sábado, 26 de outubro de 2024

A Porta Estreita

                           Entrai pela porta estreita…

                                   Mateus 7:13-14

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 https://www.youtube.com/watch?v=ThNBJwDTOsk

          Prosseguimos o estudo versículo a versículo deste maravilhoso sermão de Jesus. É um sermão para crentes. É o grandioso Sermão do Monte, rico e profundo em ensino.

 

   Neste ponto, o Senhor enfatiza ainda mais fortemente do que antes a necessidade da escolha.

          

       Jesus continua com a Sua apresentação de alternativas. Ele antes falou do contraste entre os dois tesouros, os dois senhores (6:19-20, 24). Agora, chegou o momento da decisão, da escolha, ou a que conduz á perdição ou da que leva à vida eterna. Escolha entre as duas portas, os dois caminhos. Mas à frente, será entre os dois fundamentos (areia ou rocha).

 

O que se nota de imediato nestes versículos é a natureza absoluta da escolha que Jesus apresenta. Todos preferiríamos ter muitas mais opções, do que uma só. Por isso, vemos que muitos gostariam de fundir todas as religiões numa só, para não terem de escolher. Mas Jesus não o permite e insiste que, afinal contas, há só uma escolha, porque só há duas possibilidades.

 

I. A Escolha Inevitável - Há dois caminhos

Esta realidade já se encontra no A.T.. O Salmo 1, por exemplo, contrasta o caminho dos justos, que se deleitam na lei do SENHOR, dão frutos e prosperam, com o caminho dos ímpios, que são levados como a palha e perecem.

 

1.º – O “Caminho” fácil, “espaçoso” – v.13 – Jesus fala do caminho. Aponta para uma viagem que tem um início e um fim. Refere-se à vida, à existência de cada pessoa. Diz que um dos caminhos de escolha da vida das pessoas é o fácil. Chama-lhe de espaçoso. É largo e confortável. Há muito lugar nele para a diversidade de opiniões e para a frouxidão moral. É a vivência da permissividade e da tolerância. Não há freios, nem limites de conduta.

          Os viajantes deste caminho seguem as suas próprias inclinações, isto é, os desejos do seu coração humano na sua degradação pecaminosa. É o caminho, a escolha do mundo com toda a sua oferta. Para lhe resistir, é preciso decisão e esforço. Mas nenhum esforço é necessário para praticar as coisas oferecidas por ele. Por isso, é que é largo e fácil.

 

2.º – O “Caminho” difícil, “apertado” – Assim lhe chama Jesus. Tem limites e estão claramente demarcados pela Palavra de Deus. Quem o apertou foi o próprio Deus. Na sua necessidade de largueza, o homem troca, por exemplo, o “eu creio” pelo “eu sinto” e sente-se logo aliviado. Mas, o que está a fazer é a querer sair do caminho estreito para o caminho largo. Este caminho apertado de Cristo é acompanhado pela Sua presença e pelas Suas palavras.

 

II. Há duas portas – 1.ª – A porta que leva ao caminho fácil e espaçoso é larga. É só uma questão de tomar o caminho fácil. Como é larga, não há limites para a bagagem que as pessoas podem levar consigo. Não precisam de deixar nada para trás, nem mesmo os seus pecados e o seu estilo de vida contrário à Palavra de Deus.

 

2.ª – A porta que leva ao caminho difícil e apertado, por outro lado, é estreita. É preciso procurar para a encontrar. Além disso, a fim de entrar por ela, temos que deixar tudo para trás.: o pecado, a ambição egoísta, a cobiça e, até mesmo, se for preciso, a família e os amigos, pois ninguém pode seguir a Cristo sem antes negar-se a si mesmo. (Mc.8:34-38).

 

A entrada é tão estreita como se desse para entrar um a um. Como encontrar esta porta estreita? Ela é o próprio Jesus Cristo: Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á. (Jo.10:9)

 

III. Há dois destinos

Moisés tornou isto explícito em Dt. 30:15, 19: Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, e a morte e o mal… escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência. Ou Jeremias: E a este povo dirás: Assim diz o SENHOR: Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte.(21:8).

 

1.º- Semelhantemente, o Senhor Jesus ensinou que o caminho fácil e espaçoso, cuja entrada é a porta larga, conduz à perdição.

O que é a perdição? Está a referir-se ao destino eterno no inferno, longe e separado de Deus. Está além do nosso entendimento a natureza exacta do inferno. Quando penso nisto, o meu coração entristece-se profundamente, porque é um destino sem retorno, sem esperança, sem saída e, sobretudo, sem Deus. A perdição é um lugar terrível porque está separado do Criador. E o homem foi criado para viver com Ele. Tudo o que é bom é destruído no inferno: o amor, a bondade, a beleza, o encanto, a verdade, a justiça, a alegria, a paz, a esperança, e PARA SEMPRE.

É um futuro horrível demais para se contemplar sem lágrimas. Portanto, o caminho espaçoso e fácil é o caminho da morte. Foi por causa disto que Jesus encarnou e veio ao mundo para, na cruz, resgatar, com a Sua própria vida, o pecador condenado e livrá-lo.

 

2.º - Por outro lado, o caminho apertado, difícil, leva à vida, exatamente à vida eterna, o céu. Também, agora e aqui, está além do nosso entendimento a natureza exata do céu. Este é o caminho que leva à comunhão com Deus e ao desfrutar de todas as maravilhas e belezas que só se podem encontrar no lugar onde Deus está, o céu. Partilharemos da Sua glória, da Sua natureza perfeita e conheceremos o que é o amor puro e a reta justiça. E tudo isto será para sempre e sempre, sem fim.

 

IV. Há duas multidões – Uma palavra comum às duas multidões é “entrar”.

1.º - “Muitos” - Jesus revela, e avisa, que entrando pela porta larga e viajando pelo caminho espaçoso que conduz à perdição, muitos. É um lugar de muita atividade frequentado por todo o tipo de pessoas.

 

2. Poucos - O caminho difícil, apertado, por onde se entra pela porta estreita, que leva à vida, parece ser comparativamente mais deserto: poucos há que a encontrem.

 

Os seguidores e discípulos de Jesus são, e sentir-se-ão, uma desprezada minoria neste mundo.

 

Jesus viu multidões na estrada larga, rindo, sem cuidados, aparentemente sem ideia alguma do fim tenebroso para o qual caminham. Do outro lado,caminho apertado,viu apenas um feliz grupo de peregrinos, mãos dadas, costas voltadas para o pecado e os rostos voltados na direção da Cidade celestial, cantando hinos, marchando para os braços do seu Pai que está nos céus.

 

Penso que não podemos especular, olhando para o contraste que Jesus nos dá entre os muitos e os poucos, que os remidos serão poucos. Mas, se compararmos esta passagem bíblica com Ap.7:9, na visão que Jesus deu ao apóstolo João, teremos outra consoladora perceção: Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro…

 

Noutra ocasião, perguntaram a Jesus: Senhor, são poucos os que se salvam? Jesus negou-Se a satisfazer a curiosidade. Apenas respondeu: Porfiai por entrar pela porta estreita. (Lc.13:23-24)

 

Justamente porque muitos entram pela porta larga, Jesus insiste com os Seus ouvintes: Entrai pela porta estreita. Isto implica que nenhuma das duas multidões é ignorante do que está em jogo. Cada um recebeu a oportunidade da escolha e deliberadamente entrou num caminho.

 

Conclusão/Aplicação – De acordo com as palavras de Jesus, há apenas dois caminhos, um espaçoso e outro apertado. Não existe um caminho do meio. Há apenas duas portas, uma estreita e outra larga. Também não existe outra porta. Estas duas portas e estes dois caminhos terminam em dois destinos: um que conduz à perdição e outro que leva à vida. E não há terceira alternativa.  Escutem Prov.14:12: Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.

 

Não basta pensar como os outros pensam e fazer como os outros. Não deve satisfazer-nos seguir a moda e nadar na corrente daqueles entre os quais vivemos. Jesus avisa que o caminho que conduz à vida eterna é "estreito", e "poucos" viajam nele. Ele diz-nos que a porta que leva à destruição eterna é "larga" e cheia de viajantes. "Muitos são os que entram por ela."

 

Oh! Estas são verdades terríveis! Eles devem suscitar grandes buscas de coração nas mentes de todos os que os ouvem. "Para que lado estou indo? Por que estrada da vida estou a viajar?

E não é preciso dizer, sabem que uma mensagem como esta é hoje extremamente fora de moda, radical. As pessoas não gostam de assumir compromissos sérios. As pessoas adoram o dourado meio-termo do género “purgatório”, ou que “não há nada no além”, nem céu, nem inferno.

Este é o caminho mais popular. Desviar-se do meio é arriscar-se a ser chamado de “extremista, fanático”. Todos se ressentem quando são postos diante da necessidade de uma escolha. Mas Jesus não nos deixa escapar dela.

 

Já aceitaste o convite de Jesus? Já entraste pela porta estreita e já estás a viajar pelo caminho apertado? Se sim, estás no caminho que leva à vida. Fica nele. Foi para isso mesmo que Jesus veio ao mundo e foi sacrificado na cruz, para que pudéssemos receber essa vida eterna.

 

Se não, faz hoje a tua escolha, sai do caminho espaçoso e da porta larga, pois, se não o fizeres, o destino final é a perdição. E, infelizmente, muitos são os que entram por ela.

Qual a escolha verdadeira? Jesus, pois Ele mesmo afirmou: Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á… Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. (Jo 10:9; 14:6).

Rui Simão, pastor

 

          Moreira, 6 de Outubro de 2024 (16.30h)