Carnaval – A Festa da Carnalidade
“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito
mortificardes as obras do corpo, vivereis”.
Rogo-vos, pois,
irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Romanos 8:13; 12:1-2
E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."
Nesta altura do ano, o mundo
está focado na Festa do Carnaval. É notícia de abertura dos telejornais, das
manchetes dos jornais e das capas das revistas.
O
que nos diz a Palavra de Deus sobre o Carnaval e qual deve ser a nossa posição,
como igreja de Jesus Cristo e como filhos de Deus, filhos da luz, em relação a
esta festa mundana?
I. A Origem do Carnaval
Há sempre um motivo, uma origem, para qualquer celebração. Temos o
exemplo do Natal. Mesmo quem não crê em Deus, celebra o Natal, nem que seja no
espírito da festa da família com as prendas, a árvore de Natal, o presépio, os
enfeites luminosos. A Páscoa tem a sua origem em Deus, na saída dos judeus do
Egipto. Na Páscoa, celebramos a morte redentora de Cristo e a Sua ressurreição.
Mas, mesmo quem não crê, celebra a Páscoa, num espírito comercial.
A palavra carnaval
vem da expressão latina
carne levare, que significa abstenção da carne, o “adeus à carne”.
Este termo começou a circular por
volta dos séculos XI e XII para
designar a véspera da “Quarta-feira de cinzas”, dia em que se inicia a exigência da abstenção de
carne, ou jejum da “Quaresma”
por parte da Igreja Católica Apostólica Romana. A Quaresma é uma
tradição católica, um período de quarenta dias antes do domingo de Páscoa e que
inicia na quarta-feira de cinzas, depois do carnaval. A “Quarta-feira de Cinzas”
e a “Quaresma” são designações e tradições católicas romanas sem base bíblica.
A real origem do carnaval é um tanto obscura e de alguma controvérsia. Alguns historiadores assentam a sua procedência das festas populares
em honra aos deuses pagãos Baco e
Saturno. Em Roma,
realizavam-se comemorações em homenagem a Baco (deus de origem
grega conhecido como Dionísio e responsável pela fertilidade. Era também o deus
do vinho alcoólico e da embriaguez).
Para entendermos um pouco mais, vamos
até à sua raiz na antiguidade. Os
povos pagãos antigos homenageavam os seus deuses greco-romanos em grandes
festas. Entre elas, existiam as saturnias
(para o deus Saturno) e os bacanais (para o deus Baco, na mitologia romana, conhecido também como Dionísio, na mitologia grega). Essas
comemorações eram geralmente realizadas em Novembro e Dezembro, e eram regadas com
muito vinho alcoólico e com direito a pecaminosas orgias diversas.
A partir do séc. IV, a ICAR torna-se a
religião oficial do Império Romano. Como a Igreja se queria pautar por padrões
éticos e morais, não permitia a realização das festas de bacanais e
saturnias na Quaresma, que é uma época de reflexão e meditação espiritual.
Então, as pessoas passaram a aproveitar os três últimos dias antes do início da
Quaresma para fazerem tudo a que achavam ter direito. O carnaval é realizado
justamente neste período e remonta às características das festas pagãs.
II. A Festa do Carnaval Hoje
Depois de vermos a sua origem, o que
se faz hoje no Carnaval? Evoluiu para pior.
Hoje, a essência é a festa mundana da
carnalidade humana. Ao lado de desfiles de crianças e de outros aparentemente com
temas sem qualquer mal, o que marca o carnaval é a exibição do culto à
sensualidade, extravagância, da luzes e das televisões a transmitirem para todo
o mundo as fantasias dos corpos quase nus de homens e mulheres, fomentando o
prazer carnal e sexual.
Vemos as bancadas dos sambódromos a
abarrotar de multidões a gritarem e a aclamarem, como se fosse um culto
explícito ao paganismo. Vemos os governos a fomentarem e a financiarem o
carnaval, porque traz turismo e receitas avultadas em dinheiro. Vemos os
governos a distribuírem largos milhares de preservativos porque sabem que o
carnaval fomenta o sexo ilícito e pecaminoso aos olhos de Deus.
Vemos os excessos e o abuso do álcool
e, a coberto do carnaval, a vingança que leva ao crime e à violência sobre as
pessoas. Durante quatro dias, toda esta movimentação com ritmos atordoantes e
alucinantes regados com bebidas alcoólicas e sexo enchem ilusoriamente o
coração de seus participantes. Porquê?
Porque têm a esperança de poderem
neste espaço de 4 dias, ceder, sem nenhum temor a Deus, às suas luxurias e
desejos, na ignorância de que na quarta-feira, confessando os seus excessos
pecaminosos, através da figura das cinzas, serão dos seus pecados perdoados
como se Deus tivesse permitido e dado o Seu aval para outros deuses serem
venerados e adorados nesta celebração.
Mas a Palavra do Senhor é clara: Mas como é santo aquele
que vos chamou, sede vós, também, santos, em toda a vossa maneira de viver…
Sede santos, porque eu sou santo (I Ped.1-15-16); Não erreis, Deus não se deixa
escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também semeará. Porque o que
semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no
Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna (Gl.6:7-8).
III. Deus, a Igreja, o Crente
e o Carnaval
Uma simples pergunta ajudar-nos-à muitíssimo. O
Senhor Jesus, ou qualquer dos Seus apóstolos, ou qualquer dos profetas, assistiria, ou
participaria num desfile de Carnaval? Assistiria a desfiles ofensivos da boa
moralidade e decência, a desfiles de mulheres despidas e a inflamarem para a
carnalidade e o sexo? Não, com toda a certeza. Ora, se Jesus o não faria, nós
temos que o imitar porque Ele é o nosso Modelo e superior exemplo.
Como podemos observar, o carnaval tem
a sua origem em rituais pagãos de adoração a deuses falsos. Evoluiu para formas
ainda mais pagãs e, hoje, trata-se, por, isso de uma manifestação popular
eivada de obras da carne, pecaminosas, condenadas claramente pela Bíblia.
Como
cristãos verdadeiros, diante do espírito a que o carnaval chama, temos que
proclamar que cremos no Deus verdadeiro, o único Deus que salva e santifica, e
que pede de nós vidas santas. O
carnaval é um exemplo real da sobrevivência do paganismo, com todos os seus
elementos presentes. É a explícita manifestação das obras da carne: “Porque as obras da carne são manifestas, as
quais são: …prostituição, impureza, lascívia, Idolatria…inimizades…bebedices,
glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como
já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de
Deus” (Gál. 5.19-21).
A Palavra de Deus tem as seguintes advertências:
"Porque os que são segundo a carne
inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o espírito para as
coisas do espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do espírito
é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus,
pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser; Portanto, os que
estão na carne não podem agradar a Deus… (Rm. 8.5-8)
Um
testemunho de um jovem: “No
carnaval de 1976, preparava-me, uma vez mais, para celebrar esta festa pagã com
os meus primos, quando Deus mudou radicalmente a história da minha vida. A
convite do meu irmão, escolhi participar naquele ano num retiro de jovens crentes
em Jesus. No meio de vários jovens, Deus restaurou a minha vida naqueles dias.
Deu-me uma nova visão da Vida, perdoou os meus pecados. A seguir Deus preparou-me
e capacitou-me para um ministério na Sua igreja até aos últimos dias da minha
vida. Nestes vinte e oito anos de vida com Deus, não me arrependo um só
instante daquele período de carnaval em que tomei a mais sábia decisão de todos
os tempos, ou seja, entregar-me sem reservas ao Único e Soberano Deus, Rei dos
Reis e Senhor dos Senhores, Jesus Cristo.”
Como
venceu? A resposta está na Palavra de Deus:” Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vende o mundo, a nossa fé”. (I
João 5:4)
Voltar
as costas ao Carnaval e escolher Jesus Cristo, é muito melhor: Ele disse: Na
verdade. Na verdade, te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o
reino de Deus… Necessário vos é nascer de novo… Porque Deus enviou o seu Filho
ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por
ele. Quem crê nele não é condenado, mas quem não crê já está condenado,
porquanto não crê no nome do Unigénito Filho de Deus. E a condenação é esta:
Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque
as suas eram más (Jo.3:3,6,17-19). Queres tu também tomar esta decisão
de receber Jesus como teu Salvador pessoal?
Como cristãos fiéis, temos o dever de esclarecer, a responsabilidade de marcar a nossa posição, não podemos ser omissos, nem concordar, nem participar no
Carnaval, pois vai contra os princípios claros da Palavra de Deus. Assim, devemos lançar mão da sabedoria que temos recebido do Senhor e
optar pela melhor actividade para a nossa igreja nesse período tão sombrio que
é o carnaval: "Portanto,
quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória
de Deus." (I Cor.10:31); "Abstende-vos de toda a aparência
do mal." (I Tes.5:22).
Tomemos uma decisão que agrade e
glorifique ao Senhor Jesus. Viremos as costas e condenemos o Carnaval, e
participemos em actividades que nos tragam vida, alegria, paz, mas no Caminho
que conduz à vida eterna: Vós sois o sal da terra… vós sois a luz do
mundo... assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. (Mateus
5:13-16). Que obras os homens
verão em nós?
Rui Simão
Pastor da Igreja Evangélica Baptista de Moreira da Maia
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