sexta-feira, 26 de julho de 2024


Israel, sua Origem e Existência, e o Conflito no Médio Oriente

 E disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente.

Porque toda esta terra que vês, te hei de dará a ti, e à tua descendência, para sempre.

(Génesis 13:14-15)

Introdução – O mundo está de novo em grande sobressalto por mais um estalar da guerra no Médio Oriente. Isto depois de no sábado, dia 7-10, o movimento terrorista palestiniano do Hamas ter atacado fortemente Israel causando milhares de mortos e enorme destruição.

     Em consequência, Israel está em guerra declarada para aniquilar o Hamas que se encontra na Faixa de Gaza, região palestiniana. Os danos são enormes e trágicos a todos os níveis.

 

 Em virtude do que está a acontecer na Faixa de Gaza e em Israel, precisamos de compreender o melhor possível os motivos para este conflito que dura há décadas e parece que não tem um fim à vista: Onde, quando, como começou, qual a sua importância?

 

Os atos cometidos são de uma crueldade sem par. Esta guerra envolve uma região, uma cidade, Jerusalém, uma nação que tem muita relevância no contexto bíblico e histórico.

 

Para iniciar, precisamos de perguntar: Porque é que Israel e a Palestina estão sempre em conflito? Qual é o principal motivo?

É este, a disputa pelo território, pela terra, por aquela terra.

 

As duas partes clamam que aquela terra lhes pertence e os árabes querem o seu domínio total.

Já houve uma decisão internacional para dividir aquele território.

Foi a Resolução 181 das Nações Unidas, aprovada em 1947, criando o Estado da Palestina e o Estado de Israel. A divisão da terra foi a seguinte: 53% para os cerca de 700 mil judeus que lá habitavam e 47% para os mais de 1 milhão e 400 mil árabes que lá viviam.

 

          Os judeus aceitaram e declararam o Estado de Israel em 14-05-1948. Os árabes mais radicais não aceitaram divisão nenhuma da terra com os judeus, defendendo que eles têm de possuir a totalidade da terra e ainda defendendo a aniquilação completa dos judeus.

 

Esta é a posição do Hamas, um movimento radical islâmico criado em 1987 que domina a Faixa de Gaza.

 

Então, a principal razão para este conflito entre Israel e os Palestinianos é porque os árabes muçulmanos reclamam a totalidade da terra e não aceitam a existência do Estado judaico na região.

Na verdade, ao fim da tarde do próprio dia 14 da criação do Estado de Israel, vários países árabes atacam e invadem Israel: Egipto, Síria, Arábia Saudita, Iraque, Líbano.

 

  Perante isto, vamos recuar muito na história e no tempo para entendermos como se chegou a este terrível conflito entre judeus e árabes palestinianos.

Comecemos pelas Escrituras Sagradas.

 

I.- Origem de Israel

Quando o pecado entrou no mundo, pelo primeiro casal, Adão e Eva no Jardim do Éden, Deus, na Sua misericórdia, proclamou logo ali e profetizou que enviaria ao mundo um Salvador, o Redentor da humanidade, o Messias, Jesus Cristo. Lemos isso em Gén.3:15.

 

Para que não houvesse qualquer dúvida da origem da Pessoa divina que viria do céu, encarnaria e entraria no nosso mundo, o próprio Deus vai revelar-nos a genealogia, a descendência de pessoas que se sucederão ao longo dos séculos até Cristo.

  Lemos isso logo em Gén.5. Depois, Deus não vai servir-se de qualquer nação que já existisse no mundo, mas vai criar de raiz a própria nação da qual nascerá o prometido Messias.

 

Onde vemos isso? Em Gén. 12:1-5, quando, há 4.000 anos atrás, Deus chama um homem de nome Abrão, pedindo que este saísse da sua própria terra, Ur, na Mesopotâmia e vá para a região de Canaã que hoje é a zona de conflito entre Israel e Palestinianos.

 

É aqui que tem origem a nação de Israel na terra onde se encontra hoje e vejam a grande promessa de Gn.13:14-15, que é para sempre.

 

Deus promete a Abraão, e à sua mulher Sara, um filho, Isaque, e que será na descendência desse filho que nascerá a nação de onde virá o Messias Salvador do mundo.

Então, já temos aqui a origem da nação e o lugar onde ela estaria na terra.

 

No entanto, surgiram problemas na obediência e na confiança na promessa de Deus.

A esposa de Abraão, Sara, era estéril e como os anos passavam, sugere que Abraão lhe dê um filho por meio da sua escrava egípcia Agar.

Isso ocorre e nasce o primeiro filho de Abrão com Agar, de nome Ismael. Mas a promessa de Deus era diferente, seria com o filho de Abraão e de sua mulher Sara, Isaque.

 

De Isaque nascerá toda a nação judaica e de Ismael virão os árabes muçulmanos.

 

É também muito importante em termos históricos sabermos que os nomes que Israel e os judeus têm hoje mantiveram-se desde a sua origem. Que nomes são estes?

 

1.- Os nomes para Israel

a)- Hebreus

Em Gén.11:10ss, temos, depois do Dilúvio universal, a descendência de SEM, um dos filhos de Noé e de quem irá descender Abrão, de onde nascerá a nação de Israel.

      No v.14 temos o nome Eber, de onde se originará a palavra hebreu. Em Gn.14:13, Abrão é a primeira pessoa a ser chamada hebreu. Então, os hebreus são os descendentes de Abraão.

 

b)- Israelitas

Abraão gerou a Isaque, Isaque gerou a Jacob. Em Gén.32:28, há um episódio em que Jacob luta com um Anjo e, na sequência, Deus muda o nome de Jacob para Israel.

Jacob, que agora é Israel, tem 12 filhos, que vêm a ser os 12 patriarcas que vão gerar as 12 tribos que formarão a nação de Israel. São israelitas. Devido a uma grande fome naquela altura na região, Jacob vai levar toda a sua família, cerca de 70 pessoas, para o Egito a fim de sobreviverem. No Egito, estes hebreus, que são também israelitas, vão ficar por mais de 400 anos e vão multiplicar-se até serem vários milhões, mas são escravizados ali.

 

Pela mão de Deus, são libertados sob a liderança de Moisés e dirigidos à terra prometida a Abraão, Canaã. Depois, sob a liderança de Josué, entram na terra e começam a conquistá-la às nações que lá habitavam, heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuseus (Dt.7:1). Não havia lá palestinianos.

 

Assim, Israel por muitas batalhas, herda a terra prometida por Deus mais de 4 séculos antes a Abraão. Essa terra é toda distribuída por Josué pelos milhões de hebreus, de israelitas. É a terra dada por Deus a Israel.

Esta é a terra que está no conflito de hoje no Médio Oriente.

 

Posteriormente, são escolhidos reis hebreus para governarem Israel.

O 2º rei, David, cerca do ano 1.000 a.C., designa Jerusalém como a capital de todo o Israel e onde será construído o Templo para adoração a Deus. Israel era o soberano proprietário daquela terra.

Depois, há uma divisão na nação e Israel passa a ter a norte o reino de Israel e a sul o reino de Judá, com os seus reis.

 

Surge uma invasão pelo império da Assíria que conquista a parte, o reino do norte de Israel e leva dali praticamente todos os hebreus, permanecendo em Israel bem poucos.

 

Assim, da nação, resta, a Sul, Judá, com apenas duas tribos, Judá e Benjamim.

 

Eis que cerca de 600 anos a.C. o império da Babilónia invade, conquista e destrói o reino de Judá, Jerusalém e o templo. Contudo, 70 anos depois, por decreto do rei Ciro, os hebreus regressam à sua terra, reconstroem a cidade e o templo. Estão de novo na sua terra.

 

c)- Judeus

Como surge este 3º nome? Como só restaram estas duas tribos, a tribo dominante, Judá, vai originar o termo judeu para os hebreus.

Portanto, eis estes três nomes que ainda permanecem para o povo de Deus: Hebreus, israelitas e judeus. Tanto que Jesus diz assim de Natanael: Eis aqui um verdadeiro israelita… (Jo.1:47) e à samaritana diz: …porque a salvação vem dos judeus (Jo.4:22).

 

        Deixando a parte bíblica, que também é histórica, vejamos a parte da História.

 

II.- A Parte da História

1.- Prosseguindo, estamos agora no 1º século.

 

Cerca de 40 anos depois de Jesus regressar aos céus, no ano 70 d.C., num mundo dominado pelo Império Romano, o general Tito com as suas tropas destrói Jerusalém e o templo, restando apenas o Muro que se vê hoje. Jesus profetizou isto quando disse aos Seus discípulos: …não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada (Mt.24:2)

Os judeus fogem, dispersam, e dá-se a maior Diáspora dos hebreus para África, Europa e Ásia. Contudo, sempre ficaram judeus na sua terra.

 

2.- No segundo século d.C., ano 132 a 135, houve uma revolta dos judeus por Barcoquebas contra o império romano. O Imperador Adriano derrotou os judeus e para cessar o ímpeto dos judeus, mudou o nome de Jerusalém para Capitolina, e a região passa a ser chamada de Palestina, palavra que tem a sua origem em “Filístia”.

 

Porquê esta mudança? Para humilhar os judeus dando àquela terra o nome de um dos seus piores adversários de sempre, os filisteus.

 

Então, a terra que Deus prometeu e deu a Israel passa a ter este nome, Palestina.

 

Como vemos, nada tem nada a ver com a terra pertencer aos palestinianos.

 

Porque palestinianos passaram a ser designados TODOS os que ali vivam, judeus e árabes, no que foi antes a terra de Israel. Foi assim, neste episódio do séc.II, que se originou a designação de Palestina.

 

3.- Prosseguindo a História, o Império Romano do ocidente termina por volta do ano 476 e eis que lhe sucede, a oriente, o Império Bizantino, capital em Constantinopla, Istambul que vai dominar a região da Palestina.

 

Vejam que, até aqui, houve naquela região o reino judaico por vários séculos, mas nunca ali houve reino ou qualquer autoridade designada de palestiniana.

 

Entretanto, a História prossegue, e a Palestina conhece mudanças por parte de Califados muçulmanos que a tomam, mas mantendo o nome de Palestina.

 

4.- E por volta do séc. VII, sendo já nascido Maomé, vai surgir o Alcorão e a religião muçulmana. Isto vai acrescentar mais problemas ao conflito entre árabes e judeus.

 

Numa das colinas da cidade de Jerusalém, o Monte Moriá, com o domínio árabe e a religião muçulmana na região, no início do séc. VII é construído o Domo da Rocha e a mesquita Al Aqsa, santuários considerados dos mais sagrados para os muçulmanos.

 

Então vejam o problema que surge aqui.

 

Estamos a falar da terra que foi prometida por Deus a Abrão, terra da nação de Israel, com os seus reis soberanos por séculos, mas que pelo curso da história, os judeus perderam o seu domínio, apesar de continuarem a viver ali.

 

Os judeus sabem que foi no Monte Moriá, um dos montes de Jerusalém, que Abraão foi para sacrificar o seu filho Isaque, como Deus lhe pediu, mas que não sucedeu.

E foi nesse mesmo monte que o rei Salomão construiu o templo judaico para adoração a Deus. Aquele lugar é sagrado para os judeus, faz parte da sua história desde a sua origem.

 

Só que os muçulmanos têm outra história. Segundo o seu livro sagrado, o Alcorão, dizem que naquele monte Moriá, Abraão foi lá para sacrificar, não Isaque, mas o seu filho Ismael, filho da escrava egípcia Agar e de onde descendem os árabes.

 

E, mais do que isso, o lugar do Domo da Rocha e a Mesquita Al Aqsa é sagrado para os muçulmanos porque acreditam que dali subiu ao céu o seu profeta Maomé.

 

Então, vejam o problema. Quer judeus, quer árabes, dizem que aquele lugar em Jerusalém lhes pertence, que Abraão foi ali sacrificar o seu filho.

 

Os judeus dizem que foi Isaque, e esta é a verdade. Mas os árabes dizem que foi Ismael. Vejamos que só existe uma verdade. Qual é? Vejamos!

 

Cerca de 1300 anos a.C., o hebreu Moisés escreveu Génesis e relata a história de Abraão que, numa ordem de Deus para provar a sua fé e obediência, levou Isaque, seu filho, para o sacrificar no Monte Moriá, na Jerusalém de hoje.

 

          E cerca de 2000 anos depois disto, séc. VII, o árabe Maomé escreve o Alcorão e diz que Abraão levou Ismael àquele lugar.

 

Isto é uma enorme deturpação da verdade história, é uma obra diabólica.

Quem conhece o relato bíblico e a rivalidade de Agar contra a sua senhora Sara e, depois, de Ismael contra Isaque, compreende (Gn.16:4 e 21:9)

Bem escreveu Paulo aos Gálatas: Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa como Isaque. Mas, como então aquele que era gerado segundo a carne (Ismael) perseguia o que o era segundo o Espírito (Isaque), assim é também agora. (4:28-29)

5.- Regressando, após esse período do séc.VII, a Palestina conheceu vários “impérios” que a dominaram, turcos, otomanos, entre outros. Mas nunca existiu uma autoridade palestiniana como hoje se fala.

          De 1517 a 1917 o Império Otomano controla toda a região (incluindo Síria e Líbano).

6.- Mas eis que a História está prestes a mudar no que respeita aos milhões de judeus dispersos pelo mundo desde o ano 70.

No século XIX (1850 em diante), judeus perseguidos nos territórios aonde estavam refugiados, começam a voltar para a região da Palestina juntando-se aos judeus que sempre ali permaneceram e que já estavam estabelecidos ali. Surgem novas cidades.

7.- Após a 1ª Guerra Mundial, Império Otomano, que apoiava a Alemanha, foi derrotado e expulso do Oriente Médio pelas tropas aliadas, com apoio dos povos árabes.

Foram instituídos mandatos britânicos e franceses para as regiões que hoje correspondem à Síria, Iraque, Líbano, Palestina e Jordânia, cujas fronteiras artificiais foram devidamente reconhecidas pela Liga das Nações.

Chegados ao séc. passado, séc. XX, os judeus que se encontravam dispersos pelo mundo continuaram a sofrer perseguição, em especial na Europa Nazi. Deu-se o terrível holocausto de mais de 6 milhões de judeus assassinados.

Na sequência, muitíssimos judeus regressaram à Palestina, sua terra de origem histórica. Lembram-se que tinham saído de lá no ano 70, expulsos pelos romanos.

 

Então, temos uma Palestina agora com árabes e judeus a habitarem ali e os conflitos surgem e permanecem.

 

8.- Então, a Grã-Bretanha, que tinha a autoridade na região, entrega a resolução do problema às Nações Unidas em 1947. A Assembleia Geral da ONU determina a partilha da parte ocidental da Palestina entre um Estado judeu e outro Estado árabe, através da resolução 181.

 

A divisão da terra foi a seguinte: 53% para os cerca de 700 mil judeus que lá habitavam e 47% para os mais de 1 milhão e 400 mil árabes que lá viviam.

 

Os árabes recusam esta partilha. Mas em 14 de maio de 1948, os israelitas declaram a constituição do estado de Israel. Finalmente, aquele povo que recebeu a terra de Canaã prometida a Abraão, onde os seus reis dominaram por séculos, voltam a ter, não o mesmo espaço, mas um pedaço dessa terra, pois agora também lá vivem árabes, palestinos.

 

Israel aceita o pedaço de terra que lhe dão e aceita que ali vivam árabes. Mas os árabes não aceitam e ao cair da noite do primeiro dia da sua independência de 14 de Maio de 1948, Israel é atacado logo por 6 países árabes à sua volta, que serão derrotados.

 

E daí para cá, este conflito permanece entre em que o intento dos árabes é a eliminação de Israel daquele lugar, atacando diariamente e obrigando Israel a um esforço de defesa contínuo.

 

Para abreviar, na verdade nunca existiu na Palestina um rei palestino, um presidente palestino. Já de Israel sabemos que habitaram e reinaram ali por séculos.

 

 

Conclusão – Biblicamente, Deus prometeu que aquela seria a terra do Seu povo Israel para sempre: Porque toda esta terra que vês, te hei-de dar a ti, e à tua semente, para sempre (Gn.13:15). Em Jeremias 31:35-36, Deus promete sobre Israel: 35. Assim diz o Senhor, que dá o sol para luz do dia, e as ordenanças da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar, bramando as suas ondas; o Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas ordenanças de diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre.

 

          Profeticamente, os planos de Deus para o final dos tempos envolvem, quer a nação de Israel, quer aquela terra. Por isso, depois de cerca de 2000 anos sem terra, Deus deu novamente terra aos hebreus, aos judeus, aos israelitas, a Israel em 1948.

 

Vejam que isto não significa que o Israel que hoje ali está é crente, porque não é. Israel ainda precisa de crer no Messias que rejeitaram há 2000 anos, Jesus. Paulo explica isto em Romanos 11, em especial nos vs. 25-26.

Possa o mundo inteiro, possa Israel voltar-se para Cristo, pois só em Jesus há salvação.

Rui Simão, pastor

 

 Moreira, 19 de Outubro de 2023 (RO)


segunda-feira, 29 de abril de 2024

 


Após o Pentecostes – O Espírito Santo e o Progresso do Evangelho

 E cumprindo-se o dia de Pentecostes… de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso… e todos foram cheios do Espírito Santo…

(Atos 2:1-4)

 

Introdução – Como cristãos, precisamos de conhecer todo o plano divino da salvação, plano que era necessário a fim de salvar a humanidade das consequências do seu pecado. Deus revela que o resultado do pecado é a morte, é a consequência para todas as pessoas à desobediência e transgressão às santas leis de Deus.

 

         Por isso, no Seu amor e misericórdia, Deus enviou ao mundo o Seu Filho, o Cristo Salvador. Jesus encarnou, fez-Se homem, morreu na cruz pagando o preço da culpa do pecado para que qualquer pecador que creia em Jesus receba, pela graça de Deus, a dádiva gratuita da salvação. Jesus ressuscitou dos mortos, ascendeu de novo à glória celestial onde foi glorificado e exaltado, sentando-Se com o Pai no trono.

 

         Conforme o plano e a promessa, Jesus e do Pai enviam o Espírito Santo do céu para habitar na igreja e dar poder para que o mundo conheça o evangelho da salvação.

         Na passada mensagem vimos Atos 2:1-4, a vinda do Espírito Santo. Agora, queremos ver nas Escrituras a realidade do progresso da igreja com o Espírito Santo, o caminho do progresso do Evangelho no poder do Espírito Santo após a Sua vinda.

 

I.- A Promessa de Poder e de Cooperação – Atos 1:8; Marcos 16:20

         Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra. A promessa é bem clara de que com o Espírito Santo receberiam poder, força, autoridade. Para quê? Para que os crentes levem a mensagem do evangelho a todo o mundo. At.2:4 mostra que todos foram cheios do E. Santo.

 

Marcos 16:20 também revela a cooperação do Senhor, na Pessoa do Espírito Santo, na missão mundial: E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor… A igreja, os crentes, não estão sozinhos nem desamparados nesta missão mundial, nesta tarefa de testemunhar do Salvador Jesus.

 

II.- O Progresso do Evangelho na era do Espírito Santo

         Ao lermos todo o livro dos Actos dos Apóstolos vemos os primeiros passos da Igreja em Jerusalém e depois toda a vastidão do trabalho missionário entre judeus e gentios, chegando hoje a todo o mundo.

          A afirmação, cooperando com eles o Senhor, indica que Jesus, por meio do Espírito Santo que enviou, deu início e progresso ao Evangelho. Eis alguns exemplos da forte cooperação do Senhor no estabelecimento e fortalecimento da Sua Igreja.

 

         Atos 2:14, o dia de Pentecostes, mostra já o apóstolo Pedro, cheio do Espírito santo, a pregar à multidão em Jerusalém: Pedro, porém, pondo-se em pé, com os onze, levantou a sua voz e disse-lhes… No v.33, Pedro explica que o que está a acontecer é que Jesus ressuscitou dos mortos, subiu ao céu e mandou o Espírito Santo: …tendo recebido do Pai a promessa do Espírito santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis. O v.41 mostra o resultado daquela primeira pregação no poder do Espírito Santo: e naquele dia agregaram-se quase três mil almas.

 

Depois, em Atos 4:4 ainda em Jerusalém, dos que ouviram e creram, chegou o número desses homens a quase cinco mil. O v.8 esclarece: Então Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse… É o Espírito Santo a cumprir o Seu papel, para que veio.

 

Atos 4:31 revela: E tendo eles orado, moveu-se o lugar onde estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito santo e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus.

 

Atos 5:14: E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais.

 

O Espírito Santo também santificou a igreja disciplinando um casal, Ananias e Safira, com a própria morte porque mentiram ao Espírito Santo (At.5:3)

 

Ainda em Jerusalém, em Atos 6:3 são escolhidos os primeiros diáconos para auxiliarem o serviço da igreja crescente, homens cheios do Espírito Santo.

Na sequência, At.6:7 revela: E crescia a palavra de Deus e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos…

 

No meio de grande crescimento no poder do Espírito Santo, eis que chega a perseguição sobre a igreja e esta começa a deixar Jerusalém e a alcançar outras regiões de Israel, Samaria, onde as multidões unanimemente prestavam atenção ao que filipe dizia, e também à região de Gaza.

Aqui, Atos 8:29, vemos Filipe a ser guiado e usado pelo Espírito Santo para explicar a Palavra de Deus a um eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes… e disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro.

 

Chegados ao cap. 9 temos a conversão ao Senhor Jesus de Saulo, ou Paulo, e vai ser o maior missionário do N.T.

No v.17, crendo em Jesus, Paulo foi cheio do Espírito Santo e é neste poder e orientação que prossegue para três viagens missionárias. O v.29 diz já que Paulo falava ousadamente no nome de Jesus…

 

Em At.9:31 lemos:  Assim, pois, as igrejas em toda a Judeia, e Galileia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo.

 

         Nesta altura, o apóstolo Pedro, chamado e guiado pelo Espírito Santo, vai levar o Evangelho aos não judeus, gentios, ao centurião Cornélio, em Jope, mostrando cada vez mais a expansão da Palavra para fora dos judeus e de Israel, a caminho do mundo inteiro: E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três homens te buscam. Levanta-te pois, desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu os enviei…. Com Pedro, maravilhando-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios (v.45)

 

No cap. 11 o Evangelho já chegou a Antioquia onde se vai estabelecer uma das mais importantes igrejas cristãs. Vejam a obra do Espírito de Deus ali: E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor. (v.21).

Barnabé parte de Jerusalém para ajudar em Antioquia e vejam a Palavra a revelar:  Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor (v.24).

 

 Atos 13 marca o início das missões e estabelecimento de igrejas na Ásia e Grécia por parte de Paulo e Barnabé: E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. (13:1-4)

 

         Referência a alguns resultados que mostram o poder e a presença do Espírito Santo:  E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna. E a palavra do Senhor se divulgava por toda aquela província… E os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo. (13:48-49,52)

 

Nas novas igrejas estabelecidas é o Espírito Santo quem orienta na escolha dos seus líderes e pastores: Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. (At.20:28).

 

                    

Conclusão - No Dia de Pentecostes, há 2000 anos, Deus cumpriu a promessa e o E.S. foi enviado para habitar na Sua igreja na terra. E é no Seu poder, cooperação e orientação que a igreja progrediu e o Evangelho é proclamado a todo o mundo.

Rui Simão, pastor

 


Moreira, 9 de Junho de 2022 (RO)    


quarta-feira, 27 de março de 2024


A Perdão da Oração; A Proteção da Oração e o Poder da Oração (5, 6 e 7)

 E perdoa-nos as nossas dívidas...

                                    Mateus 6:9-12

  

Introdução – Prosseguimos o estudo cap. a cap., verso a verso deste evangelho o qual nos apresenta Jesus como Aquele que veio revelar a Vida, a Luz, a Graça e a Verdade de Deus. 

           

Recordemos que Cristo e os apóstolos estão reunidos no grande cenáculo mobilado, na última refeição pascal. Jesus está a despedir-Se e a lançar os fundamentos da Sua igreja, caps. 14 a 17. Naquela noite, o Senhor falou várias vezes na Oração: 14:13-14; 15:7; 16:23-24.

         Sabemos por todos os evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, a oração é necessária e nós devemos orar mais.

        Estamos numa pequena série de mensagens sobre a Oração. Título: O Poder da Oração.

          O que é que já vimos:

1.ª – O Poder da Oração

          Vimos dois grandes exemplos. 1º.- O povo de Israel fez um bezerro de ouro e pecou gravemente contra Deus. Deus disse a Moisés que os iria destruir a todos. Mas Moisés orou e pela sua intercessão, Deus arrependeu-se do mal que disse que faria. 2.º- Por causa do pecado dos habitantes de Nínive, Deus mandou lá o profeta Jonas avisar que em 40 dias seriam destruídos. Mas perante a mensagem do profeta, todo o povo se arrependeu e Deus também se arrependeu do mal que tinha dito que faria. Aprendemos que a oração e o nosso arrependimento podem mudar as decisões de Deus.

 

2.ª- A Pessoa da Oração – Mateus 6:9

          Tomámos a oração modelo que o Senhor Jesus nos ensinou em Mateus 6:9ss. Se Jesus nos deixou um exemplo da oração eficaz, porque é que nós não o usamos? A Pessoa a quem são dirigidas as nossas orações é o nosso Pai que está nos céus, cujo nome é santo.

          Hoje, vamos para a terceira mensagem.

 

3.- A Petição da Oração – O nosso Pai quer que peçamos – Mateus 6:10

A oração modelo de Mat.6 inicia com louvor: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome…. termina com louvor: Porque teu é o reino, e o poder, e a glória. E tudo o que está no meio é Petição, são pedidos. Deus quer que Lhe peçamos. Mas vejam quais são as primeiras petições: venha o teu reino, seja feita a tua vontade… Jesus está a ensinar-nos que, acima de tudo, as nossas Petições devem ser reguladas, quer pelas coisas que fazem parte do reino de Deus, quer por aquilo que é a vontade de Deus.

 

4.- A Provisão da Oração – O pão nosso nos dá hoje - Mateus 6:11

O Pai celestial supre, provê às nossas necessidades diárias.

 

I.- O Perdão da Oração – Mateus 6:12

Vamos ver quão importante é este v.12. Porque o modelo de oração que o Senhor Jesus ensinou termina no v.13.  Mas vejam os vs. seguintes, vs.14-15. Logo que Jesus termina com Amém, diz (ler). São afirmações muito profundas. Por outras palavras, Jesus está a dizer:” Se não libertas os outros das dívidas que têm contigo, o Pai também não libertará as tuas dívidas para com Ele”. É uma parte muito importante desta oração (ler v.12).

 

1.- Confessa as tuas “dívidas”

Precisamos de saber o significado desta palavra grega dívidas que ocorre apenas duas vezes em todo o NT, aqui e em Rom.4:4. Repito, Jesus não manda repetir; é um modelo.

Por exemplo, a dívida de um empréstimo de uma casa, de um automóvel. É uma dívida legal. Pedimos emprestado, devemos e vamos pagar.

Aqui, Jesus está a falar de outro tipo de dívidas. Refere-se a “pecado”. O que é “pecado”? É a transgressão, a desobediência às leis divinas, aos mandamentos de Deus. Tanto que, no Evangelho de Lucas, onde também está esta mesma oração, em 11:4, lemos: E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve.

A palavra usada é diferente, mas o significado é igual. Jesus está a dizer: “Perdoa-nos os nossos pecados (dívidas), pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve (pecou contra nós)”.

Jesus está a usar de forma figurativa a palavra dívidas em referência a pecados contra Deus. Isto é muito importante. Quando desobedecemos a Deus, estamos a pecar e a ofendê-Lo. Pecar é uma grave ofensa a Deus. E a reação de Deus às ofensas, ao pecado da pessoa, é ira.

Esta é uma visão vital que temos de ter sobre o pecado. Quebrámos as santas leis divinas e estamos em dívida para com Deus.

 

Uma qualquer dívida tem de ser resolvida de alguma forma. Ou ela é paga ou é perdoada. O devedor está nas mãos do credor. Os nossos pecados são graves ofensas que têm de ser reparadas. Estamos em dívida para com Deus.

 

Contudo, a dívida do pecado é diferente de uma dívida material. Nós não conseguimos resolver por nós mesmos a dívida do nosso pecado para com Deus. Nada em nós, nada que possamos fazer consegue saldar a dívida das nossas ofensas contra as leis de Deus. É como se tivéssemos uma dívida absolutamente enorme aqui na terra que está totalmente fora do nosso alcance, das nossas possibilidades. Assim é a dívida do nosso pecado. Ela é justa, ela é legal aos olhos de Deus, mas não conseguimos resolver a dívida do nosso pecado.

 

E outra lição importante é que nem sequer merecemos o perdão de Deus. Erramos se acharmos que se formos boas pessoas, se assistirmos a uma igreja, se lermos a Bíblia, se orarmos, se contribuirmos com dinheiro, etc, que isso, estas coisas, convencerão Deus de que merecemos perdão. Não! Vejam Tito 3:5: Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia nos salvou… Estão a ver?

Na verdade, a enorme dívida do nosso pecado perante Deus tem de ser perdoada. Precisamos de misericórdia, não de outra coisa.

 

          O que temos também nestas palavras da oração? Perdoa as nossas dívidas, os nossos pecados. Temos confissão e pedido de perdão dos pecados: “Meu Pai, perdoa a minhas dívidas, os meus pecados”.

 

          Com que frequência o temos de fazer? No pedido anterior não está presente uma necessidade diária? O pão nosso de cada dia nos dá hoje. Então, a confissão e o pedido de perdão também devem ser diários. Porque, infelizmente, pecamos diariamente.

         

  Mas em Mt.6:12, Jesus é muito claro ao dizer que pedimos perdão a Deus dos nossos pecados tal como nós perdoamos aos outros as suas ofensas a nós. Ora, muitas vezes os crentes não perdoam as ofensas dos outros. Agem como se os outros tivessem dívidas que não ficam saldadas. E quando perguntamos porque é que não perdoam, a resposta é: “Ele não merece o meu perdão. Ele ainda não fez nada que merecesse o meu perdão”. A atitude é, então, de que o outro ofendeu e há uma dívida por pagar sem solução.

 

Bem podemos colocar a questão: “E nós merecemos o perdão da dívida do nosso pecado para com Deus?”. E a oração de Jesus é clara: “Perdoa-nos… como nós perdoamos”.

 

Mas está aqui bem claro. Por causa de termos recebido de Deus o perdão, graciosamente, livremente, também temos de perdoar assim aos outros. Jesus diz em Mat.10:8: …de graça recebestes, de graça dai.

 

Precisamos de compreender o que acontece quando Deus nos perdoa.

Rom. 4:3,23: Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus e isso lhe foi imputado como justiça… Ora, não só por causa dele está escrito que lhe fosse tomado em conta.

 

Esta palavra imputado vem da palavra “contar, considerar, lançar”. Obviamente aponta para conta. Significa “pôr na conta de alguém”. Abraão, como todas as pessoas, era pecador, transgressor das leis de Deus. Tinha muito pecado por pagar, estava em grande ofensa e dívida para com Deus. Então, diz aqui que Abraão creu em Deus e esta fé foi-lhe contada como justiça. Deus pôs justiça na conta da vida de Abraão.

 

Mas vejam que mais Deus faz quando nós cremos. Deus tira o pecado da nossa conta. Está em II Cor.5:19: Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados… Noutras palavras, Deus não está a contar os nossos pecados contra nós. Isto é muito, muito importante que compreendamos.

 

Jesus veio ao mundo e a cruz foi onde Cristo Se ofereceu como sacrifício para pagar a dívida, a culpa do nosso pecado, pagar as nossas transgressões às leis divinas, as nossas ofensas a Deus.

Na verdade, Jesus pagou com a Sua própria vida, a dívida, a culpa do mundo inteiro. Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo.1:29). Diz aqui que em Cristo, Deus estava a reconciliar consigo O MUNDO, não apenas os crentes.

Então, Jesus morreu pelo mundo inteiro. Mas prestemos boa atenção. Só recebe perdão do pecado, só é paga a dívida daquele que crê. Deus só não imputa o pecado de quem crê. Voltamos ao caso de Abraão em Rom.4:3 e também 23-24: Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus e isso lhe foi imputado como justiça… Ora, não só por causa dele está escrito que lhe fosse tomado em conta, mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos…

 

Jesus já morreu por todos, uma vez. Senão, cada vez que uma pessoa crê, Jesus teria de morrer por essa pessoa para a salvar. Não. Jesus já morreu há 2000 anos na cruz pelo mundo inteiro, pelos que morreram antes e depois de Jesus.

 

E quando a pessoa crê, então Deus considera essa fé e deposita justiça na conta desse devedor e ele é salvo. Olhem o que Jesus disse em Jo.8:24: Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados.

 

          Jesus já pagou a culpa do pecado na cruz, mas o pecador só é salvo quando crê em Jesus.

Por isso, há uma escolha a fazer por cada pessoa, há uma decisão que tem de tomar, a decisão pessoal de crer ou não em Jesus para ser salva.

Vejam João 3:17-18: Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

      Deus já tratou do problema do pecado, da nossa dívida. Agora, o pecador precisa de crer em Jesus para ser salvo da sua dívida. Se não crer em Jesus, está perdido.

 

E o que faz Deus quando cremos em Jesus?

Ele tira a minha dívida que eu não conseguiria pagar, tira o pecado da minha conta e imputa, atribui-me, deposita-me a justiça que Jesus ganhou para mim na cruz.

 

Depois, sabem o que Deus faz depois de perdoar os nossos pecados?

Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro. (Is.43:25); Porque serei misericordioso para com as suas iniquidades e dos seus pecados e das suas iniquidades não me lembrarei mais (Hb.8:12); E jamais me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades. (Hb.10:17).

 

Depois de Deus nos perdoar, nunca mais os lembra. Apesar de ser Omnisciente, Deus decide não mais Se lembrar do nosso pecado, não os traz mais à tona, não os tem mais em consideração no tratamento connosco.

 

E assim devemos ser nós. É o que Jesus diz aqui na oração modelo de Mateus 6:12.

Então, 1.º - Confessa as tuas dívidas. A seguir:

 

2.- Liberta as dívidas dos outros

Precisamos de olhar para as palavras de Jesus aqui em que Ele diz que pedimos ao nosso Pai que nos perdoe tal como nós perdoamos aos outros.

 

Temos de tomar nota que não está a falar do perdão do pecado para a salvação, mas dos relacionamentos interpessoais em que nos ofendemos e precisamos de nos perdoar.

 

Em Mateus 18:21-22, Pedro perguntou a Jesus se concordava que poderia perdoar até 7 vezes os pecados e as ofensas dos outros contra ele. Pedro pensava que isso já seria mesmo muito bom e um grande exemplo de perdão. Mas Jesus responde-lhe: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.

 

Ou seja, Jesus diz que devemos perdoar SEMPRE, como Deus faz. As pessoas ofendem-nos e nós não nos vingamos, mas perdoamos e mostramos-lhes graça.

E para ilustrar esta verdade Jesus conta a parábola dos vs.23-35 de Mateus 18.

 

O culminar da lição está no v.35 e lembremo-nos do que Jesus disse em Mt.6:14-15.

Olhem o que diz Hb.12:15: Tendo cuidado… de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.

 

A falta de perdão aos outros é um verdadeiro tormento. É uma escravidão.

 

Esta é uma oração diária. Jesus está a dizer:” Tens de orar assim cada dia, tens de confessar os teus pecados ao Pai celestial. Tens de ser recordado diariamente que tinhas uma dívida que nunca conseguirias pagar a Deus. Mas o teu Pai celestial perdoou-te tudo. Portanto, tu também tens graça para perdoares aos outros as suas ofensas para contigo. De graça recebeste, de graça dá perdão”.

 

Conclusão

Lembram-se de Barrabás? Todos nós somos como Barrabás. Ele estava preso por ter assassinado uma pessoa num motim (Mc.15:7). Naquela sexta-feira, ele e mais outros dois criminosos seriam crucificados. Ele está na sua cela à espera da crucificação. Ele ouve os passos dos guardas a chegarem, abrem a cela dele e ele ouve o guarda dizer-lhe o que nos é dito a nós: “Está livre. Jesus vai morrer por ti, vai morrer em teu lugar. Estás livre”.

 

E Jesus disse naquela parábola que uma pessoa que foi assim perdoada e liberta de uma dívida, encontrou alguém que lhe devia pouco, mas não lhe perdoou.

 

 Mas tu foste perdoado de tudo o que fizeste em toda a tua vida. Nós recebemos a graça do perdão de Deus para a oferecermos também aos outros.

Rui Simão, pastor 

          Moreira, 20 de Março de 2022 (16.30h)       


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A Proteção da Oração

 …e não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal. 

                        Mateus 6:9-13

 

Introdução – Prosseguimos o estudo cap. a cap., verso a verso deste evangelho o qual nos apresenta Jesus como Aquele que veio revelar a Vida, a Luz, a Graça e a Verdade de Deus. 

           

          Recordemos que Cristo e os apóstolos estão reunidos no grande cenáculo mobilado, na última refeição pascal. Jesus está a despedir-Se e a lançar os fundamentos da Sua igreja, caps. 14 a 17. Naquela noite, o Senhor falou várias vezes na Oração: 14:13-14; 15:7; 16:23-24.

         Sabemos por todos os evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, a oração é necessária e nós devemos orar mais.

        Estamos numa pequena série de mensagens sobre a Oração. Título: O Poder da Oração.

          Temos aqui um modelo. Não é para repetir. O que é que já vimos até hoje:

1.ª – O Poder da Oração – Deus arrependeu-se do mal que disse que faria.

 

2.ª- A Pessoa da Oração – Mateus 6:9 – É o nosso Pai que está nos céus, santo.  

 

3.- A Petição da Oração – O nosso Pai quer que peçamos – Mateus 6:10

 

4.- A Provisão da Oração – Mateus 6:11 – O Pai supre as nossas necessidades diárias.

 

5.- O Perdão da Oração – Mateus 6:12 – Necessidade de perdoar como Deus perdoa.

 

I.- A Proteção da Oração – Mateus 6:13 – E não nos conduzas à tentação…

Eis agora uma petição de proteção. Este pedido serve para nos mostrar que não temos força suficiente para vivermos uma vida santa se não obtivermos ajuda do Alto, do nosso Pai. Precisamos da Sua proteção para a totalidade das nossas vidas, para superarmos as tentações, para não cairmos. Temos de estar conscientes da nossa própria fraqueza, e do desejo de desfrutar da proteção de Deus para que possamos permanecer inexpugnáveis contra todas as agressões de Satanás.

 

 Alguns não compreendem bem este pedido: “Porque é que teríamos de pedir ao Pai para não nos levar à tentação?” Para não haver confusão e má interpretação, precisamos de saber o significado das palavras e também de olhar para outras Escrituras.

 

1.- Deus não nos pode tentar

É completamente, totalmente impossível, está absolutamente fora da natureza de Deus que nos possa tentar. Vejam Tg.1:13-16: Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. Não erreis, meus amados irmãos.

Eis o que acontece. Porque nós temos uma natureza inclinada ao pecado, surge um desejo e o inimigo das nossas almas tenta-nos com esse desejo. Se não resistirmos, vamos cair, vamos pecar. Vamos desobedecer ao Senhor, se não nos socorrermos de Deus e da Sua força. Vamos sucumbir à tentação do tentador.

 

A Bíblia é bem clara em chamar ao diabo de tentador. Ouçam Mt.4:3: E, chegando-se a ele o tentador… E também I Tes.3:5: Portanto, não podendo eu também esperar mais, mandei-o saber da vossa fé, temendo que o tentador vos tentasse, e o nosso trabalho viesse a ser inútil. Portanto, a Escritura é clara.Satanás tenta-nos, mas Deus nunca nos tenta.

 

2.- Deus não nos engana

Precisamos de entender o significado da palavra tentação. Tiago 1:2-3 pode ajudar-nos: Meus irmãos, tende grande alegria quando enfrentardes várias tentações; Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. É a mesma palavra grega de Mt.6.

 

O significado é “teste, prova”. Deus não nos leva a tentações, não nos põe tropeços e armadilhas para nos prejudicar. Não! Isso é obra do diabo. Deus prova-nos, o que é bem diferente, experimenta-nos para nós crescermos, para analisarmos a nossa confiança e fé no Senhor. Deus julga-nos assim com bons propósitos.

Vejam o caso de Abraão em que Deus o testou ao pedir que sacrificasse o seu único filho, Isaque. Ou como Deus permitiu a grande prova na vida de Job.

 

Ou se lermos Mt.4:1: ENTÃO foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Jesus foi colocado à prova e lá estava Satanás com as suas armadilhas, mas foi derrotado por Jesus. Era necessária esta prova de Jesus.

 

Hb.4:15 explica-nos melhor. Vejam: Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Jesus é o nosso melhor Advogado junto do Pai. Porquê?

 

Porque Jesus foi provado aqui na terra como homem em tudo e venceu. Pensem em qualquer tentação, qualquer teste humano, do mais suave ao mais pesado. Jesus teve essas tentações, essas provas todas:  Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.

 

Assim, Jesus compreende muito bem as provas por que passamos, Jesus sabe o que é viver num mundo de pecado, num mundo caído e ajuda-nos.

 

Por isso, nesta oração, Jesus diz para pedirmos Proteção ao Pai, que nos guarde destas provas: “Pai, não me deixes passar por testes e provas, liberta-me disso.”

Não foi isso que Jesus pediu ao Pai lá no Jardim? Pai, se é possível, passe de mim este cálice… (Mt.26:39).

 

3.- Deus irá proteger-nos e também livrar-nos

          Temos agora uma revelação muito importante em I Co.10:13: Não veio sobre vós tentação, senão humana… Agora vejam, …mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.

A resposta do nosso Pai ao nosso pedido em oração pode vir, ou na isenção real da prova, ou numa forma, num caminho para escapar dela, ou em força para suportá-la.

 

 Temos aqui duas grandes promessas. Primeiro, não teremos provas, tentações acima das nossas possibilidades pessoais. E em 2.º lugar, Deus dará um escape, uma saída, uma libertação.

 

Escutem bem II Tm.4:17-18: Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me…e fiquei livre da boca do leão. E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial.

Também II Pe.2:9: Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos…

 

Se vivermos na dependência do nosso Deus, se orarmos, o nosso Pai celestial vai trazer a saída de que precisamos. Deus conhece qual é o escape.

 

          Por isso, Jesus ensinou-nos a orar diariamente ao Pai por proteção nas provas.

 

Olhando para a segunda parte do versículo, Jesus diz-nos para pedirmos, além da Proteção, também o livramento do mal, das trevas. …mas livra-nos do mal.

 

Quer dizer, libertação, proteção do inimigo, de Satanás. Jesus falou disto quando estava no Jardim, antes de ser preso. Olhem o que pede aos Seus discípulos para fazerem: Vigiai e orai para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mt.26:41).

 

E em Jo.17:15 Jesus dá o exemplo desta oração: Não peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal.

O que significa? Que podemos orar ao Pai para nos poupar de provas e testes. Mas se eles vieram, ainda podemos continuar a orar: “Pai, liberta-nos do poder do nosso inimigo e Teu”.  

 

Conclusão

A Oração da Proteção. É essencial tomarmos conhecimento real do mundo onde vivemos. Temos de orar diariamente ao nosso Pai celestial. Oramos em nome do Seu Filho, Jesus. Louvamos, adoramos e pedimos. E quando pedirmos, não esqueçamos de orar por Proteção. Proteção a todos os níveis, das provas, das tentações, do tentador, do mal, por nós, por nossas famílias, por nossos irmãos na fé.

 Rui Simão, pastor

          Moreira, 24 de Março de 2022 (RO)       

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O Poder da Oração

 …porque teu é o reino, e o poder, r a glória para sempre. Amém.

                                      Mateus 6:9-13

 

 

Introdução – Prosseguimos o estudo cap. a cap., verso a verso deste evangelho o qual nos apresenta Jesus como Aquele que veio revelar a Vida, a Luz, a Graça e a Verdade de Deus. 

           

          Recordemos que Cristo e os apóstolos estão reunidos no grande cenáculo mobilado, na última refeição pascal. Jesus está a despedir-Se e a lançar os fundamentos da Sua igreja, caps. 14 a 17. Naquela noite, o Senhor falou várias vezes na Oração: 14:13-14; 15:7; 16:23-24.

 

         Sabemos por todos os evangelhos que o Senhor Jesus foi um homem de oração. Ora, se pensarmos que se o próprio Filho de Deus precisou de orar muito enquanto esteve aqui na terra, então há algo de poderoso na oração, a oração é necessária e nós devemos orar mais.

 

       Estamos numa pequena série de mensagens sobre a Oração. Título: O Poder da Oração.

 

          Usamos como texto base a oração chamada do Pai Nosso de Mat.6. Não é para ser uma repetição (v.7), mas é um exemplo que o Senhor nos diz para seguirmos e usarmos nas nossas orações. O que é que já vimos:

 

1.ª – O Poder da Oração – Vimos exemplos do poder da oração

 

2.ª- A Pessoa da Oração – Mateus 6:9 – É o nosso Pai que está nos céus, santo

 

3.- A Petição da Oração – O nosso Pai quer que peçamos – Mateus 6:10

 

4.- A Provisão da Oração – Mateus 6:11- supre as nossas necessidades a cada dia

5.- O Perdão da Oração – Mateus 6:12 – Confessar, o Pai perdoa nossos pecados

6.- A Proteção da Oração – Mateus 6:13a- Que o Pai nos guarde de provas e testes

 

7.- O Poder da Oração – Mateus 6:13b - Conclusão

 

1.- …porque teu é o reino, e o poder…

A lição da oração modelo de Jesus começa com louvor, no meio tem pedidos e termina com louvor. Porque é que oramos ao Pai celestial e, com confiança e esperança, Lhe colocamos os nossos pedidos, mesmo os mais difíceis? O final da oração tem a resposta.

 

…porque… - É uma conjunção que quer dizer, ou pode ser substituída por: “uma vez que, visto que”. Estamos a dizer que oramos e suplicamos estas coisas, visto que, uma vez que:  

 

…teu é o reino - Quer dizer que o domínio pertence a Deus. Deus tem o controlo sobre todas as coisas e pode, por isso, ordená-las por forma a responder a estas petições. O reino de Deus é muito importante. Recordem-se que entre a ressurreição de Jesus e a Sua volta para os céus decorreram quarenta dias. Sabem o que fez Jesus nesse quase mês e meio?

 

         Atos 1:3 diz: …sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus. Quarenta dias a ensinar especificamente do reino de Deus. Muitos de nós já fomos a Conferências cristãs que duram um fim-de semana ou mesmo uma semana e vários temas são tratados. Mas agora pensemos, 40 dias com o Cristo ressurrecto a ensinar os apóstolos sobre o reino de Deus. Para vermos a importância do reino de Deus.

 

…e o poder – Deus também tem o poder para concretizar aquilo que Lhe pedimos. Nós somos fracos, impotentes, não conseguimos. Por isso, oramos ao Altíssimo e todas as coisas são possíveis pelo Seu poder. Em Lucas 1:37 ouvimos da boca do anjo a Maria: Porque para Deus nada é impossível. Em Gen.18:14, ao ser prometido aos idosos Abraão e Sara que seriam pais de um menino, lemos: Haveria coisa difícil ao SENHOR?

 

…e a glória, para sempre – Tudo o que pedimos ao nosso Pai celestial é para a Sua glória, honra e louvor, não a nossa. Ao responder aos nosso pedidos e necessidades, a Sua glória pode ser vista. Ao atender às nossas petições, o Nome, a Pessoa de Deus recebe toda a glória. Tudo é para a Sua glória.

 

Nós estamos a dizer a Deus: “Nosso Pai, pedimos-te estas coisas, porquê? Porque a Ti pertencem o reino, e o poder e a glória para sempre.” Sim, o teu reino é para sempre, o teu poder é para sempre, a tua glória é para sempre.

       Não é por algum tempo, mas eternamente durará o reino, e o poder e a glória de Deus.

 

 2.- …Amém.

Com esta palavra é terminada a oração modelo de Jesus. Esta palavra amém é igual em hebraico, grego e em português. É usada cerca de 30 vezes no AT e 143 vezes no NT. Qual é o seu significado? Geralmente diz-se que amém quer dizer: “que assim seja”. Mas o significado da palavra é “em verdade, verdadeiramente”. Vamos ver melhor.

 

a-) Amém no AT – Das 30 vezes que é usada, 12 estão no cap.27 de Deut. Depois de Israel atravessar o rio Jordão para herdar a terra prometida, Deus mandou que o povo se juntasse num vale entre dois montes, Gerizim e Ebal.

Do monte Ebal seriam pronunciadas as maldições sobre aqueles que não guardassem os mandamentos de Deus. E do Monte Gerizim seriam pronunciadas as bênçãos àqueles que obedecessem aos mandamentos de Deus. E Deus ordenou que deveriam dizer Amém.

 

 Mas Deus ordenou que o povo dissesse amém apenas depois de cada maldição e não nas bênçãos. Vamos ler Dt.27:13-16,26. Porquê dizer Amém só depois das maldições? Porque é mais fácil dizer Amém nas coisas boas do que desagradáveis.

 

Deus queria chamar bem a atenção das mentes e dos corações do povo ao dizer-lhes: “Cuidado, isto é o que vos acontecerá se fizerem isto, e aquilo. Serão amaldiçoados”.

E com esta advertência o povo tinha de dizer Amém – “verdade”. A maldição é uma consequência da desobediência. Se quebrarmos as leis de Deus, sofremos consequências. E Deus, no Seu amor, não quer que sejamos amaldiçoados, mas abençoados.

 

 Mas eis que em Is.65:16 temos o significado, a tradução literal da palavra hebraica Amém: Assim que aquele que se bendisser na terra, se bendirá no Deus da verdade (amém); e aquele que jurar na terra, jurará pelo Deus da verdade (amém)

 

A palavra Amém significa verdade. Por isso, se ouvir um pastor a pregar: “Sem Cristo, o seu vizinho vai para o inferno”, pode dizer “Amém, “é verdade”. Não é, “assim seja”.

 

b-) Amém no NT – Das 143 vezes, Jesus disse 2/3 delas. Reparem também nisto. Dos 27 livro do NT, 24 terminam com Amém. Mas Jesus foi quem mais a usou e de uma maneira única. O Senhor moveu o amém do fim para o princípio da frase.

 

No Evangelho de João, o Senhor Jesus usa-a 50 vezes mas apenas em 25 frases. Porquê? Porque Jesus usa Amém a dobrar e no início da frase. E talvez estejam a pensar que não se recordam de Jesus dizer amém, amém no início das frases. Sim, porque está traduzida por: Na verdade, na verdade…. Mas no original grego é Amém, amém (Jo.3:3).

 

O que é que Jesus está a dizer? “Isto é verdade, isto é verdade”. E porque é que Jesus repete “verdade, verdade” 25 vezes em João? Jesus não disse uma palavra por engano ou sem propósito. Eis o motivo. Jesus está a dizer: “O Meu Pai diz, no céu, que isto é verdade e eu digo-o também aqui na terra, é verdade. Eu trago a verdade do céu à terra”.

A palavra Amém quer dizer “verdade”.

 

c-) O Amém de Deus – Em Ap.3:14 Jesus diz: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira… Jesus está a dizer o quê? “Eu sou a verdade”.

 

Mas eis o que Jesus diz antes, em 1:18: E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. O que o Senhor quer afirmar ao mundo inteiro é isto: “Eu estive morto, mas estou vivo, ressuscitei dos mortos. Amém = e isto é verdade, é verdade”.

 

Conclusão

Não há qualquer dúvida que Jesus morreu na cruz. Ele entregou a Sua vida em sacrifício perante o Pai para levar sobre Ele mesmo, no madeiro, o pecado do mundo inteiro.

Jesus morreu para resgate do pecador, para perdão, para salvação. Pagou a culpa do pecado com a Sua própria morte e o Seu próprio sangue. E morreu de verdade. Com uma lança, aquele soldado romano perfurou o ventre, pulmões e coração de Jesus e saiu sangue e água, pois já estava morto. Foi sepultado e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos. Jesus foi a primeira pessoa a ressuscitar dos mortos para todo o sempre, para a eternidade. Amém, isto é verdade.  Jesus é o Filho de Deus, é verdade, é verdade.

Jesus ensinou os Seus discípulos e a nós a orar: “Orem ao Pai do céu em Meu nome. Comecem com louvor, façam pedidos e terminem com louvor dizendo o motivo da vossa confiança, que Ele tem todo o poder, o reino e a glória e isto é verdade, amém.

Rui Simão, pastor

           Moreira, 31 de Março de 2022 (RO)     

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Evangelho de Mateus – Jesus, o Cristo, Messias, Rei, Senhor

Oração Pai-nosso – O Perdão, a Proteção e o Poder da Oração

E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.

Mateus 6:12-15

 

IntroduçãoProsseguimos o Sermão do Monte do Senhor Jesus Cristo.    

Em Mt. 6 Jesus fala de áreas muito importantes da vida do crente. Uma delas é a oração (6:5-8). Por isso, Jesus vai ensinar-nos a orar dando um modelo, um exemplo de oração. Jesus dá-nos as linhas mestras, mas que não é para usar repetindo mecanicamente estas palavras (v.7). É como se Jesus dissesse: “É assim que eu costumo orar”.

      Se Jesus nos deixou um exemplo da oração eficaz, porque é que nós não o usamos?

 

1.ª – O Poder da Oração – Temos de saber e crer nisto

          A oração tem grande poder. Entre muitos exemplos temos o do rei Ezequias em II Reis 20:1-6. A oração pode mudar vidas, circunstâncias e até as decisões de Deus.

O Senhor Jesus deixou-nos o Seu grande exemplo de oração, pois orava muito ao Seu Pai.

 

2.ª- A Pessoa da Oração – “Portanto, vós orareis assim…” Mateus 6:9

    Quem é a Pessoa a quem Jesus diz que são dirigidas as nossas orações? É ao nosso Pai que está nos céus, cujo nome é santo e que vê (e escuta) em secreto (v.6).

 

Orar é ter comunhão com nosso Pai. Oramos ao nosso Pai e em nome de Jesus, Seu Filho. Vejam:

          Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar. 24. Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra.  (Jo.16:23-24)

 

          Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.; (I Tm.2:5).

 

3.- A Petição da Oração – Venha o teu reino, seja feita a tua vontade… – Mt.6:10

Como devemos iniciar e terminar a oração – Adoração (vs.9,13b). Começa e termina com louvor. E tudo o que está no meio é Petição, são pedidos. Deus quer que Lhe peçamos.  

 

4.- A Provisão da Oração – O pão nosso nos dá hoje - Mateus 6:11

     O Pai celestial supre, provê às nossas necessidades diárias. Tudo isto já vimos. Hoje:

 

I.- O Perdão da Oração – Mateus 6:12 (continuamos a pedir ao Pai)

Vamos ver quão importante é este v.12. O modelo de oração que o Senhor Jesus ensinou termina no v.13.

 

1.- Confessa e pede perdão das tuas “dívidas”

Precisamos de saber o significado desta palavra dívidas.

No Evangelho de Lucas, onde também está esta mesma oração, em 11:4, lemos: E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve.

 

De que é que Jesus está aqui a falar? De pecados.

 

O que é “pecado”? É a transgressão, a desobediência às leis divinas, aos mandamentos de Deus.  Jesus está a dizer: “Perdoa-nos os nossos pecados, ofensas (dívidas), pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve (que pecou contra nós)”.

 

Então, o que temos nestas palavras da oração do v.12? “Perdoa as nossas dívidas, os nossos pecados”. Três coisas importantes:

 

1.- Temos aqui a revelação da realidade da existência de um grave problema espiritual perante Deus: PECADO. O meu, o teu, o nosso pecado.

 

2.- Temos de admitir, de confessar o nosso pecado e 3. temos de pedir perdão dos pecados: “Meu Pai, perdoa a minhas dívidas, os meus pecados”.

 

 

Jesus está a ensinar que o crente tem de pedir perdão ao Pai sempre que peca.

 

 

      Quando desobedecemos a Deus, estamos a pecar e a ofendê-Lo. Pecar é uma grave ofensa a Deus, uma dívida que tem de ser paga. Estamos em dívida para com Deus.

 

Contudo, a dívida do pecado é diferente de uma dívida material. Nós não conseguimos resolver por nós mesmos a dívida do nosso pecado para com Deus. Porquê?

 

Primeiro, não merecemos sequer o perdão de Deus. Porquê? Porque nada existe em nós de bom aos olhos de Deus. Segundo, nada que possamos fazer, nenhuma obra nossa consegue saldar a dívida das nossas ofensas contra as leis de Deus.

 

É como se tivéssemos uma dívida absolutamente enorme aqui na terra que está totalmente fora do nosso alcance, das nossas possibilidades. Assim é a dívida do nosso pecado aos olhos do Deus Santo, impossível de ser resolvida.

Vejam Tito 3:5: Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia nos salvou… Estão a ver?

 

Então, na verdade, honestamente, a enorme dívida do nosso pecado perante Deus tem de ser é perdoada e esquecida. Precisamos de misericórdia, não de outra coisa. Por isso, Jesus veio e pagou na cruz toda a culpa, toda a dívida do nosso pecado a Deus.

 

                              

  Mas o mais importante é isto. Jesus é muito claro ao dizer que pedimos que o Pai perdoe os nossos pecados tal como nós perdoamos aos outros as suas ofensas a nós.

 

Vejam os vs. seguintes, logo que Jesus termina, os vs.14-15.(ler).

 

          São afirmações muito profundas. Por outras palavras, Jesus está a dizer:” Se não perdoas, se não libertas os outros das dívidas que têm para contigo, o Pai também não perdoará, não libertará as tuas dívidas para com Ele”.

 Esta é uma parte muito importante desta oração.

 

Aqui não significa que se não perdoarmos as ofensas dos outros, Deus também não perdoará os nossos pecados e não somos salvos. O assunto é outro.

 

Nós perdoamos os outros porque também fomos perdoados. O crente nasceu de novo, foi regenerado e deve possuir na sua nova natureza o temperamento de perdoar os outros.

 

Ora, muitas vezes os crentes não perdoam as ofensas dos outros. Agem como se os outros tivessem dívidas que não podem ficar saldadas, culpas que não têm perdão.

 

E quando perguntamos porque é que não perdoam, a resposta é: “Ele não merece o meu perdão. Ele ainda não fez nada que merecesse o meu perdão”. A atitude é, então, que o outro ofendeu e há uma dívida por pagar sem solução. Não podemos ser assim!

 

Bem podemos colocar a questão: “E nós merecemos o perdão da dívida do nosso pecado para com Deus?”. Não!

 

A oração de Jesus é clara: “Perdoa-nos… como nós perdoamos”.

 

Está aqui bem claro. Por causa de termos recebido de Deus o perdão, graciosamente, livremente, também temos de perdoar assim aos outros. Jesus diz em Mat.10:8: …de graça recebestes, de graça dai.

  Orar sempre a pedir perdão dos teus pecados ao Pai do céu. E perdoa os outros também.

 

II.- A Proteção da Oração – Mateus 6:13 – E não nos conduzas à tentação…

Jesus continua a ensinar-nos a orar e eis agora uma petição de proteção. Agora é um pedido de proteção do mal, de livramento do mal.

 

Este pedido serve para nos mostrar que não temos força suficiente para vivermos uma vida santa se não obtivermos ajuda do Alto, do nosso Pai.

 

Precisamos da Sua proteção para a totalidade das nossas vidas, para superarmos as tentações, para não cairmos. Temos de estar conscientes da nossa própria fraqueza, e do desejo de desfrutar da proteção de Deus para que possamos permanecer inexpugnáveis contra todas as agressões de Satanás.

 

Para não haver confusão e má interpretação, precisamos de saber o significado das palavras e também de olhar para outras Escrituras.

 

1.- Deus não nos pode tentar

É completamente, totalmente impossível, está absolutamente fora da natureza de Deus que nos possa tentar. Vejam Tg.1:13-14: Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.

 

Eis o que acontece. Porque nós temos uma natureza inclinada ao pecado, surge um desejo e o inimigo das nossas almas tenta-nos com esse desejo. Se não resistirmos, vamos cair, vamos pecar.

Iremos desobedecer ao Senhor, se não nos socorrermos de Deus e da Sua força. Vamos sucumbir à tentação do tentador.

 

Este mal inclui o quê? Inclui a pessoa de Satanás, o Maligno. Precisamos de ser defendidos dele: Sede sóbrios, vigiais; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar (I Ped.5:8).

 

Por isso, nesta oração, Jesus diz para pedirmos Proteção ao Pai, que nos guarde destas provas: “Pai, não me deixes passar por testes e provas, liberta-me disso.”

Não foi isso que Jesus pediu ao Pai lá no Jardim? Pai, se é possível, passe de mim este cálice… (Mt.26:39).

 

Em Jo.17:15 Jesus dá o exemplo desta oração: Não peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal.

O que significa? Que podemos orar ao Pai para nos poupar de provas e testes. Mas se eles vieram, ainda podemos continuar a orar: “Pai, liberta-nos do poder do nosso inimigo e Teu”.  

 

III.- O Poder da Oração – Mateus 6:13b - Conclusão

 

…porque teu é o reino, e o poder, e a glória para sempre…

A lição da oração modelo de Jesus começa com louvor, no meio tem pedidos e termina com louvor.

 

Porque é que oramos ao Pai celestial e, com confiança e esperança, Lhe colocamos os nossos pedidos, mesmo os mais difíceis? Este final da oração tem a resposta.

 

…porque… - É uma conjunção que quer dizer, ou pode ser substituída por: “uma vez que, visto que”. Estamos a dizer que oramos e suplicamos estas coisas, visto que, uma vez que:  

 

…teu é o reino - Quer dizer que o domínio pertence a Deus. Deus tem o controlo sobre todas as coisas e pode, por isso, ordená-las por forma a responder a estas petições.

O reino de Deus é muito importante. Depois de ressuscitar dos mortos, Jesus ficou 40 dias com os Seus discípulos falando das coisas concernentes ao reino de Deus (At.1:3).

 

…e o poder – Deus também tem o poder para concretizar aquilo que Lhe pedimos. Nós somos fracos, impotentes, não conseguimos. Por isso, oramos ao Altíssimo e todas as coisas são possíveis pelo Seu poder.

 

Em Lucas 1:37 ouvimos da boca do anjo a Maria: Porque para Deus nada é impossível. Em Gen.18:14, ao ser prometido aos idosos Abraão e Sara que seriam pais de um menino, lemos: Haveria coisa difícil ao SENHOR?

 

…e a glória, para sempre – Tudo o que pedimos ao nosso Pai celestial é para a Sua glória, honra e louvor, não a nossa.

 …Amém. Com esta palavra é terminada a oração modelo de Jesus. Esta palavra amém é igual em hebraico, grego e em português. É usada cerca de 30 vezes no AT e 143 vezes no NT. Qual é o seu significado? Geralmente diz-se que amém quer dizer: “que assim seja”. Mas o significado da palavra é “verdade, verdadeiramente”.

 

           

ConclusãoLembram-se de Barrabás? Todos nós somos como Barrabás. Ele estava preso por ter assassinado uma pessoa num motim (Mc.15:7). Naquela sexta-feira, ele e mais outros dois criminosos seriam crucificados. Ele está na sua cela à espera da crucificação. Ele ouve os passos dos guardas a chegarem, abrem a cela dele e ele ouve o guarda dizer-lhe o que nos é dito a nós: “Está livre. Jesus vai morrer por ti, vai morrer em teu lugar. Estás livre”.

 

 

 Eu, tu foste perdoado de tudo o que fizeste em toda a tua vida. Nós recebemos a graça do perdão de Deus para a oferecermos também aos outros.

 

Jesus ensinou os Seus discípulos e a nós a orar:

Orem ao Pai do céu em Meu nome. Comecem com louvor, façam pedidos e terminem com louvor dizendo o motivo da vossa confiança: que Ele tem todo o poder, o reino e a glória e isto é verdade, amém.

Rui Simão, pastor 

       

Moreira, 16 de Junho de 2024 (16.30h)