terça-feira, 3 de março de 2015

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A  ENTRADA TRIUNFAL DE JESUS EM JERUSALÉM

Mat.21:1-13; Mar.11:1-11, 15-17; Luc.19:28-44; João 12:12-19

   INT.: Nos nossos dias viaja-se muito, das mais diversas maneiras, pelos mais diversos motivos e para os mais variados lugares: viajamos por férias, doença, negócios, estudos, missões, estudos, etc.
    A Bíblia regista viagens muito importantes, todas elas com significados espirituais relevantes: Abraão, o pai da fé, desde Ur até Canaã; José, de Canaã até ao Egipto; Israel, desde o Egipto até Canaã; José e Maria, até Belém. 
         Mas, a mais importante viagem que já houve na história da Humanidade foi a viagem de Jesus para a cidade de Jerusalém. Ele viajou até ali para tratar da salvação do mundo. Este foi o principal objectivo da Sua vinda ao mundo e da sua viagem a Jerusalém: Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo… para que o mundo fosse salvo por ele (Jo.3:17). Podemos comprovar isto em todos os quatro evangelhos.
      E foi para concretizar este objectivo que Jesus viajou para Jerusalém.
        
E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém (Luc.9:51).
O texto de hoje fala-nos do dia em que Jesus Cristo entrou triunfante em Jerusalém.

1. O ETERNO AMOR DE JESUS LEVOU-O A JERUSALÉM
Completando-se os dias…, aproximava-se a hora, chegara o dia decisivo escolhido pelo Senhor Deus. Tudo o que acontece está sob o omnisciente e soberano controlo divino. Deus tinha a Sua hora no tempo da salvação, essa hora tinha chegado e o Filho Unigénito de Deus ia cumprir o plano de Seu Pai.

Muitos crentes, líderes ou não, recebem uma chamada de Deus, mas não a cumprem. O profeta Jonas recebeu uma ordem de Deus e fugiu, desobedecendo.


Mas, diz o texto que Jesus…manifestou o firme propósito de ir… Jesus aceitou voluntária e decididamente a decisão de ir. O Pai sempre esteve a conduzir todas as coisas. Jesus sabia da crueldade que o aguardava, das multidões, primeiro a aclamá-Lo e, depois, a odiá-Lo, sabia da cruz, mas foi.

O eterno amor de Jesus levou-O a Jerusalém, pois Ele mesmo disse: Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mar.10:45). Movia-O o amor, porque …o amor é sofredor, não busca os seus interesses, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha… (I Cor.13).

No relato paralelo de Lucas 19:41-42, lemos que Jesus quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela… 


E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela, Dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todos os lados; E te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação.
Que espírito gentil e manso tinha Jesus. Nunca lemos que Ele riu, mas encontramo-Lo algumas vezes a chorar. E porque motivos chorou Jesus? Porque,
1.   Jerusalém não conheceu o tempo da visita do Salvador;
2.   Jerusalém não aproveitou a oportunidade daquele dia;
3.   Jerusalém fechou os olhos Àquele que lhe poderia dar a paz eterna;
4.   Jerusalém, por isso, não poderia escapar do julgamento de Deus.

Também hoje, no Seu amor, Deus visita-nos na proclamação do Seu
Evangelho, no testemunho da Palavra da salvação. Não sejamos como Jerusalém, não reconhecendo o tempo de Deus, a oportunidade deste dia. Não fechemos os olhos e os ouvidos Àquele que nos pode dar a paz eterna.

1.   O GRANDIOSO PODER DE JESUS TRIUNFA NA ENTRADA EM
     JERUSALÉM
         Mas quem era este que entrava assim aclamado e triunfante na cidade capital de Israel? 
          Havia uma expectativa no povo judeu da chegada do Messias, o enviado de Deus, o Ungido e Escolhido de Deus. Mas o povo esperava a vinda de um Messias guerreiro e libertador que liderasse o povo e pela força das armas libertasse Israel do jugo inimigo e opressor. Esperavam um Messias que fosse um rei para Israel como David, Salomão e outros.

         Contudo, a profecia de Zacarias 9:9 cumpriu-se naquele dia: Alegra-te muito, ó filha de Sião, exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado em jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta.

         Ali estava a entrar Jesus, o Rei, mas não como os reis de então quando entravam triunfantes na cidade, depois das vitórias, das batalhas, das conquistas.

Esses reis militares, do mundo, luxuosamente vestidos, entravam a cavalgar um cavalo branco, altivos, mantendo as multidões à distância. Os seus exércitos seguiam-nos, mostrando o seu poder militar e bélico, ostentavam bandeiras, havia pompa, aparato. À sua frente tinham vindo os arautos para, com trombetas, proclamarem e anunciarem magnificamente o rei.
 As multidões enchem as ruas, por toda a parte está tudo enfeitado. Apesar de muitos terem perdido filhos, maridos na batalha, de terem ficado órfãos e viúvas, aclamam o rei com flores, lenços, palmas e gritos.

         Pelo contrário, Jesus, o verdadeiro Rei, o Rei dos reis, o Cristo de Deus, entrou triunfante, mas de forma diferente, porque o Seu reino não é deste mundo, pois se fosse, os Seus servos lutariam. Ele é Rei espiritual. Nasceu numa manjedoura, os Seus discípulos, qual exército, eram humildes pescadores.

         Que tipo de Rei é Jesus? De que tipo é o Seu reino e súbditos?
         Cumprindo as profecias bíblicas do profeta Zacarias, entra triunfante na cidade. De facto, Jesus é Rei, mas justo e pobre, cavalgando, não num corcel empinado, mas num jumentinho emprestado. Nenhuma trombeta a soar, Ele está contente com a voz dos homens e das crianças que clamavam: Hosana ao filho de David; bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!

É um Rei acessível, quer bem aos mais humildes, não se separa deles. Não reclama ser Seu superior, mas servo de todos. Lá vai o Rei, o mais pobre de toda a nação, pois não teve onde reclinar a sua cabeça. Onde está o Seu exército, os batalhões, as espadas? São os Seus discípulos. Estranhíssimo Rei, Rei da paz, Rei da paz é o Seu domínio. Não travou batalhas de sangue, com mortes e mutilações. A força não é para ser usada. Este é o reino de Cristo. O Seu exército é amoroso, as Suas tropas são amáveis. É um Rei salvador, mas do poder do mal e do pecado.

Esta é a Sua batalha, só Ele sofre, só Ele morre. Morre em substituição da humanidade inteira, pecadora e separada de Deus, morta nos seus pecados e ofensas ao Deus Santo. Jesus é o Rei que morre, é sepultado, mas ressuscita. O Rei Jesus vai entrar na cidade onde dará a Sua vida na cruz. Pagará nela a culpa dos nossos pecados que é a morte e a condenação eterna ao inferno.

      Vejam como O receberam. Vejam a reacção da multidão em Mateus 21:8-11. Grande festa!  Gritavam; "Hosana ao filho de David." Mostra o reconhecimento de que Jesus é o rei de Israel, o Messias prometido havia séculos. Jesus aceita que O aclamem assim. Não esconde mais que é o Rei de Israel.

 
         Nenhum adorno sobre o Seu jumento, a não ser as vestimentas dos Seus próprios discípulos. Nenhuma pompa, além das pompa dos corações que agora o aclamam e que estendia as suas vestes pelos caminhos e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho. Ele prossegue cavalgando, o Seu reino é de submissão, reino de humilhação.

         Irmãos, poderíamos nós pertencer a este reino? Poderíamos aceitar que Cristo vem a nós para nos fazer humildes, para subjugar toda altivez e todo o pensamento orgulhoso? Aceitar que este Rei Jesus quer entrar triunfante, mas em nossas vidas e corações, ser Rei das nossas decisões e escolhas?

         A profecia diz: Eis que o teu rei virá a ti… Estás a ver que Jesus está a chegar, hoje, e que ser teu Rei? Queres aceitá-Lo como teu Senhor, Salvador e dominador? Queres gritar como a multidão: Hosana! Que significa: “Salva-nos, por favor, nós te pedimos!"
        Deixa o Rei salvar-te da condenação dos teus pecados, que é a morte e a separação de Deus para sempre. O Rei está a chegar hoje, aclama-O, aceita-O, rende-te ao Rei  justo e pobre.

Cortemos nós, hoje, não os ramos de árvores como cortaram naquele dia, mas sim o pecado das nossas vidas e tudo o que nos afasta de Deus. E, em arrependimento e humildade, lancemo-lo aos pés do Rei Jesus que o perdoa. 

Deixa-O alvoroçar a tua vida como alvoroçou a cidade Jerusalém no v. 10. Jesus Cristo faz isso quando O aceitamos e o Espírito Santo nos transforma com o novo nascimento, fazendo de nós novas pessoas, fazendo-nos luz do mundo e sal da terra.
Pergunta no teu coração como Jerusalém perguntou: Quem é este? Perguntemos, interroguemos, questionemos para não sermos ignorantes acerca da Pessoa daquele que nos visita.
Perguntemos, como Saulo na estrada de Damasco: Quem és tu, Senhor? E a resposta é que este é Jesus Cristo, o Filho de Deus que veio ao mundo dar a Sua vida numa cruz para pagar o preço dos nossos pecados; no Seu sangue derramado são lavados os pecados de todas as pessoas que crêem nele, se arrependem dos seus pecados e O aceitam como Salvador.  

3. A Suprema santidade do Rei Jesus purifica o templo - Marcos 11:11, 15.17
Este texto diz que neste mesmo dia "Jesus entrou em Jerusalém, no templo, e tendo visto tudo em redor, como fosse já tarde, saiu para Betânia." Jesus entrou para ver o que se passava no lugar do culto central em Israel, o templo, a casa de Deus. Ele viu tudo, mas deixou como estava, pois já era tarde.
Deus observa tudo ao nosso redor., sobretudo o nosso coração, que é o templo do Deus vivo: "Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus; glorificai, pois, e que não sois de vós mesmos?...glorificai, pois, a Deus no vosso corpo..." (I Cor.6:19-20).
Deus pode não agir de imediato, mas Ele tomará as decisões e as medidas necessárias se precisarmos de purificação e de correcção.
Foi o que Jesus fez no dia seguinte. Ele purificou o templo dos abusos que ali se cometiam. Tinham feito daquele lugar de culto, separado para Deus, um lugar de oração, tinham-no transformado num lugar de negócio, de comércio ilegal e abusivo, um autêntico "covil de ladrões".  Fizeram da casa de Deus um centro comercial.
Não devemos fazer da casa de Deus o que Lhe desagrada. Pelo contrário, fazer com que ela cumpra o seu divino propósito: Adoração, culto, louvor, ensino para edificação, pregação da Palavra, do Evangelho de Jesus para a salvação dos perdidos.
A atitude purificadora de Jesus ao expulsar os comerciantes cumpria a profecia de Isaías 56:7: "A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações". Reparem, para todas as nações.
Que fazemos nós, hoje, da e na casa de Deus? Temos visto a corrupção entrar na casa de Deus desde há séculos atrás até hoje. Cada vez mais se vê fazer da casa de Deus um lugar de comércio, de promessa de prosperidade, de promessa de milagres, em troca de dinheiro promete-se aos incautos e ignorantes chuvas de bênçãos que são autênticas distorções da Palavra de Deus.
Servem-se da igreja, quando deveriam servia a igreja. Mas Deus julgará tudo isso!
Zelemos pela casa de DEus para que ela seja como o Senhor de facto quer que ela seja, "casa de oração.
Zelemos para que nós mesmos, templo do Deus vivo, sejamos puros e santos.
 
CONCLUSÃO
1. O eterno amor de Jesus levou-O a Jerusalém. Foi até à cidade onde seria preso, açoitado, escarnecido, crucificado, morto e ressurrecto 3 dias depois. Morreu para pagar o preço dos nossos pecados que causam separação entre nós pecadores e o Deus Santo. Hoje, Jesus vem com amor, não a Jerusalém, mas até nós para salvar. Vem até às nossas almas. Vem até ti em especial.

2. Jesus entrou triunfante em Jerusalém. Era o Messias de Deus, o Rei de Israel, justo,manso e humilde. Mas, hoje Ele quer entrar e triunfar nos corações de cada pessoa, quer ser Rei, dominador nas nossas vidas. Há uma decisão a tomar por cada coração. Rende-te a este amado Rei dos céus e da terra. Recebe, aclama este Rei. Faz d'Ele o teu Rei. Aceita-O.Clamemos novamente: Hosana! – “Salva-nos, por favor, nós te pedimos”. Bendito o que vem em nome do Senhor.
 
3. A suprema santidade do Rei Jesus purifica o templo
Glória ao Rei Jesus. Se Jesus já é o nosso Rei e Salvador, adoremo-lo e agradeçamos com júbilo tão grande amor e justiça.

Rui Simão
Pastor na Igreja Evangélica Baptista de Moreira da Maia