A Petição da Oração e a Provisão da Oração (3 e 4)
…venha o teu reino, seja feita a tua vontade...
Mateus 6:9-10
Introdução – Prosseguimos o estudo cap. a cap., verso
a verso deste evangelho o qual nos apresenta Jesus como Aquele que veio revelar
a Vida, a Luz, a Graça e a Verdade de Deus.
Recordemos que Cristo e os apóstolos estão reunidos no
grande cenáculo mobilado, na última refeição pascal. Jesus está a despedir-Se e
a lançar os fundamentos da Sua igreja, caps. 14 a 17. Naquela noite, o Senhor
falou várias vezes na Oração: 14:13-14; 15:7; 16:23-24.
Sabemos por
todos os evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se
pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve
aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, a oração é necessária e nós
devemos orar mais.
Estamos numa
pequena série de mensagens sobre a Oração. Título: O Poder da Oração.
O que é que
já vimos:
1.ª – O Poder da Oração
Vimos dois
grandes exemplos. 1.- O povo de Israel fez um bezerro de ouro e pecou
gravemente contra Deus. Deus disse a Moisés que os iria destruir a todos. Mas
Moisés orou e pela sua intercessão, Deus arrependeu-se do mal que
disse que faria. 2.- Por causa do pecado dos habitantes de Nínive, Deus
mandou lá o profeta Jonas avisar que em 40 dias seriam destruídos. Mas perante
a mensagem do profeta, todo o povo se arrependeu e Deus também se arrependeu do
mal que tinha dito que faria. Aprendemos que a oração e o nosso arrependimento
podem mudar as decisões de Deus.
2.ª- A Pessoa da Oração
Tomámos a
oração modelo que o Senhor Jesus nos ensinou em Mateus 6:9ss. E se Jesus nos deixou um
exemplo da oração eficaz, porque é que nós não o usamos? A Pessoa a quem são
dirigidas as nossas orações é o nosso Pai que está nos céus, cujo
nome é santo.
Hoje, vamos para a terceira mensagem.
I.- A Petição da Oração – Mateus 6:10
A oração modelo de Mat.6 inicia com
louvor: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome…. termina
com louvor: Porque teu é o reino, e o poder, e a glória. E tudo o
que está no meio é Petição, são pedidos. Mas vejam quais são as primeiras
petições: venha o teu reino, seja feita a tua vontade… Jesus está a
ensinar-nos que, acima de tudo, as nossas Petições devem ser reguladas, quer
pelas coisas que fazem parte do reino de Deus, quer por aquilo que é a vontade
de Deus. Eis o que aprendemos aqui:
1.- Ele que que peçamos
Temos
agora os primeiros pedidos. Na oração modelo que Jesus usou em resposta ao
pedido dos discípulos, “ensina-nos a orar”, Jesus preencheu-a na
maior parte com petições, pedidos. Isto quer dizer que não nos devemos sentir
egoístas ao pedimos, pois foi assim que o Senhor nos ensinou a orar.
Vejam que naquela
última noite Jesus falou várias vezes em oração. Vamos ler com atenção João
14:13-14; 15:7; 16:23-24. Agora vejam Mat.6:8, o que
Jesus diz mesmo antes de ensinar a orar: …vosso Pai sabe o que vos é
necessário, antes de vós lho pedirdes. Jesus não diz “o vosso Pai
sabe o que vos é necessário, portanto, não peçam.” Nós
precisamos de pedir.
Vejamos agora mais à frente em Mt.7:7-11.
Reparem na repetição de “pedir” e “vosso Pai”, a Pessoa da
Oração. Deus quer ouvir as nossas Petições, os pedidos, em oração.
Voltando à oração modelo, ela parece
que tem tudo a ver connosco: …nos dá…perdoa-nos; …e não nos;
… livra-nos…. Recordando o que Jesus diz em Jo.16:23-24: …
tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome… Até agora nada pedistes em meu
nome. Pedi e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra. “Peçam em
meu nome; peçam o que quiserem” Ficamos a ponderar como é que Jesus pode
dizer isto!
A resposta está aqui em Mateus 6:10, que
é como que o filtro para tudo o que pedimos ao nosso Pai celestial: Venha
o teu reino, seja feita a tua vontade…
Jesus está a ensinar-nos que as nossas
Petições devem ser reguladas, quer pelo reino de Deus, quer por aquilo que é a
vontade de Deus. Podemos e devemos pedir pela nossa família, pedir pelo nosso
emprego, pedir pela nossa saúde, pedir até por um carro que não ande sempre na
oficina consumindo o nosso dinheiro, podemos pedir por tudo o que acharmos que precisamos
e que Deus nos pode conceder e que nós, os nossos amigos e irmãos nos pedem
para pedir ao Pai, pedir o que o mundo precisa, como a paz. Mas sem esquecer
que o fiel da balança das nossas petições é o reino de Deus e a Sua vontade.
2.- Venha o teu reino… - O Reino de Deus – O que é?
É
o Seu domínio. É o domínio do Rei. Principado é o domínio de um príncipe numa
região. Reino é o domínio do Rei. Esse domínio total de Deus na terra terá
lugar a seguir a Segunda Vinda de Jesus, no Milénio, com o diabo amarrado e
Jesus a reinar sobre a terra inteira. Esse reino está acima de tudo o que possa
ser desejado. Por isso, ocupa um lugar primordial na oração de Jesus. Até lá
devemos orar para que venha o Seu reino, Seu domínio.
Quando Jesus começou a pregar, dizia: Arrependei-vos,
porque está próximo o reino dos céus. (Mt.4:17); O tempo está
cumprido e o reino de Deus está próximo (Mc.1:15). Já em Lc.17:21,
disse, …eis que o reino de Deus está entre vós. Porquê? Porque
estava ali o Rei Jesus. Mas precisamos de continuar a pedir nas nossas orações
para que o reino de Deus venha e que esse tipo de reino, esse domínio do Rei
oriente as nossas petições em oração.
3.- A Vontade de Deus é sempre o melhor: Seja feita a tua
vontade…
A
vontade de Deus é que as pessoas obedeçam às Suas leis. A palavra
vontade aqui é uma referência à lei de Deus. …assim na
terra como no céu. A vontade de Deus é perfeitamente obedecida no céu.
E nós, filhos de Deus, devemos desejar, devemos orar ardentemente para que a
vontade, as leis de Deus sejam também obedecidas aqui na terra.
Orar assim é essencial. Devemos procurar
sempre a vontade de Deus. Jesus disse que sempre fazia a vontade do Pai. O rei
David, apesar de erros que teve, em At.13:36 lemos sobre ele: Porque, na
verdade, tendo David, no seu tempo, servido, conforme a vontade de Deus…A
Bíblia manda-nos procurar e entender qual é a vontade de Deus para nós: Por
isso, não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor (Ef.5:17).
O Salmo 40:8 diz: Deleito-me em
fazer a tua vontade, ó Deus meu; a tua lei está dentro do meu coração.
Assim, o motivo dominante nas nossas
petições deve ser a vontade de Deus. Ouçam com atenção o que Jesus disse em
João 17:17: Se alguém quiser fazer a vontade dele… Ou seja, submeter a nossa vontade à vontade do
nosso Pai celestial. Um grande exemplo é o da oração de Jesus no Jardim antes
de ser preso, pois disse: Pai, se queres, passa de mim este cálice,
todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua (Lc.22:42). Jesus
escolheu sempre a vontade do Pai.
Deus criou-nos à Sua imagem e
semelhança, certo? Deus tem a Sua vontade e deu-nos também vontade própria. Nós
podemos escolher fazer a nossa vontade ou a de Deus.
Jesus ensinou-nos que nas nossas
orações devemos pedir de acordo com a Sua vontade. Pedimos para que a vontade
do Pai seja feita, não a nossa. Vejam I João 5:14-15: E esta é
a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua
vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos,
sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.
Já no AT, vejamos o Sal.20:1-2,4-5: O SENHOR te ouça no dia da
angústia, o nome do Deus de Jacó te proteja. Envie-te socorro desde o seu
santuário, e te sustenha desde Sião. Conceda-te conforme ao teu coração, e
cumpra todo o teu plano… cumpra o Senhor todas
as tuas petições. Sal.21:2,4: Cumpriste-lhe o desejo do seu
coração, e não negaste as súplicas dos seus lábios… vida te pediu e lha deste…
Conclusão – A Petição da Oração
Deus
quer que Lhe peçamos. Mas vejam Tiago 4:2-3: …nada tendes, porque não
pedir. Mas, depois: Pedis e não recebeis, porque pedis mal., para
o gastardes em vossos deleites.
Portanto,
quando olhamos para a oração que Jesus ensinou, ela começa e termina com Deus e
no meio é sobre nós, as petições. E o v.10 leva o nosso foco para Deus, para o
Seu reino e para a Sua vontade. Para quê? Para que as nossas orações sejam
moldadas ao Seu reino e à Sua vontade. Primeiro está o nosso Pai nos céus,
o Seu nome, o Seu reino, a Sua vontade e só depois nós. Louva a Deus no
início, louva a Deus no fim e no meio pede.
Rui Simão, pastor
Moreira, 6 de Março de 2022 (16.30h)
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A Provisão da
Oração
O pão nosso de cada dia nos dá hoje...
Mateus 6:9-11
Introdução – Prosseguimos o estudo cap. a cap., verso
a verso deste evangelho o qual nos apresenta Jesus como Aquele que veio revelar
a Vida, a Luz, a Graça e a Verdade de Deus.
Recordemos que Cristo e os apóstolos estão reunidos no
grande cenáculo mobilado, na última refeição pascal. Jesus está a despedir-Se e
a lançar os fundamentos da Sua igreja, caps. 14 a 17. Naquela noite, o Senhor
falou várias vezes na Oração: 14:13-14; 15:7; 16:23-24.
Sabemos por
todos os evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se
pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve
aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, a oração é necessária e nós
devemos orar mais.
Estamos numa
pequena série de mensagens sobre a Oração. Título: O Poder da Oração.
O que é que
já vimos:
1.ª – O Poder da Oração
Vimos dois
grandes exemplos. 1º.- O povo de Israel fez um bezerro de ouro e pecou
gravemente contra Deus. Deus disse a Moisés que os iria destruir a todos. Mas
Moisés orou e pela sua intercessão, Deus arrependeu-se do mal que
disse que faria. 2.º- Por causa do pecado dos habitantes de Nínive, Deus
mandou lá o profeta Jonas avisar que em 40 dias seriam destruídos. Mas perante
a mensagem do profeta, todo o povo se arrependeu e Deus também se arrependeu do
mal que tinha dito que faria. Aprendemos que a oração e o nosso arrependimento
podem mudar as decisões de Deus.
2.ª- A Pessoa da Oração
Tomámos a
oração modelo que o Senhor Jesus nos ensinou em Mateus 6:9ss. Se Jesus nos deixou um
exemplo da oração eficaz, porque é que nós não o usamos? A Pessoa a quem
são dirigidas as nossas orações é o nosso Pai que está nos céus,
cujo nome é santo.
Hoje, vamos para a terceira mensagem.
3.- A Petição da Oração – O nosso Pai quer que peçamos – Mateus
6:10
A oração modelo de Mat.6 inicia com
louvor: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome…. termina
com louvor: Porque teu é o reino, e o poder, e a glória. E tudo o
que está no meio é Petição, são pedidos. Deus quer que Lhe peçamos. Mas vejam
quais são as primeiras petições: venha o teu reino, seja feita a tua
vontade… Jesus está a ensinar-nos que, acima de tudo, as nossas
Petições devem ser reguladas, quer pelas coisas que fazem parte do reino
de Deus, quer por aquilo que é a vontade de Deus.
I.- A Provisão da Oração – Mateus 6:11; Êxodo 16
1.- O nosso Pai quer oremos pelas provisões naturais
Significa que
é correto orarmos pelas nossas necessidades naturais, orar por uma boa escola
para os nossos filhos, por um bom emprego que seja uma bênção para nós e nossa
família, orar até pelo nosso pão diário. Pão aqui não quer dizer única
e exatamente pão, mas é uma palavra geral que se refere ao nosso sustento, ao
alimento para a nossa vida.
Jesus dá-nos aqui
lições muito valiosas. Reparem que o verbo é dá, dar. Deus é um
doador, o nosso Pai gosta de prover, de satisfazer as necessidades dos Seus
filhos, gosta de dar.
Reparemos como está este vs. em
Lc.11:3: Dá-nos, cada dia, o nosso pão quotidiano.
Isto
recorda-nos um momento muito particular da história do povo de Deus quando
Israel saiu do Egipto e até entrar na terra prometida, Canaã. Lemos em Êxodo
16 quando Deus providenciou todos os dias o pão diário para toda a
nação de Israel por 40 anos.
Chamava-se maná. Vejam o
v.4: Então
disse o Senhor a Moisés:
Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá, e colherá diariamente a
porção para cada dia… Reparem
na repetição das palavras diariamente e cada dia.
Lendo naturalmente, com facilidade não
notamos, ou achamos que é redundante, que é uma repetição: diariamente…
para cada dia. Porque é que não diz simplesmente “dá-nos cada dia o
nosso pão”? Porque é que diz “dá-nos, cada dia, o nosso pão quotidiano,
diário”?
A resposta é que Deus queria que Israel
dependesse diariamente da providência de Deus. E hoje o nosso Pai dos céus quer
que dependamos da providência d’Ele. Jesus ensinou-nos que o Pai quer que
olhemos para Ele diariamente. Porque se nós não dependermos diariamente da
providência de Deus, procuraremos outras fontes para suprirem as nossas
necessidades, e isso pode não ser nada bom.
Se pensarmos
bem, Deus criou-nos assim mesmo, com necessidade diária de
alimento. Porque é que Ele não nos criou de forma a nos alimentarmos semanal ou
mensalmente? Vejam que os bebés precisam de ser alimentados várias vezes ao
dia. Isto é para nos lembrarmos que precisamos do nosso Pai diariamente, “cada
dia o nosso pão diário”.
Da mesma forma Ele não quer que falemos
com Ele em oração semanal ou mensalmente, mas a cada dia. O nosso Pai quer um
relacionamento diário connosco.
O pão de cada dia diariamente significa
que confiamos na Sua provisão para hoje.
Voltando a Êxodo 16. Calcula-se que o
total de pessoas que constituía a nação de Israel seria de quase 3 milhões de
pessoas. Até chegarem do Egipto até à terra prometida levou 40 anos. E nesses
anos todos Deus deu-lhes diariamente o maná para o seu sustento.
O maná era como uma semente que caía do
céu como orvalho (16:14) e o povo tinha que o ir apanhar todos os dias, juntar
e depois preparar a refeição.
Qual é a lição? Isto é muito
importante. Deus providencia o sustento, dá o pão, mas nós ainda temos de
trabalhar, temos de fazer a nossa parte. Temos o nosso esforço e Deus abençoa o
nosso trabalho, o nosso esforço. Foi o que aconteceu ali.
Agora vejam as orientações que Deus deu
a Moisés para o povo ter diariamente o seu pão diário. Ler Êx.16:15-18.
Receberam mandamento (v.16) para apanharem um gomer por cabeça. Tenhamos
atenção que se uma família era de duas pessoas, apanhava dois gomeres. Se fosse
uma família de 10 pessoas, apanhava 10 gomeres. E funcionava perfeitamente.
A lição é que Deus providenciou
exatamente o que cada pessoa precisava. Se nós temos uma família de cinco
pessoas, oramos ao nosso Pai a pedir o sustento diário para cinco pessoas. Se
temos 4 crianças, oramos ao nosso Pai para as necessidades de 4 crianças.
Oramos cada dia pelas necessidades
diárias, quer de sustento, quer de todas as demais. É isso que Jesus está aqui
a ensinar: “Ora diariamente pelas tuas necessidades diárias e Eu
providenciarei cada dia”.
Mas eis outra lição muito importante. O
povo levava o maná suficiente e apenas para aquele dia. E não deviam deixar
nada sobrar para o dia seguinte porque se iria estragar. Deus disse que se o
fizessem estavam a desobedecer às Suas ordens (vs.18-19).
Mas também lhes deu ordem para que na
6ª feira colhessem em dobro para durar dois dias: E
acontecerá, no sexto dia, que prepararão o que colherem; e será o dobro do que
colhem cada dia (v.4).
O dia do sábado era o dia do descanso
em Israel. Ninguém sairia ao campo a colher o maná por dois motivos: primeiro, porque
nem sequer haveria, Deus não o dava; segundo, se o fizessem estavam a
desobedecer ao mandamento de Deus (vs.20-30).
Qual a lição que aprendamos de Deus?
Deus dá-nos diariamente o pão de cada
dia e quer que dependamos d’Ele.
Jesus quer que oremos ao Pai, cada dia,
dependendo d’Ele para as nossas necessidades naturais. Porque o Pai é um
Provedor, Ele dá.
2.- O nosso Pai quer oremos pelas provisões espirituais – João
6:31-35
Nós sabemos que para
além do material, do natural, a palavra pão tem também um
significado espiritual nas Escrituras. Vemos isto em Jo.6:31-35. Jesus
está a dizer que Moisés deu pão, mas não o pão. Eis agora o
significado espiritual para pão: …mas meu Pai vos dá o verdadeiro
pão. Jesus é o verdadeiro alimento espiritual, Aquele que alimenta a
nossa alma e dá a vida eterna a quem se alimenta d’Ele. Ou seja, a quem crê
n’Aquele que veio do céu.
Por isso Jesus disse em Mat.4:4: Nem
só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Jesus
está a citar Det. 8:3.
O
nosso Pai celestial é quem nos dá o sustento diário, o alimento natural. E
Jesus diz para Lho pedirmos diariamente. Mas também o mesmo se aplica à área
espiritual.
Conclusão – Estamos
a pedir ao nosso Pai que está nos céus diariamente por aquilo que
precisamos? Antes de nós abrirmos a nossa boca Ele já conhece as nossas
necessidades. Mas Jesus diz que, mesmo assim, temos de pedir. Estamos a pedir?
Estamos a agradecer e a louvar por aquilo que Ele nos providencia?
Rui Simão, pastor
Moreira,
10 de Março de 2022 (RO)
Evangelho de
Mateus – Jesus, o Cristo, Messias, Rei, Senhor
Oração Pai-nosso –
A Petição e a Provisão da Oração
Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás
nos céus….
Mateus 6:10-11
Introdução – Prosseguimos o Sermão
do Monte do Senhor Jesus Cristo. Em
Mateus 6 chegamos a uma nova secção. É o quadro de um crente que vive a sua
vida no mundo, mas perante e na presença de Deus, com as caraterísticas que Jesus já enunciou atrás.
Mt. 6 mostra a vida do crente que, neste mundo, tem dois lados. Um é o nosso lado espiritual. O outro é o lado da nossa relação com a
vida em geral: O nosso comer e o beber, a profissão, o vestuário, o abrigo,
a saúde, a nossa família, as coisas deste mundo.
Jesus está agora a
ensinar-nos sobre a nossa comunhão com o nosso Pai em oração.
Oramos ao nosso Pai e em
nome de Jesus, Seu Filho. Jesus ensina-nos a orar com um modelo, um exemplo,
mas que não é para seguir repetindo mecanicamente estas palavras.
Jesus está a dizer: “Quando
dirigirem as vossas orações façam-nas ao Pai invocando-O e é mais ou menos
assim que o devem fazer. Lembrem-se de determinadas coisas. Existem certas
verdades a ter sempre em mente. Eis os cabeçalhos, o esqueleto, as linhas
mestras. É assim que Eu costumo orar, este é o método que Eu uso e que sempre
tenho em mente.”
O que já vimos? Como devemos iniciar
e terminar a oração – Adoração (vs.9,13b).
I – A Petição da Oração – vs.10-11
1.ª- …venha
o teu reino… - v.10 – Depois de adorar, a seguir pedimos
ao nosso Pai que está nos céus. Ele quer pedidos, pedidos,
pedidos em oração. Eis agora a 1ª petição.
Por que razão não se prostram todos os homens diante do sagrado nome de
Deus? Por qual motivo as pessoas não se humilham agora adorando na presença de
Deus? Porque existe outro reino, o reino de Satanás, o reino das trevas. Paulo
chama-lhe, em II Cor.4:4, de o deus deste século.
Mas
Deus enviou o Seu Filho ao mundo para estabelecer o Seu reino. Quando
Jesus começou a pregar, dizia: Arrependei-vos, porque está próximo o
reino dos céus. (Mt.4:17); O tempo está cumprido e o reino de
Deus está próximo (Mc.1:15). Já em Lc.17:21, disse, …eis que o
reino de Deus está entre vós. Porquê? Porque ali mesmo estava o Messias
Redentor, o Rei Jesus. O que
significa o teu reino?
Refere-se ao
domínio total do Rei. Principado é o domínio de um príncipe numa região. Reino
é o domínio do Rei. Esse reino de Deus na terra será a seguir à 2ª Vinda de
Cristo, no Milénio, com o diabo amarrado e Jesus a reinar sobre a terra
inteira. Esse reino está acima de tudo o que possa ser desejado. Por isso,
ocupa um lugar primordial na oração de Jesus. Até lá Ele quer que oremos para
que venha o Seu reino, o Seu domínio. Precisamos de continuar a pedir nas
nossas orações para que o reino de Deus, de Jesus venha.
Jesus está a ensinar-nos a orar para que sejamos impulsionados pelo desejo
de que o reino de Deus chegue aos corações dos homens, que oremos pelo sucesso
do Evangelho, pela conversão de homens e mulheres em todos os continentes da
terra.
2.ª- A Vontade de Deus é sempre o melhor: Seja feita a tua
vontade…
Esta é a segunda petição. A
vontade de Deus é que as pessoas conheçam, amem e obedeçam às
Suas leis. A palavra vontade aqui é uma referência à lei de Deus.
…assim na terra como no céu. A vontade de Deus é perfeitamente
obedecida no céu. E nós, filhos de Deus, devemos desejar, orar ardentemente
para que a vontade, as leis de Deus sejam também obedecidas aqui na terra.
Querermos que termine todo o mal neste
mundo pecador. Mal que nos perturba.
Orar assim é essencial. Procurar sempre
a vontade de Deus. Jesus disse que sempre fazia a vontade do Pai. O rei David,
apesar de erros que teve, em At.13:36 lemos sobre ele: Porque, na
verdade, tendo David, no seu tempo, servido, conforme a vontade de Deus…
A Bíblia manda-nos procurar e entender
qual é a vontade de Deus para nós: Por isso, não sejais insensatos, mas
entendei qual seja a vontade do Senhor (Ef.5:17).
O Salmo 40:8 diz: Deleito-me em
fazer a tua vontade, ó Deus meu; a tua lei está dentro do meu coração.
Um
grande exemplo é o da oração de Jesus no Jardim antes de ser preso, pois disse:
Pai, se queres, passa de mim este cálice, todavia, não se faça a minha
vontade, mas a tua (Lc.22:42). Jesus escolheu sempre a vontade do Pai.
Deus criou-nos à Sua imagem e
semelhança, certo? Deus tem a Sua vontade e deu-nos também vontade própria. Nós
podemos escolher fazer a nossa vontade ou a de Deus.
Jesus ensinou-nos que nas nossas
orações devemos pedir de acordo com a Sua vontade. Pedimos para que a vontade
do Pai seja feita, não a nossa. Vejam I João 5:14-15: E esta é
a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua
vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos,
sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.
II.- A Provisão da Oração – “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”
– v.11
O nosso
Pai quer oremos pelas nossas provisões naturais e espirituais.
Agora, Jesus diz que devemos orar pelas nossas necessidades mais pessoais.
Qual é o sentido exato desta expressão? O pão é o sustento da
vida. Mas também é uma palavra que se usa para representar, para abarcar todas
as nossas necessidades materiais, tudo quanto é necessário para a vida do ser
humano aqui neste mundo.
Acreditamos num Deus que é o Criador e o Sustentador do Universo. Este Deus
Altíssimo está preparado para levar em conta as nossas mais íntimas
necessidades, os menores detalhes do nosso sustento diário. Lá do Seu trono
sempiterno, Ele afiançou que até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão
todos contados (Mt.10:30).
Jesus dá-nos aqui
lições muito valiosas. Qual é o verbo? É dá, dar. Deus é um
doador, o nosso Pai gosta de prover, de satisfazer as necessidades dos Seus
filhos, gosta de dar.
Reparemos como
está este vs. em Lc.11:3: Dá-nos, cada dia, o nosso pão quotidiano.
Isto recorda-nos um
momento muito particular da história do povo de Deus quando Israel saiu do
Egipto e até entrar na terra prometida, Canaã. Lemos em Êxodo 16
quando Deus providenciou todos os dias o pão diário para toda a nação de Israel
por 40 anos.
Chamava-se maná. Vejam o
v.4: Então
disse o Senhor a Moisés:
Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá, e colherá diariamente a
porção para cada dia… Reparem
na repetição das palavras diariamente e cada dia.
Lendo
naturalmente, com facilidade não notamos, ou achamos que é redundante, que é
uma repetição: diariamente… para cada dia. Porque é que não diz
simplesmente “dá-nos cada dia o nosso pão”? Porque é que diz “dá-nos,
cada dia, o nosso pão quotidiano, diário”?
A resposta é que Deus queria que Israel
dependesse diariamente da providência de Deus. E hoje o nosso Pai dos céus quer
que dependamos da providência d’Ele. Jesus ensinou-nos que o Pai quer que
olhemos para Ele diariamente.
Porque se nós não
dependermos diariamente da providência de Deus, procuraremos outras fontes para
suprirem as nossas necessidades, e isso pode não ser nada bom.
Se pensarmos bem, Deus criou-nos assim mesmo, com
necessidade diária de alimento. Porque é que Ele não nos criou de
forma a nos alimentarmos semanal ou mensalmente? Para nos lembrarmos que
precisamos do nosso Pai diariamente, “cada dia o nosso pão diário”.
Da mesma forma Ele não quer que falemos
com Ele em oração semanal ou mensalmente, mas a cada dia. O nosso Pai quer um
relacionamento diário connosco.
O pão de cada dia diariamente significa
que confiamos na Sua provisão para hoje.
Mas eis agora uma lição de significado espiritual
para pão. Jesus disse em Jo.5:32: …mas meu Pai vos dá o
verdadeiro pão do céu. Que pão é este? É Jesus, que é o verdadeiro
alimento espiritual. Jesus é Aquele que alimenta a nossa alma e dá a vida
eterna a quem se alimenta d’Ele. Ou seja, a quem crê n’Aquele que veio do céu: Porque
o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá a vida ao mundo (Jo.5:33).
Conclusão – Estamos a pedir ao nosso Pai
que está nos céus diariamente por aquilo que precisamos? Antes de nós
abrirmos a nossa boca Ele já conhece as nossas necessidades. Mas Jesus diz que,
mesmo assim, temos de pedir. Estamos a pedir? Estamos a agradecer e a louvar
por aquilo que Ele nos providencia? A Petição e a Provisão da oração.
Esta é a oração do cristão. Não é uma oração pagã. É uma oração centrada em
Deus, preocupada com a glória de Deus. E é inteligente, em contraste com as
repetições mecânicas dos pagãos e descrentes. É uma oração de um filho para o
Seu Pai celestial.
Rui Simão, pastor
Moreira,
06 de Junho de 2024 (RO)