A Porta Estreita
Entrai pela porta estreita…
Mateus 7:13-14
Assista no youtube
https://www.youtube.com/watch?v=ThNBJwDTOsk
Prosseguimos
o estudo versículo a versículo deste maravilhoso sermão de Jesus. É um sermão
para crentes. É o grandioso Sermão do Monte, rico e profundo em ensino.
Neste ponto, o Senhor enfatiza ainda mais
fortemente do que antes a necessidade da escolha.
Jesus continua com a Sua apresentação de
alternativas. Ele antes falou do contraste entre os dois tesouros, os dois
senhores (6:19-20, 24). Agora, chegou o momento da
decisão, da escolha, ou a que conduz á perdição ou da que
leva à vida eterna. Escolha entre as duas portas, os dois caminhos. Mas
à frente, será entre os dois fundamentos (areia ou rocha).
O que se nota de
imediato nestes versículos é a natureza absoluta da escolha que Jesus
apresenta. Todos preferiríamos ter muitas mais opções, do que uma só. Por isso,
vemos que muitos gostariam de fundir todas as religiões numa só, para não terem
de escolher. Mas Jesus não o permite e insiste que, afinal contas, há só uma
escolha, porque só há duas possibilidades.
I. A Escolha
Inevitável - Há dois caminhos
Esta
realidade já se encontra no A.T.. O Salmo 1, por exemplo, contrasta o
caminho dos justos, que se deleitam na lei do SENHOR, dão frutos
e prosperam, com o caminho dos ímpios, que são levados como a palha e perecem.
1.º – O “Caminho” fácil, “espaçoso” – v.13
– Jesus fala do caminho.
Aponta para uma viagem que tem um início e um fim. Refere-se à vida, à
existência de cada pessoa. Diz que um dos caminhos de escolha da vida das
pessoas é o fácil. Chama-lhe de espaçoso. É largo e confortável. Há
muito lugar nele para a diversidade de opiniões e para a frouxidão moral. É a
vivência da permissividade e da tolerância. Não há freios, nem limites de
conduta.
Os
viajantes deste caminho seguem as suas próprias inclinações, isto é, os desejos
do seu coração humano na sua degradação pecaminosa. É o caminho, a escolha do
mundo com toda a sua oferta. Para lhe resistir, é preciso decisão e esforço.
Mas nenhum esforço é necessário para praticar as coisas oferecidas por ele. Por
isso, é que é largo e fácil.
2.º – O “Caminho” difícil, “apertado”
– Assim lhe chama
Jesus. Tem limites e estão claramente demarcados pela Palavra de Deus. Quem o
apertou foi o próprio Deus. Na sua necessidade de largueza, o homem troca, por
exemplo, o “eu creio” pelo “eu sinto” e sente-se logo aliviado. Mas, o que está
a fazer é a querer sair do caminho estreito para o caminho largo. Este caminho
apertado de Cristo é acompanhado pela Sua presença e pelas Suas palavras.
II. Há duas portas – 1.ª – A porta que leva ao caminho
fácil e espaçoso é larga. É só uma questão de tomar o
caminho fácil. Como é larga, não há limites para a bagagem que as pessoas podem
levar consigo. Não precisam de deixar nada para trás, nem mesmo os seus pecados
e o seu estilo de vida contrário à Palavra de Deus.
2.ª
– A porta que leva
ao caminho
difícil e apertado, por outro lado, é estreita. É preciso
procurar para a encontrar. Além disso, a fim de entrar por ela, temos que
deixar tudo para trás.: o pecado, a ambição egoísta, a cobiça e, até mesmo, se
for preciso, a família e os amigos, pois ninguém pode seguir a Cristo sem antes
negar-se a si mesmo. (Mc.8:34-38).
A entrada é tão
estreita como se desse para entrar um a um. Como encontrar esta porta
estreita? Ela é o próprio Jesus Cristo: Eu sou a porta; se alguém entrar por mim,
salvar-se-á.
(Jo.10:9)
III. Há dois
destinos
Moisés tornou isto
explícito em Dt. 30:15, 19: Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, e a
morte e o mal… escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência. Ou Jeremias: E a este povo dirás:
Assim diz o SENHOR: Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho
da morte.(21:8).
1.º-
Semelhantemente, o
Senhor Jesus ensinou que o caminho fácil e espaçoso, cuja entrada é a porta
larga, conduz à perdição.
O que é a perdição?
Está a referir-se ao destino eterno no inferno, longe e separado de
Deus. Está além do nosso entendimento a natureza exacta do inferno. Quando
penso nisto, o meu coração entristece-se profundamente, porque é um destino sem
retorno, sem esperança, sem saída e, sobretudo, sem Deus. A perdição
é um lugar terrível porque está separado do Criador. E o homem foi
criado para viver com Ele. Tudo o que é bom é destruído no inferno: o amor, a
bondade, a beleza, o encanto, a verdade, a justiça, a alegria, a paz, a
esperança, e PARA SEMPRE.
É um
futuro horrível demais para se contemplar sem lágrimas. Portanto, o caminho
espaçoso e fácil é o caminho da morte. Foi por causa disto que Jesus
encarnou e veio ao mundo para, na cruz, resgatar, com a Sua própria vida, o
pecador condenado e livrá-lo.
2.º
- Por outro lado, o caminho
apertado, difícil, leva à vida, exatamente à vida
eterna, o céu. Também, agora e aqui, está além do nosso entendimento a natureza
exata do céu. Este é o caminho que leva à comunhão com Deus e ao desfrutar de
todas as maravilhas e belezas que só se podem encontrar no lugar onde Deus
está, o céu. Partilharemos da Sua glória, da Sua natureza perfeita e
conheceremos o que é o amor puro e a reta justiça. E tudo isto será para sempre
e sempre, sem fim.
IV. Há duas
multidões – Uma palavra comum às duas multidões é “entrar”.
1.º
- “Muitos” - Jesus
revela, e avisa, que entrando pela porta larga e viajando pelo caminho
espaçoso que conduz à perdição, há muitos. É um lugar de muita atividade
frequentado por todo o tipo de pessoas.
2.
Poucos - O caminho difícil, apertado,
por onde se entra pela porta estreita, que
leva à vida, parece ser comparativamente mais deserto: poucos
há que a encontrem.
Os seguidores e
discípulos de Jesus são, e sentir-se-ão, uma desprezada minoria neste mundo.
Jesus viu multidões na
estrada larga, rindo, sem cuidados, aparentemente sem ideia alguma do fim
tenebroso para o qual caminham. Do outro lado,caminho apertado,viu apenas um
feliz grupo de peregrinos, mãos dadas, costas voltadas para o pecado e os
rostos voltados na direção da Cidade celestial, cantando hinos, marchando para
os braços do seu Pai que está nos céus.
Penso
que não podemos especular, olhando para o contraste que Jesus nos dá entre os muitos
e os poucos, que os remidos serão poucos. Mas, se compararmos esta
passagem bíblica com Ap.7:9, na visão que Jesus deu ao apóstolo João, teremos
outra consoladora perceção: Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma
multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e povos, e línguas,
que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro…
Noutra ocasião, perguntaram
a Jesus: Senhor,
são poucos os que se salvam?
Jesus negou-Se a
satisfazer a curiosidade. Apenas respondeu: Porfiai por entrar pela porta estreita. (Lc.13:23-24)
Justamente porque muitos
entram
pela porta larga, Jesus insiste com os Seus ouvintes: Entrai
pela porta estreita. Isto implica que nenhuma das duas multidões é
ignorante do que está em jogo. Cada um recebeu a oportunidade da escolha e
deliberadamente entrou num caminho.
Conclusão/Aplicação – De acordo com as palavras
de Jesus, há apenas dois caminhos, um espaçoso e outro apertado.
Não existe um caminho do meio. Há apenas duas portas, uma estreita
e outra larga. Também não existe outra porta. Estas duas portas
e estes dois caminhos terminam em dois destinos: um que conduz
à perdição e outro que leva à vida. E não há terceira
alternativa. Escutem Prov.14:12: Há
um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da
morte.
Não
basta pensar como os outros pensam e fazer como os outros. Não deve satisfazer-nos
seguir a moda e nadar na corrente daqueles entre os quais vivemos. Jesus avisa
que o caminho que conduz à vida eterna é "estreito", e
"poucos" viajam nele. Ele diz-nos que a porta
que leva à destruição eterna é "larga" e cheia de
viajantes. "Muitos são os que entram por ela."
Oh! Estas
são verdades terríveis! Eles devem suscitar grandes buscas de coração nas
mentes de todos os que os ouvem. "Para que lado estou indo? Por que
estrada da vida estou a viajar?"
E não é
preciso dizer, sabem que uma mensagem como esta é hoje extremamente fora de
moda, radical. As pessoas não gostam de assumir compromissos sérios. As pessoas
adoram o dourado meio-termo do género “purgatório”, ou que “não há nada no
além”, nem céu, nem inferno.
Este é o caminho mais popular. Desviar-se do meio é
arriscar-se a ser chamado de “extremista, fanático”. Todos se ressentem quando
são postos diante da necessidade de uma escolha. Mas Jesus não nos deixa
escapar dela.
Já
aceitaste o convite de Jesus? Já entraste pela porta estreita e já estás
a viajar pelo caminho apertado? Se sim, estás no caminho que leva à vida. Fica
nele. Foi para isso mesmo que Jesus veio ao mundo e foi sacrificado na cruz,
para que pudéssemos receber essa vida eterna.
Se não,
faz hoje a tua escolha, sai do caminho espaçoso e da porta larga,
pois, se não o fizeres, o destino final é a perdição. E, infelizmente, muitos
são os que entram por ela.
Qual a
escolha verdadeira? Jesus, pois Ele mesmo afirmou: Eu sou a porta; se alguém
entrar por mim, salvar-se-á… Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém
vem ao Pai senão por mim. (Jo 10:9; 14:6).
Rui Simão, pastor
Moreira, 6 de Outubro de 2024 (16.30h)