quarta-feira, 31 de janeiro de 2024


 
O Poder da Oração e a Pessoa da Oração (1 e 2)

Discurso no “Grande Cenáculo Mobilado” 

 …pedi e recebereis, para que o vosso gozo de cumpra.

                                          (João 16:23-24)

 

Introdução – Prosseguimos o estudo cap. a cap., verso a verso deste evangelho o qual nos apresenta Jesus como Aquele que veio revelar a Vida, a Luz, a Graça e a Verdade de Deus. 

           

          Recordemos que eles estão reunidos no grande cenáculo mobilado, na última refeição pascal e Jesus está a despedir-Se deles e lançando os fundamentos da Sua igreja, caps. 14 a 17. Chegados ao fim do cap. 16, Jesus volta a falar na oração.

          Naquela noite, o Senhor falou várias vezes na Oração: 14:13-14; 15:7; 16:23-24.

         Sabemos por todos os evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, a oração é necessária e nós devemos orar mais.

 

I.- Devemos levar a Oração a sério – Sabem porquê? Porque nós estamos numa guerra.

E aquele contra quem estamos em guerra quer matar-nos. Muitos acharão que é um exagero. Será mesmo? Vejam o que o diabo pediu a Deus para fazer com Job. O que acham? Recordem o que Jesus disse em João 10:10: O ladrão não vem senão a matar, roubar e a destruir… Este ladrão é o diabo e ele quer matar-nos, roubar-nos e destruir-nos a nós e a nossas famílias. Vejam o que a Bíblia diz em Efésios 6:12:

Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Todos estamos nesta guerra contra estas forças demoníacas espirituais.

 

De tal forma que, qual é a solução que Deus nos dá? Está no v.13: Portanto, tomai toda a armadura de Deus… e no v.18: Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito…  Aí está, a Oração é indispensável na nossa vida cristã, há um propósito nela e ela é poderosa. Gostaria que meditássemos em dois dos Atributos da Pessoa de Deus que nos mostram o motivo por que devemos orar.  Eis o primeiro:

 

II.- A Soberania de Deus – O que significa?

Pensando apenas na palavra “soberania” significa “poder supremo, total”. Portanto, Deus tem poder supremo. Ele é o Supremo Governador do Universo. Deus está no comando com autoridade suprema.  Deus é soberano. Tudo o que existe está debaixo do Seu domínio e poder, desde um pássaro que cai (Mt.10:29,30) até ao estabelecimento e queda dos reis e chefes das nações (Rm.13:1-7; Dn.2:20-22). Ninguém Lhe pode impor coisa alguma. Exemplos

 

         Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus propósitos pode ser frustrado” (Jb.42:2).

 

          Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam. O meu conselho será firme e farei toda a minha vontade” (Isaías 46:9,10).

 

E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar. (II Cr.7:14-15)

 

Então, uma das razões para orarmos é a Soberania de Deus, pois estamos a orar Àquele que está no comando, que tem o poder supremo para fazer todas as coisas.

 

III.- A Imutabilidade de Deus – Atributo divino que significa que Deus não pode mudar.

Mal.3:6 diz: Porque eu, o SENHOR, não mudo. No NT temos Tiago 1:17: Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. Oramos a um Deus imutável. Podemos confiar n’Ele.

 

No entanto, precisamos de saber mais sobre este Atributo divino. A Imutabilidade de Deus quer dizer que Deus nunca muda o quê? Não muda o Seu carácter. Mas não quer dizer que Deus não muda o seu pensamento ou uma decisão que tomou. Estão a ver a diferença?

 

Temos imensos exemplos nas Escrituras desta verdade. Vamos ver Êxodo 32:7-10.

 

Moisés estava na montanha a receber os 10 Mandamentos e Deus diz-lhe para descer depressa porque o povo se tinha corrompido com idolatria. Fizeram um bezerro de ouro e diziam que esse bezerro é que os tinha tirado do Egipto. E Deus diz a Moisés que os vai destruir a todos e começar um novo povo a partir de Moisés.

 

Todos nós pensamos que porque Deus o disse irá acontecer. Mas eis o que acontece. Moisés ora, intercede e pede que Deus não os destrua, mas que lhes dê outra oportunidade.

Vejam o que vai acontecer no v.14: Então o Senhor arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo. Precisamos de entender o significado de “arrependimento”. Não é arrepender-se de pecado. Mas, sim, mudar de pensamento.

 

A palavra grega do NT é “metanoeo”. Deus não peca e não precisa de Se arrepender de pecado. Aqui, Deus mudou o Seu pensamento, alterou a decisão que tinha tomado.

 

Então, vejamos, perante o pecado do povo, Deus disse que os iria destruir a todos, Moisés ora e Deus arrepende-Se. Deus muda a Sua mente porque um crente ora.

Vejamos que Deus é imutável, pronuncia uma condenação, mas perante uma oração de um crente, Deus muda o Seu pensamento, muda a Sua decisão.

 

Outro grande exemplo é o de Jonas. Deus manda este profeta ir pregar e avisar a grande cidade de Nínive de que, por causa do seu pecado, Deus os iria destruir. Eis o que Deus disse: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e prega contra ela a pregação que ei te disse… Ainda quarenta dias e Nínive será subvertida (Jn.3:2,4). Deus é claro: “quarenta dias e Nínive será destruída”.  Sabem o que aconteceu? Não foi destruída. Porquê?

 

As pessoas creram em Deus, converteram-se do seu mau caminho, arrependeram-se. Vejam Jn.3:5-9. E o que o v.10 diz: E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez.

Uma vez mais, Deus arrependeu-se, mudou a Sua decisão, o que tinha dito que faria.

 

          No cap.4:1-2 temos a reação do profeta Jonas que não gostou do que Deus fez. Vejam o que ele diz de Deus: MAS isso desagradou extremamente a Jonas, e ele ficou irado. E orou ao Senhor, e disse: Ah! Senhor! Não foi esta minha palavra, estando ainda na minha terra? Por isso é que me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus compassivo e misericordioso, longânimo e grande em benignidade, e que te arrependes do mal.

   

Aprendemos aqui como e quem Deus é. Ele é Imutável, ou seja, não muda o Seu carácter. Ele é, na verdade, um Deus gracioso: compassivo, misericordioso, grande em benignidade e que se arrepende do mal que diz o que fará se as pessoas se arrependerem ou se um crente orar. No v.11 Deus diz de Si mesmo: E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil pessoas…

 

          Quando pensamos na Imutabilidade de Deus isto é um motivo para orarmos, e não ao contrário. Deus não pode mudar o Seu carácter, mas pode mudar o Seu pensamento e até as suas decisões perante as reações das pessoas. Ele é bondoso, é gracioso, é compassivo e quer exercer a Sua bondade e misericórdia em nós.

 

Deus só procura alguém que concorde com Ele e ore, que interceda. Vejam Ez.22:30-32: E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei. Por isso eu derramei sobre eles a minha indignação; com o fogo do meu furor os consumi.

 

Eis uma história verdadeira que ouvi. Uma esposa cristã foi casada com um marido descrente por quem orou 42 anos ao Senhor pela sua salvação. Um dia, nas suas viagens de trabalho, ele morreu num acidente de carro. Um mês depois, ela recebeu um telefonema. A pessoa que lhe ligou perguntou pelo seu marido. Ela disse que ele tinha morrido havia um mês num acidente de carro em tal lugar. O homem perguntou se tinha sido no dia tal. Ela respondeu que sim. Então, o homem disse que, sem saber porquê, foi impulsionado para ir para aquela estrada naquele dia, estacionar o seu carro e pedir boleia. O marido daquela crente foi quem parou, compartilhou o evangelho com ele, ele arrependeu-se, creu e aceitou Cristo como Salvador. “Minha senhora, tenho boas notícias para si. O seu marido aceitou Jesus antes de morrer naquele acidente e está salvo na eternidade com o Senhor”.

 

Conclusão – Deus é Soberano e pode fazer todas as coisas. Deus é Imutável no Seu carácter e pode mudar o Seu pensamento se orarmos, se nos arrependermos. Estas verdades da Pessoa de Deus devem levar-nos a confiar e a orar. Há grande poder na oração. Estamos em guerra espiritual contra autoridades e poderes espirituais demoníacos.

Porque é que nós não oramos mais, uma vez que a oração muda as coisas? A quem é que aquela esposa orou e suplicou por 42 anos? Oramos ao Soberano e Supremo Governador do Universo que é um Deus misericordioso e bondoso.

 Rui Simão, pastor

          Moreira, 17 de Fevereiro de 2022 (RO)       


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A Pessoa da Oração

 Pai nosso, que estás nos céus...

Mateus 6:9

 

Introdução – Prosseguimos o estudo cap. a cap., verso a verso deste evangelho o qual nos apresenta Jesus como Aquele que veio revelar a Vida, a Luz, a Graça e a Verdade de Deus. 

           

          Recordemos que eles estão reunidos no grande cenáculo mobilado, na última refeição pascal e Jesus está a despedir-Se deles e lançando os fundamentos da Sua igreja, caps. 14 a 17. Naquela noite, o Senhor falou várias vezes na Oração: 14:13-14; 15:7; 16:23-24 e cap.17.

         Sabemos por todos os evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, a oração é necessária e nós devemos orar mais.

 

          Quando Jesus fala sobre a Oração repete que devemos PEDIR. Quando Jesus os ensinou a orar, em Mat. 6, no v.8, diz que o vosso Pai sabe, antes de vós lho pedirdes. Reparem que Jesus não lhes diz, “portanto, não peçam muito”. Não, diz que mesmo sabendo o Pai o que iremos dizer, devemos pedir. Reparem na repetição da palavra “PEDIR”, também Mt.7:7,11. Deus quer que Lhe peçamos. Tiago 4:2 diz nada tendes, porque não pedis.

Se olharmos bem para a oração modelo de Mat.6, que veremos melhor, ela inicia com louvor: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome… Termina com louvor: Porque teu é o reino, e o poder, e a glória. E no meio da oração tem “pedir, pedir, pedir”.

 

I.- A Pessoa da Oração – Lucas 11:1-4; Mateus 6:9-13

          Além de nos mostrar o valor e o grande poder que há na oração, o nosso Senhor também nos ensinou a orar e até deixou um modelo de oração, um exemplo para seguirmos.

Temos isso em Lc.11:1-4 e em Mt.6:9-13, ensinando os Seus discípulos.

 

      E se Jesus nos deixou um exemplo da oração eficaz, porque é que nós não o usamos?

Aqui, precisamos de ser sábios e aprender que não é meramente para repetir estas palavras. Isso significava que se dizia sempre a mesma coisa. Não! Jesus até diz antes, no v.7: E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos. Por isso, Jesus ensinou-nos a forma de orar, não para repetir. Repetir, não tem valor algum. Certo?

 

Muito importante é que em Lc.11, Jesus começa a dizer: Quando orardes. Não lhes diz: “Se orardes”. Não é uma opção. A Oração é obrigatória, é necessária na vida do crente.

 

Vejam que a oração começa dizendo a Pessoa a quem nos devemos dirigir em oração: Pai nosso, que estás nos céus… Sendo nós pessoas de oração, temos de compreender que estamos a falar com uma Pessoa, Deus, e que é nosso Pai.

 

a) - Deus é nosso Pai – Esta é a primeira lição que Jesus nos dá. Deus é nosso Pai, a Pessoa da Oração. Vejam, também, que, aqui, a oração é no plural: “nosso…dá-nos… perdoa-nos… nós… nossos... nos conduzas… livra-nos…”. Oito plurais. Os vs.7 e 8 reforçam isto.

          Jesus está a dizer que podemos ter um relacionamento pessoal com Deus que é o nosso Pai. Fazemos parte de uma família, parte da família de Deus. Quando cremos em Jesus como Salvador que morreu na cruz pelo nosso pecado, Deus faz-nos Seus filhos e torna-nos parte da Sua família da qual Ele é Pai. E quando oramos, oramos em família, não apenas por mim, mas como uma família. Força-nos a ver que somos parte de uma família, a Igreja.

 

          Por isso, dizemos Pai nosso. Há muito valor e muito poder na oração coletiva.

 

          Efésios 3:14-15 diz: Por causa disto, me ponho de joelhos perante o Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome.

Somos uma família como igreja local, mas fazemos parte de toda a família de verdadeiros crentes em Jesus de todo o mundo, o corpo de Cristo.

 

          Por isso, compartilhamos motivos de oração uns com os outros. As igrejas e os pastores pedem que outros irmãos e outras igrejas orem por assuntos necessários. E quando estamos a orar, todos nós, na verdade dizemos: Pai nosso… dá-nos, livra-nos, etc.

 

          Vemos a necessidade, a importância e o poder da oração coletiva nas palavras de Jesus em Mat.18:19: Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra, acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai que estás nos céus. Não estamos sós.

…que estás nos céus… lembra-nos o Seu poder e Soberania. O nosso Pai celestial está acima de tudo e de todos. Ele vê tudo, conhece tudo, sabe tudo e tudo pode, por isso podemos confiar e descansar n’Ele. Não oramos a uma Pessoa que está na terra. Não, Ele está nos céus.

 

…santificado seja o teu nome. Por isso, Jesus prossegue e acentua esta separação de Deus deste mundo ao dizer santificado seja o teu nome. O que significa?

tratado como santo, separado como santo, como puro, especial”. O nome de Deus é santo. Quer mostrar que Deus está separado, está além deste mundo pecaminoso. Deus está separado de todo o mal. É usado em oposição ao profano. Deus está separado de todo o mal.

 

Vejam Lev.22:32: E não profanareis o meu santo nome, para que eu seja santificado no meio dos filhos de Israel. Eu sou o Senhor que vos santifico.

A Pessoa da Oração, o nosso Pai, está separado de todo o mal e de toda a maldade. O nosso Pai celestial é Santo e devemos honrá-Lo e temê-Lo.

 

Mas nem todos têm a Deus como Pai. Jesus foi bem claro nisto.

 

b) – O diabo é um pai mau – Vamos ler bem João 8:38-44. É surpreendente que as pessoas falam de Deus como seu Pai. Mas as pessoas que não são salvas, que não creem em Jesus Cristo, que não estão redimidas pelo sangue de Jesus na cruz, não têm a Deus como Pai, mas sim ao diabo. Isto é muito forte, mas foi Jesus Quem o disse.

Já falámos aqui do diabo. Jesus diz aqui que o diabo é homicida desde o princípio… e mentiroso. Jesus avisa que Satanás nos quer matar, que ele anda bramando como um leão buscando a quem possa tragar.  Não duvidemos disto.

 

Ele quer matar-nos, à nossa família, aos nossos empregos, à nossa saúde, às nossas finanças, a nossa carreira, o nosso futuro. Que tipo de pai é Satanás? É também pai, mas um pai muito mau. Ademais, ele é mentiroso e procurará enfraquecer as nossas orações.

Olhem o que mais ele faz às pessoas de todo o mundo e que é motivo das nossas orações: Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados... (At.26:18) SALVAÇÃO.

 

c) - Deus é o nosso Bom Pai – Vamos ler Tiago 1:13. Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.

                                              

          A Pessoa da Oração, o nosso Deus é maravilhoso. Que Pai de confiança e único nós temos: Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. Ele é Imutável no Seu carácter e Pessoa. A Pessoa da Oração é um Bom Pai que só quer o bem. 

Além disso, quando a tentação vem às nossas vidas instigando a nossa carnalidade, o nosso Pai diz em I Cor.10:13: mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis, antes, com a tentação, dará também o escape, para que a possais suportar. Temos um bom Pai que cuida de nós.

 

E se prosseguirmos para o v.17, vemos mais maravilhas do nosso Pai, a Pessoa das nossas orações. Vejam: Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. Em Deus não há absolutamente nenhum mal, nenhuma aproximação de maldade. Ele é o nosso Pai das luzes, Pai glorioso, não de trevas, não de mal.

A Palavra de Deus assegura que quando oramos ao nosso Pai, só podemos receber o quê? Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito que vem do alto, dos céus onde Ele habita. O Salmo 119:68 diz: Tu és bom e abençoador…O nosso Pai é bom e faz o bem.  

 

Bem no início do Seu ministério aqui na terra, Jesus ensinou-nos a orar mostrando que a Pessoa certa e única da Oração é o nosso Pai que está nos céus. E quase no fim, depois da Sua morte e ressurreição de entre os mortos, lá no jardim, em João 20:17, Jesus aparece ressurrecto a Maria Madalena e diz-lhe: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai. Mas vai para os meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. O nosso Pai é o Pai de Jesus e também o nosso Pai. Somos família.

Portanto, é importante e há poder na oração conjunta, como uma família, ao Senhor que é o nosso Pai, que está nos céus. O modelo de oração que Jesus nos ensinou.

 

Conclusão – Há poder na oração. Quem é a Pessoa da oração certa? Jesus ensinou e não devemos ignorar. Oramos todos Àquele que é o nosso Pai que está nos céus e cujo nome é santificado. Ele é um Bom Pai, que não muda, em Quem não há nenhum mal e todas as coisas boas, boas dádivas, todo o dom perfeito vêm do nosso Pai. Oremos a Ele.

 Rui Simão, pastor

          Moreira, 24 de Fevereiro de 2022 (RO)             

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Oração Pai-nosso – Introdução

Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus….

Mateus 6:9

 

IntroduçãoProsseguimos o Sermão do Monte do Senhor Jesus Cristo. Em Mateus 6 chegamos a uma nova secção. É o quadro de um crente que vive a sua vida no mundo, mas perante e na presença de Deus, com as caraterísticas que Jesus já enunciou atrás.    

A vida do crente neste mundo tem dois lados. Um é o nosso lado espiritual.  Tudo o que implica a nossa alma e espírito, o nosso relacionamento com Deus. O outro lado é a nossa relação com a vida em geral. O nosso comer e o beber, a profissão, o vestuário, o abrigo, a saúde, a nossa família, aquilo que as Escrituras chamam de as coisas do mundo.

 

    Estas são agora as duas grandes divisões de Mat.6 que Jesus vai ensinar: A parte espiritual e a parte da vida neste mundo. E o Senhor começa por nos dar três ilustrações do princípio que governa a vida espiritual do crente: dar esmolas, a oração e o jejum.

 

 

I – A Oração – v.9

O Senhor passa agora para uma das mais importantes áreas da vida do cristão, a oração. Por isso, vai dar-nos uma orientação, um modelo de oração: …vós orareis assim…

Estamos satisfeitos com a nossa vida de oração? Ansiamos saber mais e mais sobre o que é realmente orar? Não há que duvidar que esta é uma das nossas maiores necessidades: Como se deve orar? Acerca do quê se deve orar?

 

Sabemos por todos os 4 evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, ela é necessária e nós devemos orar mais.

 

1.- Devemos levar a Oração a sério – Sabem porquê? Porque nós estamos numa guerra. E aquele contra quem estamos em guerra quer matar-nos.

       Muitos acharão que é um exagero. Será mesmo? Vejam o que o diabo pediu a Deus para fazer com Job (1:11; 2:7). O que acham? Recordem o que Jesus disse em João 10:10: O ladrão não vem senão a matar, roubar e a destruir… Este ladrão é o diabo e ele quer matar-nos, roubar-nos e destruir-nos a nós e a nossas famílias. Vejam o que a Bíblia diz em Efésios 6:12:

Porque não temos de lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Todos estamos nesta guerra contra estas forças demoníacas espirituais.

 

De tal forma que, qual é a solução que Deus nos dá? Está em Ef.6:13: Portanto, tomai toda a armadura de Deus… e no v.18: Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito…  Aí está, a Oração é indispensável na nossa vida cristã, há um propósito nela e ela é poderosa.

 

          Quando Jesus fala aqui sobre a Oração repete que devemos PEDIR. Em Mat. 6:8, diz que o vosso Pai sabe, antes de vós lho pedirdes. Reparem que Jesus não lhes diz, “portanto, não peçam muito”. Não, diz que mesmo sabendo o Pai o que iremos dizer, devemos pedir. Reparem na repetição da palavra “PEDIR”, também Mt.7:7,11. O que é que Deus, o Pai, quer? Que Lhe peçamos. Tiago 4:2 diz nada tendes, porque não pedis.

 

Olhando bem para a oração modelo de Mat.6, ela inicia com louvor: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome… Termina com louvor: Porque teu é o reino, e o poder, e a glória. E no meio da oração tem “pedir, pedir, pedir”.

 

  Além de nos mostrar o valor e o grande poder que há na oração, o nosso Senhor também nos ensinou a orar e até deixou um modelo de oração, um exemplo para seguirmos.

 

      E se Jesus nos deixou um exemplo da oração eficaz, porque é que nós não o usamos?

Aqui, precisamos de ser sábios e aprender que não é meramente para repetir estas palavras. Isso significava que se dizia sempre a mesma coisa. Não! Jesus até diz antes, no v.7: E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos. Por isso, Jesus ensinou-nos a forma de orar, não para repetir. Repetir, não tem valor algum. Certo?

 

Muito importante é que no v.6, Jesus diz: Mas tu, quando orares. Não lhes diz: “Se orardes”. Não é uma opção. A Oração é obrigatória, é necessária na vida do crente.

 

2.- Princípios gerais sobre a Oração do “Pai Nosso” – v.9

A denominada oração do “Pai Nosso” é um modelo: Portanto, vós orareis assim... Significa que Jesus está a dizer: Quando dirigirem as vossas orações a Deus, é mais ou menos assim que o devem fazer. Não significa que simplesmente devemos repetir estas palavras e estacar aí. Nem Jesus fez tal coisa, nem vemos as palavras desta oração repetidas em todo o N.T.. Temos aqui uma estrutura, um esboço. Os princípios da oração estão aqui todos presentes. E este modelo de oração cobre realmente tudo.

 

Em resumo, não existe melhor ensinamento sobre a oração do que este que Ele mesmo ensinou a todo o Seu povo. E o Senhor Jesus está a dizer-nos:

    “Quando orares, lembra-te de determinadas coisas. Não deves precipitar-te numa oração apressada. Existem certas verdades que sempre tens de ter em mente. Eis os cabeçalhos, eis o esqueleto, as linhas mestras. É assim que Eu costumo orar, este é o método que Eu uso e que sempre tenho em mente”.

 

II.- “Pai nosso

Jesus inicia ensinando que não devemos começar as orações a falar imediatamente sobre as nossas dificuldades. Assim, atentemos nas duas palavras iniciais: Pai nosso...

 

Começamos reconhecendo a nossa verdadeira relação com Deus, sendo capazes de chamá-Lo de “meu Pai” com todo o coração. Começamos com uma invocação. Todas as orações registadas na Bíblia começam com uma invocação, adoração ou louvor.

 

Esta é a sequência correta. Sempre começamos invocando o Pai, antes da nossa primeira petição. Somente os que são crentes autênticos no Senhor Jesus Cristo podem dizer Pai nosso. Somente aqueles que já receberam Jesus e se tornaram filho de Deus. E esta é uma distinção absoluta em relação ao mundo que não crê em Jesus.

 

Por isso, quando Jesus disse Pai nosso, Ele estava a pensar nos crentes.

 

III.- “Que estás nos céus”

Temos aqui uma lição admirável: Que Deus é o nosso Pai e que Ele está nos céus.

 

O que Jesus nos quer ensinar? Quando oramos a Deus é vital que O chamemos de nosso Pai e que recordemos a Sua majestade, a Sua grandeza, o Seu infinito poder.

 

Quando, na nossa total fraqueza e total humilhação, nos ajoelhamos perante Deus, na nossa angústia de mente e de coração, relembremos o facto de que Ele sabe tudo a nosso respeito. As Escrituras garantem: todas as coisas estão nuas e patentes, aos olhos daquele com que temos de tratar (He.4:13). 

 

Ele é o Deus que está nos céus, tem todo o poder, nada está oculto aos Seus olhos, Ele é poderoso para salvar, abençoar, e é poderoso para castigar e destruir. É vital que lembremos, ao orarmos ao Senhor, que Ele está nos céus e nós na terra. (Ec.5:2).

 

IV.- “Santificado seja o teu nome

Lembremos a Sua santidade. Lembremo-nos sempre que nos aproximamos de Deus que devemos fazê-lo com reverência e piedade (santo temor); porque o nosso Deus é um fogo consumidor (Heb.12:28-29). Não oramos a uma Pessoa que está na terra. Não, Ele está nos céus e é Santo na Sua Pessoa e natureza.

 

Jesus acentua esta separação de Deus deste mundo ao dizer santificado seja o teu nome.

O nome de Deus é santo, é puro. Quer mostrar que Deus está separado, está além deste mundo pecaminoso. Deus está separado de todo o mal e de todas as trevas.

 

ConclusãoEstamos a aprender a orar com Jesus. Estamos a aproximar-nos do Deus Todo-Poderoso, eterno, perpetuamente bendito. Mas, que, de igual modo, Se tornou o nosso Pai, que conhece tudo sobre os seus filhos, e que sabe o que é o melhor para os Seus filhos. Na qualidade de Pai que está nos céus, Ele pode e quer abençoar-nos.

 

É desta maneira que nos convém orar. Antes de iniciarmos qualquer petição, antes de começarmos a pedir até mesmo o pão diário, antes de começarmos a solicitar qualquer coisa, primeiramente tomemos consciência de que nós, tal como somos, estamos na presença do nosso Pai, o Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, meu Deus e meu Pai.

 

      Rui Simão, pastor     

Moreira, 30 de Maio de 2024 (RO)

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