quarta-feira, 27 de março de 2024


A Perdão da Oração; A Proteção da Oração e o Poder da Oração (5, 6 e 7)

 E perdoa-nos as nossas dívidas...

                                    Mateus 6:9-12

  

Introdução – Prosseguimos o estudo cap. a cap., verso a verso deste evangelho o qual nos apresenta Jesus como Aquele que veio revelar a Vida, a Luz, a Graça e a Verdade de Deus. 

           

Recordemos que Cristo e os apóstolos estão reunidos no grande cenáculo mobilado, na última refeição pascal. Jesus está a despedir-Se e a lançar os fundamentos da Sua igreja, caps. 14 a 17. Naquela noite, o Senhor falou várias vezes na Oração: 14:13-14; 15:7; 16:23-24.

         Sabemos por todos os evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, a oração é necessária e nós devemos orar mais.

        Estamos numa pequena série de mensagens sobre a Oração. Título: O Poder da Oração.

          O que é que já vimos:

1.ª – O Poder da Oração

          Vimos dois grandes exemplos. 1º.- O povo de Israel fez um bezerro de ouro e pecou gravemente contra Deus. Deus disse a Moisés que os iria destruir a todos. Mas Moisés orou e pela sua intercessão, Deus arrependeu-se do mal que disse que faria. 2.º- Por causa do pecado dos habitantes de Nínive, Deus mandou lá o profeta Jonas avisar que em 40 dias seriam destruídos. Mas perante a mensagem do profeta, todo o povo se arrependeu e Deus também se arrependeu do mal que tinha dito que faria. Aprendemos que a oração e o nosso arrependimento podem mudar as decisões de Deus.

 

2.ª- A Pessoa da Oração – Mateus 6:9

          Tomámos a oração modelo que o Senhor Jesus nos ensinou em Mateus 6:9ss. Se Jesus nos deixou um exemplo da oração eficaz, porque é que nós não o usamos? A Pessoa a quem são dirigidas as nossas orações é o nosso Pai que está nos céus, cujo nome é santo.

          Hoje, vamos para a terceira mensagem.

 

3.- A Petição da Oração – O nosso Pai quer que peçamos – Mateus 6:10

A oração modelo de Mat.6 inicia com louvor: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome…. termina com louvor: Porque teu é o reino, e o poder, e a glória. E tudo o que está no meio é Petição, são pedidos. Deus quer que Lhe peçamos. Mas vejam quais são as primeiras petições: venha o teu reino, seja feita a tua vontade… Jesus está a ensinar-nos que, acima de tudo, as nossas Petições devem ser reguladas, quer pelas coisas que fazem parte do reino de Deus, quer por aquilo que é a vontade de Deus.

 

4.- A Provisão da Oração – O pão nosso nos dá hoje - Mateus 6:11

O Pai celestial supre, provê às nossas necessidades diárias.

 

I.- O Perdão da Oração – Mateus 6:12

Vamos ver quão importante é este v.12. Porque o modelo de oração que o Senhor Jesus ensinou termina no v.13.  Mas vejam os vs. seguintes, vs.14-15. Logo que Jesus termina com Amém, diz (ler). São afirmações muito profundas. Por outras palavras, Jesus está a dizer:” Se não libertas os outros das dívidas que têm contigo, o Pai também não libertará as tuas dívidas para com Ele”. É uma parte muito importante desta oração (ler v.12).

 

1.- Confessa as tuas “dívidas”

Precisamos de saber o significado desta palavra grega dívidas que ocorre apenas duas vezes em todo o NT, aqui e em Rom.4:4. Repito, Jesus não manda repetir; é um modelo.

Por exemplo, a dívida de um empréstimo de uma casa, de um automóvel. É uma dívida legal. Pedimos emprestado, devemos e vamos pagar.

Aqui, Jesus está a falar de outro tipo de dívidas. Refere-se a “pecado”. O que é “pecado”? É a transgressão, a desobediência às leis divinas, aos mandamentos de Deus. Tanto que, no Evangelho de Lucas, onde também está esta mesma oração, em 11:4, lemos: E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve.

A palavra usada é diferente, mas o significado é igual. Jesus está a dizer: “Perdoa-nos os nossos pecados (dívidas), pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve (pecou contra nós)”.

Jesus está a usar de forma figurativa a palavra dívidas em referência a pecados contra Deus. Isto é muito importante. Quando desobedecemos a Deus, estamos a pecar e a ofendê-Lo. Pecar é uma grave ofensa a Deus. E a reação de Deus às ofensas, ao pecado da pessoa, é ira.

Esta é uma visão vital que temos de ter sobre o pecado. Quebrámos as santas leis divinas e estamos em dívida para com Deus.

 

Uma qualquer dívida tem de ser resolvida de alguma forma. Ou ela é paga ou é perdoada. O devedor está nas mãos do credor. Os nossos pecados são graves ofensas que têm de ser reparadas. Estamos em dívida para com Deus.

 

Contudo, a dívida do pecado é diferente de uma dívida material. Nós não conseguimos resolver por nós mesmos a dívida do nosso pecado para com Deus. Nada em nós, nada que possamos fazer consegue saldar a dívida das nossas ofensas contra as leis de Deus. É como se tivéssemos uma dívida absolutamente enorme aqui na terra que está totalmente fora do nosso alcance, das nossas possibilidades. Assim é a dívida do nosso pecado. Ela é justa, ela é legal aos olhos de Deus, mas não conseguimos resolver a dívida do nosso pecado.

 

E outra lição importante é que nem sequer merecemos o perdão de Deus. Erramos se acharmos que se formos boas pessoas, se assistirmos a uma igreja, se lermos a Bíblia, se orarmos, se contribuirmos com dinheiro, etc, que isso, estas coisas, convencerão Deus de que merecemos perdão. Não! Vejam Tito 3:5: Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia nos salvou… Estão a ver?

Na verdade, a enorme dívida do nosso pecado perante Deus tem de ser perdoada. Precisamos de misericórdia, não de outra coisa.

 

          O que temos também nestas palavras da oração? Perdoa as nossas dívidas, os nossos pecados. Temos confissão e pedido de perdão dos pecados: “Meu Pai, perdoa a minhas dívidas, os meus pecados”.

 

          Com que frequência o temos de fazer? No pedido anterior não está presente uma necessidade diária? O pão nosso de cada dia nos dá hoje. Então, a confissão e o pedido de perdão também devem ser diários. Porque, infelizmente, pecamos diariamente.

         

  Mas em Mt.6:12, Jesus é muito claro ao dizer que pedimos perdão a Deus dos nossos pecados tal como nós perdoamos aos outros as suas ofensas a nós. Ora, muitas vezes os crentes não perdoam as ofensas dos outros. Agem como se os outros tivessem dívidas que não ficam saldadas. E quando perguntamos porque é que não perdoam, a resposta é: “Ele não merece o meu perdão. Ele ainda não fez nada que merecesse o meu perdão”. A atitude é, então, de que o outro ofendeu e há uma dívida por pagar sem solução.

 

Bem podemos colocar a questão: “E nós merecemos o perdão da dívida do nosso pecado para com Deus?”. E a oração de Jesus é clara: “Perdoa-nos… como nós perdoamos”.

 

Mas está aqui bem claro. Por causa de termos recebido de Deus o perdão, graciosamente, livremente, também temos de perdoar assim aos outros. Jesus diz em Mat.10:8: …de graça recebestes, de graça dai.

 

Precisamos de compreender o que acontece quando Deus nos perdoa.

Rom. 4:3,23: Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus e isso lhe foi imputado como justiça… Ora, não só por causa dele está escrito que lhe fosse tomado em conta.

 

Esta palavra imputado vem da palavra “contar, considerar, lançar”. Obviamente aponta para conta. Significa “pôr na conta de alguém”. Abraão, como todas as pessoas, era pecador, transgressor das leis de Deus. Tinha muito pecado por pagar, estava em grande ofensa e dívida para com Deus. Então, diz aqui que Abraão creu em Deus e esta fé foi-lhe contada como justiça. Deus pôs justiça na conta da vida de Abraão.

 

Mas vejam que mais Deus faz quando nós cremos. Deus tira o pecado da nossa conta. Está em II Cor.5:19: Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados… Noutras palavras, Deus não está a contar os nossos pecados contra nós. Isto é muito, muito importante que compreendamos.

 

Jesus veio ao mundo e a cruz foi onde Cristo Se ofereceu como sacrifício para pagar a dívida, a culpa do nosso pecado, pagar as nossas transgressões às leis divinas, as nossas ofensas a Deus.

Na verdade, Jesus pagou com a Sua própria vida, a dívida, a culpa do mundo inteiro. Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo.1:29). Diz aqui que em Cristo, Deus estava a reconciliar consigo O MUNDO, não apenas os crentes.

Então, Jesus morreu pelo mundo inteiro. Mas prestemos boa atenção. Só recebe perdão do pecado, só é paga a dívida daquele que crê. Deus só não imputa o pecado de quem crê. Voltamos ao caso de Abraão em Rom.4:3 e também 23-24: Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus e isso lhe foi imputado como justiça… Ora, não só por causa dele está escrito que lhe fosse tomado em conta, mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos…

 

Jesus já morreu por todos, uma vez. Senão, cada vez que uma pessoa crê, Jesus teria de morrer por essa pessoa para a salvar. Não. Jesus já morreu há 2000 anos na cruz pelo mundo inteiro, pelos que morreram antes e depois de Jesus.

 

E quando a pessoa crê, então Deus considera essa fé e deposita justiça na conta desse devedor e ele é salvo. Olhem o que Jesus disse em Jo.8:24: Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados.

 

          Jesus já pagou a culpa do pecado na cruz, mas o pecador só é salvo quando crê em Jesus.

Por isso, há uma escolha a fazer por cada pessoa, há uma decisão que tem de tomar, a decisão pessoal de crer ou não em Jesus para ser salva.

Vejam João 3:17-18: Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

      Deus já tratou do problema do pecado, da nossa dívida. Agora, o pecador precisa de crer em Jesus para ser salvo da sua dívida. Se não crer em Jesus, está perdido.

 

E o que faz Deus quando cremos em Jesus?

Ele tira a minha dívida que eu não conseguiria pagar, tira o pecado da minha conta e imputa, atribui-me, deposita-me a justiça que Jesus ganhou para mim na cruz.

 

Depois, sabem o que Deus faz depois de perdoar os nossos pecados?

Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro. (Is.43:25); Porque serei misericordioso para com as suas iniquidades e dos seus pecados e das suas iniquidades não me lembrarei mais (Hb.8:12); E jamais me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades. (Hb.10:17).

 

Depois de Deus nos perdoar, nunca mais os lembra. Apesar de ser Omnisciente, Deus decide não mais Se lembrar do nosso pecado, não os traz mais à tona, não os tem mais em consideração no tratamento connosco.

 

E assim devemos ser nós. É o que Jesus diz aqui na oração modelo de Mateus 6:12.

Então, 1.º - Confessa as tuas dívidas. A seguir:

 

2.- Liberta as dívidas dos outros

Precisamos de olhar para as palavras de Jesus aqui em que Ele diz que pedimos ao nosso Pai que nos perdoe tal como nós perdoamos aos outros.

 

Temos de tomar nota que não está a falar do perdão do pecado para a salvação, mas dos relacionamentos interpessoais em que nos ofendemos e precisamos de nos perdoar.

 

Em Mateus 18:21-22, Pedro perguntou a Jesus se concordava que poderia perdoar até 7 vezes os pecados e as ofensas dos outros contra ele. Pedro pensava que isso já seria mesmo muito bom e um grande exemplo de perdão. Mas Jesus responde-lhe: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.

 

Ou seja, Jesus diz que devemos perdoar SEMPRE, como Deus faz. As pessoas ofendem-nos e nós não nos vingamos, mas perdoamos e mostramos-lhes graça.

E para ilustrar esta verdade Jesus conta a parábola dos vs.23-35 de Mateus 18.

 

O culminar da lição está no v.35 e lembremo-nos do que Jesus disse em Mt.6:14-15.

Olhem o que diz Hb.12:15: Tendo cuidado… de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.

 

A falta de perdão aos outros é um verdadeiro tormento. É uma escravidão.

 

Esta é uma oração diária. Jesus está a dizer:” Tens de orar assim cada dia, tens de confessar os teus pecados ao Pai celestial. Tens de ser recordado diariamente que tinhas uma dívida que nunca conseguirias pagar a Deus. Mas o teu Pai celestial perdoou-te tudo. Portanto, tu também tens graça para perdoares aos outros as suas ofensas para contigo. De graça recebeste, de graça dá perdão”.

 

Conclusão

Lembram-se de Barrabás? Todos nós somos como Barrabás. Ele estava preso por ter assassinado uma pessoa num motim (Mc.15:7). Naquela sexta-feira, ele e mais outros dois criminosos seriam crucificados. Ele está na sua cela à espera da crucificação. Ele ouve os passos dos guardas a chegarem, abrem a cela dele e ele ouve o guarda dizer-lhe o que nos é dito a nós: “Está livre. Jesus vai morrer por ti, vai morrer em teu lugar. Estás livre”.

 

E Jesus disse naquela parábola que uma pessoa que foi assim perdoada e liberta de uma dívida, encontrou alguém que lhe devia pouco, mas não lhe perdoou.

 

 Mas tu foste perdoado de tudo o que fizeste em toda a tua vida. Nós recebemos a graça do perdão de Deus para a oferecermos também aos outros.

Rui Simão, pastor 

          Moreira, 20 de Março de 2022 (16.30h)       


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A Proteção da Oração

 …e não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal. 

                        Mateus 6:9-13

 

Introdução – Prosseguimos o estudo cap. a cap., verso a verso deste evangelho o qual nos apresenta Jesus como Aquele que veio revelar a Vida, a Luz, a Graça e a Verdade de Deus. 

           

          Recordemos que Cristo e os apóstolos estão reunidos no grande cenáculo mobilado, na última refeição pascal. Jesus está a despedir-Se e a lançar os fundamentos da Sua igreja, caps. 14 a 17. Naquela noite, o Senhor falou várias vezes na Oração: 14:13-14; 15:7; 16:23-24.

         Sabemos por todos os evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, a oração é necessária e nós devemos orar mais.

        Estamos numa pequena série de mensagens sobre a Oração. Título: O Poder da Oração.

          Temos aqui um modelo. Não é para repetir. O que é que já vimos até hoje:

1.ª – O Poder da Oração – Deus arrependeu-se do mal que disse que faria.

 

2.ª- A Pessoa da Oração – Mateus 6:9 – É o nosso Pai que está nos céus, santo.  

 

3.- A Petição da Oração – O nosso Pai quer que peçamos – Mateus 6:10

 

4.- A Provisão da Oração – Mateus 6:11 – O Pai supre as nossas necessidades diárias.

 

5.- O Perdão da Oração – Mateus 6:12 – Necessidade de perdoar como Deus perdoa.

 

I.- A Proteção da Oração – Mateus 6:13 – E não nos conduzas à tentação…

Eis agora uma petição de proteção. Este pedido serve para nos mostrar que não temos força suficiente para vivermos uma vida santa se não obtivermos ajuda do Alto, do nosso Pai. Precisamos da Sua proteção para a totalidade das nossas vidas, para superarmos as tentações, para não cairmos. Temos de estar conscientes da nossa própria fraqueza, e do desejo de desfrutar da proteção de Deus para que possamos permanecer inexpugnáveis contra todas as agressões de Satanás.

 

 Alguns não compreendem bem este pedido: “Porque é que teríamos de pedir ao Pai para não nos levar à tentação?” Para não haver confusão e má interpretação, precisamos de saber o significado das palavras e também de olhar para outras Escrituras.

 

1.- Deus não nos pode tentar

É completamente, totalmente impossível, está absolutamente fora da natureza de Deus que nos possa tentar. Vejam Tg.1:13-16: Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. Não erreis, meus amados irmãos.

Eis o que acontece. Porque nós temos uma natureza inclinada ao pecado, surge um desejo e o inimigo das nossas almas tenta-nos com esse desejo. Se não resistirmos, vamos cair, vamos pecar. Vamos desobedecer ao Senhor, se não nos socorrermos de Deus e da Sua força. Vamos sucumbir à tentação do tentador.

 

A Bíblia é bem clara em chamar ao diabo de tentador. Ouçam Mt.4:3: E, chegando-se a ele o tentador… E também I Tes.3:5: Portanto, não podendo eu também esperar mais, mandei-o saber da vossa fé, temendo que o tentador vos tentasse, e o nosso trabalho viesse a ser inútil. Portanto, a Escritura é clara.Satanás tenta-nos, mas Deus nunca nos tenta.

 

2.- Deus não nos engana

Precisamos de entender o significado da palavra tentação. Tiago 1:2-3 pode ajudar-nos: Meus irmãos, tende grande alegria quando enfrentardes várias tentações; Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. É a mesma palavra grega de Mt.6.

 

O significado é “teste, prova”. Deus não nos leva a tentações, não nos põe tropeços e armadilhas para nos prejudicar. Não! Isso é obra do diabo. Deus prova-nos, o que é bem diferente, experimenta-nos para nós crescermos, para analisarmos a nossa confiança e fé no Senhor. Deus julga-nos assim com bons propósitos.

Vejam o caso de Abraão em que Deus o testou ao pedir que sacrificasse o seu único filho, Isaque. Ou como Deus permitiu a grande prova na vida de Job.

 

Ou se lermos Mt.4:1: ENTÃO foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Jesus foi colocado à prova e lá estava Satanás com as suas armadilhas, mas foi derrotado por Jesus. Era necessária esta prova de Jesus.

 

Hb.4:15 explica-nos melhor. Vejam: Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Jesus é o nosso melhor Advogado junto do Pai. Porquê?

 

Porque Jesus foi provado aqui na terra como homem em tudo e venceu. Pensem em qualquer tentação, qualquer teste humano, do mais suave ao mais pesado. Jesus teve essas tentações, essas provas todas:  Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.

 

Assim, Jesus compreende muito bem as provas por que passamos, Jesus sabe o que é viver num mundo de pecado, num mundo caído e ajuda-nos.

 

Por isso, nesta oração, Jesus diz para pedirmos Proteção ao Pai, que nos guarde destas provas: “Pai, não me deixes passar por testes e provas, liberta-me disso.”

Não foi isso que Jesus pediu ao Pai lá no Jardim? Pai, se é possível, passe de mim este cálice… (Mt.26:39).

 

3.- Deus irá proteger-nos e também livrar-nos

          Temos agora uma revelação muito importante em I Co.10:13: Não veio sobre vós tentação, senão humana… Agora vejam, …mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.

A resposta do nosso Pai ao nosso pedido em oração pode vir, ou na isenção real da prova, ou numa forma, num caminho para escapar dela, ou em força para suportá-la.

 

 Temos aqui duas grandes promessas. Primeiro, não teremos provas, tentações acima das nossas possibilidades pessoais. E em 2.º lugar, Deus dará um escape, uma saída, uma libertação.

 

Escutem bem II Tm.4:17-18: Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me…e fiquei livre da boca do leão. E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial.

Também II Pe.2:9: Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos…

 

Se vivermos na dependência do nosso Deus, se orarmos, o nosso Pai celestial vai trazer a saída de que precisamos. Deus conhece qual é o escape.

 

          Por isso, Jesus ensinou-nos a orar diariamente ao Pai por proteção nas provas.

 

Olhando para a segunda parte do versículo, Jesus diz-nos para pedirmos, além da Proteção, também o livramento do mal, das trevas. …mas livra-nos do mal.

 

Quer dizer, libertação, proteção do inimigo, de Satanás. Jesus falou disto quando estava no Jardim, antes de ser preso. Olhem o que pede aos Seus discípulos para fazerem: Vigiai e orai para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mt.26:41).

 

E em Jo.17:15 Jesus dá o exemplo desta oração: Não peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal.

O que significa? Que podemos orar ao Pai para nos poupar de provas e testes. Mas se eles vieram, ainda podemos continuar a orar: “Pai, liberta-nos do poder do nosso inimigo e Teu”.  

 

Conclusão

A Oração da Proteção. É essencial tomarmos conhecimento real do mundo onde vivemos. Temos de orar diariamente ao nosso Pai celestial. Oramos em nome do Seu Filho, Jesus. Louvamos, adoramos e pedimos. E quando pedirmos, não esqueçamos de orar por Proteção. Proteção a todos os níveis, das provas, das tentações, do tentador, do mal, por nós, por nossas famílias, por nossos irmãos na fé.

 Rui Simão, pastor

          Moreira, 24 de Março de 2022 (RO)       

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O Poder da Oração

 …porque teu é o reino, e o poder, r a glória para sempre. Amém.

                                      Mateus 6:9-13

 

 

Introdução – Prosseguimos o estudo cap. a cap., verso a verso deste evangelho o qual nos apresenta Jesus como Aquele que veio revelar a Vida, a Luz, a Graça e a Verdade de Deus. 

           

          Recordemos que Cristo e os apóstolos estão reunidos no grande cenáculo mobilado, na última refeição pascal. Jesus está a despedir-Se e a lançar os fundamentos da Sua igreja, caps. 14 a 17. Naquela noite, o Senhor falou várias vezes na Oração: 14:13-14; 15:7; 16:23-24.

 

         Sabemos por todos os evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, a oração é necessária e nós devemos orar mais.

 

       Estamos numa pequena série de mensagens sobre a Oração. Título: O Poder da Oração.

 

          Usamos como texto base a oração chamada do Pai Nosso de Mat.6. Não é para ser uma repetição (v.7), mas é um exemplo que o Senhor nos diz para seguirmos e usarmos nas nossas orações. O que é que já vimos:

 

1.ª – O Poder da Oração – Vimos exemplos do poder da oração

 

2.ª- A Pessoa da Oração – Mateus 6:9 – É o nosso Pai que está nos céus, santo

 

3.- A Petição da Oração – O nosso Pai quer que peçamos – Mateus 6:10

 

4.- A Provisão da Oração – Mateus 6:11- supre as nossas necessidades a cada dia

5.- O Perdão da Oração – Mateus 6:12 – Confessar, o Pai perdoa nossos pecados

6.- A Proteção da Oração – Mateus 6:13a- Que o Pai nos guarde de provas e testes

 

7.- O Poder da Oração – Mateus 6:13b - Conclusão

 

1.- …porque teu é o reino, e o poder…

A lição da oração modelo de Jesus começa com louvor, no meio tem pedidos e termina com louvor. Porque é que oramos ao Pai celestial e, com confiança e esperança, Lhe colocamos os nossos pedidos, mesmo os mais difíceis? O final da oração tem a resposta.

 

…porque… - É uma conjunção que quer dizer, ou pode ser substituída por: “uma vez que, visto que”. Estamos a dizer que oramos e suplicamos estas coisas, visto que, uma vez que:  

 

…teu é o reino - Quer dizer que o domínio pertence a Deus. Deus tem o controlo sobre todas as coisas e pode, por isso, ordená-las por forma a responder a estas petições. O reino de Deus é muito importante. Recordem-se que entre a ressurreição de Jesus e a Sua volta para os céus decorreram quarenta dias. Sabem o que fez Jesus nesse quase mês e meio?

 

         Atos 1:3 diz: …sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus. Quarenta dias a ensinar especificamente do reino de Deus. Muitos de nós já fomos a Conferências cristãs que duram um fim-de semana ou mesmo uma semana e vários temas são tratados. Mas agora pensemos, 40 dias com o Cristo ressurrecto a ensinar os apóstolos sobre o reino de Deus. Para vermos a importância do reino de Deus.

 

…e o poder – Deus também tem o poder para concretizar aquilo que Lhe pedimos. Nós somos fracos, impotentes, não conseguimos. Por isso, oramos ao Altíssimo e todas as coisas são possíveis pelo Seu poder. Em Lucas 1:37 ouvimos da boca do anjo a Maria: Porque para Deus nada é impossível. Em Gen.18:14, ao ser prometido aos idosos Abraão e Sara que seriam pais de um menino, lemos: Haveria coisa difícil ao SENHOR?

 

…e a glória, para sempre – Tudo o que pedimos ao nosso Pai celestial é para a Sua glória, honra e louvor, não a nossa. Ao responder aos nosso pedidos e necessidades, a Sua glória pode ser vista. Ao atender às nossas petições, o Nome, a Pessoa de Deus recebe toda a glória. Tudo é para a Sua glória.

 

Nós estamos a dizer a Deus: “Nosso Pai, pedimos-te estas coisas, porquê? Porque a Ti pertencem o reino, e o poder e a glória para sempre.” Sim, o teu reino é para sempre, o teu poder é para sempre, a tua glória é para sempre.

       Não é por algum tempo, mas eternamente durará o reino, e o poder e a glória de Deus.

 

 2.- …Amém.

Com esta palavra é terminada a oração modelo de Jesus. Esta palavra amém é igual em hebraico, grego e em português. É usada cerca de 30 vezes no AT e 143 vezes no NT. Qual é o seu significado? Geralmente diz-se que amém quer dizer: “que assim seja”. Mas o significado da palavra é “em verdade, verdadeiramente”. Vamos ver melhor.

 

a-) Amém no AT – Das 30 vezes que é usada, 12 estão no cap.27 de Deut. Depois de Israel atravessar o rio Jordão para herdar a terra prometida, Deus mandou que o povo se juntasse num vale entre dois montes, Gerizim e Ebal.

Do monte Ebal seriam pronunciadas as maldições sobre aqueles que não guardassem os mandamentos de Deus. E do Monte Gerizim seriam pronunciadas as bênçãos àqueles que obedecessem aos mandamentos de Deus. E Deus ordenou que deveriam dizer Amém.

 

 Mas Deus ordenou que o povo dissesse amém apenas depois de cada maldição e não nas bênçãos. Vamos ler Dt.27:13-16,26. Porquê dizer Amém só depois das maldições? Porque é mais fácil dizer Amém nas coisas boas do que desagradáveis.

 

Deus queria chamar bem a atenção das mentes e dos corações do povo ao dizer-lhes: “Cuidado, isto é o que vos acontecerá se fizerem isto, e aquilo. Serão amaldiçoados”.

E com esta advertência o povo tinha de dizer Amém – “verdade”. A maldição é uma consequência da desobediência. Se quebrarmos as leis de Deus, sofremos consequências. E Deus, no Seu amor, não quer que sejamos amaldiçoados, mas abençoados.

 

 Mas eis que em Is.65:16 temos o significado, a tradução literal da palavra hebraica Amém: Assim que aquele que se bendisser na terra, se bendirá no Deus da verdade (amém); e aquele que jurar na terra, jurará pelo Deus da verdade (amém)

 

A palavra Amém significa verdade. Por isso, se ouvir um pastor a pregar: “Sem Cristo, o seu vizinho vai para o inferno”, pode dizer “Amém, “é verdade”. Não é, “assim seja”.

 

b-) Amém no NT – Das 143 vezes, Jesus disse 2/3 delas. Reparem também nisto. Dos 27 livro do NT, 24 terminam com Amém. Mas Jesus foi quem mais a usou e de uma maneira única. O Senhor moveu o amém do fim para o princípio da frase.

 

No Evangelho de João, o Senhor Jesus usa-a 50 vezes mas apenas em 25 frases. Porquê? Porque Jesus usa Amém a dobrar e no início da frase. E talvez estejam a pensar que não se recordam de Jesus dizer amém, amém no início das frases. Sim, porque está traduzida por: Na verdade, na verdade…. Mas no original grego é Amém, amém (Jo.3:3).

 

O que é que Jesus está a dizer? “Isto é verdade, isto é verdade”. E porque é que Jesus repete “verdade, verdade” 25 vezes em João? Jesus não disse uma palavra por engano ou sem propósito. Eis o motivo. Jesus está a dizer: “O Meu Pai diz, no céu, que isto é verdade e eu digo-o também aqui na terra, é verdade. Eu trago a verdade do céu à terra”.

A palavra Amém quer dizer “verdade”.

 

c-) O Amém de Deus – Em Ap.3:14 Jesus diz: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira… Jesus está a dizer o quê? “Eu sou a verdade”.

 

Mas eis o que Jesus diz antes, em 1:18: E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. O que o Senhor quer afirmar ao mundo inteiro é isto: “Eu estive morto, mas estou vivo, ressuscitei dos mortos. Amém = e isto é verdade, é verdade”.

 

Conclusão

Não há qualquer dúvida que Jesus morreu na cruz. Ele entregou a Sua vida em sacrifício perante o Pai para levar sobre Ele mesmo, no madeiro, o pecado do mundo inteiro.

Jesus morreu para resgate do pecador, para perdão, para salvação. Pagou a culpa do pecado com a Sua própria morte e o Seu próprio sangue. E morreu de verdade. Com uma lança, aquele soldado romano perfurou o ventre, pulmões e coração de Jesus e saiu sangue e água, pois já estava morto. Foi sepultado e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos. Jesus foi a primeira pessoa a ressuscitar dos mortos para todo o sempre, para a eternidade. Amém, isto é verdade.  Jesus é o Filho de Deus, é verdade, é verdade.

Jesus ensinou os Seus discípulos e a nós a orar: “Orem ao Pai do céu em Meu nome. Comecem com louvor, façam pedidos e terminem com louvor dizendo o motivo da vossa confiança, que Ele tem todo o poder, o reino e a glória e isto é verdade, amém.

Rui Simão, pastor

           Moreira, 31 de Março de 2022 (RO)     

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Evangelho de Mateus – Jesus, o Cristo, Messias, Rei, Senhor

Oração Pai-nosso – O Perdão, a Proteção e o Poder da Oração

E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.

Mateus 6:12-15

 

IntroduçãoProsseguimos o Sermão do Monte do Senhor Jesus Cristo.    

Em Mt. 6 Jesus fala de áreas muito importantes da vida do crente. Uma delas é a oração (6:5-8). Por isso, Jesus vai ensinar-nos a orar dando um modelo, um exemplo de oração. Jesus dá-nos as linhas mestras, mas que não é para usar repetindo mecanicamente estas palavras (v.7). É como se Jesus dissesse: “É assim que eu costumo orar”.

      Se Jesus nos deixou um exemplo da oração eficaz, porque é que nós não o usamos?

 

1.ª – O Poder da Oração – Temos de saber e crer nisto

          A oração tem grande poder. Entre muitos exemplos temos o do rei Ezequias em II Reis 20:1-6. A oração pode mudar vidas, circunstâncias e até as decisões de Deus.

O Senhor Jesus deixou-nos o Seu grande exemplo de oração, pois orava muito ao Seu Pai.

 

2.ª- A Pessoa da Oração – “Portanto, vós orareis assim…” Mateus 6:9

    Quem é a Pessoa a quem Jesus diz que são dirigidas as nossas orações? É ao nosso Pai que está nos céus, cujo nome é santo e que vê (e escuta) em secreto (v.6).

 

Orar é ter comunhão com nosso Pai. Oramos ao nosso Pai e em nome de Jesus, Seu Filho. Vejam:

          Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar. 24. Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra.  (Jo.16:23-24)

 

          Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.; (I Tm.2:5).

 

3.- A Petição da Oração – Venha o teu reino, seja feita a tua vontade… – Mt.6:10

Como devemos iniciar e terminar a oração – Adoração (vs.9,13b). Começa e termina com louvor. E tudo o que está no meio é Petição, são pedidos. Deus quer que Lhe peçamos.  

 

4.- A Provisão da Oração – O pão nosso nos dá hoje - Mateus 6:11

     O Pai celestial supre, provê às nossas necessidades diárias. Tudo isto já vimos. Hoje:

 

I.- O Perdão da Oração – Mateus 6:12 (continuamos a pedir ao Pai)

Vamos ver quão importante é este v.12. O modelo de oração que o Senhor Jesus ensinou termina no v.13.

 

1.- Confessa e pede perdão das tuas “dívidas”

Precisamos de saber o significado desta palavra dívidas.

No Evangelho de Lucas, onde também está esta mesma oração, em 11:4, lemos: E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve.

 

De que é que Jesus está aqui a falar? De pecados.

 

O que é “pecado”? É a transgressão, a desobediência às leis divinas, aos mandamentos de Deus.  Jesus está a dizer: “Perdoa-nos os nossos pecados, ofensas (dívidas), pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve (que pecou contra nós)”.

 

Então, o que temos nestas palavras da oração do v.12? “Perdoa as nossas dívidas, os nossos pecados”. Três coisas importantes:

 

1.- Temos aqui a revelação da realidade da existência de um grave problema espiritual perante Deus: PECADO. O meu, o teu, o nosso pecado.

 

2.- Temos de admitir, de confessar o nosso pecado e 3. temos de pedir perdão dos pecados: “Meu Pai, perdoa a minhas dívidas, os meus pecados”.

 

 

Jesus está a ensinar que o crente tem de pedir perdão ao Pai sempre que peca.

 

 

      Quando desobedecemos a Deus, estamos a pecar e a ofendê-Lo. Pecar é uma grave ofensa a Deus, uma dívida que tem de ser paga. Estamos em dívida para com Deus.

 

Contudo, a dívida do pecado é diferente de uma dívida material. Nós não conseguimos resolver por nós mesmos a dívida do nosso pecado para com Deus. Porquê?

 

Primeiro, não merecemos sequer o perdão de Deus. Porquê? Porque nada existe em nós de bom aos olhos de Deus. Segundo, nada que possamos fazer, nenhuma obra nossa consegue saldar a dívida das nossas ofensas contra as leis de Deus.

 

É como se tivéssemos uma dívida absolutamente enorme aqui na terra que está totalmente fora do nosso alcance, das nossas possibilidades. Assim é a dívida do nosso pecado aos olhos do Deus Santo, impossível de ser resolvida.

Vejam Tito 3:5: Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia nos salvou… Estão a ver?

 

Então, na verdade, honestamente, a enorme dívida do nosso pecado perante Deus tem de ser é perdoada e esquecida. Precisamos de misericórdia, não de outra coisa. Por isso, Jesus veio e pagou na cruz toda a culpa, toda a dívida do nosso pecado a Deus.

 

                              

  Mas o mais importante é isto. Jesus é muito claro ao dizer que pedimos que o Pai perdoe os nossos pecados tal como nós perdoamos aos outros as suas ofensas a nós.

 

Vejam os vs. seguintes, logo que Jesus termina, os vs.14-15.(ler).

 

          São afirmações muito profundas. Por outras palavras, Jesus está a dizer:” Se não perdoas, se não libertas os outros das dívidas que têm para contigo, o Pai também não perdoará, não libertará as tuas dívidas para com Ele”.

 Esta é uma parte muito importante desta oração.

 

Aqui não significa que se não perdoarmos as ofensas dos outros, Deus também não perdoará os nossos pecados e não somos salvos. O assunto é outro.

 

Nós perdoamos os outros porque também fomos perdoados. O crente nasceu de novo, foi regenerado e deve possuir na sua nova natureza o temperamento de perdoar os outros.

 

Ora, muitas vezes os crentes não perdoam as ofensas dos outros. Agem como se os outros tivessem dívidas que não podem ficar saldadas, culpas que não têm perdão.

 

E quando perguntamos porque é que não perdoam, a resposta é: “Ele não merece o meu perdão. Ele ainda não fez nada que merecesse o meu perdão”. A atitude é, então, que o outro ofendeu e há uma dívida por pagar sem solução. Não podemos ser assim!

 

Bem podemos colocar a questão: “E nós merecemos o perdão da dívida do nosso pecado para com Deus?”. Não!

 

A oração de Jesus é clara: “Perdoa-nos… como nós perdoamos”.

 

Está aqui bem claro. Por causa de termos recebido de Deus o perdão, graciosamente, livremente, também temos de perdoar assim aos outros. Jesus diz em Mat.10:8: …de graça recebestes, de graça dai.

  Orar sempre a pedir perdão dos teus pecados ao Pai do céu. E perdoa os outros também.

 

II.- A Proteção da Oração – Mateus 6:13 – E não nos conduzas à tentação…

Jesus continua a ensinar-nos a orar e eis agora uma petição de proteção. Agora é um pedido de proteção do mal, de livramento do mal.

 

Este pedido serve para nos mostrar que não temos força suficiente para vivermos uma vida santa se não obtivermos ajuda do Alto, do nosso Pai.

 

Precisamos da Sua proteção para a totalidade das nossas vidas, para superarmos as tentações, para não cairmos. Temos de estar conscientes da nossa própria fraqueza, e do desejo de desfrutar da proteção de Deus para que possamos permanecer inexpugnáveis contra todas as agressões de Satanás.

 

Para não haver confusão e má interpretação, precisamos de saber o significado das palavras e também de olhar para outras Escrituras.

 

1.- Deus não nos pode tentar

É completamente, totalmente impossível, está absolutamente fora da natureza de Deus que nos possa tentar. Vejam Tg.1:13-14: Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.

 

Eis o que acontece. Porque nós temos uma natureza inclinada ao pecado, surge um desejo e o inimigo das nossas almas tenta-nos com esse desejo. Se não resistirmos, vamos cair, vamos pecar.

Iremos desobedecer ao Senhor, se não nos socorrermos de Deus e da Sua força. Vamos sucumbir à tentação do tentador.

 

Este mal inclui o quê? Inclui a pessoa de Satanás, o Maligno. Precisamos de ser defendidos dele: Sede sóbrios, vigiais; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar (I Ped.5:8).

 

Por isso, nesta oração, Jesus diz para pedirmos Proteção ao Pai, que nos guarde destas provas: “Pai, não me deixes passar por testes e provas, liberta-me disso.”

Não foi isso que Jesus pediu ao Pai lá no Jardim? Pai, se é possível, passe de mim este cálice… (Mt.26:39).

 

Em Jo.17:15 Jesus dá o exemplo desta oração: Não peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal.

O que significa? Que podemos orar ao Pai para nos poupar de provas e testes. Mas se eles vieram, ainda podemos continuar a orar: “Pai, liberta-nos do poder do nosso inimigo e Teu”.  

 

III.- O Poder da Oração – Mateus 6:13b - Conclusão

 

…porque teu é o reino, e o poder, e a glória para sempre…

A lição da oração modelo de Jesus começa com louvor, no meio tem pedidos e termina com louvor.

 

Porque é que oramos ao Pai celestial e, com confiança e esperança, Lhe colocamos os nossos pedidos, mesmo os mais difíceis? Este final da oração tem a resposta.

 

…porque… - É uma conjunção que quer dizer, ou pode ser substituída por: “uma vez que, visto que”. Estamos a dizer que oramos e suplicamos estas coisas, visto que, uma vez que:  

 

…teu é o reino - Quer dizer que o domínio pertence a Deus. Deus tem o controlo sobre todas as coisas e pode, por isso, ordená-las por forma a responder a estas petições.

O reino de Deus é muito importante. Depois de ressuscitar dos mortos, Jesus ficou 40 dias com os Seus discípulos falando das coisas concernentes ao reino de Deus (At.1:3).

 

…e o poder – Deus também tem o poder para concretizar aquilo que Lhe pedimos. Nós somos fracos, impotentes, não conseguimos. Por isso, oramos ao Altíssimo e todas as coisas são possíveis pelo Seu poder.

 

Em Lucas 1:37 ouvimos da boca do anjo a Maria: Porque para Deus nada é impossível. Em Gen.18:14, ao ser prometido aos idosos Abraão e Sara que seriam pais de um menino, lemos: Haveria coisa difícil ao SENHOR?

 

…e a glória, para sempre – Tudo o que pedimos ao nosso Pai celestial é para a Sua glória, honra e louvor, não a nossa.

 …Amém. Com esta palavra é terminada a oração modelo de Jesus. Esta palavra amém é igual em hebraico, grego e em português. É usada cerca de 30 vezes no AT e 143 vezes no NT. Qual é o seu significado? Geralmente diz-se que amém quer dizer: “que assim seja”. Mas o significado da palavra é “verdade, verdadeiramente”.

 

           

ConclusãoLembram-se de Barrabás? Todos nós somos como Barrabás. Ele estava preso por ter assassinado uma pessoa num motim (Mc.15:7). Naquela sexta-feira, ele e mais outros dois criminosos seriam crucificados. Ele está na sua cela à espera da crucificação. Ele ouve os passos dos guardas a chegarem, abrem a cela dele e ele ouve o guarda dizer-lhe o que nos é dito a nós: “Está livre. Jesus vai morrer por ti, vai morrer em teu lugar. Estás livre”.

 

 

 Eu, tu foste perdoado de tudo o que fizeste em toda a tua vida. Nós recebemos a graça do perdão de Deus para a oferecermos também aos outros.

 

Jesus ensinou os Seus discípulos e a nós a orar:

Orem ao Pai do céu em Meu nome. Comecem com louvor, façam pedidos e terminem com louvor dizendo o motivo da vossa confiança: que Ele tem todo o poder, o reino e a glória e isto é verdade, amém.

Rui Simão, pastor 

       

Moreira, 16 de Junho de 2024 (16.30h)