A Perdão da Oração; A Proteção da Oração e o Poder da Oração (5, 6 e 7)
E perdoa-nos as nossas dívidas...
Mateus 6:9-12
Introdução – Prosseguimos o estudo cap. a cap., verso
a verso deste evangelho o qual nos apresenta Jesus como Aquele que veio revelar
a Vida, a Luz, a Graça e a Verdade de Deus.
Recordemos que Cristo e os apóstolos estão reunidos no
grande cenáculo mobilado, na última refeição pascal. Jesus está a despedir-Se e
a lançar os fundamentos da Sua igreja, caps. 14 a 17. Naquela noite, o Senhor
falou várias vezes na Oração: 14:13-14; 15:7; 16:23-24.
Sabemos por
todos os evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se
pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve
aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, a oração é necessária e nós
devemos orar mais.
Estamos numa
pequena série de mensagens sobre a Oração. Título: O Poder da Oração.
O que é que
já vimos:
1.ª – O Poder da Oração
Vimos dois
grandes exemplos. 1º.- O povo de Israel fez um bezerro de ouro e pecou
gravemente contra Deus. Deus disse a Moisés que os iria destruir a todos. Mas
Moisés orou e pela sua intercessão, Deus arrependeu-se do mal que
disse que faria. 2.º- Por causa do pecado dos habitantes de Nínive, Deus
mandou lá o profeta Jonas avisar que em 40 dias seriam destruídos. Mas perante
a mensagem do profeta, todo o povo se arrependeu e Deus também se arrependeu do
mal que tinha dito que faria. Aprendemos que a oração e o nosso arrependimento
podem mudar as decisões de Deus.
2.ª- A Pessoa da Oração – Mateus 6:9
Tomámos a
oração modelo que o Senhor Jesus nos ensinou em Mateus 6:9ss. Se Jesus nos deixou um
exemplo da oração eficaz, porque é que nós não o usamos? A Pessoa a quem
são dirigidas as nossas orações é o nosso Pai que está nos céus,
cujo nome é santo.
Hoje, vamos para a terceira mensagem.
3.- A Petição da Oração – O nosso Pai quer que peçamos – Mateus
6:10
A oração modelo de Mat.6 inicia com
louvor: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome…. termina
com louvor: Porque teu é o reino, e o poder, e a glória. E tudo o
que está no meio é Petição, são pedidos. Deus quer que Lhe peçamos. Mas vejam
quais são as primeiras petições: venha o teu reino, seja feita a tua
vontade… Jesus está a ensinar-nos que, acima de tudo, as nossas
Petições devem ser reguladas, quer pelas coisas que fazem parte do reino
de Deus, quer por aquilo que é a vontade de Deus.
4.- A Provisão da Oração – O pão nosso nos dá hoje - Mateus
6:11
O Pai celestial supre, provê às nossas
necessidades diárias.
I.- O Perdão da Oração – Mateus 6:12
Vamos ver quão importante é este v.12.
Porque o modelo de oração que o Senhor Jesus ensinou termina no v.13. Mas vejam os vs. seguintes, vs.14-15.
Logo que Jesus termina com Amém, diz (ler). São afirmações muito
profundas. Por outras palavras, Jesus está a dizer:” Se não libertas os
outros das dívidas que têm contigo, o Pai também não libertará as tuas dívidas
para com Ele”. É uma parte muito importante desta oração (ler v.12).
1.- Confessa as tuas “dívidas”
Precisamos de saber o significado desta
palavra grega dívidas que ocorre apenas duas vezes em todo o NT,
aqui e em Rom.4:4. Repito, Jesus não manda repetir; é um modelo.
Por exemplo, a dívida de um empréstimo
de uma casa, de um automóvel. É uma dívida legal. Pedimos emprestado, devemos e
vamos pagar.
Aqui, Jesus está a falar de outro tipo
de dívidas. Refere-se a “pecado”. O que é “pecado”? É a
transgressão, a desobediência às leis divinas, aos mandamentos de Deus. Tanto
que, no Evangelho de Lucas, onde também está esta mesma oração, em 11:4, lemos:
E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a
qualquer que nos deve.
A palavra usada é diferente, mas o
significado é igual. Jesus está a dizer: “Perdoa-nos os nossos pecados
(dívidas), pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve (pecou contra
nós)”.
Jesus está a usar de forma figurativa a palavra dívidas
em referência a pecados contra Deus. Isto é muito
importante. Quando desobedecemos a Deus, estamos a pecar e a ofendê-Lo. Pecar é
uma grave ofensa a Deus. E a reação de Deus às ofensas, ao pecado da pessoa, é
ira.
Esta é uma visão vital que temos de ter
sobre o pecado. Quebrámos as santas leis divinas e estamos em dívida para com
Deus.
Uma qualquer dívida tem de ser
resolvida de alguma forma. Ou ela é paga ou é perdoada. O devedor está nas mãos
do credor. Os nossos pecados são graves ofensas que têm de ser reparadas. Estamos
em dívida para com Deus.
Contudo, a dívida do pecado é diferente
de uma dívida material. Nós não conseguimos resolver por nós mesmos a dívida do
nosso pecado para com Deus. Nada em nós, nada que possamos fazer consegue
saldar a dívida das nossas ofensas contra as leis de Deus. É como se tivéssemos
uma dívida absolutamente enorme aqui na terra que está totalmente fora do nosso
alcance, das nossas possibilidades. Assim é a dívida do nosso
pecado. Ela é justa, ela é legal aos olhos de Deus, mas não conseguimos
resolver a dívida do nosso pecado.
E outra lição importante é que nem
sequer merecemos o perdão de Deus. Erramos se acharmos que se formos boas
pessoas, se assistirmos a uma igreja, se lermos a Bíblia, se orarmos, se
contribuirmos com dinheiro, etc, que isso, estas coisas, convencerão Deus de
que merecemos perdão. Não! Vejam Tito 3:5: Não pelas obras de justiça que
houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia nos salvou… Estão a
ver?
Na verdade, a enorme dívida do nosso
pecado perante Deus tem de ser perdoada. Precisamos de misericórdia, não de
outra coisa.
O que temos também nestas palavras da
oração? Perdoa as nossas dívidas, os nossos pecados. Temos confissão
e pedido de perdão dos pecados: “Meu Pai, perdoa a minhas dívidas, os meus
pecados”.
Com
que frequência o temos de fazer? No pedido anterior não está presente uma
necessidade diária? O pão nosso de cada dia nos dá hoje. Então,
a confissão e o pedido de perdão também devem ser diários. Porque,
infelizmente, pecamos diariamente.
Mas em Mt.6:12, Jesus é muito claro ao dizer
que pedimos perdão a Deus dos nossos pecados tal como nós perdoamos aos outros
as suas ofensas a nós. Ora, muitas vezes os crentes não perdoam as ofensas dos
outros. Agem como se os outros tivessem dívidas que não ficam saldadas. E
quando perguntamos porque é que não perdoam, a resposta é: “Ele não merece o
meu perdão. Ele ainda não fez nada que merecesse o meu perdão”. A atitude é,
então, de que o outro ofendeu e há uma dívida por pagar sem solução.
Bem podemos colocar a questão: “E nós
merecemos o perdão da dívida do nosso pecado para com Deus?”. E a oração de
Jesus é clara: “Perdoa-nos… como nós perdoamos”.
Mas está aqui bem claro. Por causa de
termos recebido de Deus o perdão, graciosamente, livremente, também temos de
perdoar assim aos outros. Jesus diz em Mat.10:8: …de graça recebestes, de
graça dai.
Precisamos de compreender o que
acontece quando Deus nos perdoa.
Rom. 4:3,23: Pois, que diz a
Escritura? Creu Abraão em Deus e isso lhe foi imputado como justiça… Ora, não
só por causa dele está escrito que lhe fosse tomado em conta.
Esta palavra imputado vem
da palavra “contar, considerar, lançar”. Obviamente aponta para conta. Significa
“pôr na conta de alguém”. Abraão, como todas as pessoas, era pecador,
transgressor das leis de Deus. Tinha muito pecado por pagar, estava em grande
ofensa e dívida para com Deus. Então, diz aqui que Abraão creu em Deus e
esta fé foi-lhe contada como justiça. Deus pôs justiça na
conta da vida de Abraão.
Mas vejam que mais Deus faz quando nós
cremos. Deus tira o pecado da nossa conta. Está em II Cor.5:19: Deus
estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus
pecados… Noutras palavras, Deus não está a contar os nossos pecados
contra nós. Isto é muito, muito importante que compreendamos.
Jesus veio ao mundo e a cruz foi onde
Cristo Se ofereceu como sacrifício para pagar a dívida, a culpa do nosso
pecado, pagar as nossas transgressões às leis divinas, as nossas ofensas a
Deus.
Na verdade, Jesus pagou com a Sua
própria vida, a dívida, a culpa do mundo inteiro. Jesus é o Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo (Jo.1:29). Diz aqui que em
Cristo, Deus estava a reconciliar consigo O MUNDO, não apenas os
crentes.
Então, Jesus morreu pelo mundo inteiro.
Mas prestemos boa atenção. Só recebe perdão do pecado, só é paga a dívida
daquele que crê. Deus só não imputa o pecado de quem crê.
Voltamos ao caso de Abraão em Rom.4:3 e também 23-24: Pois, que diz a
Escritura? Creu Abraão em Deus e isso lhe foi imputado como justiça… Ora, não
só por causa dele está escrito que lhe fosse tomado em conta, mas também por
nós, a quem será tomado em conta, os que cremos…
Jesus já morreu por todos, uma vez.
Senão, cada vez que uma pessoa crê, Jesus teria de morrer por essa pessoa para
a salvar. Não. Jesus já morreu há 2000 anos na cruz pelo mundo inteiro, pelos
que morreram antes e depois de Jesus.
E quando a pessoa crê, então Deus
considera essa fé e deposita justiça na conta desse devedor e ele é salvo.
Olhem o que Jesus disse em Jo.8:24: Por isso vos disse que morrereis em
vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados.
Jesus já pagou a culpa do pecado na
cruz, mas o pecador só é salvo quando crê em Jesus.
Por isso, há uma escolha a fazer por
cada pessoa, há uma decisão que tem de tomar, a decisão pessoal de crer ou não
em Jesus para ser salva.
Vejam João 3:17-18: Porque
Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que
o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já
está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
Deus já
tratou do problema do pecado, da nossa dívida. Agora, o pecador precisa de crer
em Jesus para ser salvo da sua dívida. Se não crer em Jesus, está perdido.
E o que faz Deus quando cremos em Jesus?
Ele tira a minha dívida que eu não
conseguiria pagar, tira o pecado da minha conta e imputa, atribui-me,
deposita-me a justiça que Jesus ganhou para mim na cruz.
Depois, sabem o que Deus faz depois de
perdoar os nossos pecados?
Eu, eu
mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos
teus pecados não me lembro. (Is.43:25); Porque serei misericordioso para com as suas
iniquidades e dos seus pecados e das suas iniquidades não me lembrarei mais (Hb.8:12);
E jamais me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades. (Hb.10:17).
Depois de
Deus nos perdoar, nunca mais os lembra. Apesar de ser Omnisciente, Deus decide
não mais Se lembrar do nosso pecado, não os traz mais à tona, não os tem mais
em consideração no tratamento connosco.
E assim
devemos ser nós. É o que Jesus diz aqui na oração modelo de Mateus 6:12.
Então, 1.º
- Confessa as tuas dívidas. A seguir:
2.- Liberta as dívidas dos outros
Precisamos de olhar para as palavras de
Jesus aqui em que Ele diz que pedimos ao nosso Pai que nos perdoe tal como nós
perdoamos aos outros.
Temos de tomar nota que não está a
falar do perdão do pecado para a salvação, mas dos relacionamentos
interpessoais em que nos ofendemos e precisamos de nos perdoar.
Em Mateus 18:21-22, Pedro
perguntou a Jesus se concordava que poderia perdoar até 7 vezes os pecados e as
ofensas dos outros contra ele. Pedro pensava que isso já seria mesmo muito bom e
um grande exemplo de perdão. Mas Jesus responde-lhe: Não te digo que até
sete, mas até setenta vezes sete.
Ou seja, Jesus diz que devemos perdoar
SEMPRE, como Deus faz. As pessoas ofendem-nos e nós não nos vingamos, mas
perdoamos e mostramos-lhes graça.
E para ilustrar esta verdade Jesus
conta a parábola dos vs.23-35 de Mateus 18.
O culminar da lição está no v.35 e
lembremo-nos do que Jesus disse em Mt.6:14-15.
Olhem o que diz Hb.12:15: Tendo
cuidado… de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela
muitos se contaminem.
A falta de perdão aos outros é um
verdadeiro tormento. É uma escravidão.
Esta é uma oração diária. Jesus está a
dizer:” Tens de orar assim cada dia, tens de confessar os teus pecados ao
Pai celestial. Tens de ser recordado diariamente que tinhas uma dívida que
nunca conseguirias pagar a Deus. Mas o teu Pai celestial perdoou-te tudo.
Portanto, tu também tens graça para perdoares aos outros as suas ofensas para
contigo. De graça recebeste, de graça dá perdão”.
Conclusão
Lembram-se
de Barrabás? Todos nós somos como Barrabás. Ele estava preso por ter
assassinado uma pessoa num motim (Mc.15:7). Naquela sexta-feira, ele e mais
outros dois criminosos seriam crucificados. Ele está na sua cela à espera da
crucificação. Ele ouve os passos dos guardas a chegarem, abrem a cela dele e
ele ouve o guarda dizer-lhe o que nos é dito a nós: “Está livre. Jesus vai
morrer por ti, vai morrer em teu lugar. Estás livre”.
E
Jesus disse naquela parábola que uma pessoa que foi assim perdoada e liberta de
uma dívida, encontrou alguém que lhe devia pouco, mas não lhe perdoou.
Mas tu foste perdoado de tudo o que fizeste em
toda a tua vida. Nós recebemos a graça do perdão de Deus para a oferecermos
também aos outros.
Rui Simão, pastor
Moreira, 20 de Março de 2022 (16.30h)
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A Proteção da
Oração
…e não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal.
Mateus 6:9-13
Introdução – Prosseguimos o estudo cap. a cap., verso
a verso deste evangelho o qual nos apresenta Jesus como Aquele que veio revelar
a Vida, a Luz, a Graça e a Verdade de Deus.
Recordemos que Cristo e os apóstolos
estão reunidos no grande cenáculo mobilado, na última refeição pascal. Jesus
está a despedir-Se e a lançar os fundamentos da Sua igreja, caps. 14 a 17.
Naquela noite, o Senhor falou várias vezes na Oração: 14:13-14; 15:7;
16:23-24.
Sabemos por
todos os evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se
pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve
aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, a oração é necessária e nós
devemos orar mais.
Estamos numa
pequena série de mensagens sobre a Oração. Título: O Poder da Oração.
Temos aqui um
modelo. Não é para repetir. O que é que já vimos até hoje:
1.ª – O Poder da Oração – Deus arrependeu-se do mal
que disse que faria.
2.ª- A Pessoa da Oração – Mateus 6:9 – É
o nosso Pai que está nos céus, santo.
3.- A Petição da Oração – O nosso Pai quer que peçamos – Mateus
6:10
4.- A Provisão da Oração – Mateus 6:11 – O
Pai supre as nossas necessidades diárias.
5.- O Perdão da Oração – Mateus 6:12 – Necessidade
de perdoar como Deus perdoa.
I.- A Proteção da Oração – Mateus 6:13 – E não nos conduzas à
tentação…
Eis agora uma petição de proteção. Este
pedido serve para nos mostrar que não temos força suficiente para vivermos uma
vida santa se não obtivermos ajuda do Alto, do nosso Pai. Precisamos da Sua
proteção para a totalidade das nossas vidas, para superarmos as tentações, para
não cairmos. Temos de estar conscientes da nossa própria fraqueza, e do desejo
de desfrutar da proteção de Deus para que possamos permanecer inexpugnáveis
contra todas as agressões de Satanás.
Alguns
não compreendem bem este pedido: “Porque é que teríamos de pedir ao Pai para
não nos levar à tentação?” Para não haver confusão e má interpretação,
precisamos de saber o significado das palavras e também de olhar para outras
Escrituras.
1.- Deus não nos pode tentar
É completamente, totalmente impossível,
está absolutamente fora da natureza de Deus que nos possa tentar. Vejam
Tg.1:13-16: Ninguém, sendo tentado, diga: De
Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém
tenta. Mas cada
um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois,
havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo
consumado, gera a morte. Não erreis, meus amados irmãos.
Eis o que acontece. Porque nós temos
uma natureza inclinada ao pecado, surge um desejo e o inimigo das nossas almas
tenta-nos com esse desejo. Se não resistirmos, vamos cair, vamos pecar. Vamos
desobedecer ao Senhor, se não nos socorrermos de Deus e da Sua força. Vamos
sucumbir à tentação do tentador.
A Bíblia é bem clara em chamar ao diabo
de tentador. Ouçam Mt.4:3: E, chegando-se a ele o tentador…
E também I Tes.3:5: Portanto, não podendo eu também esperar mais, mandei-o saber
da vossa fé, temendo que o tentador vos tentasse, e o nosso trabalho
viesse a ser inútil. Portanto, a Escritura é clara.Satanás
tenta-nos, mas Deus nunca nos tenta.
2.- Deus não nos engana
Precisamos de entender o significado da
palavra tentação. Tiago 1:2-3 pode ajudar-nos: Meus
irmãos, tende grande alegria quando enfrentardes várias tentações; Sabendo que
a prova da vossa fé opera a paciência. É a mesma palavra grega de
Mt.6.
O significado é “teste, prova”. Deus não
nos leva a tentações, não nos põe tropeços e armadilhas para nos prejudicar.
Não! Isso é obra do diabo. Deus prova-nos, o que é bem diferente,
experimenta-nos para nós crescermos, para analisarmos a nossa confiança e fé no
Senhor. Deus julga-nos assim com bons propósitos.
Vejam o caso de Abraão em que Deus o testou ao
pedir que sacrificasse o seu único filho, Isaque. Ou como Deus permitiu a
grande prova na vida de Job.
Ou se lermos Mt.4:1: ENTÃO foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado
pelo diabo. Jesus foi colocado à prova e lá
estava Satanás com as suas armadilhas, mas foi derrotado por Jesus. Era
necessária esta prova de Jesus.
Hb.4:15 explica-nos melhor.
Vejam: Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das
nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas
sem pecado. Jesus é o nosso melhor Advogado junto do Pai. Porquê?
Porque Jesus foi provado aqui na
terra como homem em tudo e venceu. Pensem em qualquer tentação, qualquer teste
humano, do mais suave ao mais pesado. Jesus teve essas tentações, essas provas
todas: Porque naquilo que ele mesmo,
sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.
Assim, Jesus compreende muito bem
as provas por que passamos, Jesus sabe o que é viver num mundo de pecado, num
mundo caído e ajuda-nos.
Por isso, nesta oração, Jesus diz para pedirmos Proteção
ao Pai, que nos guarde destas provas: “Pai, não me deixes passar por testes
e provas, liberta-me disso.”
Não foi isso que Jesus pediu ao Pai lá no Jardim? Pai,
se é possível, passe de mim este cálice… (Mt.26:39).
3.- Deus irá proteger-nos e também livrar-nos
Temos agora
uma revelação muito importante em I Co.10:13: Não veio sobre vós tentação,
senão humana… Agora vejam, …mas fiel é Deus, que não vos deixará
tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que
a possais suportar.
A resposta do nosso Pai ao nosso pedido em oração
pode vir, ou na isenção real da prova, ou numa forma, num caminho para escapar
dela, ou em força para suportá-la.
Temos
aqui duas grandes promessas. Primeiro, não teremos provas, tentações acima das
nossas possibilidades pessoais. E em 2.º lugar, Deus dará um escape, uma saída,
uma libertação.
Escutem bem II Tm.4:17-18: Mas o Senhor assistiu-me e
fortaleceu-me…e fiquei livre da boca do leão. E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o
seu reino celestial.
Também II
Pe.2:9: Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos…
Se vivermos
na dependência do nosso Deus, se orarmos, o nosso Pai celestial vai trazer a
saída de que precisamos. Deus conhece qual é o escape.
Por
isso, Jesus ensinou-nos a orar diariamente ao Pai por proteção nas provas.
Olhando
para a segunda parte do versículo, Jesus diz-nos para pedirmos, além da
Proteção, também o livramento do mal, das trevas. …mas livra-nos do mal.
Quer dizer,
libertação, proteção do inimigo, de Satanás. Jesus falou disto quando estava no
Jardim, antes de ser preso. Olhem o que pede aos Seus discípulos para fazerem: Vigiai
e orai para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto,
mas a carne é fraca (Mt.26:41).
E em
Jo.17:15 Jesus dá o exemplo desta oração: Não peço que os tire do mundo,
mas que os livres do mal.
O que
significa? Que podemos orar ao Pai para nos poupar de provas e testes. Mas se
eles vieram, ainda podemos continuar a orar: “Pai, liberta-nos do poder do
nosso inimigo e Teu”.
Conclusão
A
Oração da Proteção. É essencial tomarmos conhecimento real do mundo onde
vivemos. Temos de orar diariamente ao nosso Pai celestial. Oramos em nome do
Seu Filho, Jesus. Louvamos, adoramos e pedimos. E quando pedirmos, não
esqueçamos de orar por Proteção. Proteção a todos os níveis, das provas, das
tentações, do tentador, do mal, por nós, por nossas famílias, por nossos irmãos
na fé.
Rui Simão, pastor
Moreira, 24 de Março de 2022 (RO)
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O Poder da Oração
…porque teu é o reino, e o poder, r a glória para sempre. Amém.
Mateus 6:9-13
Introdução – Prosseguimos o estudo cap. a cap., verso
a verso deste evangelho o qual nos apresenta Jesus como Aquele que veio revelar
a Vida, a Luz, a Graça e a Verdade de Deus.
Recordemos que Cristo e os apóstolos
estão reunidos no grande cenáculo mobilado, na última refeição pascal. Jesus
está a despedir-Se e a lançar os fundamentos da Sua igreja, caps. 14 a 17.
Naquela noite, o Senhor falou várias vezes na Oração: 14:13-14; 15:7;
16:23-24.
Sabemos por
todos os evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se
pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve
aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, a oração é necessária e nós
devemos orar mais.
Estamos numa
pequena série de mensagens sobre a Oração. Título: O Poder da Oração.
Usamos como
texto base a oração chamada do Pai Nosso de Mat.6. Não é para ser uma
repetição (v.7), mas é um exemplo que o Senhor nos diz para seguirmos e usarmos
nas nossas orações. O que é que já vimos:
1.ª – O Poder da Oração – Vimos exemplos do poder da oração
2.ª- A Pessoa da Oração – Mateus 6:9 – É o nosso Pai que está
nos céus, santo
3.- A Petição da Oração – O nosso Pai quer que peçamos – Mateus
6:10
4.- A Provisão da Oração – Mateus 6:11- supre as nossas
necessidades a cada dia
5.- O Perdão da Oração – Mateus 6:12 – Confessar, o Pai perdoa
nossos pecados
6.- A Proteção da Oração – Mateus 6:13a- Que o Pai nos guarde de
provas e testes
7.- O Poder da Oração – Mateus 6:13b - Conclusão
1.- …porque teu é o reino, e o poder…
A lição da oração modelo de Jesus
começa com louvor, no meio tem pedidos e termina com louvor. Porque é que
oramos ao Pai celestial e, com confiança e esperança, Lhe colocamos os nossos
pedidos, mesmo os mais difíceis? O final da oração tem a resposta.
…porque… - É uma conjunção que quer dizer, ou
pode ser substituída por: “uma vez que, visto que”. Estamos a dizer que oramos
e suplicamos estas coisas, visto que, uma vez que:
…teu é o reino - Quer dizer que o
domínio pertence a Deus. Deus tem o controlo sobre todas as coisas e pode, por
isso, ordená-las por forma a responder a estas petições. O reino de Deus é
muito importante. Recordem-se que entre a ressurreição de Jesus e a Sua volta
para os céus decorreram quarenta dias. Sabem o que fez Jesus
nesse quase mês e meio?
Atos 1:3 diz:
…sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando das coisas
concernentes ao reino de Deus. Quarenta dias a ensinar especificamente
do reino de Deus. Muitos de nós já fomos a Conferências cristãs
que duram um fim-de semana ou mesmo uma semana e vários temas são tratados. Mas
agora pensemos, 40 dias com o Cristo ressurrecto a ensinar os apóstolos sobre o
reino de Deus. Para vermos a importância do reino de Deus.
…e o poder – Deus também tem o poder para
concretizar aquilo que Lhe pedimos. Nós somos fracos, impotentes, não
conseguimos. Por isso, oramos ao Altíssimo e todas as coisas são possíveis pelo
Seu poder. Em Lucas 1:37 ouvimos da boca do anjo a Maria: Porque para
Deus nada é impossível. Em Gen.18:14, ao ser prometido aos idosos
Abraão e Sara que seriam pais de um menino, lemos: Haveria coisa difícil
ao SENHOR?
…e a glória, para sempre – Tudo
o que pedimos ao nosso Pai celestial é para a Sua glória, honra e louvor, não a
nossa. Ao responder aos nosso pedidos e necessidades, a Sua glória pode ser
vista. Ao atender às nossas petições, o Nome, a Pessoa de Deus recebe toda a
glória. Tudo é para a Sua glória.
Nós estamos a dizer a Deus: “Nosso
Pai, pedimos-te estas coisas, porquê? Porque a Ti pertencem o
reino, e o poder e a glória para sempre.” Sim, o teu reino é para
sempre, o teu poder é para sempre, a tua glória é para sempre.
Não
é por algum tempo, mas eternamente durará o reino, e o poder e a glória
de Deus.
2.- …Amém.
Com esta palavra é terminada a oração
modelo de Jesus. Esta palavra amém é igual em hebraico, grego e
em português. É usada cerca de 30 vezes no AT e 143 vezes no NT. Qual é o seu
significado? Geralmente diz-se que amém quer dizer: “que assim
seja”. Mas o significado da palavra é “em verdade, verdadeiramente”.
Vamos ver melhor.
a-) Amém no AT – Das 30
vezes que é usada, 12 estão no cap.27 de Deut. Depois de Israel atravessar o
rio Jordão para herdar a terra prometida, Deus mandou que o povo se juntasse
num vale entre dois montes, Gerizim e Ebal.
Do monte Ebal seriam pronunciadas as
maldições sobre aqueles que não guardassem os mandamentos de Deus. E do Monte
Gerizim seriam pronunciadas as bênçãos àqueles que obedecessem aos mandamentos
de Deus. E Deus ordenou que deveriam dizer Amém.
Mas
Deus ordenou que o povo dissesse amém apenas depois de cada
maldição e não nas bênçãos. Vamos ler Dt.27:13-16,26. Porquê dizer Amém
só depois das maldições? Porque é mais fácil dizer Amém nas
coisas boas do que desagradáveis.
Deus queria chamar bem a atenção das
mentes e dos corações do povo ao dizer-lhes: “Cuidado, isto é o que vos
acontecerá se fizerem isto, e aquilo. Serão amaldiçoados”.
E com esta advertência o povo tinha de
dizer Amém – “verdade”. A maldição é uma consequência da
desobediência. Se quebrarmos as leis de Deus, sofremos consequências. E Deus,
no Seu amor, não quer que sejamos amaldiçoados, mas abençoados.
Mas
eis que em Is.65:16 temos o significado, a tradução literal da palavra hebraica
Amém: Assim que aquele que se
bendisser na terra, se bendirá no Deus da verdade (amém); e aquele que jurar na
terra, jurará pelo Deus da verdade (amém)…
A palavra Amém significa verdade.
Por isso, se ouvir um pastor a pregar: “Sem Cristo, o seu vizinho vai
para o inferno”, pode dizer “Amém, “é verdade”. Não é, “assim seja”.
b-) Amém no NT – Das 143 vezes,
Jesus disse 2/3 delas. Reparem também nisto. Dos 27 livro do NT, 24 terminam
com Amém. Mas Jesus foi quem mais a usou e de uma maneira única.
O Senhor moveu o amém do fim para o princípio da frase.
No Evangelho de João, o Senhor Jesus
usa-a 50 vezes mas apenas em 25 frases. Porquê? Porque Jesus usa Amém a
dobrar e no início da frase. E talvez estejam a pensar que não se recordam de
Jesus dizer amém, amém no início das frases. Sim, porque está
traduzida por: Na verdade, na verdade…. Mas no original grego é Amém,
amém (Jo.3:3).
O que é que Jesus está a dizer? “Isto
é verdade, isto é verdade”. E porque é que Jesus repete “verdade, verdade”
25 vezes em João? Jesus não disse uma palavra por engano ou sem propósito. Eis
o motivo. Jesus está a dizer: “O Meu Pai diz, no céu, que isto é verdade e
eu digo-o também aqui na terra, é verdade. Eu trago a verdade do céu à terra”.
A palavra Amém quer dizer
“verdade”.
c-) O Amém de Deus – Em
Ap.3:14 Jesus diz: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira… Jesus
está a dizer o quê? “Eu sou a verdade”.
Mas eis o que Jesus diz antes, em 1:18:
E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre.
Amém. O que o Senhor quer afirmar ao mundo inteiro é isto: “Eu
estive morto, mas estou vivo, ressuscitei dos mortos. Amém = e isto é verdade,
é verdade”.
Conclusão
Não há qualquer dúvida que Jesus
morreu na cruz. Ele entregou a Sua vida em sacrifício perante o Pai para levar
sobre Ele mesmo, no madeiro, o pecado do mundo inteiro.
Jesus morreu para resgate do pecador,
para perdão, para salvação. Pagou a culpa do pecado com a Sua própria morte e o
Seu próprio sangue. E morreu de verdade. Com uma lança, aquele soldado romano
perfurou o ventre, pulmões e coração de Jesus e saiu sangue e água, pois já
estava morto. Foi sepultado e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos. Jesus foi
a primeira pessoa a ressuscitar dos mortos para todo o sempre,
para a eternidade. Amém, isto é verdade. Jesus é o Filho de Deus, é verdade, é
verdade.
Jesus ensinou os Seus discípulos e a
nós a orar: “Orem ao Pai do céu em Meu nome. Comecem com louvor, façam
pedidos e terminem com louvor dizendo o motivo da vossa confiança, que Ele tem
todo o poder, o reino e a glória e isto é verdade, amém.”
Rui Simão, pastor
Moreira, 31 de Março de 2022 (RO)
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Evangelho de
Mateus – Jesus, o Cristo, Messias, Rei, Senhor
Oração Pai-nosso –
O Perdão, a Proteção e o Poder da Oração
E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós
perdoamos aos nossos devedores.
Mateus 6:12-15
Introdução – Prosseguimos o Sermão
do Monte do Senhor Jesus Cristo.
Em Mt. 6 Jesus fala de áreas muito importantes da vida do crente. Uma delas
é a oração (6:5-8). Por isso, Jesus vai ensinar-nos a orar dando
um modelo, um exemplo de oração. Jesus dá-nos as linhas mestras, mas que não é
para usar repetindo mecanicamente estas palavras (v.7). É como se
Jesus dissesse: “É assim que eu costumo orar”.
Se Jesus
nos deixou um exemplo da oração eficaz, porque é que nós não o usamos?
1.ª – O Poder da Oração – Temos de saber e crer nisto
A oração tem
grande poder. Entre muitos exemplos temos o do rei Ezequias em II Reis
20:1-6. A oração pode mudar vidas, circunstâncias e até as decisões de
Deus.
O Senhor Jesus deixou-nos o Seu grande exemplo de oração,
pois orava muito ao Seu Pai.
2.ª- A Pessoa da Oração – “Portanto, vós orareis assim…” Mateus
6:9
Quem é a Pessoa a
quem Jesus diz que são dirigidas as nossas orações? É ao nosso Pai que
está nos céus, cujo nome é santo e que vê (e
escuta) em secreto (v.6).
Orar é ter comunhão com nosso Pai. Oramos ao nosso Pai e em nome de
Jesus, Seu Filho. Vejam:
Na
verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em
meu nome, ele vo-lo há de dar. 24. Até agora
nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra.
(Jo.16:23-24)
Porque há um só Deus,
e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.; (I Tm.2:5).
3.- A Petição da Oração – Venha o teu reino, seja feita a tua
vontade… – Mt.6:10
Como devemos iniciar
e terminar a oração – Adoração (vs.9,13b). Começa e termina
com louvor. E
tudo o que está no meio é Petição, são pedidos. Deus quer que Lhe peçamos.
4.- A Provisão da Oração – O pão nosso nos dá hoje - Mateus
6:11
O Pai celestial
supre, provê às nossas necessidades diárias. Tudo isto já vimos. Hoje:
I.- O Perdão da Oração – Mateus 6:12 (continuamos a pedir ao Pai)
Vamos ver quão importante é este v.12.
O modelo de oração que o Senhor Jesus ensinou termina no v.13.
1.- Confessa e pede perdão das tuas “dívidas”
Precisamos de saber o significado desta
palavra dívidas.
No Evangelho de Lucas, onde também está
esta mesma oração, em 11:4, lemos: E perdoa-nos os nossos pecados,
pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve.
De que é que Jesus está aqui a falar?
De pecados.
O que é “pecado”?
É a transgressão, a desobediência às leis divinas, aos mandamentos de
Deus. Jesus está a dizer: “Perdoa-nos
os nossos pecados, ofensas (dívidas), pois também nós perdoamos a
qualquer que nos deve (que pecou contra nós)”.
Então, o que temos nestas palavras da
oração do v.12? “Perdoa as nossas dívidas, os nossos
pecados”. Três coisas importantes:
1.- Temos aqui a revelação da realidade da
existência de um grave problema espiritual perante Deus: PECADO.
O meu, o teu, o nosso pecado.
2.- Temos de admitir, de confessar o nosso
pecado e 3. temos de pedir perdão dos pecados: “Meu Pai, perdoa a
minhas dívidas, os meus pecados”.
Jesus está a ensinar que o crente tem
de pedir perdão ao Pai sempre que peca.
Quando desobedecemos a Deus, estamos a pecar e
a ofendê-Lo. Pecar é uma grave ofensa a Deus, uma dívida que tem de ser paga.
Estamos em dívida para com Deus.
Contudo, a dívida do pecado é diferente
de uma dívida material. Nós não conseguimos resolver por nós mesmos a dívida do
nosso pecado para com Deus. Porquê?
Primeiro,
não merecemos sequer o perdão de Deus. Porquê? Porque nada existe em nós de bom
aos olhos de Deus. Segundo, nada que possamos fazer, nenhuma obra nossa
consegue saldar a dívida das nossas ofensas contra as leis de Deus.
É como se tivéssemos uma dívida
absolutamente enorme aqui na terra que está totalmente fora do nosso alcance,
das nossas possibilidades. Assim é a dívida do nosso pecado aos
olhos do Deus Santo, impossível de ser resolvida.
Vejam Tito 3:5: Não pelas obras
de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia nos salvou… Estão
a ver?
Então, na verdade, honestamente, a
enorme dívida do nosso pecado perante Deus tem de ser é perdoada e esquecida.
Precisamos de misericórdia, não de outra coisa. Por isso, Jesus veio e pagou na
cruz toda a culpa, toda a dívida do nosso pecado a Deus.
Mas o mais importante é isto. Jesus é muito claro ao dizer que pedimos que
o Pai perdoe os nossos pecados tal como nós perdoamos aos outros as suas
ofensas a nós.
Vejam os vs. seguintes, logo que Jesus
termina, os vs.14-15.(ler).
São
afirmações muito profundas. Por outras palavras, Jesus está a dizer:” Se não
perdoas, se não libertas os outros das dívidas que têm para contigo, o Pai
também não perdoará, não libertará as tuas dívidas para com Ele”.
Esta
é uma parte muito importante desta oração.
Aqui não significa que se não
perdoarmos as ofensas dos outros, Deus também não perdoará os nossos pecados e
não somos salvos. O assunto é outro.
Nós perdoamos os outros porque também
fomos perdoados. O crente nasceu de novo, foi regenerado e deve possuir na sua
nova natureza o temperamento de perdoar os outros.
Ora, muitas vezes os crentes não
perdoam as ofensas dos outros. Agem como se os outros tivessem dívidas que não podem
ficar saldadas, culpas que não têm perdão.
E quando perguntamos porque é que não
perdoam, a resposta é: “Ele não merece o meu perdão. Ele ainda não fez nada
que merecesse o meu perdão”. A atitude é, então, que o outro ofendeu e há
uma dívida por pagar sem solução. Não podemos ser assim!
Bem podemos colocar a questão: “E nós
merecemos o perdão da dívida do nosso pecado para com Deus?”. Não!
A oração de Jesus é clara: “Perdoa-nos…
como nós perdoamos”.
Está aqui bem claro. Por causa de
termos recebido de Deus o perdão, graciosamente, livremente, também temos de
perdoar assim aos outros. Jesus diz em Mat.10:8: …de graça recebestes, de
graça dai.
Orar sempre a pedir
perdão dos teus pecados ao Pai do céu. E perdoa os outros também.
II.- A Proteção da Oração – Mateus 6:13 – E não nos conduzas à
tentação…
Jesus continua a ensinar-nos a orar e eis
agora uma petição de proteção. Agora é um pedido de proteção do mal, de
livramento do mal.
Este pedido serve para nos mostrar que não
temos força suficiente para vivermos uma vida santa se não obtivermos ajuda do
Alto, do nosso Pai.
Precisamos da Sua proteção para a totalidade
das nossas vidas, para superarmos as tentações, para não cairmos. Temos de
estar conscientes da nossa própria fraqueza, e do desejo de desfrutar da
proteção de Deus para que possamos permanecer inexpugnáveis contra todas as
agressões de Satanás.
Para não haver confusão e má
interpretação, precisamos de saber o significado das palavras e também de olhar
para outras Escrituras.
1.- Deus não nos pode tentar
É completamente, totalmente impossível,
está absolutamente fora da natureza de Deus que nos possa tentar. Vejam
Tg.1:13-14: Ninguém, sendo tentado, diga: De
Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém
tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria
concupiscência.
Eis o que acontece. Porque nós temos
uma natureza inclinada ao pecado, surge um desejo e o inimigo das nossas almas
tenta-nos com esse desejo. Se não resistirmos, vamos cair, vamos pecar.
Iremos desobedecer ao Senhor, se não
nos socorrermos de Deus e da Sua força. Vamos sucumbir à tentação do tentador.
Este
mal
inclui o quê? Inclui a pessoa de Satanás, o Maligno. Precisamos de ser
defendidos dele: Sede sóbrios, vigiais; porque o diabo, vosso adversário, anda em
derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar (I Ped.5:8).
Por isso, nesta oração, Jesus diz para pedirmos
Proteção ao Pai, que nos guarde destas provas: “Pai, não me deixes passar
por testes e provas, liberta-me disso.”
Não foi isso que Jesus pediu ao Pai lá no Jardim? Pai,
se é possível, passe de mim este cálice… (Mt.26:39).
Em Jo.17:15
Jesus dá o exemplo desta oração: Não peço que os tire do mundo, mas que
os livres do mal.
O que
significa? Que podemos orar ao Pai para nos poupar de provas e testes. Mas se
eles vieram, ainda podemos continuar a orar: “Pai, liberta-nos do poder do
nosso inimigo e Teu”.
III.- O Poder da Oração – Mateus 6:13b - Conclusão
…porque teu é o reino, e o poder, e a glória para sempre…
A lição da oração modelo de Jesus
começa com louvor, no meio tem pedidos e termina com louvor.
Porque é que oramos ao Pai celestial e,
com confiança e esperança, Lhe colocamos os nossos pedidos, mesmo os mais
difíceis? Este final da oração tem a resposta.
…porque… - É uma conjunção que quer dizer, ou
pode ser substituída por: “uma vez que, visto que”. Estamos a dizer que oramos
e suplicamos estas coisas, visto que, uma vez que:
…teu é o reino - Quer dizer que o
domínio pertence a Deus. Deus tem o controlo sobre todas as coisas e pode, por
isso, ordená-las por forma a responder a estas petições.
O reino de Deus é muito importante.
Depois de ressuscitar dos mortos, Jesus ficou 40 dias com os Seus discípulos
falando das coisas concernentes ao reino de Deus (At.1:3).
…e o poder – Deus também tem o poder para
concretizar aquilo que Lhe pedimos. Nós somos fracos, impotentes, não
conseguimos. Por isso, oramos ao Altíssimo e todas as coisas são possíveis pelo
Seu poder.
Em Lucas 1:37 ouvimos da boca do anjo a
Maria: Porque para Deus nada é impossível. Em Gen.18:14, ao ser
prometido aos idosos Abraão e Sara que seriam pais de um menino, lemos: Haveria
coisa difícil ao SENHOR?
…e a glória, para sempre – Tudo
o que pedimos ao nosso Pai celestial é para a Sua glória, honra e louvor, não a
nossa.
…Amém. Com
esta palavra é terminada a oração modelo de Jesus. Esta palavra amém é
igual em hebraico, grego e em português. É usada cerca de 30 vezes no AT e 143
vezes no NT. Qual é o seu significado? Geralmente diz-se que amém quer
dizer: “que assim seja”. Mas o significado da palavra é “verdade,
verdadeiramente”.
Conclusão – Lembram-se de Barrabás? Todos nós
somos como Barrabás. Ele estava preso por ter assassinado uma pessoa num motim
(Mc.15:7). Naquela sexta-feira, ele e mais outros dois criminosos seriam
crucificados. Ele está na sua cela à espera da crucificação. Ele ouve os passos
dos guardas a chegarem, abrem a cela dele e ele ouve o guarda dizer-lhe o que
nos é dito a nós: “Está livre. Jesus vai morrer por ti, vai morrer em teu
lugar. Estás livre”.
Eu, tu foste perdoado de tudo o que fizeste em
toda a tua vida. Nós recebemos a graça do perdão de Deus para a oferecermos
também aos outros.
Jesus ensinou os Seus discípulos e a
nós a orar:
“Orem ao Pai do céu em Meu nome.
Comecem com louvor, façam pedidos e terminem com louvor dizendo o motivo da
vossa confiança: que Ele tem todo o poder, o reino e a glória e isto é verdade,
amém.”
Rui Simão, pastor
Moreira, 16 de Junho de 2024 (16.30h)