embora não tenha sido um pecado intencional, não deixou de ser pecado. Olhem a santidade e a exigência de Deus. Falamos de atos feitos por pessoas sem intenção, mas aos olhos de Deus são transgressões às suas leis. O cap. 4 menciona alguns destes pecados não intencionais e como os israelitas poderiam obter o perdão.

            Muitos são tentados a falar e a pensar, levianamente, que pecados cometidos por ignorância ou não são pecados, de facto, ou serão de muito pouca importância. Mas tais pensamentos não são os pensamentos de Deus: E, se alguma pessoa pecar, e fizer, contra algum dos mandamentos do Senhor, aquilo que não se deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo será ela culpada, e levará a sua iniquidade. (Lev.5:17). Este é o veredicto de Deus em relação aos Pecados da ignorância que cai sobre todo o mundo.

          Vamos ponderar nisto. Ignorância não é inocência. Mas é o resultado de uma vida de rebelião prolongada contra a luz, e de brincar contra a verdade de Deus. A consciência e o coração tornam-se tão endurecidos que facilmente se cometem os pecados mais horríveis. Saulo de Tarso, fariseu zeloso, enquanto perseguia a igreja, acreditava que prestava um serviço a Deus: A mim, que dantes fui blasfemo, e perseguidor, e injurioso; mas alcancei misericórdia, porque o fiz ignorantemente, na incredulidade. (I Tim.1:13).

      A ignorância não o isentou de pecado. Com muita frequência ouvimos dizer: “Podemos fazer isto e aquilo com uma consciência tranquila”. Mas a consciência do homem não é o padrão, mas sim o que diz o Senhor. Uma consciência que não é guiada pelas Escritura é um instrumento terrível nas mãos de Satanás. Nós temos o Livro que tem a revelação completa da vontade de Deus e, por isso, temos a responsabilidade de lhe obedecer.

Todos somos pecadores. Mas aprendamos bem como é resolvido o problema do pecado perante Deus. Deus não perdoa pecados por meio de boas obras nossas. Não!
O próprio Deus explica na Sua Palavra: …sem derramamento de sangue não há remissão… porquanto é o sangue que fará expiação pela alma. (Hb.9:22; Lv.17:11).
          O sangue é a vida. Por isso, aqui são animais que derramam o seu sangue em substituição da pessoa pecadora culpada. Mas apontava para o futuro, quando o próprio Filho de Deus daria a Sua vida em sacrifício pelo pecado do mundo numa cruz.

A quem se destinava esta Oferta pelo Pecado?  Era para aqueles que cometiam um pecado sem o perceber ou cometiam-no por fraqueza ou negligência, e não por rebelião hostil contra Deus.
Animais diferentes eram sacrificados por diversos tipos de pecado, mas a morte de Jesus Cristo foi o sacrifício único e final por TODO o tipo de pecado do mundo (Hb 9.28a).

O que faziam as Ofertas Pelo Pecado? Elas expiavam o pecado, (liquidavam a dívida, a culpa por completo). Vejam a constante repetição em 4:4, 21, 26, 32, 35, 5:6, 9, 11, 12.

     Nesta Oferta está em vista QUEM pecou. Há 6 ofertas diferentes para 3 classes de pessoas que pecam. 1ª Classe de pessoas: O sacerdote ungido (4:3) ou toda a congregação de Israel (4:13);
2.ª Classe de pessoas: Um príncipe, um líder (4:22), ou qualquer outra pessoa do povo da terra (4:27); 3.ª Classe de Pessoas: Uma pessoa pobre (5:7) ou uma pessoa muito pobre (5:11).

1. O Sacerdote ungido – (v.3) A gravidade do pecado de um sacerdote ungido, para escândalo do povo. O que tinha que fazer? …oferecerá, pelo seu pecado, que cometeu, um novilho sem mancha ao SENHOR. E era o próprio sacerdote a fazer todo o sacrifício.

2. Toda a congregação de Israel - (v.13) (toda a igreja) - Era pecado sério e era exigida a mesma oferta: …oferecerá um novilho… (v.14). Quem tinha que levar a oferta eram os anciãos da congregação e publicamente tinham que pôr as suas mãos sobre a cabeça do novilho.

Nestes dois casos, o animal era morto junto ao Altar dos Holocaustos, o sacerdote levava sangue para dentro da Tenda da Congregação e com o dedo, espargia-o sete vezes perante o SENHOR, diante do véu, para o chão (4:6,17). Depois, também punha sangue sobre as pontas do altar do incenso, de ouro. O resto do sangue era derramado à base do altar do holocausto.
Tirava a gordura do novilho e queimava-a sobre o altar, só a gordura, pois esta era para Deus. Todo o resto do animal, era levado para fora do arraial, a um lugar limpo, e ali tudo era queimado com fogo sobre a lenha. (4:10-12, 21). Era um sacrifício pelo pecado.
O v.20 diz o que acontecia: … e lhes será perdoado o pecado.
Notem bem. O sangue da expiação era levado o mais perto possível de Deus, o Véu. Ao ser o sangue também aplicado no altar de ouro, do incenso, mostra que seria levado até Deus com o incenso que ali se queimava. Assim, a regra do Senhor para estes dois casos era o sangue ser levado lá dentro da Tenda da Congregação e o animal queimado lá fora do arraial.

Porque é que o animal era queimado fora do arraial? Hebreus 13:11-12 explica bem. Apontava para Jesus, nosso Salvador. A lição principal a tirar para nós é a seriedade do pecado.

3. O Príncipe a pecar – (v.22) Deus requeria o oferecimento de um bode, macho sem mancha. Tinha que pôr a sua mão sobre a cabeça do bode  e sacrificá-lo junto ao altar dos holocaustos perante a face do SENHOR; expiação do pecado é (4:24). O sangue era aspergido somente uma vez, e o restante era vertido ao redor do altar como com o oferecimento queimado.

4. Qualquer pessoa do povo – (v.27) Deus pediu a oferta de uma cabra fémea… ou uma cordeira. Também era morta junto ao Altar do Pátio, pondo a sua mão sobre a cabeça da expiação do pecado (4:29, 33).

Nestes dois casos, do pecado de um príncipe ou de qualquer pessoa do povo, tudo era resolvido ali, nada ia dentro da Tenda. O sacerdote, com o seu dedo, punha sangue do animal sobre as quatro pontas do altar dos holocaustos, o restante derramava na sua base e a gordura do animal era queimada sobre o altar (4:26, 31,35). Assim, era feita a expiação e lhe será perdoado o pecado. Uma vez mais, a gordura era queimada do Altar para Deus.

5. Alguma pessoa a pecar – (5:1) - Chegamos à 3.ª Classe de Pessoas, os pobres. Não tem uma ovelha, nem uma cabra para oferecer pelo seu pecado. O que pode fazer? Lembram-se quando nasceu o nosso Salvador Jesus o que ofereceram José e Maria? Dois pombinhos. Porquê? Porque eram pobres.
Assim, para as pessoas pobres, em Lev.5:7, Deus possibilitou … duas rolas ou dois pombinhos; um para a expiação do pecado e o outro para o holocausto.
Mas e se a pessoa for muito pobre e nem tiver sequer duas simples aves? Em 5:11 Deus permitiu que oferecesse a décima parte de um efa de flor de farinha, para expiação do pecado. Esta era a medida do maná que todas as manhãs o povo apanhava para comer.  

Conclusão - Há possibilidade de perdão para toda e qualquer pessoa. Mas cada pessoa tinha que se apresentar perante Deus com uma Oferta pelo Pecado em busca de perdão. Hoje, o pecador apresenta-se perante Deus com a Oferta pelo Pecado, Jesus Cristo.
Devemos confessar os nossos pecados de ignorância. O Senhor Jesus Cristo é Aquele que se tornou a Oferta pelo Pecado. A Oferta pelo pecado tinha que ser de um animal sem mancha, sem defeito. Jesus foi o cordeiro imaculado e incontaminado (I Ped.1:19). Jesus não cometeu pecado nem na sua boca se achou engano (I Pe.2:22). Jesus não conheceu pecado (II Cor.5:21).
A Oferta pelo pecado era uma coisa santíssima. Uma vida tinha que ser sacrificada. O ofertante punha a sua mão no animal, confessando o seu pecado, que era transferido para a vítima que era sacrificada perante o Senhor. Ao morrer, o sangue era derramado na base do altar e todas as exigências de Deus eram satisfeitas. O salário do pecado é a morte (Rom.6:23) e Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras (I Cor.15:3). Assim, Jesus é o cumprimento de todas as Ofertas pelo Pecado.
O que fazer? Que cada pecador creia em Jesus como seu salvador, O qual Se deu a Si mesmo pelo pecado de todo o mundo. É a voz de Deus que diz que Jesus foi a perfeita e total Oferta pelo pecado e pela culpa: a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado. (Is.6:7); Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. (Sl.32:1).  

                        Moreira, 29 de Novembro  de 2018 (RO)

O Tabernáculo e a Adoração
Os Sacrifícios Levíticos – A Oferta pela Culpa
Quando alguma pessoa pecar, e transgredir contra o SENHOR… como pecou e tornou-se culpado… e a sua expiação trará ao SENHOR… para expiação da culpa… (Levítico 46:1-7)

Introdução – Vamos ler Mateus 5:23-24: Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24. Deixa ali diante do altar a tua oferta…  A que se refere o Senhor Jesus com estas palavras?
       Que Oferta e que Altar são estes? A resposta e a compreensão encontra-se em Levítico.

Levítico é o grande livro dedicado à adoração a Deus. Deus determinou 5 ofertas em Levítico para louvor, gratidão, adoração e para perdão de pecado e de culpa. Cinco ofertas aceitáveis para se aproximar do Senhor e restaurar o relacionamento com Ele:
Três Ofertas Voluntárias: Holocausto, Oferta de Manjares, Oferta de paz ou Pacífica;
Duas Ofertas Obrigatórias: Oferta pelo pecado e a Oferta da Expiação pela culpa.

Uma grande diferença entre estas Ofertas é que as Ofertas Obrigatórias pelo pecado e pela culpa não eram queimadas no altar do Pátio, mas sim fora do arraial de Israel, num fogo consumidor. A vítima, um animal, era investida da culpa do pecado do ofertante que era transferido para o animal pela imposição das mãos, e a sua vida era tomada em lugar do pecador ofertante. Vimos que a ordem de Deus para que o animal fosse queimado fora do arraial era figura do lugar onde o Salvador seria sacrificado, fora da cidade (Heb.13.12).

Não esqueçamos que mesmo quando transgredimos ignorantemente, sem o saber, somos culpados na mesma perante Deus.

O Salmo 19 fala da excelência da Palavra de Deus. No v.11 diz que os mandamentos do Senhor servem para nos avisar, admoestar e em os guardar há grande recompensa. Prosseguindo para o v.12, fala dos pecados por ignorância: Quem pode entender os seus erros? Purifica-me dos que me são ocultos. São pecados que cometi, mas sem o saber.

Mas sou culpado na mesma perante Deus, tal é a Sua justiça e santidade. Já o v.13 fala do pecado voluntário, do seu forte perigo de dominar o pecador, mas com a proteção do Senhor teremos grande vitória.

I. A Oferta pela Expiação da Culpa – Caps.5 e 6
          Chegamos agora à segunda das duas Ofertas Obrigatórias: A Oferta pela Culpa.

1. O que era a Oferta pela Expiação da Culpa?
A Oferta pela Expiação da Culpa era para fazer expiação pelos pecados cometidos conscientemente, voluntariamente. Esses pecados envolviam prejuízos causados ao próximo, violações da propriedade. Tinha a ver com culpa de pecados que envolviam fraudes, furtos, extorsão, injustiças que os homens geralmente cometem contra os seus semelhantes.
   
   Diferentemente da Oferta pelo Pecado, onde Deus ressalta vários tipos, classes de pessoas que pecaram – o sacerdote ungido, o príncipe, toda a congregação – agora o que é salientado não são as pessoas, mas os atos, os tipos de transgressões, de pecados cometidos.


2. Levítico 5:1-6Vejam que aqui Deus fala de pessoas individualmente a pecarem por si e contra si mesmas: E quando alguma pessoa pecar… (v.1) … ou quando alguma pessoa tocar… (v.2) …ou quando alguma pessoa jurar… (v.4). Vejam que no fim de cada versículo Deus declara: …será ele imundo e culpado; …será culpado…

Vemos as diveferentes transgressões que envolvem toda a pessoa: ouvir… o que viu (v.1), …tocar… (vs.2,3), …jurar… (v.4): ouvidos, olhos, mãos, boca, quer seja o próprio a fazer ou porque tomou conhecimento que outro pecou.
       São pecados envolvendo o nosso corpo, mas que também envolve outros que o saibam.

Nos vs.5 e 6, Deus é claro na seriedade da culpa do pecado.

3. Levítico 6:1-7Já no cap.6:1-7, Deus fala do pecado contra o seu próximo, envolvendo outras pessoas. Agora, não bastava apenas oferecer o sacrifício pela sua culpa, mas tinha que devolver o preço, o valor, ou a coisa envolvida no pecado que cometeu.

Mas havia mais ainda. Tinha uma multa: …e o restituirá no seu todo, e ainda sobre isso acrescentará o quinto (v.5).
Assim, a pessoa prejudicada era beneficiada no seu prejuízo, recebia MAIS.

Vejam que no início deste cap. 6 é lembrado que Moisés recebe orientação divina. As ordens são de Deus: Falou mais o SENHOR a Moisés… (v.1). São notórias as referências de Deus à culpa: …porquanto pecou e ficou culpado… (v.4);

A culpa tem em vista a ofensa causada pelo pecado. Por isso, as ofertas exigidas por Deus salientavam a ideia de reparação dessa culpa com a multa de 20% como restituição.

O v.2 salienta contra quem é o pecado: Quando alguma pessoa pecar, e transgredir contra o SENHOR. Cada pecado é uma ofensa à Majestade do céu, contra o governo santo de Deus. Mesmo que seja contra o homem, é primeiro contra Deus.
Davi pecou contra Urias, mas diz: “…contra ti somente pequei… ”.
Um pecado contra uma pessoa é, na verdade, um pecado contra Deus. Foi o que reconheceu o rei David no Salmo 51:3-4.

O v.3 mostra a grande verdade da condição pecaminosa do ser humano: …de todas em que o homem costuma pecar. A força do pecado. O homem costuma pecar.

4. Expiação Necessária
Os vs.6-7 têm o mandamento do Senhor para tratar a ofensa da culpa pelo pecado.
Por causa da culpa do pecado tinha que haver EXPIAÇÃO perante Deus. Isso era feito por meio da oferta sacrificial estipulada pelo Senhor.

O culpado dirigia-se ao tabernáculo/templo, arrependido:  E a sua expiação trará ao Senhor: um carneiro sem defeito do rebanho, conforme à tua estimação, para expiação da culpa trará ao sacerdote; E o sacerdote fará expiação por ela diante do Senhor, e será perdoada de qualquer das coisas que fez, tornando-se culpada.

5. O que faziam as Ofertas pela Culpa?
Elas expiavam a culpa do pecado, (liquidavam a dívida, a culpa por completo).

O pecador, angustiado e com medo da sua culpa, dizia: “Como me salvarei das consequências do meu pecado?”.
Por isso, Deus providenciou a expiação da sua culpa através da oferta de um animal, ou duas rolas e dois pombinhos, ou uma décima parte de um efa de farinha, de acordo coma s suas possibiliades económicas familiares: Será, pois, que, culpado sendo destas coisas, confessará aquilo em que pecou.  Mas saía dali livre da sua culpa.

Recorda-nos I João 1:9: Se confessarmos o nosso pecado, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.


Conclusão
Todas as Ofertas Levíticas apontavam e cumpriram-se cabalmente na cruz do Senhor Jesus Cristo. Na Antiga Aliança da Lei, essas ofertas e sacrifícios tinham que ser feitas diariamente. Na Nova Aliança, Jesus cumpriu tudo numa só vez: Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados. (Heb.10:14). Jesus foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades… quando a sua alma se puser por expiação do pecado… (Is.53:5,19).

Quão benditas são para o pecador atribulado pela culpa as novas de que Jesus foi, verdadeiramente, a Oferta pela ofensa, pela culpa do trasngressor.

Não tínhamos com que pagar a nossa culpa perante a justiça e a santidade de Deus, mas Jesus pagou-a plenamente na cruz. Quão doce foi o momento quando pela primeira vez avistámos o Cordeiro de Deus e vimos todas as nossas culpas perdoadas: E, quando vós estáveis mortos nos pecados…vos vivificou, juntamente com ele, perdoando-vos as ofensas (Col.2:13).

Que rejozijo em Jesus, a Oferta divina pela Ofensa e pela nossa Culpa. Onde estaríamos se não fosse a eficácia da grande Oferta pela Expiação da Culpa que jamais perderá o seu valor?

Por causa da nossa fé na Pessoa e Obra de Jesus, podemos confiadamente clamar como David no Salmo 51: Purifica-me com hissopo, e ficarei puro: lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. (v 7). Este é o aspecto da cruz que foi a Oferta pela culpa.
  
É a voz de Deus que diz que Jesus foi a Oferta pelo pecado e pela culpa: a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado. (Is.6:7); Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. (Sl.32:1)

                    Moreira, 13 de Dezembro de 2018 (RO)

Rui Simão
Pastor na Igreja Evangélica Baptista em Moreira da Maia