quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

 



O Nascimento de Jesus Cristo – A Importância de José

Ora, o nascimento de Jesus Cristo, foi assim: Que estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.

Mateus 1:18-25 

Evangelho de Mateus – Jesus, o Cristo, Messias, Rei, Senhor

Introdução De todas as pessoas envolvidas para a encarnação do Filho de Deus, para o nascimento de Jesus Cristo, José, seu pai adotivo, será a mais esquecida. Ele é visto como se tivesse sido apenas um expetador, perto dos acontecimentos, mas não envolvido.

 

Mas José está lá, sempre presente. Atentemos para a importância de José ter obedecido a Deus, humilhando-se para fazer o que Deus lhe pediu. Mas, há poucas mensagens sobre José. Jesus é o centro dos hinos de Natal. E a seguir a Jesus, quem mais? Maria! José praticamente não entra nos hinos da encarnação do Cristo, como se nem lá estivesse.

 

            Na verdade, José não teve nada a ver com a gravidez de Maria. Ela era virgem. Quem teve tudo a ver foi o Espírito Santo. E este texto quer trazer para o centro o que é importante na encarnação do Messias: A Pessoa divina do Espírito Santo e o nascimento virginal de Jesus, doutrina essencial para a fé cristã e para a redenção.

 

            José é apenas o pai adotivo do Salvador, do Filho de Deus incarnado. Mas José não foi um mero espetador dos acontecimentos. Na verdade, José, carpinteiro (Mt.13:55) providenciou tudo o que foi necessário para Jesus como um filho, o Seu crescimento.

            Foi José quem amou a Maria numa gravidez suspeita, totalmente fora do normal, manteve o lar, a família.

             

I. O Entusiasmo de José – Desposado com Maria – v.18

          Segundo a tradição judaica da altura, as famílias decidiam bem cedo quem casaria com quem. Quase todas as jovens judias desposavam os seus futuros maridos por volta dos seus 14 a 16 anos de idade. Os homens eram mais velhos, teriam pelo menos 20 anos de idade. Havia uma cerimónia em que os dois ficavam comprometidos quando se desposavam, um verdadeiro contrato para o futuro casamento dentro de 1 ano. Eram considerados os dois já casados, mas não se ajuntavam, não se uniam intimamente.

          Não temos dúvidas de que José e Maria estavam felizes, entusiasmados.

         

II. O Choque – …antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do E.S. – v.18

          Mas eis que José vai passar do entusiasmo para o choque com a notícia de que Maria, antes de se juntarem como marido e mulher, fica grávida.

Nós sabemos pelo Evangelho de Lucas que Maria foi visitada pelo anjo Gabriel que lhe anuncia que foi escolhida por Deus para ser a mãe do Filho de Deus. Maria pergunta como é que isso seria possível, porque não vivia com nenhum homem. O anjo explica que será algo sobrenatural, tudo feito pelo poder do Espírito Santo de Deus (Lc.1:34-35).

 

 Nenhum outro documento do NT refere o nascimento virginal de Cristo senão Mateus e Lucas. Fica claro que o pai de Jesus é o E.S.. Também se vê a personalidade do E.S., distinto do Pai e do Filho. A clareza da Trindade divina, Deus uno em três Pessoas.

 

III. José confuso – vs.19

 Agora temos a oportunidade de conhecer melhor José e a sua conduta. Temos a clara afirmação de que era justo. Uma pessoa correcta, íntegra, confiável, de respeito.

Como qualquer família em formação, tinha sonhos e desejos, planos futuros. Mas eis que todas essas esperanças desaparecem, tristemente. Reparem a firmeza do noivado: José, seu marido. José tinha três opções: 1. Expor Maria publicamente como tendo sido esposa infiel e ficado grávida. Pela Lei de Moisés, seria morta por apedrejamento. 2. Pedir o divórcio, deixá-la secretamente e ficar Maria entregue à sua sorte. 3. Casar com Maria.

 

José pensou e estava decidido pela opção 2. Isto porque ele era um homem justo, de compaixão e não queria escândalos. Era homem pacífico e de bom coração. Ele viu a "aparência do mal" nela que era sua esposa. Mas não fez nada precipitadamente. Ele esperou pacientemente para ter algum esclarecimento. Com toda a probabilidade, ele colocou o assunto diante de Deus em oração.

 

        Não sabemos por quantos dias e noites José sofreu, matutou neste grande problema.

O v.20 diz que pensando ele nisto. Estava às voltas com qual decisão tomar. O assunto era insuportável para ele. Sem dúvida que Maria procurou acalmá-lo, explicou-lhe que ela era fiel, que tudo fazia parte do plano de Deus, que um anjo lhe apareceu.

 

IV. José com receio – vs.20-21

 Ele recebeu uma mensagem direta de Deus sobre o assunto de sua ansiedade, e foi imediatamente aliviado de todos os seus medos. Como é bom esperar em Deus!  Eis que Aquele que conhece todos os corações e as intenções secretas de cada pessoa, decide enviar outro anjo para falar com José em sonho. Para os judeus não era nada fora do comum Deus falar por visões e em sonhos.

 

Por isso, José não duvidaria da mensagem. De que é que José estava com medo?

De tantas coisas? Da família, dos vizinhos e amigos, das conversas, do futuro de Maria, pois amava-a, do futuro dos dois.

Por isso, o anjo celestial diz-lhe: Não temas.

O anjo confirma que tudo o que estava a acontecer com Maria, sua mulher, provinha de Deus. As palavras querem, mais uma vez, confirmar o nascimento virginal de e Jesus. José não era o pai, nenhum outro homem era o pai, mas sim tudo obra do poder do Espírito Santo. Jesus foi concebido pelo E.S. no ventre de Maria, uma virgem.

 

     No v.21 José recebe a mensagem igual à de Maria (Lc.1:31) com o nome que seria posto ao menino, JESUS. O motivo é que José e Maria receberam o direito de serem os pais dAquele que vinha para ser o Salvador do mundo, salvando todos os que crerem nEle. Os que creem em Jesus são feitos filhos de Deus e povo de Deus. Estes, são salvos por Jesus.

Deus não enviou o seu Filho ao mundo para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. (Jo.3:17)

 

V. José está feliz e em paz – vs.22-25

Nos vs.22-23, o anjo vai mostrar a José que finalmente se estavam a cumprir todas as profecias divinas sobre a vinda do Messias Salvador a Israel. Uma dessas profecias era a do profeta Isaías, com 700 anos, Is.7:14. Uma vez mais a ênfase é o nascimento virginal de Jesus.

Tem o segundo nome de Jesus. O primeiro nome, Jesus, é o do Seu ofício, o segundo nome aponta para a Sua natureza: Emanuel, Deus connosco.

Jesus é divino. Este nome implica a sua divindade, Deus. e a Sua humanidade, connosco, entre nós, no meio dos homens. Deus manifesto em carne humana.

 

Como compreender estas coisas? São assuntos muito misteriosos. São profundidades que não temos capacidade para entender. São verdades que não temos mente suficiente para compreender. Não tentemos explicar coisas que estão acima da nossa débil razão. Contentemo-nos em crer com reverência, e não especular sobre assuntos que não podemos entender.

Basta que possamos saber que com Aquele que fez o mundo nada é impossível. Descanse na verdade aqui revelada, que Jesus Cristo foi concebido pelo Espírito Santo no ventre de uma mulher virgem, de quem nasceu.

Gabriel explica isto a Maria em Lucas 1:36-37.

 

Que revelação fantástica e que honra e responsabilidade, ao saber que, de entre todas as famílias de Israel, coube a José e a Maria serem a família do próprio Messias.

 

          A mensagem do anjo não deixa dúvidas, era de Deus. Teve conhecimento perfeito e apressou-se em fazer a vontade de Deus. Não argumentou, a sua fé estava segura. Que lição! José está de novo feliz por fazer parte do plano de Deus para a salvação do mundo.

 

 No v.24, José dá o passo e muda a sua decisão de pensar em deixar Maria para a receber por sua mulher ainda antes do tempo normal do noivado. Certamente falou com Maria sobre o assunto, completou o contrato de casamento, fez a festa.

 

O v.25 é muito importante. José casa com Maria mas não vai ter nenhuma relação íntima sexual de marido e mulher com ela até que Jesus nascesse. Ou seja, Maria permaneceu virgem até ao nascimento do Filho de Deus. Isto é importante e José teve um papel decisivo para que o mundo saiba que Jesus não é filho de nenhum homem.

Se Jesus fosse filho de um homem, herdaria a natureza pecaminosa do homem e não poderia ser o Salvador do mundo. Isto era um assunto divino.

E José obedeceu e pôs o nome de JESUS ao menino que nasceu da sua mulher virgem.

 

Dezembro 2023

Rui Simão, pastor