quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018



Deus é Pai e Juiz

E, se invocais por Pai aquele que, sem aceção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação.

I Pedro 1:17

  Introdução     
Este é o segundo assunto que Pedro nos traz neste mesmo versículo, que Deus além de Pai também é Juiz.
“E, se invocais por Pai…”

I. Deus é Pai
           Aqueles crentes, como verdadeiros cristãos, dirigiam-se em oração a Deus chamando-O de Pai. Nós podemos chamar a Deus de Pai. Nós chamamos a Deus como nosso Pai muito frequentemente, diariamente. Mas, às vezes, é bom alguém lembrar-nos o que isso representa.

Mas agora prestem bem atenção. O que aqueles crentes, e nós, não podem esquecer é que esse mesmo Deus, com o qual foram colocados numa relação tão íntima, também faz o quê?…julga. O Pai também é o quê? É Juiz, o Deus julgador da história.
 

II. Deus é Pai e também é Juiz
            Deus é Aquele diante de quem todos terão que comparecer um dia, prestando contas do rumo que deram às suas vidas. Isto é bem acentuado aqui para não esquecermos: O Pai é, ao mesmo tempo, o juiz.
      A Bíblia é bem clara quanto à responsabilidade pessoal do homem pelo que fizer nesta vida.
        

           Neste ponto, convém que aprendamos um pouco e que não ignoremos o que Pedro ensina sobre Deus como Juiz.

1. Como é que Deus julga? …sem aceção de pessoas…

           Vejam que tipo de Juiz Deus é. Esta é outra verdade sobre a Pessoa de Deus aqui, ou seja, que Ele é um Juiz absolutamente imparcial. Ele julga sem fazer acepção de pessoas. Romanos 2:11,16 reafirma: Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas… no dia em que Deus há-de julgar os segredos dos homens…

           Deus é um Juiz imparcial, não aceita suborno, não considera posições sociais, prestígios religiosos, não aceita imitações. No Seu juízo e julgamento, Deus será exato e penetrante.

 

2. Qual é a base do julgamento, o que é que o Juiz vai julgar? - …segundo a obra de cada um…

O qual recompensará cada um segundo as suas obras…, diz Romanos 2:6.

           Ele vai julgar as nossas obras, o nosso estilo de viver. O Seu julgamento será muito exato. Isto faz-nos compreender que a vida é algo muito sério. Não é para pensar comamos e bebamos que amanhã morreremos e nada mais. Não é assim. Hebreus 9:27 diz: Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo. Que ninguém viva vidas descuidadas. Não sejamos tão embotados a ponto de pensar que podemos ludibriar a sabedoria divina. O julgamento do Senhor vai revelar todas as coisas escondidas.

 

3. O que devemos fazer? …andai em temor…

           Reparem bem: Sabendo que Deus é Pai e também Juiz, e sabendo que vai julgar da forma mais justo e isenta que possamos imaginar, sabendo que vai chegar um dia em que vamos estar perante Alguém que julgará a nossa vida com critérios de justiça, como em toda a Bíblia se fala de Deus, sabendo que nem um só dos nossos atos passa despercebido aos Seus olhos, a conclusão é que é certamente motivo de justificado temor: …andai em temor.

          

           Daí a exortação. Cientes de tudo isto, portai-vos, andai em temor. Vejam a preocupação com o comportamento dos leitores da sua carta. Pedro quer ajudá-los.

           Temor aqui é aquela reverência e respeito devidos ao Senhor de que tanto fala a Escritura. Não é medo para o cristão. É um sentimento sadio de “assustar-se tendo em vista o acerto de contas diante de Deus”. Temor é necessário e faz parte da consciência do cristão. Temei a Deus. Temei-O cá para que não temais lá.

 

           E Pedro agora fala-nos de duas coisas. A primeira é da duração deste temor, deste respeito para com Deus, que será até ao fim das nossas vidas. A segunda coisa é como é designado o tempo de vida do crente aqui na terra: durante o tempo da vossa peregrinação.

Em 4:2 fala do tempo que vos resta na carne.

 

           Tempo… - Refere-se à vida aqui na terra que, embora extremamente breve, reveste-se de imensa importância. O que escolhermos fazer e viver no tempo da nossa existência terrena terá um impacto eterno. É agora que devemos viver para o Senhor, como peregrinos. E nisto há profunda recompensa.


 

Conclusão

            A vida do crente deve ser assumida aqui como temporária, somos peregrinos a caminho do nosso lar no céu com o nosso Senhor. A cidade celestial é que é o nosso lar permanente. O nosso país, de facto, não é Portugal, Brasil, etc. A nossa real cidadania não é terrena. Somos distintos do mundo. Se Deus é o nosso Pai, se o invocamos como Pai, e se o Seu lugar de habitação é celestial, então chamamos aos céus de nossa pátria.

Rui Simão
Pastor na igreja Evangélica Baptista em Moreira da Maia