sábado, 23 de novembro de 2019



Evangelho de João

A Glória de Deus Revelada em Jesus – Jesus, a Luz Divina

Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo…

João 1:9-13



Introdução

O início do quarto evangelho antecipa a temática de todo o livro: que na vida e obra de Jesus Cristo a glória de Deus foi revelada de maneira única e perfeita.



No início, 1:1-18, está contida toda a substância e o tema do evangelho inteiro: Deus Filho, o Verbo eterno, originário de toda a existência, vida e luz, tornou-se carne, habitou entre nós. Jesus foi a revelação perfeita que Deus quis fazer de Si mesmo ao mundo.



Este evangelho de João mostra-nos como Deus Se fez carne para que homens e mulheres cressem nele e vivessem: Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome. (João 20:31).



          No Prólogo (1:1-18), na abertura do seu evangelho, João revela-nos o Senhor Jesus numa linguagem metafórica, figurada. Ele diz-nos que Jesus é o Verbo (a Palavra), a vida e a luz. Cada uma destas é uma forma de falar da Divindade de Jesus. Ao apresentar Jesus como o Verbo, a vida e a luz, João ensina-nos verdades básicas, essenciais e importantíssimas para a fé cristã. São ensinamentos muito profundos e necessários a todo o crente em Jesus.



Ele é o Verbo, ou a Palavra, porque é a comunicação de Deus. Ele é a vida porque é a vida eterna em Si mesmo e é o Criador que trouxe tudo à existência e que dá a vida a tudo o que vive. E Ele é a luz porque é o verdadeiro iluminador da vida.



Nós já considerámos os primeiros 8 versículos e falámos sobre Jesus como o Verbo e a vida. Hoje vamos prosseguir no texto e debruçar-nos sobre o v.9 em diante em que Jesus é apresentado como a luz. Na verdade, João refere-se a Jesus várias vezes como a luz.



v.9 – Ali estava a luz verdadeira… -  Pensando apenas na vida num mundo natural ela é feita de luz e de trevas. De dia temos o sol e luz. À noite temos escuridão, trevas, um pouco atenuadas pela luz da lua e das estrelas. Mas para vermos na escuridão precisamos de uma luz. Então, Jesus é descrito aqui como sendo essa luz que ilumina, mas não a noite escura.



Jesus, com o Seu divino poder, é uma iluminação espiritual que dissipa as trevas, que rasga, que vence as trevas e a escuridão do pecado e da descrença. Jesus é uma luz que brilha a fim de capacitar o homem a conhecer a verdadeira vida e a razão da sua existência neste mundo.



          Um exemplo: Quando estamos às escuras nada vemos, e um raio de luz atinge a retina do nosso olho, ilumina as coisas e passamos a vê-las. Onde há luz, nós vemos. Onde não há luz, não vemos. É isso que faz Jesus, no Seu poder divino. Quando Jesus, a luz divina atinge a alma do homem, há iluminação para que o homem conheça as coisas espirituais.



          Aparte de Jesus não há Palavra, não há vida, não há a luz do entendimento, tudo é trevas.

Mas Ele é a luz verdadeira no meio de um mundo de engano. Num mundo cheio de religiões que dizem ser a verdadeira, na verdade apenas Jesus é a luz verdadeira.



Neste Evangelho, a Luz, Jesus, brilhou neste mundo e mostrou a verdade do Salvador. A Luz brilhou e revelou a natureza do pecado e dos pecadores aos olhos de Deus. Iluminou a verdade sobre os crentes, a verdade sobre Deus. Isto porque Ele é a luz verdadeira.



Prossegue o v.9 e diz que esta revelação verdadeira veio para quem?

Veio todo o homem que vem ao mundo. É para TODOS sem distinção. Deus amou o mundo, Deus quer que todos sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade. (I Tim.2:4).



Portanto, se as pessoas permanecem nas trevas, não é por falta da luz, mas porque deliberadamente preferem as trevas. Ninguém chegou à salvação senão pela luz verdadeira que é Jesus. Ele diz em Jo.8:12: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida. Também diz em João 3:16-19.



V.10. – Jesus estava no mundo que Ele criou, que Lhe deve a existência, mas esse mundo não o reconheceu. Por trinta anos, Jesus esteve em Nazaré e foi vizinho das pessoas. Mas na primeira vez que Ele pregou lá quiseram matá-Lo.

Depois, por mais três anos, Jesus andou por todo o Israel, fez milagres fabulosos, pregou grandes mensagens. Ele era Deus em carne. Ele era o Deus invisível tornado visível e palpável. Ele mostrou a Sua glória às pessoas ao estar no mundo. No entanto, o mundo das pessoas não o conheceu. Recusaram reconhecer Jesus a luz verdadeira.



v.11 – Veio… e os seus não o receberam – Este é um versículo muito conhecido e decorado do NT. João vai dar-nos a compreensão da natureza dos pecadores neste mundo. E vai aprofundar ainda mais este ensino ao realçar antes que a luz veio e estava no mundo.



Este versículo não repete o anterior. O v.10 diz que Jesus veio para o mundo das pessoas em geral. E agora no 11 Jesus veio numa revelação especial ao povo de Deus, Israel.



Veio para a Sua casa. Veio para o povo com quem Deus fez Alianças. No entanto, fizeram como antes. Deus queixa-Se que lhes mandou profetas, mas ignoraram-nos e não fizeram caso de Deus. E fizeram o mesmo com Jesus.

Nós sabemos como o homem tem rejeitado Deus. Isso é sério. Mas uma coisa é rejeitar homens, profetas de Deus, rejeitar a Palavra escrita inspirada por Deus num rolo. Mas muito pior é rejeitarem a luz verdadeira. Rejeitar Deus feito carne, vendo a sua glória cheio de graça e de verdade. E isto foi verdade há dois mil anos e também o é hoje.



v.12 – Mas, a todos quantos o receberam… - Esta é uma das grandes declarações do NT. MAS… indica que entre quem não compreendeu, não conheceu, não recebeu Jesus, houve um remanescente que Lhe deu as boas-vindas quando Ele veio. Houve quem o recebeu.



Receber, aqui é “aceitar, apossar-se, tomar com a mão algo ou alguma pessoa para usar”. Então, todos aqueles que receberam o Verbo divino que encarnou, a vida, a luz verdadeira que veio ao mundo, Jesus. Aqueles que creram, aqueles que aceitaram, que tomaram a Jesus pela sua mão, esses entraram para a família de Deus, foram feitos filhos de Deus.

Receber é depositar a sua fé em Jesus, é crer no seu nome.  



v.13 –  O v.13 antecipa a declaração mais completa sobre o novo nascimento que será feita mais à frente no cap. 3. O nascimento na família de Deus é bem diferente do nascimento físico.  A pessoa teve um nascimento espiritual que lhe permite entrar na família cujo Pai é Deus. Depende da pessoa receber, aceitar, crer n’Aquele a quem Deus enviou, Jesus.



Resumindo os vs. 12 e 13: TODA a pessoa que não despreza, que não ignora, mas que aceita, que toma pela sua mão, que recebe pela fé o enviado de Deus ao mundo, Jesus, entra para a família de Deus como Seu filho. Estes nascem de Deus.



I João 5:1 confirma esta verdade: Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus.   



Conclusão

Jesus Cristo é o Deus eterno que se fez homem, que deixou a glória celestial e assumiu a forma humana, vivendo neste mundo como qualquer pessoa. João apresenta-O de uma maneira única e profunda chamando-Lhe o Verbo, a vida, a luz verdadeira que veio ao mundo.

Apesar de Jesus ser Deus e de trazer a luz da verdade da vida e do propósito da vida para cada pessoa, poucos O compreenderam e não O aceitaram naquele tempo, tal como hoje.

          Mas a todos quantos o receberam, foram feitos filhos de Deus.

Rui Simão
pastor na igreja evangélica baptista em moreira da maia