Evangelho de João
A Glória de Deus
Revelada em Jesus – Jesus, a Luz Divina
Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o
homem que vem ao mundo…
João 1:9-13
Introdução
O início do quarto evangelho antecipa a
temática de todo o livro: que na vida e obra de Jesus Cristo a glória de Deus
foi revelada de maneira única e perfeita.
No início, 1:1-18, está contida toda a
substância e o tema do evangelho inteiro: Deus Filho, o Verbo eterno, originário
de toda a existência, vida e luz, tornou-se carne, habitou entre nós. Jesus foi
a revelação perfeita que Deus quis fazer de Si mesmo ao mundo.
Este evangelho de João mostra-nos como
Deus Se fez carne para que homens e mulheres cressem nele e vivessem: Estes,
porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais vida em seu nome. (João 20:31).
No
Prólogo (1:1-18), na abertura do seu evangelho, João revela-nos o Senhor Jesus
numa linguagem metafórica, figurada. Ele diz-nos que Jesus é o
Verbo (a Palavra), a vida e a luz. Cada uma destas é
uma forma de falar da Divindade de Jesus. Ao apresentar Jesus como o
Verbo, a vida e a luz, João ensina-nos verdades básicas, essenciais e
importantíssimas para a fé cristã. São ensinamentos muito profundos e
necessários a todo o crente em Jesus.
Ele é o Verbo, ou a Palavra, porque é a comunicação de Deus. Ele é a
vida porque é a vida eterna em Si mesmo e é o Criador que trouxe tudo à
existência e que dá a vida a tudo o que vive. E Ele é a luz porque é o
verdadeiro iluminador da vida.
Nós já considerámos os primeiros 8 versículos e falámos sobre
Jesus como o Verbo e a vida. Hoje vamos prosseguir no texto e debruçar-nos
sobre o v.9 em diante em que Jesus é apresentado como a luz. Na verdade, João
refere-se a Jesus várias vezes como a luz.
v.9 – Ali estava a
luz verdadeira… - Pensando apenas na vida num mundo natural ela
é feita de luz e de trevas. De dia temos o sol e luz. À noite temos escuridão,
trevas, um pouco atenuadas pela luz da lua e das estrelas. Mas para vermos na escuridão
precisamos de uma luz. Então, Jesus é descrito aqui como sendo essa luz
que ilumina, mas não a noite escura.
Jesus, com o Seu divino poder, é uma iluminação
espiritual que dissipa as trevas, que rasga, que vence as trevas e a escuridão
do pecado e da descrença. Jesus é uma luz que brilha a fim de capacitar o homem
a conhecer a verdadeira vida e a razão da sua existência neste mundo.
Um exemplo: Quando estamos às escuras
nada vemos, e um raio de luz atinge a retina do nosso olho, ilumina as coisas e
passamos a vê-las. Onde há luz, nós vemos. Onde não há luz, não vemos. É isso
que faz Jesus, no Seu poder divino. Quando Jesus, a luz divina atinge a
alma do homem, há iluminação para que o homem conheça as coisas espirituais.
Aparte de Jesus não há Palavra,
não há vida, não há a luz do entendimento, tudo é trevas.
Mas Ele é a luz verdadeira no meio de um mundo
de engano. Num mundo cheio de religiões que dizem ser a verdadeira, na verdade
apenas Jesus é a luz verdadeira.
Neste Evangelho, a Luz, Jesus, brilhou
neste mundo e mostrou a verdade do Salvador. A Luz brilhou e revelou a
natureza do pecado e dos pecadores aos olhos de Deus. Iluminou a verdade sobre
os crentes, a verdade sobre Deus. Isto porque Ele é a luz verdadeira.
Prossegue o v.9 e diz que esta revelação verdadeira
veio para quem?
Veio todo
o homem que vem ao mundo. É para TODOS sem distinção. Deus amou
o mundo, Deus quer que todos sejam salvos e venham ao
conhecimento da verdade. (I Tim.2:4).
Portanto, se as pessoas permanecem nas trevas, não
é por falta da luz, mas porque deliberadamente preferem as trevas. Ninguém
chegou à salvação senão pela luz verdadeira que é Jesus. Ele diz
em Jo.8:12: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará em trevas, mas terá a
luz da vida. Também diz em João
3:16-19.
V.10. – Jesus estava
no mundo que Ele criou, que Lhe deve a existência, mas esse mundo não o
reconheceu. Por trinta anos, Jesus esteve em Nazaré e foi vizinho das pessoas.
Mas na primeira vez que Ele pregou lá quiseram matá-Lo.
Depois, por mais três anos, Jesus andou por todo o
Israel, fez milagres fabulosos, pregou grandes mensagens. Ele era Deus em
carne. Ele era o Deus invisível tornado visível e palpável. Ele mostrou a Sua glória às pessoas ao estar no mundo.
No entanto, o mundo das
pessoas não o conheceu. Recusaram
reconhecer Jesus a luz verdadeira.
v.11
– Veio… e os seus não o receberam – Este é um versículo muito conhecido e decorado do
NT. João vai dar-nos a compreensão da natureza dos pecadores neste mundo. E vai
aprofundar ainda mais este ensino ao realçar antes que a luz veio e estava no mundo.
Este versículo não repete o anterior. O v.10 diz
que Jesus veio para o mundo das pessoas em geral. E agora no 11 Jesus veio numa
revelação especial ao povo de Deus, Israel.
Veio para a
Sua casa. Veio para o povo com quem Deus fez Alianças. No entanto, fizeram como
antes. Deus queixa-Se que lhes mandou profetas, mas ignoraram-nos e não fizeram
caso de Deus. E fizeram o mesmo com Jesus.
Nós sabemos como o homem tem rejeitado Deus. Isso é
sério. Mas uma coisa é rejeitar homens, profetas de Deus, rejeitar a Palavra
escrita inspirada por Deus num rolo. Mas muito pior é rejeitarem a luz
verdadeira. Rejeitar Deus feito carne, vendo a sua glória cheio de graça e de
verdade. E isto foi verdade há dois mil anos e também o é hoje.
v.12
– Mas, a todos quantos o receberam… - Esta é uma das grandes declarações do NT. MAS… indica
que entre quem não compreendeu, não conheceu, não recebeu Jesus, houve um
remanescente que Lhe deu as boas-vindas quando Ele veio. Houve quem o recebeu.
Receber, aqui é “aceitar, apossar-se, tomar com a mão algo
ou alguma pessoa para usar”. Então, todos aqueles que receberam
o Verbo divino que encarnou, a vida, a luz verdadeira que veio ao mundo, Jesus.
Aqueles que creram, aqueles que aceitaram, que tomaram a Jesus pela sua mão, esses
entraram para a família de Deus, foram feitos filhos de Deus.
Receber é
depositar a sua fé em Jesus, é crer no seu nome.
v.13 – O v.13 antecipa a declaração mais completa
sobre o novo nascimento que será feita mais à frente no cap. 3. O nascimento na
família de Deus é bem diferente do nascimento físico. A pessoa teve um nascimento espiritual que lhe
permite entrar na família cujo Pai é Deus. Depende da pessoa receber,
aceitar, crer n’Aquele a quem Deus enviou, Jesus.
Resumindo os vs. 12 e 13: TODA a pessoa que não
despreza, que não ignora, mas que aceita, que toma pela sua mão, que recebe
pela fé o enviado de Deus ao mundo, Jesus, entra para a família de Deus
como Seu filho. Estes nascem de Deus.
I João 5:1 confirma esta verdade: Todo
aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus.
Conclusão
Jesus Cristo é o Deus eterno que se fez
homem, que deixou a glória celestial e assumiu a forma humana, vivendo neste
mundo como qualquer pessoa. João apresenta-O de uma maneira única e profunda
chamando-Lhe o Verbo, a vida, a luz verdadeira que veio ao mundo.
Apesar de Jesus ser Deus e de trazer a luz da verdade da vida e do
propósito da vida para cada pessoa, poucos O compreenderam e não O aceitaram
naquele tempo, tal como hoje.
Mas a todos quantos o receberam, foram
feitos filhos de Deus.
Rui Simão
pastor na igreja evangélica baptista em moreira da maia