segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Apocalipse - A Chave da Revelação

As Últimas Palavras de Jesus à Igreja

A Chave da Revelação

Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim, diz o Senhor…”

Apocalipse 1:8-11

Introdução - Estas são as últimas palavras de Jesus à Sua Igreja! Porque é que Deus nos deu este livro? O Título e o motivo do livro estão logo no v.1: REVELAÇÃO… É uma revelação do futuro que aguarda a humanidade: …as coisas que brevemente devem acontecer… É uma revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu e que, pelo seu anjo entregou esta revelação ao Seu apóstolo João, o último apóstolo vivo. Isto ocorreu cerca de 65 anos depois da Sua ressurreição de entre os mortos. João encontrava-se exilado na ilha de Patmos e o v.9b explica bem a razão. 

          Enquanto a igreja de Jesus estava ser perseguida e muitos outros foram martirizados às mãos do imperador romano Domiciano, João foi banido para ali por causa da sua fé.

          Então, no meio dessa situação, Deus concedeu à Sua igreja esta grande revelação d’Ele mesmo e do futuro. E Jesus ordenou que toda a revelação fosse escrita num livro e que tudo fosse enviado às sete igrejas. O Senhor achou que aquelas igrejas precisavam deste livro. E não apenas elas, mas também nós hoje precisamos desta revelação.

 

          Mas antes de ter a primeira visão da revelação, João, o último apóstolo de Jesus vivo, recebe uma reafirmação do senhorio soberano de Cristo na história, o Governador de tudo.

 

         

I. Apocalipse apresenta-nos a Pessoa de Deus e do Senhor Jesus Cristo

          Todo o livro faz-nos uma descrição poderosa e majestosa de Deus no céu e uma apresentação gloriosa do Senhor Jesus Cristo. João repete e repete esta grande verdade da Pessoa de Deus e Jesus. Vamos ler com atenção para concluirmos que um dos propósitos é ensinar quem Deus é e que Jesus é este Deus: Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim… (Vejam bem Apoc. 1:4 e 5a, 7-8, 11-13; 21:4-6 e 22:12-13).

 

 

          Alfa e Ómega são as primeiras letras do alfabeto grego. Temos que nos apropriar da verdade desta afirmação de Deus. Por isso, não podemos ter apenas uma mensagem.

 

          O que significa? Eu sou… o princípio mostra a divindade de Jesus Cristo, que Ele é eterno, que Ele é incriado. “Não há nada, não ninguém antes de Mim, nada Me precede”. É uma declaração surpreendente.

 

          Vejam, Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Eu sou o Alfa, quer dizer que, na Divindade, Jesus não é o Beta, Ele é Deus. Ele é eterno, possui todos os atributos divinos. Jesus é absolutamente o início e o fim de tudo. Tudo começa e acaba n’Ele.

 

          Por exemplo, Isaías 44:6 diz: Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, e seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus. Reparem que afirma–se de Deus o mesmo que de Jesus. Ele tem a primeira e a última palavra da História. Nunca houve um momento em que Deus não estava.

 

          O Salmo 90:2 diz: Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.

 

          Deus é infinito. Deus é Santo, Justo, Misericordioso, amor, todos os atributos, e Ele nunca deixou de O ser, não melhorou, nunca começou a ser, mas sempre foi O que é e Quem é. Ele é eternamente tudo o que é. Cristo é o início de tudo, é o Alfa.

 

          Jesus é o propósito da história. A Bíblia diz que todo o Universo foi criado por Ele e para Ele mesmo, para a Sua glória, para manifestar tudo o que Jesus é. Tudo foi orientado em relação a Cristo, o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim. Tudo para manifestar essa grandeza. Vejam as portentosas palavras de Colossenses 1:15-19 sobre Cristo:

          O qual é imagem do Deus invisível, o primogénito (O Alfa) de toda a criação; Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogénito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse…

          Jesus é o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro, como diz Apoc. 22:13

 

         Olhando para a criação, nada do que foi criado expressa melhor a Pessoa de Deus, a não ser o eterno Filho de Deus. Hebreus 1:8, 10 revela o que o Pai diz do Filho: Mas, do Filho, diz… Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos.

 

O Universo inteiro com cada uma das suas partes, visíveis e invisíveis, poderes, anjos, tudo o que sabemos e que desconhecemos, tudo foi criado pelo Filho e para o Filho. Tudo é por causa do Filho, o Alfa e o Ómega. Deus queria que cada coisa que fosse vista no céu e na terra, na criação, queria que nós soubéssemos que foi criado por causa do Filho.

 

Deus criou a nossa fantástica mente para pensarmos em Cristo, criou o olho para um dia contemplarmos a Cristo. Deus criou todos os nossos sentidos para que por eles percebêssemos quão grande é o amor do Pai pelo Filho. Todo o Universo é uma expressão do dom do Pai para o Filho, porque tudo foi criado por ele e para ele, o Alfa e o Ómega.

 

Em Génesis 1:31 lemos que terminada a criação viu Deus tudo o que tinha feito, e eis que era muito bom. Porquê? Apenas porque o mar era bonito, o céu era lindo, os animais, as estrelas, etc? Não, mas sim porque tudo mostrava a glória de Cristo, do Filho, pois tudo foi feito para Ele. Deus via a glória do Filho amado reflectida na criação.

 

 Por isso, o Salmo 19 diz: Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia… A criação “fala” do grande amor de Deus pelo Filho exibida na majestade de tudo quanto foi feito. Assim, Jesus declara; Tudo quanto o Pai tem é meu.. (Jo.16:15)

 

Também em Génesis 1:26-27, vemos Deus ao criar o homem, dizendo, …à nossa imagem, conforme à nossa semelhança. O homem é a coroa da criação de Deus. Porquê? Porque no homem Deus pode expressar mais a glória de Cristo. Assim, em Rom.8:29 lemos que o propósito final é que o homem salvo será conforme à imagem de seu Filho. Tudo por causa da glória de Jesus, porque Ele é o Alfa e o Ómega de tudo.

 

I João 3:2 diz: Amados, agora somos filhos de Deus e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos.

Em Romanos 8:29 lemos: Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho. Este é o propósito máximo de Deus, de sermos a imagem de Cristo, Seu querido Filho, o Alfa e o Ómega.

         

Conclusão - A história está nas mãos de Cristo e, no final, a humanidade vai encontrá-Lo como Juiz, o Ómega. O futuro é certo porque Jesus é eterno. Jesus abrange toda a realidade. Ele é o princípio e o fim, o eterno Jesus, que criou todas as coisas, que fez com que todas as coisas viessem a ser e a existir, como vemos em Gén.1:1; No princípio, criou Deus os céus e a terra. E agora, em Apocalipse 21:6, Ele fará tudo de novo, eternamente: Eis que faço novas todas as coisas… Eu sou o Alfa e o Ómega.

 

E esta renovação de todas as coisas pelo Alfa e o Ómega inclui a satisfação da mais profunda necessidade do homem: a salvação, estar com Deus, fome e sede de Deus. Daí o convite a todos os homens: A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.

 

O caminho está aberto para todos que sentirem a sua necessidade e se voltem para Deus para serem satisfeitos. Ou beber do vinho da ira de Deus, o cálice do vinho da indignação da sua ira (Ap.14:10; 16:19; 18:3), ou, muito melhor, aceitar o convite, esta oferta da água da vida, a vida eterna, oferecida pelo Alfa e Ómega, o princípio e o fim.

 

E por fim, em Apoc.22:12-13, Jesus, o Alfa e o Ómega diz que cedo venho e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Ou seja, Ele vai criar tudo de novo, faz um convite para a salvação e tem um galardão para a dar a cada um.

 

Jesus, Deus, é a chave desta revelação à humanidade porque Ele é o Alfa e o Ómega, o primeiro e o derradeiro, o que é, e que era, e que há-de vir.

 

Moreira, 25 de Julho de 2019 (RO)

domingo, 31 de maio de 2020


 
Olhar para Deus, o Senhor, em tempo de Grande Crise 1

Regozijai-vos sempre… em tudo dai graças, porque essa é a vontade de Deus…
 (I Tes.5:16-18)


Introdução
Ainda no meio da crise desta Pandemia Covid-19 provocada pelo novo corona vírus, esta é a primeira mensagem da nossa igreja na reabertura das portas para permitir os cultos da forma o mais normal possível, mas ainda com muitas condicionantes.

De qualquer das formas, creio que, sem dúvida, este é um momento para fazermos DUAS coisas muito importantes:

1.- Momento de Gratidão ao Senhor
Este é um momento de grande agradecimento ao Senhor Deus pela Sua proteção e pelo Seu favor durante estes meses.  Agradecimento ao Senhor pelo Seu amor, pelo Seu cuidado demonstrado a tantos níveis e de tantas formas nas nossas vidas e nas dos nossos familiares. Levantemos os nossos olhos e os nossos corações e sejamos gratos ao nosso Deus.

Olhem o que diz a Palavra de Deus: Bom é louvar ao Senhor, e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo; Para de manhã anunciar a tua benignidade, e todas as noites a tua fidelidade. (Salmo 92:1-2); Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome. (Sl.100:4); Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. (Sl.136:1)

2.- Momento de Reflexão
Mas este também é o momento de reflexão. Não podemos perder de vista as lições que Deus nos quis dar e está a dar com esta pandemia. Achar que isto foi apenas mais um acontecimento no mundo e nas nossas vidas e não refletir, não meditar, será muito mau, será desperdiçar grandes ensinamentos. Por isso, a pergunta:

O que é que o Senhor Deus nos quis mostrar, ao Seu povo e ao mundo?

A Pandemia do novo corona vírus é a maior crise que afetou todo o mundo desde a Segunda Guerra Mundial. Reparem, esta pandemia veio pela ação de um vírus, aquele foi um conflito militar global que durou de 1939 a 1945, envolvendo a maioria das nações do mundo, incluindo todas as grandes potências. Morreram mais de 60 milhões de pessoas.

Esta Pandemia o que fez? Fechou o mundo inteiro – lockdown - e os acontecimentos ocorreram como peças de dominó que não paravam de cair uma atrás das outras a cada dia. Grandes danos caíram sobre a economia mundial e, consequentemente, sobre as populações e as famílias, por tudo ter fechado e parado apenas por cerca de 3 meses.
As repercussões ainda estão por determinar. Mas meditemos bem. O que é que pudemos ver? O poder draconiano, fortíssimo, dos governos sobre os detalhes da vida das pessoas que passou para um novo nível que nós não conhecíamos, mesmo nas nações livres.

Tudo isto parece uma simulação, um teste para o Anticristo que está para vir no poder do diabo. Vejam apoc.134,,7: …o dragão, que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?... e foi-lhe permitido fazer guerra aos santos e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua e nação. E certamente que o diabo poria o Anticristo a governar o mundo hoje se não houvesse quem o detivesse, o Espírito Santo de Deus: Porque já o mistério da injustiça opera; somente um que agora o retém até que do meio seja tirado (II Tes.2:7).

Como vimos, a OMS declarou uma Pandemia, indicou medidas sanitárias de confinamento, que tudo deveria fechar. E assim aconteceu na maioria das nações deste planeta. Foi declarado o Estado de Emergência e depois o Estado de Calamidade com as restrições impostas às pessoas e às empresas. Como vimos, com facilidade, mesmo nas maiores potências livres do mundo, as liberdades das pessoas foram cortadas. Vieram muitas restrições por causa da saúde. Foi decretado que não podíamos sair de nossas casas. Foi decretado o que poderia abrir e quem é que poderia sair e de que maneira. As igrejas e os lugares de culto foram fechados na maior parte do mundo.

Subitamente, a internet e o telemóvel assumiram os papéis principais. Tudo passou a ser online, as escolas, os médicos, etc. Imaginem só se os governos dissessem que para as pessoas poderem abastecer-se nos supermercados, nas farmácias, levantar dinheiro, etc, seria necessária uma senha e que essa senha só era dada às pessoas se as pessoas aceitassem determinada regra!  Esse será o cenário do Anticristo que virá. E se essa senha fosse contra os nossos princípios cristãos bíblicos? É por isso que isto foi um teste.

Então, devemos tirar todas as lições desta Pandemia. Algumas perguntas importantes:
Onde e como está o meu coração nisto tudo?
O que é que esta grande crise mostrou?
Como é que esta grande crise testou a minha coragem, a minha fé?
O que é que foi revelado? O que é que o Senhor me/nos quis mostrar e ensinar?

Aqui, gostaria de dividir a resposta em dois grupos: 1.º- Crentes e 2.º- Não crentes. Hoje apenas teremos tempo de tratar do primeiro grupo - Crentes.
Lições da Pandemia Covid-19 para os Crentes

I. Olhar para Deus, o Senhor, em tempo de Grande Crise
   Os crentes, os filhos de Deus no meio da Pandemia Covid-19

1. Será que eu realmente, verdadeiramente acredito que é Deus Quem muda os tempos e que os meus tempos estão nas Suas mãos?
          Vejam duas passagens bíblicas:  Falou Daniel, dizendo: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força; E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis. (Dan.2:20-21);
Mas eu confiei em ti, Senhor; e disse: Tu és o meu Deus. Os meus tempos estão nas tuas mãos… (Sl.31:14-15). Estamos a agir acreditando que isto é verdade?

2. Que os nossos corações estejam focados nas realidades do céu e não do mundo
          Nesta crise, não tiremos os nossos olhos da realidade bíblica: Portanto, se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; Porque estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória. (Col.3:1-4) No meio da crise nesta terra, temos os pés na terra, mas os olhos no céu.

3. Vamos manter a mente de um peregrino cuja cidadania está no céu e está simplesmente numa viagem, numa passagem por este mundo como se estivesse numa terra estranha
          Que possamos cantar do fundo do nosso coração:” Este mundo não é a minha casa. Estou apenas a passar por ele”. Não lancemos raízes profundas neste mundo. Não amemos este mundo como a mulher de Lot amava Sodoma e olhou para trás. Em desobediência à expressa ordem de Deus, ela olhou com pena para o mundo de pecado que Deus estava a destruir. Por isso temos a advertência solene de Jesus quanto aos últimos tempos: Lembrai-vos da mulher de Lot (Lc.17:32).

Que a bandeira mais alta para nós seja a bandeira do céu e não a deste mundo. Vejam o que Hebreus 11 diz do que ia no coração de Abraão: Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus… confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra… Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque lhes preparou uma cidade. (Hb.11:10, 13, 16). No meio desta Pandemia, a nossa verdadeira cidade está no céu.

4. Alegremo-nos nas tribulações como o Senhor nos diz para fazermos, compreendendo o propósito e os benefícios delas na vontade de Deus
          Vejam o que o nosso Deus nos diz em Romanos 5:3-5: E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
                                   
A palavra “gloriamos” tem a ideia de “alegrar-se, regozijar-se”, ter confiança, certeza, vangloriar-se nas tribulações. É o oposto de ficar desencorajado, frustrado, oprimido, abatido, derrotado, zangado com as tribulações. É assim que nos devemos ver agora.

5. Confiemos na Palavra de Deus e acreditemos nas Suas promessas de uma maneira real e prática
          A vida cristã não é teoria e conhecimento. Devemos questionar-nos a cada passo: Será que eu acredito mesmo que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus? (Rom.8:28). Acredito firmemente que os meus tempos estão nas Suas mãos? (Sl.31:15). Que o Senhor é o meu pastor, nada me faltará? (Sl.23:1), que certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida? (Sl.23:6). Acredito que o justo não é desamparado nem a sua semente mendigará o pão? (Sl.37:25). Acredito que Deus nunca me deixará nem me desamparará? (Heb.13:5).

Que seja este o nosso testemunho diário nesta Pandemia. Que seja isto aquilo que os outros vejam e ouçam de nós. Não duvidemos, não receemos, não nos queixemos, não fiquemos confusos, frustrados, agindo como agem, fazendo como fazem os perdidos sem Deus à sua volta. Nós somos a luz do mundo e o sal da terra, disse-nos o Senhor Jesus.

          Estou a buscar verdadeiramente em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua justiça, ou outras coisas têm o primeiro lugar?

          Que possamos dizer como Job: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor… receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? (1:21; 2:10).

          Que possamos dizer como Habacuque: Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.

6. Que esta crise mostre que nós verdadeiramente NÃO amamos este mundo, que nós NÃO estamos conformados com este mundo
          Esta crise serviu para nos mostrar que a par da responsabilidade e do dever de cuidarmos das nossas vidas e das vidas dos nossos queridos, o nosso coração não pode amar mais este mundo do que ao Senhor, ficando ansiosos, tristes e preocupados com aquilo que poderia acontecer com os nossos planos que já tínhamos para este mundo, mas que não se irão concretizar: “Eu tinha marcado isto, eu todos os dias fazia aquilo, eu ia receber aqueloutro, etc, etc, mas agora perdi tudo!”.

Olhem o que diz a Palavra de Deus: E não sede conformados com este mundo (Rom.12:2). Não reagir com decepção porque foram fechadas muitas atividades que afinal são coisas vãs que pertencem a este mundo, mostrando assim que não somos mais amigos deste mundo do que de Deus. Vejam o diz a Palavra do Senhor:  Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. (I João 2:15-17);

Não tenhamos pena do que “perdemos”, do que fomos privados de ter.

Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. (Tiago 4:4). Esta Pandemia foi, é uma simulação, um teste ao nosso coração cristão.

7. Esta Pandemia que nos fechou mostrou como gastámos o nosso tempo
          Quando ficámos fechados e confinados em nossas casas, impedidos de uma vida normal, tivemos a oportunidade de também aí evidenciar o carácter da nossa vida cristã. Por exemplo, orar mais ao Senhor, ler mais as Escrituras, testemunhar mais usando a internet ou o telefone. Pudemos encorajar mais os outros com a Palavra de Deus ajudando-os a pensar melhor sobre esta crise dando-lhes uma visão correcta, bíblica, do que se está a passar.

Fomos proibidos de abrir as portas das igrejas, mas os cultos continuaram pela internet. O nosso amor ao Senhor pôde ser mostrado quando procurámos permanecer fiéis não falhando aos cultos online. Afinal estávamos retidos em casa e havia mais tempo. Vejam o que diz Romanos 12:11: Não sejamos vagarosos no cuidado, (que não vos falte o zelo) sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor.

Conclusão
Olhar para Deus, o Senhor, em tempo de Grande Crise.
Regozijai-vos sempre… em tudo dai graças, porque essa é a vontade de Deus…
Rui Simão
Pastor na igreja evangélica baptista de moreira da maia
(Adaptado de David Cloud)

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Apocalipse - A Visão do Trono da Majestade Divina - Introdução

As Últimas Palavras de Jesus à Igreja

 A Visão do Trono da Majestade Divina - Introdução

Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu…”

Apocalipse 4:1 (caps 4 e 5)

 

Introdução – Chegámos agora à terceira parte do maravilhoso livro do Apocalipse. Hoje faremos apenas uma introdução ao que Deus nos vai revelar a partir daqui. Devemos sentir-nos gratos e privilegiados por termos a honra de vislumbrar a “Sala” onde se encontra Deus no Seu majestoso Trono. A divisão de TODO o livro está em 1:19:

1.ª - Escreve as coisas que tens visto – é o que João viu no início, no cap. 1, a visão de Jesus glorificado;

2.ª e as que são – foram os caps 2 e 3, as cartas às sete igrejas da Ásia com a revelação de Jesus para a Sua igreja e que contém uma perspetiva da igreja ao longo da história;

3.ª e as que, depois destas, hão-de acontecer. Esta é a terceira e a parte mais longa do livro, cap. 4 a 22. O que contém? Tem a informação que todos querem saber, a revelação profética do futuro que aguarda a humanidade. Aqui temos o que ainda está por acontecer.

 

          Como sabemos que esta é a terceira parte do livro? Porque 4:1 começa precisamente assim: Depois destas coisas…, a mesma expressão grega de 1:19: …as coisas…depois destas… João recebe um convite: Sobe aqui e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer. É assim que sabemos que inicia a terceira parte do livro.

 

          Os capítulos desta longa terceira parte do livro, de forma simples, dividem-se assim:

. Caps.4-5 – Uma Visão da Majestade de Deus, Pai e Filho, no Trono, com cenas celestiais;

. Caps. 6-19 – Os acontecimentos do período da Tribulação na terra e a Segunda Vinda;

. Caps. 20-22 – O Reino Milenar de Jesus, Julgamento do Grande Trono Branco, destruição desta terra e a Nova Criação de todas as coisas, a Nova Jerusalém e a Eternidade.

 

          A futura vinda do Reino de Deus inclui o quê? Inclui a destruição dos poderes do mal, a destruição de Satanás e dos seus demoníacos seguidores, a destruição da morte.

 

          Mas antes de serem destruídos, esses poderes maus vão empenhar-se num esforço final desesperado de tentar destruir o povo de Deus. Porém, nesse terrível conflito definitivo entre Satanás e Deus, o relato do Apocalipse começa logo por revelar Quem está no trono a governar o universo: É Deus, o Pai e o Senhor Jesus Cristo (caps.4-5).

 

          Por isso, estas visões levam-nos para diante do trono de Deus de onde procederão todas as demais predições e onde está o comando de todos os acontecimentos finais. Deus é aqui visto como o Senhor, digno de toda a honra, glória e poder, incluindo o poder sobre a terra, que foi usurpado pelas forças malignas.

 

          Iniciemos, pois, os caps.4 e 5, antes de começar o período da Tribulação na terra.

 

Temos uma visão celestial de onde e de Quem procederão os julgamentos sobre a terra.

 

          Tal como termina 3:21, e me assentei com meu Pai, no seu trono, a cena dos caps.4 e 5 é do Trono e de Duas Pessoas da Trindade, Deus, o Pai e Deus o Filho.

 

          Deus, o Pai, é o foco do cap.4. Ver: …um assentado sobre o trono… ao que estava assentado sobre o trono… Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus…ao que estava assentado sobre o trono… (vs.2b-3a,8b 9).

 

         E Deus, o Filho, o Cordeiro, é o foco do cap.5, antes de começarem os juízos: …E olhei e eis que estava no meio do trono…um Cordeiro… prostraram-se diante do Cordeiro… digno é o Cordeiro… (vs. 6, 8 12).

          Ambos os capítulos iniciam referindo-se ao trono. Vejam 4:2 e 5:1. Trono é o lugar onde se assentam os reis. Aponta para poder, autoridade, comando.

 

          Os papeis de Deus, o Pai, e de Deus, o Filho, são diferentes nestes dois caps. O cap. 4 destaca o Pai como o Criador, O cap.5 destaca Deus, o Filho, como o Redentor.

 

          Vejam, por exemplo, quanto a Deus Pai, o início de 4:11: Digno és… Se formos para 5:9, 12 diz o mesmo de Deus Filho: Digno é

 

          Quanto a Deus Pai, o texto de 4:11 prossegue e diz porque é que é digno: …Senhor, de receber glória, e honra e poder, porque tu criaste todas as coisas

 

          Quanto a Deus Filho, o Cordeiro, Jesus, 5:9, 12 também explica porque é que é digno de ser adorado: porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens… Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força e honra…

 

          O que é que estamos a ver aqui? O que está a acontecer no céu? Está a acontecer adoração celestial, pura e perfeita por parte de milhões de milhões, e milhares de milhares (5:11). Deus, o Pai, a ser glorificado porque Ele criou todas as coisas. Deus, o Filho, a ser glorificado por Ele redimiu todas as coisas e as reconciliou com Deus.

 

          Para que servem os caps. 4 e 5? Para nos mostrarem onde está o poder, a soberania e o comando, a autoridade. Estamos a ver, para nosso ensino,  verdadeira e pura adoração no céu dirigida a Deus, o Pai, e a Deus, o Filho.

 

          Vejam a conclusão desta adoração, a conclusão dos dois caps 4 e 5. Está em 5:13-14, e o que vemos? Vemos adoração ao Pai e ao Filho. Verdadeira adoração é assim, nada tem a ver com formas de adoração que vemos hoje em tantas igrejas com atitudes desordenadas, histeria, descontrolo, barulho.

 

         Verdadeira adoração tem razão, tem racionalidade, tem objetivo, tem foco. É o culto racional de que Paulo fala em Romanos 12:2. O único foco da adoração é Deus, nada mais, ninguém mais.

 

         Quando começarmos a ver mais à frente no estudo do Apocalipse, os juízos, os castigos, os julgamentos de Deus sobre a terra nos caps. 6-19, de tanta intensidade e de tanta severidade, podemos perguntar: Será que Deus tem realmente o direito de julgar o mundo, a criação como Ele o vai fazer?  A resposta está aqui:

 

         Vejamos apenas alguns poucos exemplos: 6:4, 8: E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada... e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com mortandade, e com as feras da terra. Podemos imaginar isto?

 

8:7, 9: E o primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra; e queimou-se a terça parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada… E morreu a terça parte das criaturas que tinham vida no mar…

 

9:5-6, 18: E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem. E naqueles dias os homens buscarão a morte, e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles… Por estes três foi morta a terça parte dos homens…

 

16:2: E foi o primeiro, e derramou a sua taça sobre a terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem.

 

 

          Poderemos sequer imaginar o que Deus vai enviar a esta terra?

 

          Então, Será que Deus tem realmente o direito de julgar o mundo, a criação como Ele o vai fazer?

          E a resposta a esta questão é encontrada nos caps 4 e 5, na cena, na visão celestial, antes mesmo dos acontecimentos, antes mesmo dos julgamentos iniciarem.

 

          Em 16:7, lemos: E ouvi outro do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos.

 

          Aprendemos que Deus, o Pai, e Deus, o Filho, são dignos, estão qualificados, pois através das Suas mãos divinas veio a criação de tudo; através de Deus veio a redenção do pecado. Deus é o Criador e também o Redentor.

 

          Deus, o Filho, saiu da glória, desceu à terra, deixou a eternidade e entrou no tempo dos mortais, encarnou para redimir o homem pecador, através do Seu próprio sacrifício, da Sua crucificação, morte e ressurreição dos mortos.

 

          Portanto, não há maiores credenciais do que estas. O Criador e o Redentor, no Seu tempo, na Sua providência, no Seu poder Omnipotente e justo têm o direito de julgar a Sua criação e estes dois caps 4 e 5 servem para o provar.

          Provam o poder e o direito divinos de intervir assim no mundo.

 

          Não é verdade que o homem está sempre a levantar o seu dedo e a desafiar Deus? “Deus não tem o direito de fazer isto!” Mas tem, pois Ele é o Criador e o Sustentador de tudo o que existe. Na verdade, nós nem sequer teríamos o nosso próximo respiro se ele não fosse permitido, sustentado pelo poder de Deus.

 

          Estes dois caps. 4 e 5, também servem para nos assegurar o quê?

          Que Deus vai intervir na humanidade, não demorará a ocorrer e que nenhum poder, nem mesmo o de Satanás, o pode impedir.

 

          Vejam bem: O apóstolo João esteve até aqui com uma visão sobre a terra, sobre a longa história da igreja nas suas lutas e vitórias, nas suas derrotas, nas suas advertências e promessas feitas por Jesus, o Senhor da igreja (caps. 2 e 3).

 

          Mas, agora, a sua atenção é voltada para uma visão completamente diferente, celestial, sem alarme, sem turbulência, sem sustos de adversários, de segurança e paz perfeitas, de glória, de luz, de adoração, de esperança, uma visão de Deus entronizado. v.8

 

          João pôde assim ver que, afinal, por trás do palco dos acontecimentos, que os nossos olhos não veem, Deus está a governar o universo, no Seu trono. Deus não Se separou da Sua criação. Tem tudo sob controlo.

 

          Outra pergunta: Para que servem os juízos, os desastres que Deus vai lançar sobre a humanidade?

          São instrumentos usados por Deus, quer para castigar o mundo iníquo que afronta a Santidade e autoridade de Deus, quer para trazer os homens de volta a Si, se eles se arrependerem, se eles crerem.  

 

          De quem é a decisão? A decisão é pessoal, é de cada um. As opções são apenas duas: 1.ª - Seguir ao Senhor Deus ou; 2.ª - seguir aos poderes demoníacos que procuram cativar e controlar as mentes das pessoas nesta terra onde também têm poder? Não podemos esquecer 1:1-3,8.

 

          Sabermos isto deve servir para nosso consolo e esperança, nós que vivemos no meio de tantas tribulações, perseguições. A lição global do livro do Apocalipse é esta também, que os homens vejam que o caminho de Deus, do Evangelho de Jesus é sempre o melhor.

 

A Introdução a esta terceira parte do livro já vai um pouco longa, eu sei. Mas quero concluir entrando apenas no início do v.1 do cap.4.

 

I. A Sala do Trono de Deus – Cap.4

         Algumas coisas importantes são ensinadas logo no primeiro versículo. Aqui, gostaria de dizer algo muito relevante à medida que prosseguimos o estudo deste livro maravilhoso.

Apocalipse não é um livro de fácil entendimento. Nem sempre há consenso sobre o significado dos acontecimentos aqui descritos. Há posições doutrinárias diferentes quanto aos acontecimentos finais da história da humanidade que é o tema principal deste livro do Apocalipse.

Não é nosso propósito entrar em controvérsias, nem em debates que não tragam edificação espiritual.

Por isso, procuraremos esclarecer o texto com as respostas mais adequadas debaixo desta orientação: A Escritura explica-se a si mesma.

 

         O Cap. 4 divide-se em três partes: 1. João é chamado ao Céu para ver estas coisas, para observar uma cena celestial (v.1); 2. A Visão que João observou no Céu (vs.2-8); 3. O Cântico de adoração pelas entidades celestiais a Deus o Pai como Criador (vs.9-11).

 

1.- A Convocação, a Chamada de João para o Céu

Para melhor compreendermos a razão do livro temos que recuar um pouco ao seu início. O apóstolo João estava exilado na ilha grega de Patmos por determinação das autoridades romanas (1:9). Aqui, João recebe a primeira visão. Qual é? A visão do Senhor Jesus em glória, exaltado, caminhando no meio de candelabros de ouro com mandamentos e revelações para as igrejas (1:10-15, 19).

Essas sete igrejas apresentam-nos a visão sobre a igreja de Cristo ao longo da História até ao final, representadas pelas cartas às sete igrejas da Ásia (caps.2 e 3).

 

v.1 – Depois destas coisas –A atenção do apóstolo João é desviada da terra para o céu pois vai agora receber novas visões celestiais. Diz que ele olhou e via ver algo.

 

…eis… - Esta palavra chama a nossa atenção para algo importante e excitante.

 

…estava uma porta aberta no céu… - A barreira, o véu que esconde o mundo celestial foi temporariamente aberto como uma porta que se abre. Esta é a porta da revelação. Veremos como as cenas do apocalipse mudam do céu para a terra e da terra ara o céu.

 

De seguida, João vai ouvir uma voz que fala com ele e vai identificá-la. É a primeira voz, que como trombeta ouvira falar comigo… João identifica a voz que fala com ele como sendo a primeira que lhe falou, a voz de Jesus (1:10). A trombeta indica que é uma voz poderosa para uma poderosa convocação.

A convocação é uma chamada para João subir ao céu: Sobe aqui…. Para quê? …e mostrar-te-ei as coisas que, depois destas, devem acontecer.

 

Conclusão

Ou seja, Jesus está a dizer que vai mostrar a João coisas no céu, os caps 4 e 5, e as coisas que a seguir, na sequência do que é revelado nos caps 4 e 5, vão acontecer sem falha alguma, os caps. 6 em diante.

 

E o que é? São os terríveis acontecimentos finais da história da humanidade e, depois

finalmente o início da eternidade.

 

           

Moreira,      de               de 2020 (      )