terça-feira, 1 de dezembro de 2015




                                  A PARÁBOLA DO SEMEADOR

(Marcos 4:1-20; Mateus 13:1-23; Lucas 8:4-15)
 
           Esta pode ter sido a primeira parábola que Jesus proferiu. Cumpriam as profecias (Salmo 78:2).  Jesus começa a ensinar por Parábolas. Uma parábola é uma comparação, uma curta narrativa de ficção da qual se extrai uma verdade moral ou espiritual. Uma história da terra com um significado celestial. Permanece inesquecível ao longo dos séculos.

   Quais as vantagens duma lição apresentada desta forma?

  Atinge os simples, fixa as verdades nas mentes dos ouvintes, distingue, separa as pessoas que querem aprender e os que zombam. Atrai a atenção das pessoas para as verdades do reino de Deus. Mostra que os segredos de Deus podem ser alcançados por todos os que quiserem. Na maior parte das vezes, o significado da parábola é óbvio, noutras é mais subtil, mas permanece vivo ao longo dos séculos. Os ensinamentos mais expressivos de Jesus foram dados através de parábolas.
Causa um impacto no ouvinte e exige uma reacção.
 
   Como é que Jesus começa e termina a Sua parábola? (vs.3 e 9)

   Ouvi! Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Significa ouvir e agir. Salienta a importância da mensagem, em estar atento e agir. Os ouvidos servem para ouvir.

   AP: Ouço a Palavra de Deus com atenção. Ouço e fico na mesma, ou ajo, faço qualquer coisa?

   Quais são as três figuras desta parábola e o que significam?

§  O semeador - Jesus Cristo e todo o servo de Deus pregador das boas-novas, do         evangelho(Mt.13:37- 38). É todo o que espalhar a semente.

§  A semente -   A Palavra de Deus proclamada (Marcos 4:14). A pura Palavra de Deus, não as tradições da igreja, não as doutrinas de homens. Só a Palavra de Deus é "...viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Hebreus 4:12)

§  O terreno -    As pessoas e seus diferentes estados de coração

       Há aqui duas partes, invisíveis, que lutam pelo mundo, pela posse da humanidade (Deus e o diabo). Um luta com amor, outro com ódio.

   O semeador é ele mesmo. A semente é ela mesma. Como os resultados são diferentes, a diferença tem que depender das condições do terreno, do coração humano.

   AP: Sou semeador? Tenho semeado? Quero semear o evangelho da salvação? A semente que uso é a Palavra de Deus ou é outra qualquer palavra? O meu terreno (coração) de que tipo é?

  Ouvi! - O ensino geral desta parábola é este: Por muito fiel que seja o pregador, por muito pura e fiel que seja a sua mensagem, o resultado dependerá do estado do coração do ouvinte. Também tem o propósito de nos encorajar, pois face a muito desinteresse e oposição há sempre bons resultados. Mostra a responsabilidade do ouvinte em perseverar face ao diabo e ao mundo. Marca a diferença entre os discípulos e os incrédulos.
Há quatro tipos de pessoas, corações, e quatro tipos de reacção à proclamação do evangelho.
 

A PARÁBOLA E A SUA INTERPRETAÇÃO


1. O PRIMEIRO CASO - Junto ao Caminho   vs.4, 15

      Uma parte da semente cai nas veredas, nos trilhos duros não charruados que há nos campos, calcados pelos pés. São pessoas endurecidas, impenetráveis. Mentes, ouvidos e olhos estão fechados para as palavras e obras de Deus. Não tem receptividade. Muito antes que a Palavra de Deus possa penetrar nas suas mentes e corações desinteressados para ganhar alguma raiz, Satanás a roubará pois não quer perder uma vítima.. PORQUÊ? ...para que se não convertam e lhes sejam perdoados os pecados (v.12 b).

AP: Há aqui alguém nestas condições? Um coração assim, duro para não agir e não usar os seus dons, duro para não mudar as suas atitudes quando ouve a Palavra de Deus? Ouvimos dizer: "Sou católico, mas não praticante". Mas, cuidado que não se diga: "Sou evangélico, mas não praticante".

 2. SEGUNDO CASO - Sobre Pedregais - vs.5, 16-17

   Outra semente cai num lugar com uma fina camada de terra e rocha por baixo. Germina a semente e nasce logo a planta, mas por falta de raiz profunda e de humidade na terra, não sustenta o crescimento, não resiste ao calor do sol e queima-se. São as pessoas promissoras, que ouvem e recebem a palavra com alegria e entusiasmo. Falam e dão testemunho das suas experiências empolgantes, dos seus desejos e planos. Mas a sua crença dura pouco. É tudo muito superficial. Não têm estabilidade. Apenas crêem por algum tempo (Lc.8:13) NÃO TÊM RAIZ, "pouca duração", disse Jesus. Não suportam o calor queimante das tribulações e perseguições por causa de Jesus Cristo. As pressões secam e queimam os frutos que pareciam querer dar. Só durou enquanto tudo era fácil e alegre. Não querem tomar a cruz. Escandalizam-se, quer dizer que desistem facilmente, não estão dispostas a seguir um Jesus cujo travesseiro é a cruz. Não têm estabilidade.
 
AP: Há aqui algum coração assim? Tens raiz? Cuidado! Ouvi!

3. TERCEIRO CASO - Entre Espinhos - vs. 7, 18-19

   Outra semente cai numa terra com espinhos fortes que sufocam a semente, não lhe dão luz nem espaço para crescer. É o problema das pessoas seduzidas pelo mundo, pela sua época, pelo ambiente em que vivem. É o namoro com o mundo, o querer servir a Deus e gozar a vida mundana ao mesmo tempo; os deleites da vida, como diz Lucas 8:14. São as seduções das riquezas, dos prazeres e as ambições da vida. Não é possível! A pessoa fica dividida e distraída e não se entrega a Jesus de alma e coração. Quando estes interesses e alvos entram no coração da pessoa que ouviu a Palavra de Deus, sufocam-na e não produz fruto, não vinga. Não dão fruto com perfeição (Lc.814). Esta é uma advertência séria para crentes e descrentes. Nenhuma igreja poderá cumprir a sua vocação se os seus membros namorarem a sociedade em que vivem: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há..." (I João 1:15ss)

AP: Há aqui algum coração assim? Não damos fruto com perfeição? Cuidado! Ouvi!

4. QUARTO CASO - A Boa Terra  - vs.8, 20 "ouvem a Palavra... a recebem...frutificando...vingou e cresceu" (v.9)

   A boa terra é o coração gentil e manso que se deixa tocar pelas verdades eternas. É o coração honesto e bom que conserva a palavra e dá fruto com perseverança, com paciência, diz Lucas 8:15. Protegem a Palavra do mundo e de tudo o que a destruiu nos casos anteriores. São os olhos que vêem e os ouvidos que ouvem. São os verdadeiros crentes e o que os distingue é que dão fruto. São os que responderam genuinamente à Palavra de Deus e uns são mais produtivos que outros.

AP: Que fruto estamos a dar? Trinta, sessenta, cem? Não há que ter inveja do próximo, pois tudo depende da qualidade do coração, da terra; a semente é a mesma.

   No v. 9, Jesus volta a falar nos ouvidos e no ouvir. Os ouvidos são uma dádiva de Deus, mas ouvir e agir é a responsabilidade do homem. É a tua e a minha responsabilidade.

   Esta parábola é a parábola do semeador ou dos solos?

   Jesus começa por falar no semeador e acaba a falar nos solos. Há responsabilidade em ser-se semeador da Palavra, em ouvir, agir e dar fruto. Seja como for, o importante é que apesar da terra dura, das aves famintas (diabo), dos espinhos, das pedras, de todas as oposições e lutas, o reino de Deus triunfará e Ele terá a Sua colheita abundante - e a hora dela aproxima-se. Jesus quer encorajar os Seus semeadores a discipularem. Há aqui advertência, convite e esperança.
"Pelos seus frutos os conhecereis" (Mateus 7:16)
 
CONCLUSÃO
Chegados ao final de mais um ano, como está o nosso coração, o fruto da nossa vida cristã?
 
Rui Simão
Pastor na igreja evangélica baptista em Moreira da Maia

segunda-feira, 2 de novembro de 2015


 

A Alegria do louvor a Deus
 
 
 

Regozijai-vos no SENHOR, vós, justos, pois aos rectos convém o louvor.

Salmo 33 (v.1)


Introdução      

Este Cântico de Louvor não apresenta título nem indicação de autoria. Olhamos para a Escritura como totalmente inspirada por Deus e não a avaliamos pelos seus autores. É um hino a Deus como Criador e Senhor de toda a história do mundo. É também uma convocação à adoração.
 

Propósito: Como filhos de Deus somos exortados a louvar e a alegrar-nos no louvor ao nosso Deus e Senhor.

 I. Uma exortação para que se louve a Deus – vs.1-3

v.1 – Regozijai-vos no SENHOR – O louvor ao Senhor é o assunto deste salmo. O louvor é pedido por Deus, é conveniente. Também há uma chamada para a alegria. Regozijar é “cantar com alegria. A alegria é uma das qualidades do fruto do Espírito Santo. Devemos alegrar-nos em Quem? …no SENHOR…

              Quem deve louvar? Não os ímpios, mas os justos. Os que são beneficiados pelo Benfeitor sempre terão razões para cantar e louvar. Viver sem louvor não condiz com o crente.

v.2 – …com a harpa… com o saltério de dez cordas – Louvamos com as nossas vozes, mas também com instrumentos musicais. São legítimos, agradam ao Senhor e melhoram o louvor da congregação. Pertencia aos levitas este ministério musical. Não podiam tocar um instrumento não aceite no templo.

v.3 – Cantai-lhe… tocai bem… com júbilo – O dever de mantermos o frescor no louvor, entusiasmo, de louvarmos ao Senhor bem, com arte, não do género “qualquer coisa serve.. já está bom”.

II. Os argumentos para que se louve ao Senhor – vs.4-19

vs.4-5 – Porque a palavra do SENHOR é recta… – Temos pelo menos quatro fortes motivos para o nosso louvor que têm a ver com a natureza do próprio Deus: A Sua palavra é recta, Ele é fiel, Ele ama a justiça e a rectidão, a Sua bondade não tem limites.

              Louvamo-Lo por causa da excelência do Seu carácter e isto inspira os homens a entoar cânticos de louvor.

              Estes atributos são visíveis pelas acções divinas no Seu mundo.

vs.6-7 – Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus… – A criação divina é um dos grandes motivos de louvor ao Criador. O poder da Sua Palavra no acto criativo e o controlo que exerce sobre tudo.

v.8 – Ao vermos a poderosa criação divina, compreendemos melhor o que, na verdade, somos, a nossa pequenez e devemos temer a Deus. Não apenas os crentes o devem fazer: …toda a terra… todos os moradores do mundo. Em lugar de desafiarem a Deus, devem respeitá-Lo.

              Neste temor começa a sabedoria do homem. Temos aqui a reverência, a admiração, a nossa obrigação em relação ao Senhor. É a alma do culto.

v.9 –  O poder da Sua palavra e o controlo que exerce sobre tudo. Deus não abandonou a Sua criação. Continua a preservá-la, a dirigi-la, a sustentá-la. Como? Pelo poder da palavra que sai da Sua boca: …falou e foi feito… É a palavra irresistível de Deus. A mesma palavra que chama o Seu povo para o consolar e livrar nas necessidades. A mesma Palavra que chama à salvação e cria uma nova pessoa, regenerada, nascida de novo.

              Por isso, louvamo-Lo pela majestade da criação.
 

O Conselho do SENHOR Deus – vs.10-12

vs.10-11 –  A atenção do salmista volta-se agora para a terra, depois de falar sobre a glória divina.

              Agora, ensina-nos que Deus é o Senhor, não apenas da criação, mas também da História humana, desde que criou tudo, no princípio, e até ao fim da história da humanidade.

     Devemos alinhar-nos por ele. Ele não abandonou a Sua criação. Pelo contrário, o Senhor está atento, Ele intervém nas actividades humanas, recompensa, pune, guia, faz-Se presente: …desfaz … quebranta…

              As decisões de Deus, os Seus planos, são uma realidade e são eficazes. Nada acontece por acaso. E Deus continuará a fazê-lo …para sempre… de geração em geração. (v.11).

               O Seu conselho é eterno. O Seu conselho durará para sempre, frustrando os planos e pensamentos das nações pagãs.

v.12 –  Há um povo bendito, escolhido por Deus, em contraste com os ímpios e pagãos que não O reconhecem: Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o SENHOR…

              Este povo é aquele que Ele escolheu para sua herança. É o povo de Israel, mas também todos os crentes em Jesus Cristo (I Pedro 2:9)

              Este é outro motivo porque Deus deve ser louvado. Ele é o Deus de palavras e de obras poderosas e que intervém na História. Não é o homem que faz a história, mas Deus.

O Olho do SENHOR Deus – vs.13-19 – A vigilância de Deus
vs.13-14 –  O Poderoso lá dos céus mostra-Se alerta para com tudo quanto os homens fazem e é activo nas Suas recompensas e castigos. Ele conhece os nossos pensamentos e planos. É omnisciente e omnipresente. Nenhum truque nosso pode distorcer, ocultar-nos ou opor-se aos propósitos do Senhor.

              Da Sua habitação celestial, o Rei Todo-Poderoso, sentado no trono, observa, vigia tudo e depois age. Com Ele temos que tratar todos os dias. Ele tem as Suas leis e mandamentos para os homens.

vs.15-17 –  O Criador do Universo também e o Criador dos indivíduos. Governa os destinos das nações e também dos homens. Conhece-nos e quer ajudar-nos a fazermos o que Lhe agrada.

              O poder que as autoridades têm não está nelas, mas vem de cima, vem de Deus. Golias era bem mais forte que David, mas foi o mais fraco que ganhou a batalha, porque recebeu a força de Deus.

 vs.18-19 –  Os olhos do SENHOR sabem muito bem quais são os homens que O amam e temem. Para estes tem reservadas grandes bênçãos. Temos boas razões para esperar e depender da Sua misericórdia.

              Também aqui temos um outro grande motivo para louvar a Deus, o nosso Deus.

III. A confiança do povo de Deus no Seu nome, sua felicidade e petição – vs.20-22

              O salmo termina com uma fervente expressão de confiança e uma oração sincera. A vida inteira do crente pauta-se por isto: a nossa alma espera no SENHOR.

              Porquê? Porque ele é nosso auxílio e o nosso escudo.

              Confiamos, não nas autoridades, não nas multidões, não nos exércitos, não nos guerreiros, não nas circunstâncias, não em nós mesmos, mas em Deus.

               E como confiamos em Deus?

              A par desta confiança, que continua dia a dia a esperar em Deus, está em que o fazemos, não gemendo, não queixando-nos, mas com alegria no nosso coração. Há alegria em quem serve a Jesus. Por isso, a alegria é uma das qualidades do fruto do Espírito santo.

Conclusão
              No final do Salmo são reafirmadas verdades fulcrais para o crente: É reafirmada a fé, a esperança, a confiança e a alegria no SENHOR. O povo de Deus demonstra estas verdades: pois temos confiado no seu santo nome.

               E o Deus em quem confiamos tem um nome santo, pois Ele é Santo. Por isso, pede-nos: Sede santos, porque eu sou santo.

              Deste Deus esperamos misericórdia neste mundo tão difícil, tal como o estamos a ver dia a dia, com crimes, atentados terroristas, etc. Não nos cansemos de orar pedindo-lhe esta dádiva tão preciosa: Seja a tua misericórdia, SENHOR, sobre nós, como em ti esperamos.

 Rui Simão

                                                                            

 

sábado, 10 de outubro de 2015





A Expiação substitutiva de Cristo


Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades…
Isaías 53:4-6 
Introdução   
         A palavra expiação encontra-se na Bíblia e é um dos principais assuntos do A.T e do N.T. 

O que significa? 

       Deus fez o homem à Sua imagem e, como Criador, tem o maior direito de estipular o procedimento correcto para com a Sua criação. Ele fez isso na forma de leis destinadas ao nosso bem (Deut.10:13). O pior que podemos fazer é violar a lei de Deus. A isso chamamos pecado ou transgressão da lei (I João 3:4).
   Os primeiros seres humanos, Adão e Eva, transgrediram e a culpa deles evidenciou-se pela tentativa de se esconderem de Deus. A justiça de Deus exigia uma pena pelo pecado. A pena era a morte, a separação de Deus, manifestada logo pelo afastamento deles de Deus no jardim do Éden (Gén.3:8, 24). 
       O pecado continua até hoje, desde aquele primeiro momento transgressor no Éden. Paulo resumiu a história e as consequências do pecado em Romanos 5:12:  "Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram".          Se morremos em nossos pecados, não podemos ir para onde Cristo está (João 8:21, 24).  Vemos, então, que a necessidade suprema de todo homem é ter os pecados expiados, cobertos, para que receba o perdão dos pecados. Isso é a Expiação.

         O pior e o mais mortal dos enganos espirituais é uma pessoa acreditar que poderá obter o perdão de Deus e a salvação eterna por um qualquer meio humano: boas obras, fidelidade numa igreja, ser boa pessoa, peregrinação, procurar obedecer aos mandamentos, confissão e perdão de um sacerdote ou de uma igreja, etc.
        
Propósito: O único caminho da salvação do pecador é a Pessoa de Jesus Cristo e pela Expiação que Deus fez pelo sangue de Jesus.

A Bíblia regista a Criação do Universo em dois capítulos no livro de Génesis. A Queda do homem ocupa um capítulo. Mas o Tabernáculo, com o seu sacerdócio, sacrifícios e culto ocupa 50 capítulos. 
Por isso, precisamos de entender as lições que Deus tem para nós no primeiro lugar de culto que foi o Tabernáculo, porque tudo nele apontava para Jesus Cristo: O seu design, os materiais, as cores, a porta do átrio, o altar dos sacrifícios, a pia, a tenda com as suas cortinas, o véu do Santos dos Santos, o Candelabro, a mesa dos pães da proposição, o altar do incenso, a Arca da Aliança, o Sumo-sacerdote, as ofertas e sacrifícios. Tudo o que as pessoas viam e faziam no Tabernáculo, orientado por Deus, tudo era Cristo, apontava para Jesus que viria milhares de anos depois. O Tabernáculo ensina o sacrifício expiatório de Cristo. Os sacrifícios de animais, com a sua morte, derramamento de sangue, apontavam para o preço que foi pago pela morte de Jesus na cruz para a redenção, para a expiação do homem.

A expiação significa que Deus vai perdoar, cobrir esse pecado apenas pelo sangue derramado na morte de Jesus na cruz. Ele não morreu apenas como um mero exemplo de amor. Cristo morreu pelos nossos pecados numa expiação substitutiva. Quer dizer, eu, pecador, mereço a morte e a separação eterna do Deus Santo e puro. Mas Jesus substituiu-me expiando o meu pecado pelo Seu sangue na cruz.

Os versículos seguintes mostram a Expiação substitutiva de Cristo em oposição ao perigoso engano que as pessoas têm, muitas vezes ensinadas incorrectamente por igrejas ou líderes espirituais, de que alcançam o céu e a salvação pelas suas obras. Devemos ter em especial atenção a referência que estes versículos fazem ao sangue de Jesus e o seu significado.

1. Êxodo 12:13 – A Primeira Páscoa - E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egipto.

2. Mateus 26:28
Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.

3. Marcos 10:45 - Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.

4. Actos 20:28 - Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.

5. Romanos 3:23-26 - Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.

6. Romanos 5:8-9 - Mas Deus prova o seu amor para connosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.

7. Efésios 1:7 - Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,

8. Efésios 2:13 - Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.

9. Colossenses 1:20-22 - E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus. A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou, no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis…

10. Hebreus 9:14 - Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?

11. I Pedro 1:18-19 - Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado…

12. Apocalipse 1:5 - E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados.

14. Apocalipse 5:9 - E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue nos compraste para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação;

 

Conclusão

         A nossa esperança assenta em nada mais do que na justiça e no sangue de Jesus. Não nos podemos atrever a confiar em mais nada. Só Jesus é a Rocha sólida da salvação do pecador. Fora do Seu sangue são areias movediças traiçoeiras e mortais. 
       O capítulo 9 de Hebreus é muito claro nesta verdade. Deve ser lido com toda a atenção: "...E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão." (Hebreus 9:22).
     A Expiação substitutiva de Cristo no Calvário traz, não apenas a salvação individual, mas muito mais: …por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus. (Col.1:20).
É apenas pela obra da Expiação que o pecado pode ser pago, coberto, retirado do pecador. É só pela expiação que Deus pode perdoar um pecador que vai a Ele arrependido e aceitando o Salvador Jesus pela fé. 
Tudo foi resolvido na cruz. O mais completo engano e ofensa a Deus é a pessoa atrever-se a achar que pode apresentar alguma boa obra sua perante Deus para ser salva: Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra. (Efés.1:9-10).
 A expiação de Jesus é a pedra angular da salvação de todo o mundo.

 

quinta-feira, 3 de setembro de 2015




Cremação – O que Deus pensa sobre ela

…esperando a adopção, a saber, a ressurreição do nosso corpo.
Romanos 8:22-23
                                                               Uma Reflexão
Introdução   
        Primeiro que tudo, este estudo não visa julgar nada nem ninguém. Deus é que é o Justo Juiz. Servirá, sobretudo, para alertar pastores das igrejas para este assunto no que respeita a auxiliar os crentes sobre esta decisão futura quanto ao funeral, numa altura em que a cremação está cada vez mais na ordem do dia.
       Além disso, muitos já foram cremados e muitos já se decidiram pela cremação. Por outro lado, há que considerar que, por vezes, surgem circunstâncias excepcionais em que a cremação foi a escolha possível (Por exemplo, um nosso querido que morreu num local distante e em que manifestamente era muito difícil transportá-lo a fim de lhe dar um sepultamento, etc).
           Também não se pode forçar as pessoas na sua decisão de sepultarem ou não, pois é uma escolha de cada um. E sabemos que a opção de cada um quanto ao seu funeral  não afecta a sua ressurreição futura.


E se os que já partiram foram cremados? – Temos que recordar que a maneira como o corpo é tratado não tem consequências eternas. O mais importante de tudo, isto sim, é que aquele que partiu, na sua vida, creu e confiou em Jesus Cristo como seu Salvador, se nasceu de novo pela fé em Jesus.

         O sepultamento testemunha da fé na ressurreição corporal, mas é um testemunho para os ainda vivos. A alma do que morre crente vai logo para o céu. A alma do que morre sem Cristo vai logo para o inferno. O que é feito ao seu corpo morto não afecta o destino da sua alma nem a ressurreição futura. Portanto, se foi cremado, nada há que preocupar.


             Mas, o testemunho do cristão é dado, não apenas pela sua vida, mas também na sua morte. Por isso, a pergunta: Deve o crente optar por ser cremado, ou não?

       Cada vez mais assistimos a um aumento da cremação. Nos EUA, em 1975, apenas 6% das pessoas que morriam eram cremadas. Em 1996, passou para 20%, mas em 2010 dobrou para 40%. Historicamente, este aumento da cremação está em paralelo com a rejeição da Bíblia. Historicamente, onde o Evangelho do Senhor Jesus Cristo tem sido aceite, a prática da cremação tem sido rejeitada. Hoje, quase sempre, a cremação é mais barata que o sepultamento e há cada vez mais pressão para optar por ela.
        
Propósito: Como filhos de Deus precisamos de saber que também o nosso funeral deve ser de forma a glorificar o nosso Deus.

         Algumas razões para nos ajudar nas nossas decisões quanto à morte e para crermos que a prática da cremação deve ser rejeitada pelo povo de Deus.

I. A Cremação é de origem pagã
        À medida que o paganismo aumenta, a cremação torna-se mais popular. Nos países tecnicamente desenvolvidos, o corpo é queimado por cerca de 3 horas a mais de 1000 graus temperatura. Mas, na sua origem, ao longo dos séculos e na actualidade dos países asiáticos, sobretudo os mais pobres, como o Nepal ou Índia, a sua prática chocaria qualquer cristão. Sem entrar em grandes pormenores, os corpos são queimados, muitos mal, e depois lançados nos rios. Um crente em Jesus não trataria assim o seu querido que morreu.

   A origem da cremação é pagã, serve propósitos pagãos. Hindus e outras religiões cremam os corpos pela sua crença na reencarnação. Mas não há nada de cristão na cremação. 

II. A Bíblia e o sepultamento – Rom.15:4; I Cor.10:11
         Os exemplos do passado ajudam-nos. Abraão, Sara, Raquel, Isaque, Jacob, José, Moisés, Josué, David, João o Baptista, Ananias e Safira, Estêvão, foram sepultados.

1. Sepultados mesmo quando era difícil – Mesmo em circunstâncias difíceis, o povo de Deus na antiguidade sepultava os seus mortos. Por exemplo, o corpo de José foi guardado por mais de 400 anos no Egipto e depois carregado através do 40 anos no deserto até ser sepultado na Terra Prometida (Gén.50:24-25; Êxodo 13:19; Josué 24:32).

Teria sido muito mais fácil para os israelitas cremar José e depois carregar as suas cinzas num vaso! Mas recusaram isto. José, um seguidor do Deus verdadeiro, um homem que olhava para o futuro, para a ressurreição do corpo, teve um honrado funeral.

2. O sepultamento olha para a ressurreição – (I Cor.15:20-23, 57). Acreditamos numa ressurreição do corpo. Sim, de facto, o corpo sepultado irá decompor-se e desaparecer com o tempo. Sim, há situações de cristãos que morrem e o sepultamento é impossível (naufrágios, etc). Mas, sempre que for possível, sepultamos. Porque é a nossa esperança certa que o mesmo indivíduo ressuscitará no mesmo corpo, mas transformado.

         O corpo físico é chamado de a semente para a ressurreição do corpo. Nós plantamos, a semente decompõe-se e nasce uma nova planta (I Cor.15:35-44): "Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão? Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há-de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou de qualquer outra semente... Assim também a ressurreição de entre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Há corpo natural, e há também corpo espiritual." 
      Reparem que, nesta passagem, o Apóstolo responde àqueles que perguntam como é possível a Deus ressuscitar um corpo já decomposto. A terminologia usada pelo Espírito Santo é a da agricultura.
        
         O agricultor não destrói a sua semente; ele planta-a e, depois, da semente decadente nasce uma nova vida. É assim também o sepultamento e a ressurreição.

         Quando sepultamos um crente em Jesus, estamos a plantar o corpo morto como uma semente para a ressurreição do corpo. É um poderoso testemunho da nossa firme fé na Palavra de Deus olhando a promessa da ressurreição do corpo.

         O paganismo é o contraste. Não têm este conhecimento, nem esta esperança. Os Hindus e o Budistas acreditam na reencarnação. Acreditam no corpo e na alma, mas que a alma reencarnará noutro corpo inteiramente diferente ou numa esfera de existência não física.

         O povo de Deus sempre teve algum conhecimento da ressurreição do corpo deste a antiguidade. O livro de Job é um dos mais antigos da Bíblia. E em Job 19:25-27, vemos este homem fiel falar da ressurreição do corpo: "Porque eu sei que o meu Redentor vive e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus, vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão..." 
O povo de Deus sempre sepultou os seus mortos com esta magnifica esperança ardendo nos seus corações.

3. Deus pratica o sepultamento – (Deut.34:5-6). MOISÉS - Foi o próprio Deus Quem sepultou o Seu fiel servo Moisés.

4. Cremação é um sinal de maldição de Deus – (II Pedro 2:6): "E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente".
    Através da Bíblia, a destruição de um corpo humano ou de um objecto pelo fogo é usado como um sinal da ira de Deus. Alguns exemplos: Sodoma e Gomorra; Nabad e Abiú (Lev.10:1-2); rebelião de Coré (Nm.16:35); ídolos (Êx.32:20; Dt.7:25; II Rs.10:26; I Cr.14:12); livros de magia (Actos 19:18-19); Os perdidos lançados no lago de fogo para eterna punição (Apoc.20:15).
A falta de um funeral adequado é uma desonra, como o caso de Jezabel (I Rs.21:23-24).

Amós 2:1 chama à cremação de transgressão. "Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Moabe, e por quatro, não retirarei o castigo, porque queimou os ossos do rei de Edom, até os tornar a cal."

5. O corpo do cristão não lhe pertence – (I Cor.6:19-20)."Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." Certamente não temos o direito de o destruir, pois pertence a Deus. Deixemos Deus decidir o que fazer-lhe: "Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morrermos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.(Ro.14:8)

6. O Senhor Jesus foi sepultado – (João 19:38-42). Tal como o Senhor Jesus foi sepultado na certeza de que Ele ressuscitaria de novo ao terceiro dia de acordo com as Escrituras, assim é o crente. O corpo morto forme na sepultura enquanto a alma redimida aguarda na glória pelo grande dia da ressurreição.

É claro que nós não podemos forçar as pessoas a sepultarem ou não. E sabemos que a opção de cada um quanto ao seu funeral  não afecta a sua ressurreição.

7. E se os que já partiram foram cremados? – Temos que recordar que a maneira como o corpo é tratado não tem consequências eternas. O mais importante de tudo é que aquele que partiu confiou em Jesus como seu Salvador, se nasceu de novo pela fé em Jesus.

         O sepultamento testemunha da fé na ressurreição corporal, mas é um testemunho para os ainda vivos. A alma do que morre crente vai logo para o céu. A alma do que morre sem Cristo vai logo para o inferno. O que é feito ao seu corpo morto não afecta o destino da sua alma nem a ressurreição futura. Portanto, se foi cremado, nada há que preocupar.

         Conclusão
         Existe maior pressão para a escolha da cremação dos que morrem, e não sepultar, quer seja por causa da falta de espaço, quer por ser mais barato, mais higiénico.
         Mas, o mais importante de tudo é que a pessoa tenha entregado a sua vida a Jesus para a salvação eterna da sua alma.

Os crentes são recordados de que devem glorificar o Senhor pela vida ou pela morte: … De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor. (Rom.14:8).
As Escrituras dizem que devemos amar os nossos corpos em Efésios 5:28: Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos.

No julgamento de Deus sobre o pecado de Adão, disse: ...até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás. (Gén3:19).

 O sepultamento é um grande testemunho do cristão para com os vivos. O corpo é plantado na terra, como uma semente, semeia-se em corrupção (I Cor.15:42,44), à espera do glorioso dia da ressurreição. Isto testifica da fé na esperança da ressurreição.

                                     Bibliografia: "Cremação: O que Deus pensa" - David Cloud

 Rui Simão
Pastor na Igreja Evangélica Baptista de Moreira da Maia