terça-feira, 31 de maio de 2022




A Obra do Espírito Santo no N.T. – O Fruto do Espírito Santo

 Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. - AMOR

(Gálatas 5:22)

(São quatro estudos e também pode acompanhar pelos links do You Tube)

(65) A Obra do Espírito Santo no Novo Testamento - O Fruto do Espírito Santo - Gálatas 5:22 - YouTube

(65) A Obra do Espírito Santo no Novo Testamento - O Fruto do Espírito Santo - Gálatas 5:22 - YouTube

(65) A Obra do Espírito Santo no Novo - O Fruto do Espírito Santo, Parte 3 - Gálatas 5:22 - YouTube

(65) O Fruto do Espírito Santo - Parte IV - Gálatas 5:22 - YouTube

 

Introdução – Na sequência do estudo do Evangelho de João, temos estado a estudar a Pessoa do Espírito Santo. O E.S. é uma Pessoa divina, como o Pai e o Filho. Deus é Um, Uno, e a Bíblia revela que Deus existe e subsiste em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. O E.S. é, provavelmente, a Pessoa divina menos conhecida e falada, mas não o deveria.

 

O Senhor Jesus, na última reunião com os Seus apóstolos fez revelações únicas e promessas de que Ele e o Pai iriam enviar o Espírito Santo. A vinda do E.S. está intimamente ligada à própria obra redentora de Jesus. Jesus disse que o Espírito Santo viria para ter uma obra essencial e única na igreja.

 

Vejam João 14:16-17,26; 16:7-8, 13.

 

Assim, quando o Senhor Jesus ascendeu de novo ao céu, assentou-Se no trono à direita do Pai, com toda a glória e foi enviado o E.S. prometido. Isso ocorreu no dia de Pentecostes em Jerusalém e está em At.2. Depois, percorremos o livro de Atos a ver a obra do E. S. no progresso do Evangelho e da igreja desde Jerusalém até ao mundo inteiro.

 

Hoje continuamos a aprender mais sobre o E.S. no NT e o que a Bíblia ensina sobre a Sua obra única e essencial nas vidas dos crentes em Jesus – O Fruto do Espírito Santo.

 

I.- O Envio do Espírito Santo em resultado da Vinda e da Obra de Jesus – Gl.4:4-7

Este trecho do N.T., Gál.4:4-7, revela-nos que Deus, no momento exacto e por Ele determinado, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho. Na Sua sabedoria, Deus achou que há 2000 anos atrás era a melhor altura para a encarnação do Filho de Deus.

 

O v.5 fala-nos de duas coisas. Primeiro, do motivo para a vinda de Jesus. Ele veio para nos remir e para que toda a pessoa que crê n’Ele seja tornada filha de Deus: a fim de recebermos a adoção de filhos.

 

Depois, ainda mais que isso, porque nos Deus nos tornou Seus filhos pela fé em Jesus, o que fez Deus?...Deus enviou ao nosso coração o Espírito de seu Filho. Deu-nos o E.S.

 

Que oferta maravilhosa nos foi dada: 1.º-Fomos feitos filhos de Deus pela fé em Jesus; 2.º-Ele fez habitar no nosso corpo, no nosso interior, o Espírito Santo.

 

Tudo isto unicamente porque Jesus Se fez homem, encarnou e completou a obra da salvação do mundo.

 

Depois, qual é a obra que este Espírito Santo veio fazer nos crentes, naqueles que receberam a adoção de filhos?

Opera em nós o FRUTO DO ESPÍRITO. Vemos isto claramente em Gl. 5:22.

 

II.- O Fruto do Espírito substitui as Obras da Carne – Gl.5:16-25

           Este maravilhoso fruto que vemos aqui é-nos dado para substituir o oposto que reina nos corações daqueles que ainda não são filhos adotivos de Deus, ou seja, as obras da carne, tão funestas, que trazem tanta infelicidade ao mundo.

 

         Temos aqui a descrição daquilo que reina e domina as vidas e corações das pessoas ainda não regeneradas, que ainda não creram em Jesus: e, logo, sem o Espírito Santo: Gl.5:16-21.

       O v.17 esclarece que há uma oposição entre o E.S. e a carnalidade nas vidas das pessoas.

      

       O E.S. veio para tirar essas coisas más, impuras, que ofendem a Deus e transformar a vida dessa pessoa que crê em Jesus para que se manifeste o Seu fruto.

 

       Portanto, tu que és crente não podes ter na tua vida essas obras da carne.

       Vejam a diferença: obras… fruto.

 

III. O Fruto do Espírito Santo

Fruto é o que Deus espera de nós. De uma maneira natural, o homem produzirá sempre as obras da carne. Mas, quando conhece o Evangelho, crê e aceita Cristo, recebe o Espírito Santo que o transformará e produzirá nessa pessoa o fruto do Espírito.

Vejam que o texto não fala de frutos, no plural, mas de fruto, no singular. Porquê? Porque a origem é a mesma, o Espírito Santo de Deus.

É um só fruto, mas com 9 qualidades diferentes. O fruto do Espírito são qualidades morais cuja origem é Divina. São características do próprio Deus, da Sua natureza, que Ele implanta em nós pelo Espírito Santo. São virtudes dadas à nossa nova natureza cristã que começa a ser restaurada, após a regeneração pelo Espírito Santo.

 

Também, o fruto do Espírito não é dividido entre os crentes como os dons espirituais. Não, o crente recebe TODO o fruto do Espírito, todas as suas 9 qualidades.

 

Portanto, vejam o que Deus pede de nós no vs.24-25: viver e andar no Espírito.

 

Nesta única e maravilhosa obra do E.S. vamos ver mais em detalhe cada uma dessas nove qualidades do fruto do E.S.. em Gl.5:22. Hoje, apenas o amor.

 

1.- AMOR – I João 4:7-13

É a primeira e a mais excelente qualidade do fruto do Espírito. O amor de Deus é a base de todo o amor: Deus é amor (I Jo.4:8)

 

O amor a Deus é o primeiro e maior mandamento e o segundo é o amor ao próximo como a nós mesmos. O Amor é a principal característica da família Divina.

O Amor governa todas as ações dentro dessa família, passando do Pai para o Filho e daí para os filhos, nós.

 

                  Não deveria haver nada mais característico no cristão do que o Amor:

- Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros (João 13:35);

- Nós sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. (I João 3:14).

- Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá uma multidão de pecados (I Pedro 4:8). Quem ama, perdoa!

 

O amor é a fonte de toda a espiritualidade e tem início primeiro em Deus. O amor de Deus é a base de todo o amor: Deus amou o mundo, de tal maneira, que Deus o seu Filho Unigénito...

O amor a Deus é o nosso amor mais alto e o que nos exige maior responsabilidade, porque devemos amar ao Senhor acima de todas as coisas. Só o Espírito Santo, com o Seu fruto, nos permite este amor excelso.

 

Amor é querer para os outros o que queremos para nós. É a dedicação ao próximo.

 

Amor é mais que uma emoção, é ação, como o exemplo do Bom-samaritano.

 

 Jesus é o nosso supremo exemplo de Amor. Porquê?

Primeiro, porque aceitou encarnar, fazer-Se homem e morrer em sacrifício na cruz pagando o preço da nossa culpa para nos salvar da perdição eterna.

 

Depois, porque olhou para as multidões cheio de Amor e de compaixão, um Amor sem barreiras, sem limites, não excluindo ninguém:  E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor. (Mt.9:36). Assim devemos nós, também, olhar para o mundo.

 

O melhor poema de amor está em I Coríntios 13:1-8a.

Conclusão

          No Dia de Pentecostes, há 2000 anos, Deus cumpriu a promessa e o E.S. foi enviado para habitar na Sua igreja na terra. Marcou o raiar de um novo dia nas relações entre o E.S. e a Humanidade. Porquê?

 

Porque o E.S. veio para ajudar a humanidade a conhecer o Salvador e a salvação a fim de que o pecador creia em Jesus e tenha vida eterna, escapando à condenação do inferno.

 

Todo o trabalho eficaz que a Igreja tem realizado ao longos dos últimos 20 séculos tem sido no poder e orientação do E.S..

Grande, única e maravilhosa é a obra do E.S.. Ao habitar no crente, transforma-nos e leva-nos a que haja em nós o fruto do Espírito.

 

 

Moreira, 16 de Junho de 2022 (RO)     

Rui Simão

pastor 

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A Obra do Espírito Santo no N.T. – O Fruto do Espírito Santo 2

 Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. – Gozo, Paz

(Gálatas 5:22)

 

Introdução – Na sequência do estudo do Evangelho de João, temos estado a estudar a Pessoa do Espírito Santo. O E.S. é uma Pessoa divina, como o Pai e o Filho.

 

          O Senhor Jesus, na última reunião com os Seus apóstolos fez revelações únicas e promessas de que Ele e o Pai iriam enviar o Espírito Santo. A vinda do E.S. está intimamente ligada à própria obra redentora de Jesus na cruz, Sua morte e ressurreição. Jesus disse que o Espírito Santo viria para ter uma obra essencial e única na igreja: Vejam João 14:16-17

 

Por Sua graça, Deus fez-nos Seus filhos quando cremos em Jesus. E que mais nos deu?...porque sois filhos, Deus enviou ao nosso coração o Espírito de seu Filho (Gl.4:6). Deu-nos o Espírito Santo.

Em At.1:8, Jesus também prometeu: Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que há-de vir sobre vós… Este poder do E.S., entre outras coisas, transforma a vida de pecadores que creem em Jesus e faz com que se manifeste nesses crentes, em lugar das obras da carne, antes, o fruto do Espírito descrito em Gálatas 5:16-22. O que é o fruto do Espírito?

 

É tudo o que nós precisamos. São qualidades morais cuja origem é divina. São características do próprio Deus, da Sua natureza, que Ele implanta em nós pelo Espírito Santo. São virtudes dadas à nossa nova natureza cristã que foi restaurada, regenerada pelo Espírito Santo. Este fruto não é dividido. Recebemos todas as nove qualidades desse fruto.

Continuamos a aprender mais sobre o fruto do Espírito, tendo em conta o mandamento do v.16: Andai em Espírito e não cumprireis as concupiscências da carne.

 

I.- O Fruto do Espírito – Gál.5:22

 

1.- Amor (gr ágape)

2.- Gozo, Alegria (gr chara) – João 15:11; 17:13

Tal como Jesus aqui nos mostra, Deus é cheio de alegria, Deus é uma Pessoa muito alegre. Deus não aprecia o desânimo, a melancolia e a tristeza. Deus gosta de corações animados. Deus enviou o Seu Espírito Santo, não para nos entristecer, mas para encher os nossos corações de alegria, especialmente a alegria da salvação.

Jesus fala do júbilo que há no céu em Lucas 15:7: Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende…

 

Por essa razão, os profetas, os apóstolos e Jesus sempre nos ordenam que nos regozijemos e sejamos alegres. Deus é a fonte, a origem desta alegria, deste gozo:

 

Profetas: Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta (Zacarias 9:9); A alegria do SENHOR é a vossa força (Neemias 8:10)

 

Apóstolos: Regozijai-vos sempre no Senhor, outra vez digo, regozijai-vos, disse Paulo em Filipenses 4:4.

 

Jesus: ...alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos nos céus (Lc.10:10)

 

A palavra grega usada no N.T. para gozo indica a alegria de origem espiritual. É a alegria cristã de que Paulo fala sobre o que aconteceu aos crentes tessalonicenses: recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo (I Tes.1:6).  

 

A verdadeira alegria não é uma emoção, não depende das circunstâncias que nos assaltam. Se dependesse das circunstâncias, Jesus não poderia ter dito estas palavras a poucas horas de ser preso, maltratado e crucificado: Tenho-vos dito isto para que o meu gozo permaneça em vós... (João 15:11).

 

A alegria dada pelo Espírito não se compara à felicidade e ao prazer. A felicidade é enganosa. Só a temos quando as circunstâncias externas, ao nosso redor, são favoráveis. Também os prazeres são momentâneos, duram só naquele momento.

 

Pelo contrário, a alegria do Espírito Santo é permanente, é firme, desprezando as circunstâncias adversas da vida. A alegria cristã é inspiradora de coragem e de esperança. Dá-nos confiança e satisfação: Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo (Rm.14:17).

IL: Quando o rei de uma nação se desloca é hasteada bem alta uma bandeira para indicar que o rei está ali. É o mesmo com a alegria no crente. O nosso Rei está em nós.

 

O gozo fruto do Espírito é a alegria gerada pelo Espírito Santo que vive nos crentes em Jesus. Esta alegria impulsiona o crente a permanecer firme nas promessas do Senhor ajudando-o a não desesperar, mesmo diante das injustiças no mundo.

Esta alegria, a alegria cristã, é inspiradora de coragem e de esperança.

 

O mundo de hoje não tem alegria. O mundo de hoje está cheio de sombras, desilusões e medo. O mundo não consegue encontrar a fonte da alegria. Só Deus dirige a Sua alegria, o verdadeiro gozo, através do Espírito Santo, para as nossas vidas.

 

Somente o Espírito Santo pode produzir em nós esta excelente qualidade do Seu Fruto, a ALEGRIA, O GOZO.

 

3. Paz – (gr eirene; hb shalom) – João 14:27; 16:33

Paz traz em si a ideia de união, unidade, satisfação, descanso, segurança, tranquilidade. A palavra hebraica no A.T. é shalom. Isaías 26:3 diz: Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.

 

Olhamos o mundo e as pessoas à nossa volta e vemos tanta falta de paz. Onde encontrar a paz? Como alcançá-la?

Só Deus é a fonte da verdadeira paz. Sem a intervenção do Senhor Deus, não é possível a harmonia da verdadeira paz. A paz é um bem preciosíssimo.

Onde é que a paz foi perdida afetando todo o mundo? Foi na queda de Adão, o primeiro homem? Aquela desobediência no Jardim do Éden trouxe o pecado ao mundo.

 

O pecado, a transgressão às leis e à Pessoa de Deus trouxe grande impacto e destruiu:

- A paz com Deus – o homem ficou longe, alienado de Deus;

- A paz com o seu semelhante–alienação do seu próximo (Caím matou Abel...);

- Destrui a paz do homem consigo mesmo, com a sua consciência.

 

Por conseguinte, a paz tem que incluir a estauração, a reparação dos danos espirituais causados pelo pecado que entrou na Humanidade. Por isso lemos em Romanos 5:1: Tendo sido, pois, justificados, pois, pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Foi por meio da cruz de Cristo que Deus trouxe e estabeleceu a paz: E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus. (Col.1:20).

 

       Portanto, a paz envolve apenas uma tranquilidade íntima, a ausência de conflito?

Não, a paz é uma qualidade do fruto do Espírito Santo, só possível de receber vinda da parte de Deus, quando cremos em Jesus Cristo, quando nos arrependemos e somos feitos Seus filhos. Não há verdadeira paz em nós sem estarmos bem com o Senhor, reconciliados.

 

A paz é uma qualidade espiritual, produzida pela reconciliação com o Senhor, quando os nossos pecados são lavados e perdoados. E com o Espírito Santo a viver em nós, somos transformados, feitos novas criaturas, transformados à imagem de Cristo.

 

Quando recebemos esta paz, além da paz com Deus, ela estende-se ao mundo, pois também temos a capacidade de ter paz com os outros à nossa volta: Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros (Rom.14:19).

 

Recordemos as primeiras palavras de saudação do Cristo ressuscitado quando apareceu aos Seus discípulos: Paz seja convosco. (Luc.24:36; João 20:21).

Recordemos a constante saudação inicial das cartas do Novo Testamento: Graça e paz... Vejam a diferença entre as obras da carne de Gl.5:20 e o fruto do Espírito, paz.

 

 

Após a nossa salvação quando cremos em Jesus, entra em nós este fruto, gozo e paz.

 

A paz serve de grande consolação em qualquer e em todas as provações, pois é uma paz que excede todo o entendimento (Fip.4:7).

 

Bem valiosas são as palavras de Jesus em João 14:27; 16:33. Vamos ler.

 

Conclusão – No Dia de Pentecostes, há 2000 anos, Deus cumpriu a promessa e o E.S. foi enviado para habitar na Sua igreja na terra.  Grande, única e maravilhosa é a obra do E.S.. Ao habitar no crente, transforma-nos e leva-nos a que haja em nós o fruto do Espírito. Apesar das circunstâncias da nossa vida, temos alegria, temos paz porque é fruto divino.

 

 

Moreira, 23 de Junho de 2022 (RO)     

Rui Simão

pastor   

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A Obra do Espírito Santo no N.T. – O Fruto do Espírito Santo 3

 Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. – Longanimidade, Benignidade, Bondade

(Gálatas 5:22)

 

Introdução – Na sequência do estudo do Evangelho de João, temos estado a estudar a Pessoa do Espírito Santo. O E.S. é uma Pessoa divina, como o Pai e o Filho.

 

          Por Sua graça, Deus fez-nos Seus filhos quando cremos em Jesus. E que mais nos deu?...porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho (Gl.4:6). Deu-nos o Espírito Santo. A obra do E.S. é única. Transforma a vida do crente e faz com que se manifeste nesses crentes, em lugar das obras da carne, o fruto do Espírito descrito em Gálatas 5:16-22. O que é o fruto do Espírito?

 

É tudo o que nós precisamos. São qualidades morais cuja origem é divina. São características do próprio Deus, da Sua natureza, que Ele implanta em nós pelo Espírito Santo. São virtudes dadas à nossa nova natureza cristã que foi restaurada, regenerada pelo Espírito Santo. Este fruto não é dividido. Recebemos todas as nove qualidades desse fruto.

Continuamos a aprender mais sobre o fruto do Espírito.

I.- O Fruto do Espírito – Gál.5:22

 

1.- Amor (gr ágape)

2.- Gozo, Alegria (gr chara)

3.- Paz – (gr eirene; hb shalom)

 

4.- Longanimidade – (gr makrothumia)

A.- A LONGANIMIDADE QUANDO É APLICADA A DEUS

A longanimidade é uma qualidade da natureza dos atributos de Deus. Significa “grande em paciência; lento para a ira, tardio em irar-Se”. Significa que Deus tolera pacientemente todas as ofensas, pecados e iniquidades do homem, não Se deixando arrebatar por explosões de ira, o que só poderia resultar na destruição do homem.

 

Longanimidade é o aspeto da bondade ou amor de Deus em virtude do qual Ele tolera os rebeldes e maus, apesar da sua prolongada desobediência.  O homem comete pecado, transgride às leis divinas, mas Deus aplica a Sua longanimidade, a Sua grande paciência.

 

A longanimidade de Deus revela-se quando Ele adia o merecido julgamento: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente...  (Êx.34:6-7)

 

Exemplos da longanimidade de Deus:

1. Noé - Devido ao pecado e violência extremos existentes no mundo, Deus decidiu destruir o mundo pelo Dilúvio. Mas, antes de o fazer, avisou a Humanidade, mandou Noé preparar uma arca e foi longânimo, extremamente paciente por 120 anos: Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água. (I Pe.3:20).

 

2. A Salvação e a Promessa da Segunda Vinda de Jesus CristoQual a razão da demora do retorno do Senhor. Pedro explica que não é por Deus Se relaxar na Sua promessa da segunda vinda. Pedro explica os motivos divinos e escreve: O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para connosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. (II Pedro 3:9);

 

 E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor... (II Pedro 3:15). Não poderia haver salvação sem a longanimidade de Deus, o que prova a sua imensa importância.

 

B. A LONGANIMIDADE QUANDO É APLICADA AO CRENTE

            É esta qualidade da natureza divina que o Senhor nos oferece com o fruto do Espírito Santo. Visto que Deus tem sido extremamente longânimo connosco, também nós o temos que ser no relacionamento com o nosso próximo.

 

Ser uma pessoa longânima o que é? É ser tardio em irar-se, é ficar imperturbável diante de provocações, ter longa paciência debaixo de maus-tratos sem ficar com raiva nem nutrir pensamentos de vingança nem de retribuição do mal com o mal.

Ser longânimo é suportar tribulações e dificuldades da vida, sem murmurações nem rebeldia, mas antes submeter-se alegremente à providência do Senhor, com humildade e paciência.

 

 Se nós somos irritadiços, impacientes, vingativos, ressentidos, maldosos com o nosso próximo, então não temos longanimidade. A longanimidade é fruto divino, fruto do E.S..

 

5.- Benignidade – (gr chrestotes)

 No original grego, benignidade significa: “gentileza, ternura, delicadeza, honestidade, bondade, excelência de carácter”. Deus é a fonte originária da benignidade.

 

Cristo, que é Deus, foi quem melhor viveu e exemplificou esta qualidade do Espírito. Jesus era uma Pessoa gentil, benigna. Por isso, Jesus é o nosso supremo modelo e exemplo.

 

A Bíblia ensina que Jesus tratou com benignidade e carinho muitos falhados do Seu tempo, as prostitutas, os publicanos, etc. As únicas pessoas que Jesus tratou com dureza foram os líderes religiosos hipócritas. O nosso Senhor foi uma Pessoa imensamente gentil.

 

A.- A BENIGNIDADE QUANDO É APLICADA A DEUS

A benignidade de Deus vê-se em toda a Bíblia. O Salmo 68:8 diz: Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus, no seu lugar santo. A benignidade de Deus é o favor imerecido de Deus que ama, perdoa e salva o pecador culpado e condenado. Na rica manifestação da Sua graça, o Senhor Deus remove a nossa culpa e a punição do pecado.

 

A benignidade divina vê-se também no derramamento das Suas bênçãos diárias, em tudo o que o Senhor faz a nosso favor. O Senhor não poderia ser misericordioso, longânimo, gracioso, se não fosse perfeitamente benigno, grande em benignidade.

 

Exemplos bíblicos da longanimidade de Deus:

O Senhor, porém, estava com José, e estendeu sobre ele a sua benignidade, e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor.  Génesis 39:21

Porém tu, Senhor, és um Deus cheio de compaixão, e piedoso, sofredor, e grande em benignidade e em verdade. Salmo 86:15

Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para connosco em Cristo Jesus.   Efésios 2:7

 

B. A BENIGNIDADE QUANDO É APLICADA AO CRENTE

O crente que possui esta qualidade activa do fruto do Espírito Santo na sua vida é gracioso e gentil para com os seus semelhantes.  Muitos crentes mostram desprezo pelo pecado, o que é certo, mas podem tornar-se rudes e grosseiros para com os pecadores.

 

Alguns, de tão apaixonados pela justiça e pela rectidão, não têm compaixão pelos que caíram. Mostram-se impacientes e indelicados com os que falharam na vida. Falta a benignidade a influenciar o seu coração.

 

Portanto, ser cheio de benignidade é doçura de temperamento, uma atitude afável e cortês, especialmente para com os inferiores e com os que nos magoam.

 

Os crentes que desejam mostrar a benignidade não devem ser inflexíveis e amargos, mas antes gentis, suaves, corteses, de fala mansa. É fazer o bem:

Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade…   (Col. 3:11)

 

6.- Bondade – (gr agathosune)

No original grego, bondade significa: “gentileza, rectidão”.

Parece haver pouca distinção entre benignidade e bondade. A bondade refere-se às qualidades das pessoas que são dirigidas e desejam o que é bom.

O Salmo 23:6: Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias. Que bom podermos ter bondade!

 

A BONDADE QUANDO APLICADA A DEUS

Deus é a fonte originária da bondade. É neste sentido que Jesus disse ao jovem rico: Ninguém há bom senão um, que é Deus (Mc. 10.18). Bondade é amor em ação.

 

     Bondade é a afeição do Criador que O leva a tratar generosamente todas as Suas criaturas e não somente os crentes: Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras… Os olhos de todos esperam em ti, e lhes dás o seu mantimento a seu tempo. Abres a tua mão, e fartas os desejos de todos os viventes.  (Sl. 145.9,15,16).

 

          Desde que Deus é bom em Si mesmo, é também bom para as Suas criaturas. Deus é bom e assim é apresentado de várias maneiras em toda a Bíblia. O salmista canta: Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz. (Sl 36.9).

 

Todas as boas coisas que as criaturas fruem no presente e esperam no futuro, fluem para elas deste manancial inexaurível. Deus é o sumo bem para todas as Suas criaturas.

 

- A BONDADE DE DEUS EM DIVERSAS PASSAGENS BÍBLICAS

A Bíblia refere-se a esta bondade de Deus em muitas passagens bíblicas:

Não te lembres dos pecados da minha mocidade, nem das minhas transgressões; mas segundo a tua misericórdia, lembra-te de mim, por tua bondade, SENHOR. (Sl. 25:7)

 

   Oh! quão grande é a tua bondade, que guardaste para os que te temem, a qual operaste para aqueles que em ti confiam na presença dos filhos dos homens!  (Salmo 31:19)

    

Ele ama a justiça e o juízo; a terra está cheia da bondade do Senhor. (Sal. 33:5)

 

- A BONDADE QUANDO APLICADA AO CRENTE

          Deus quer que esta Sua qualidade também esteja no crente. É, por isso, uma qualidade do fruto do Espírito Santo.

 

Uma coisa é fazermos o bem uma e outra vez, nesta ou naquela situação. Mas, outra coisa é a bondade no íntimo. Bondade é amor em acção, é fazer o bem a partir de um coração bom sem esperar recompensa.  

Com o nosso coração transformado pela presença do Espírito, a bondade fluirá no nosso viver.

 

Um crente mostra bondade quando ajuda os necessitados como no caso do bom samaritano.  Paulo ensina isto quando escreveu aos crentes em Roma: E estou certo, meus irmãos... a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade... (Rom.15:14).

                  Não podemos ser crentes egocêntricos, voltados exclusivamente para os nossos próprios interesses.

                  A bondade refere-se às qualidades das pessoas que são bondosas pela transformação do E.S., que são dirigidas pelo que é bom e que desejam o que é bom.

 Somente o Espírito Santo pode produzir em nós esta excelente qualidade do Seu Fruto, a BONDADE.

 

Conclusão

          No Dia de Pentecostes, há 2000 anos, Deus cumpriu a promessa e o E.S. foi enviado para habitar na Sua igreja na terra. Marcou o raiar de um novo dia nas relações entre o E.S. e a Humanidade. Porquê?

 

 Grande, única e maravilhosa é a obra do E.S.. Ao habitar no crente, transforma-nos e leva a que haja em nós o fruto do Espírito.

 

 

Moreira, 30 de Junho de 2022 (RO)     

Rui Simão

pastor 

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A Obra do Espírito Santo no N.T. – O Fruto do Espírito Santo 4

 Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. – Fé, Mansidão, Temperança

(Gálatas 5:22)

 

Introdução – Na sequência do estudo do Evangelho de João, temos estado a estudar a Pessoa do Espírito Santo. O E.S. é uma Pessoa divina, como o Pai e o Filho.

 

          Por Sua graça, Deus fez-nos Seus filhos quando cremos em Jesus. E que mais nos deu?...porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho (Gl.4:6). Deu-nos o Espírito Santo. A obra do E.S. é única. Transforma a vida do crente e faz com que se manifeste nesses crentes, em lugar das obras da carne, o fruto do Espírito descrito em Gálatas 5:16-22.        O que é o fruto do Espírito?

 

É tudo o que nós precisamos. São qualidades morais cuja origem é divina. São características do próprio Deus, da Sua natureza, que Ele implanta em nós pelo Espírito Santo. São virtudes dadas à nossa nova natureza cristã que foi restaurada, regenerada pelo Espírito Santo. Este fruto não é dividido. Recebemos todas as nove qualidades desse fruto.

Continuamos  e concluímos hoje o estudo sobre o fruto do Espírito.

I.- O Fruto do Espírito – Gál.5:22

1.- Amor (gr ágape); 2.- Gozo, Alegria (gr chara); 3.- Paz – (gr eirene;); 4.- Longanimidade – (gr makrothumia); 5.- Benignidade – (gr chrestotes); 6. Bondadegr agathosune

 

7. FÉ gr pistis - v.22

        No grego, pistis, pode significar tanto fé, “confiança”, como fidelidade.  e fidelidade procedem do Espírito de Deus, embora a seja o principal aspeto destacado aqui.

 

Pensando em fidelidade é um Atributo, uma qualidade da natureza de Deus. Ele é o Deus fiel, imutável: Saberás, pois, que o Senhor teu Deus, ele é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos. (Dt.32:9). É fiel a perdoar: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I João 1.9). É Deus fiel a proteger: Mas fiel é o Senhor, que vos confortará e guardará do maligno (II Ts.3:3).

 

A fé, em parceria com o arrependimento, forma a conversão do pecador a Cristo.

A vem quando se ouve a Palavra de Deus: De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus (Rm.10:17). É o passo inicial da conversão do pecador com o trabalho do E.S., como disse Jesus: Mas quando ele vier, convencerá o mundo do pecado… (Jo.16:8).

 A conversão do pecador só pode acontecer com a operação do Espírito de Deus, ainda que se exija também a cooperação do livre-arbítrio humano.  Mediante esta operação, a alma humana é levada a confiar e a depender de Cristo, entregando-se a Ele. Isto é fé.

 

        No crente, a fé, esta qualidade do fruto do Espírito aponta, sobretudo, para a confiança, no sentido de crermos, de descansarmos em Deus até nas coisas que parecem impossíveis, difíceis de acontecer. É a fé que precisamos de ter nas nossas súplicas e orações.

 

Vamos ver dois exemplos.

Quando Jairo foi pedir a Jesus que salvasse a sua filha que estava muito doente, enquanto falava com Jesus recebeu a notícia de que ela já tinha morrido. Jesus disse: Não temas, crê somente (Mc.5:36).

Em Marcos 9:23, perante um pai desesperado pela saúde do seu filho, Jesus também lhe diz: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê (Mc.9:23)

 

          Já em Mc.11:22-24, Jesus mostra muito bem esta qualidade do fruto do Espírito quando diz:  E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus; Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito. Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis.

          Precisamos de crer, de confiar que é possível em Deus. É fruto do Espírito.

         

          Temos, dada por Deus, uma galeria de homens e de mulheres, uma lista de exemplos vivos deste fruto do Espírito em Heb.11.

- Pela fé, Noé creu, confiou em Deus e construiu uma arca para salvar a sua família (v.7);

- Pela fé, Abraão confiou que Deus tinha uma terra para ele e deixou o seu país (v.8ss);

- Pela fé, Moisés deixou o Egipto, liderou uma nação para a terra prometida (v.23ss).

 

O apóstolo Paulo disse que o que vence o mundo é a nossa fé.

          Pela fé, o crente crê que, para Deus, tudo é possível. Por isso, marcha em frente, permanece firme, continua leal, mesmo no meio de reveses e deceções.

          Essa fé é estável, mesmo em presença de experiências abaladoras, pois o olhar do crente está fixado n’Aquele que é fiel, e não na confusão das circunstâncias que nos cercam.

             

   Um dia, todos os cristãos estarão diante do trono da justiça de Jesus Cristo para prestarem contas do que fizeram. Não seremos julgados por quanto fomos bem-sucedidos aos olhos do mundo, mas pela nossa confiança em Deus, e fidelidade. O cristão vive na fé.

 

8. MANSIDÃOgr prautes - v.22

A mansidão é um dos atributos, uma das perfeições de Deus.  Mansidão significa: “gentileza, humildade, suavidade, brandura, modéstia, cortesia”. Jesus diz que os mansos herdarão a terra (Mt.5:5).

O que á a mansidão? Não significa desânimo, cobardia ou fraqueza. Mansidão abriga em si uma força silenciosa que confunde os que a consideram fraqueza. Na Bíblia, traz a ideia de “força sob controlo” e ilustra um cavalo selvagem que foi domado e que continua a ter tanta força e energia como antes, mas agora pode ser controlado.

 

IL.: O apóstolo Pedro era um homem impulsivo, explosivo. Mas quando foi amansado pelo Espírito Santo, toda a sua energia passou a ser usada para a glória de Deus.

 

I. A MANSIDÃO QUANDO APLICADA A DEUS

1. A MANSIDÃO NA PESSOA DE DEUS - Deus é manso e a fonte originária da mansidão.

Jesus é o grande exemplo:  Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. (Mt.11:29). A mansidão de Jesus leva as pessoas a confiarem n’Ele e a buscarem-No a fim de que Ele lhes tire as cargas da vida e, sobretudo, as cargas da alma, pela salvação.

 

2. A MANSIDÃO DE DEUS PARA COM O SEU POVO

Porque o Senhor é manso, como é que a Sua mansidão O leva a tratar o Seu povo? Vejamos algumas das Suas promessas nesta área em que Deus gosta que sejamos mansos:

Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me susteve, e a tua mansidão me engrandeceu. (Salmo 18:35);

Senhor, tu ouviste os desejos dos mansos; confortarás os seus corações; os teus ouvidos estarão abertos para eles. (Salmo 10:17);

Guiará os mansos em justiça e aos mansos ensinará o seu caminho. (Salmo 25:9).

                     

II. A MANSIDÃO, FRUTO DO ESPÍRITO, QUANDO APLICADA AO CRENTE

Deus quer tornar-nos pessoas mansas. A mansidão fruto do Espírito Santo é uma genuína falta de maldade, uma qualidade que se mistura com a paciência. Mostra uma submissão para com Deus e para com as pessoas. A mansidão é resultado da verdadeira humildade perante as pessoas, com o reconhecimento do seu valor e de não nos considerarmos superiores aos outros. Alguns exemplos bíblicos:

 

IRMÃOS, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão…(Gál.6:1);

Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão. (I Tim.6:11);

Que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda a mansidão para com todos os homens (Tito 3:2);

 E ao servo do Senhor não convém contender , mas sim , ser manso para com todos , apto para ensinar , sofredor; Instruindo com mansidão os que resistem… (II Tim.2:24-25)

Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.. (I Ped.3:15)

Os mansos não são cobardes, ao contrário do que se pensa. Eles são pacificadores. Onde há discórdia eles levam a paz e agem dessa forma porque são cheios do Espírito Santo. O mundo precisa de pessoas mansas, que deem esse testemunho com suas vidas

 

9. Temperança gr egkrateia - v.22

          A temperança é um dos atributos, uma das perfeições de Deus. No original hebraico e grego, temperança significa: “domínio próprio, senhorio forte e pesado” capacidade de controlar os nossos pensamentos e ações. É o ponto de equilíbrio na vida.

 

O que a temperança, o domínio próprio? É a moderação, o controlo dos apetites, dos desejos e das paixões. Uma pessoa controlada pelo Espírito Santo, através da temperança, tem domínio sobre as suas próprias ações. Não sai, de forma impensada, sem qualquer controlo, correndo para realizar este, ou aquele negócio, grande ou pequeno.  Amadurece!

 

Mesmo na defesa dos seus direitos, não busca, precipitadamente, a lei e a justiça. Exercendo o domínio próprio na sua forma de agir, espera pelo momento de Deus para tomar uma decisão, para realizar um negócio, para empreender uma viagem, etc.

 

I. O DOMÍNIO PRÓPRIO, TEMPERANÇA, QUANDO APLICADA AO CRENTE

Deus quer tornar-nos pessoas temperadas e com domínio próprio. Por tomar atitudes precipitadas, por falta de temperança, muitos têm agido de forma incorreta.

O Senhor Jesus falou sobre a necessidade de planearmos as nossas ações: Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? (Lucas 14:28).

 

Agir, tomar atitudes, assumir compromissos sem temperança, sem planeamento, sem autocontrole, sem autodisciplina, não é próprio de um crente. Alguns exemplos bíblicos:

 

1. O Domínio sobre os desejos sexuais

Paulo manda em I Coríntios 7:9: Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que arder. Sexo é apenas para os casados e dentro do casamento. Aos que namoram, fica este mandamento. A necessidade de controlo dos impulsos sexuais.

O sexo em si não é pecado, mas o descontrolo nesta área leva a toda a ordem de impureza sexual. Esta intemperança, sim, é pecado.

 

2. O Valor da temperança e do domínio próprio

Paulo dá-nos este conselho em II Timóteo 4:5: Mas tu, sê sóbrio em tudo.... Também Pedro, em I Pedro 4:7: E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios ...

 

Sóbrio” significa: “moderado no comer, no beber e nos outros apetites, por forma a ter “lucidez moral, vigilância” em contraste com “adormecido, embriagado, insensível”.

Somos chamados a agir com temperança, sobriedade e domínio próprio.

 

Por exemplo, Sansão pode ter sido o homem mais forte do mundo, mas não teve domínio próprio. Lembram-se do que lhe aconteceu? Foi seduzido por Dalila e perdeu tudo.

 

A Pessoa guiada pelo Espírito Santo não age por impulso, não é um descontrolado, um colérico. Mas é uma pessoa que, perante situações adversas, consegue agir com moderação.

 

          Muitos problemas são causados pela falta de temperança. Alguns exemplos:

Porque não consigo perder peso? Porque não consigo superar um mau hábito, um vício? Porque não consigo pagar as minhas contas? Porque não consigo controlar os consumos? Por falta desta qualidade do fruto do Espírito, falta de temperança!


         Por vezes sentimos que a nossa vida está fora de controlo.  Prov.25.28, diz: Como a cidade derrubada, sem muro, assim é o homem que não pode conter o seu espírito. A temperança é fator chave para qualquer sucesso, senão conseguimos muito pouco.

 

O que fazem as pessoas para obterem a temperança, o domínio próprio?

          Tentam quase tudo. Por exemplo: remédios, terapias, seminários, cirurgias, etc. As pessoas tentam tudo e, infelizmente, quantas vezes se esquecem d’Aquele que é a fonte da temperança, ou seja, o Espírito Santo de Deus.

 

Olhando de novo Gál.6:19-21, a temperança dá-nos vitória em que pecados e vícios?

 

Olhando para nós mesmos, temos sido crentes temperados ou temo-nos deixado vencer pelos maus hábitos e vícios? Lembremo-nos que Deus julgará a nossa intemperança.

 

Maior é aquele que se domina do que aquele que conquista uma cidade: Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso, e o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade. (Prov.16:32). Vencer as próprias paixões é muito mais glorioso.

 

Conclusão – Agora vamos ao passo final. O segredo para todas estas qualidades maravilhosas de Gl.5;22 está na Pessoa do Espírito Santo que vive no crente. É o E.S. que faz manifestar em nós este Seu fruto. Obedeçamos ao E.S., enchamo-nos d’Ele.

 

 

Moreira, 10 de Julho de 2022 (RO)     

Rui Simão

pastor