quinta-feira, 1 de janeiro de 2015



O  homem   que   rejeitou   o   perdão


 Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigénito Filho de Deus.
João 3:18
(Este estudo é uma adaptação)
Introdução     
            Imagine ser condenado por um crime, premeditado ou não, do qual se arrependeu profundamente, e receber uma oferta de perdão que o absolve de qualquer penalidade. Aceitaria? Deixem-me contar-lhes um caso verdadeiro sobre um homem que não aceitou.

Propósito: Deus oferece o Seu perdão gratuito e todo o mundo deveria aceitá-lo com alegria e gratidão.

I. O crime cometido, a culpa e a sentença
         Em 1829, dois homens, George Wilson e James Porter, assaltaram o serviço de entrega dos correios dos Estados Unidos.  Ambos foram capturados e julgados por um Tribunal de Justiça. Em Maio de 1830, os dois homens foram considerados culpados de seis acusações e por "colocar em risco a vida do motorista”, e receberam as suas sentenças: morte por enforcamento, a ser executada em 2 de Julho. 

II. O perdão excepcional do Presidente
         Porter foi executado como previsto, mas Wilson não. Amigos influentes apelaram em seu favor e pediram clemência ao Presidente dos Estados Unidos, Andrew Jackson. O Presidente formalizou o perdão, retirando todas as acusações. Wilson teria apenas que cumprir uma pena de 20 anos por outros crimes.

III. A incrível recusa do perdão do Presidente
         Inacreditavelmente, o condenado George Wilson recusou o perdão do Presidente!
         Um relato oficial afirma que Wilson escolheu "abrir mão e declinar de qualquer vantagem ou proteção que pudesse advir do perdão”. Wilson também afirmou que "não tinha nada a declarar, e não desejava de maneira alguma tirar proveito com a finalidade de evitar a sentença”.

         O Supremo Tribunal dos EUA determinou: "A Corte não pode dar ao prisioneiro o benefício do perdão, a menos que ele reivindique esse benefício. É uma concessão que lhe é feita; é sua propriedade; e ele pode aceitá-la ou não, conforme queira.

         Um dos membros do Tribunal Supremo, John Marshall, escreveu: "O perdão é um acto de graça, que procede do poder a quem foi confiada a execução das leis; mas a entrega não se completa sem a aceitação. Ele pode, portanto, ser rejeitado pela pessoa a quem é oferecido, e não temos poder na Corte para impô-lo.” 

         George Wilson cometeu um crime, foi julgado e considerado culpado. Foi condenado à execução, mas um decreto presidencial garantiu-lhe perdão total. Ao escolher rejeitar o perdão, escolheu morrer.

         Lendo esta história extraordinária, podemos imaginar: "Como pode alguém rejeitar o perdão de uma sentença de morte? Esse homem foi um tolo.”

         Mas, e se as pessoas deste mundo estiverem também a rejeitar o perdão divino?

Se as pessoas rejeitam a bondade d’Aquele único que capacita a passar a eternidade na presença de Deus em lugar de estar eternamente separado d’Ele, no lugar que a Bíblia chama de inferno? 

IV. O delito cometido aos olhos de Deus, a culpa e a sentença
         Aqueles dois homens transgrediram as leis da nação americana e foram considerados culpados. A Bíblia ensina que todos somos pecadores, pessoas que quebramos as leis de Deus. Romanos 3.23, declara:" Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” E também:" Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.” (I João 1.8). 

         E quanto à penalização pelo pecado, quais são suas consequências? Está escrito: "Porque o salário do pecado é a morte…” (Romanos 6.23).

         O Antigo Testamento confirma: "A alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18.4). 

         Esta não é uma boa notícia para nós, mas Deus providenciou perdão e tornou-o disponível a todos nós. 

 V. O perdão excepcional do Senhor Deus
         Em II Pedro 3.9 lemos: O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para connosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” 

         E em I João 1.9 e Actos 3:19, o Senhor Deus explica que é preciso que aceitemos esse perdão: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.” 
         Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor.

         Deus concede o Seu perdão total, gratuito, imerecido, porque o Seu Filho Unigénito, Jesus Cristo, veio ao mundo, encarnou e morreu crucificado em lugar do culpado e condenado pecador. 

     A Bíblia diz que Jesus Cristo é o Salvador do mundo e que por Ele, unicamente por Ele, há esperança de salvação, de perdão dos pecados e das ofensas às leis e mandamentos de Deus: "E vimos e testificamos que o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo." (I João 4:14). Infelizmente, o mundo rejeita este Salvador amoroso e maravilhoso. Jesus Cristo é a pedra fundamental da salvação e do perdão divino. Mas tem que ser aceite e não rejeitado: "Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também, debaixo do céu, nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." (Actos 4:11-12)

            Conclusão
         Naquela altura, o mundo achou que estava louco aquele homem condenado à morte e que obteve o perdão total e imerecido do Presidente dos Estados Unidos da América e o rejeitou. Como era possível rejeitar a oferta da vida? Como era possível não aproveitar uma oportunidade única?

         E que diremos nós hoje das pessoas a quem falamos do perdão de Deus, um perdão total, gratuito, imerecido, e o rejeitam? É uma grande loucura e ingratidão rejeitar a oferta de escapar à condenação eterna no inferno e obter a vida eterna no céu. 

       A advertência de Deus é:Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos nós, se nos desviarmos daquele que é dos céus. (Hebreus 12:25) .

         A grande questão é: Vão receber ou rejeitar o perdão de Deus? Cada pessoa, individualmente, deve fazer esta importantíssima escolha: "Quem crê nele não é condenado, mas quem não crê já está condenado porquanto não crê no nome do Unigénito Filho de Deus”  (João 3.18).  

         Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto onde vossos pais me tentaram, me provaram, e viram por quarenta anos as minhas obras. Por isso me indignei contra esta geração, e disse: Estes sempre erram em seu coração, e não conheceram os meus caminhos. Assim jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso. Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado. (Hebreus 3:7-13)

         Para quem aceita o perdão, temos esta promessa:
         E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas… E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida. (Apoc.21:3-4; 22:17).

Rui Simão
Pastor na Igreja Evangélica Baptista de Moreira da Maia
Adaptado de Ken Korkow.